segunda-feira, 20 de julho de 2020

Banco Alemão / Brasilianische Bank für Deutschland, Rua XV de Novembro, São Paulo, Brasil


Banco Alemão / Brasilianische Bank für Deutschland, Rua XV de Novembro, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

O estilo neo-românico descreve o antigo Brasilianische Bank für Deutschland, na época, em moda na Alemanha. A edificação foi construída em 1897 e parte da sua fachada original sobrevive em meios aos acréscimos recebidos nos anos seguintes. A ala voltada para a Rua Três de Dezembro foi construída entre 1910 e 1914 (autoria de Augusto Fried), o terceiro andar foi implementado em 1963.
Segundo Juan Esteves e Antônio Carlos Abdalla, o banco funcionava no térreo e os pavimentos superiores eram ocupados por residência particular (provavelmente, na época, pelo diretor da instituição).
A edificação, idealizada por Guilherme Krug & Filhos, foi uma das primeiras em São Paulo a utilizar blocos de granito lavrado em sua construção. Atualmente, a sua estrutura é feita de concreto e alvenaria de tijolos e o prédio possui quatro pavimentos.
Ao final do século XIX e início do século XX, foram elaborados planos de alinhamento para as ruas da cidade e muitos projetos arquitetônicos ou de reformas não foram autorizadas pela Comissão Técnica de Melhoramentos, pois, as propriedades estavam sujeitas ao recuo, para a ordenação do traçado urbano. No entanto, foram abertas exceções, entre elas, para a ampliação do Banco Alemão (década de 1910), como demonstram os arquivos da "Diretoria de Obras / Obras Particulares", disponíveis, no Arquivo Histórico Municipal Washington Luís:
"A fachada do novo Banco, que tem a altura aproximada da Casa Garraux, vem complementar a curva formada pelos prédios acima mencionados, curva esta que longe de ser prejudicial à perspectiva da rua é um de seus elementos de beleza e de interesse - afastando-se da monotonia e banalidade dos Boulevards traçados a régua e esquadro"
No caso da Rua XV de Novembro, o "projeto" de alinhamento da rua começou em 1901, porém, não seguiu regras tão rígidas, pois, a medida em que novas construções surgiam, foram propostos alinhamentos parciais, alternativos, com o objetivo de reduzir os gastos da prefeitura com as expropriações.
Por exemplo, no caso do Banco Alemão, para "retificar" a Rua XV de Novembro, a remoção de detalhes da fachada, não seriam suficientes para dar o recuo necessário para o alinhamento; aliás, nem mesmo a remodelação das fachadas de seus vizinhos, a Casa Garraux e o Edifício Progredior, alinhariam uniformemente a via pública. Diante desse impasse, a Diretoria de Obras Municipais optou por manter as fachadas e com relação à ampliação do Banco Alemão, a saída foi
"procurar uma solução de canto para o acréscimo a ser erguido pelo banco na esquina das Ruas Quinze e Boa Vista (hoje Três de Dezembro) que disfarçasse o avanço das três construções. A solução de concordância adotada (...) somente se tornou efetiva depois de o Prefeito Antônio Prado (1840-1929) ter ido ao local e verificado pessoalmente que a proposta era de fato a mais conveniente do ponto de vista estético."
Durante a II Guerra Mundial, infelizmente, o edifício foi parcialmente destruído, alvo de vandalismo. Entre os anos de 1939 e 1945, aumentaram os números de bancos nacionais em detrimento dos bancos estrangeiros. Como descreve o próprio Deutsche Bank, em seu site:
"a declaração de guerra representou a paralisação de todos os negócios entre o Brasil e os países que compunham o Eixo, entre eles a Alemanha". Em 1942,"são nomeados interventores para encerrar suas atividades" e somente em 1955, o "Deutsche Ueberseeische Bank volta a operar no Brasil, com um escritório de representação em São Paulo".

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