Represa de Santo Amaro, Atual Represa de Guarapiranga, Embu-Guaçu, Itapecerica da Serra, São Paulo, Estado de São Paulo, Brasil
Embu-Guaçu / Itapecerica da Serra / São Paulo - SP
Fotografia - Cartão Postal
A Represa de Guarapiranga é um reservatório para
o abastecimento de água potável situado na
divisa entre os municípios de São Paulo (Zona Sul), Itapecerica da Serra e Embu-Guaçu,
no estado de São Paulo, no Brasil,
oferecendo e abastecendo água para mais de 4 milhões de pessoas no Estado. Dela
só é habituado ter novidades nos períodos de estiagem ou quando os
ambientalistas constituem soar o alarme de poluição dos mananciais que a
abastecem. É, ainda, utilizada para o controle das cheias dos rios da
região e como local de esportes náuticos e lazer ao longo de seu percurso de 28
quilômetros de margens, destacando-se a importância nos esportes de
velaː há vários clubes de iatismo no
seu entorno, como o São Paulo Yacht Club, Yacht Club Paulista, Yacht Club
Itaupú, Clube de Campo Castelo, Clube de Campo de São Paulo e o Yacht Club Santo Amaro, berço de vários
campeões da vela.
O topônimo "Guarapiranga"
é derivado do termo tupi antigo gûarapiranga,
que significa "guarás vermelhos" (gûará, guarás
+ pirang, vermelho + a, sufixo).
O guará, também conhecida como guará-vermelho, é uma ave que nasce preta e que
vai tornando-se vermelha conforme o seu crescimento.
Construída pela São Paulo Tramway Light and Power Co. e
inaugurada em 1908, sua finalidade era, primeiramente, atender às necessidades
de produção de energia elétrica na Usina Hidrelétrica de Parnaíba.
Inicialmente conhecida por Represa de Santo Amaro,
Guarapiranga teve sua construção iniciada em 1906 pela São Paulo Tramway, Light and Power
Company, na época responsável pelo fornecimento de energia elétrica
na cidade, sendo concluída em 1908. Em 1928, com o crescimento da região
metropolitana de São Paulo, Guarapiranga passou a servir como reservatório para
o abastecimento de água potável. Nesse
mesmo ano, a represa foi o local de chegada dos aviadores italianos que fizeram
uma das primeiras travessias aéreas do Atlântico Sulː Francesco de Pinedo, Carlo del
Prete e Vitale Zacchetti.
O intuito de deter água parada para o consumo na cidade,
intensificou o poder econômico da mesma e concomitantemente abrangeu o turismo
para essa região, que até os dias atuais recebem um número elevado de
visitantes, e por consequência, a instalação de grandes chácaras, sítios e
clubes em suas margens, principalmente de estrangeiros que sentem-se atraídos
pela represa com clima semelhante ao do europeu, com seus meses gelados do
inverno e calor na primavera, com sua garoa e neblina característica época que
lembrava o fog londrino.
Em 1912 o São Paulo Yacht Club foi fundado próximo a
barragem, este sendo o primeiro clube de Iatismo na represa.
A partir dos anos 1920 e 1930,
um crescente interesse pela ocupação das margens da represa fez surgir loteamentos
pioneiros que procuravam oferecer, ao cidadão paulistano, uma opção de lazer náutico. Sendo provenientes daí, o
surgimento de bairros com nomes como Interlagos, Veleiros, Riviera Paulista e
Rio Bonito. Foi o local de disputa do torneio de vela dos Jogos Pan-Americanos de 1963. Entre as
décadas de 1980 e 1990,
a ausência de políticas claras de uso e ocupação do solo por parte do Governo
do Estado com parceria da Prefeitura de São Paulo e dos municípios vizinhos
contribuiu para a criação de loteamentos populares clandestinos ao redor da
represa, que cresceram desordenadamente e que jogam, na represa, esgoto não
tratado.
O lançamento de esgoto levou ao aparecimento de algas e o
comprometimento da qualidade do manancial e da água para abastecimento humano,
obrigando a Companhia de
Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP) a investir
fortemente em programas de tratamento para minimizar o problema, que
já estava em estágio grave.
Em 2007, teve início um projeto de revitalização da orla da represa de
Guarapiranga, desenvolvido pela Subprefeitura da Capela do Socorro e
pelo governo do estado. A obra incluiu novo parque, uma via panorâmica
circundando toda a represa, ciclovia e calçada,
além da árvore de natal inaugurada no dia 9 de dezembro de 2008.
Em junho de 2008, foi anunciado o início das obras
de urbanização e infraestrutura de centenas de favelas da
região, melhorando a qualidade de
vida dos habitantes e a preservação das áreas de mananciais. Em 2011, foi palco do
primeiro Mundialito de
Clubes de Futebol de Areia e atualmente a modalidade possui 17
pódios, perdendo apenas para o vôlei e judô. Atualmente, é utilizada para
abastecimento de água potável para a Região Metropolitana de São Paulo através
da Companhia de
Saneamento Básico do Estado de São Paulo. Durante a crise hídrica, a
represa Guarapiranga foi utilizada para abastecer cerca de seis milhões da
população da cidade.
A represa foi formada originalmente pelo represamento do Rio
Guarapiranga. Seus principais tributários são
o rio Embu-Guaçu e o rio
Embu-mirim, além de outros córregos de
menor porte, abrangendo áreas dos municípios de São Paulo, Itapecerica da Serra e Embu-Guaçu.
O parque tem a importante função de proteger a produção
hídrica, minimizando a erosão e a sedimentação. Possui gramados, caminhos e
recantos, abrigados por uma vegetação densa que desce até as margens da
represa, composta predominantemente por eucaliptal entremeado por pequenos
bosques com espécies da Mata Atlântica, além de áreas ajardinadas. Destacam-se
angico-vermelho, cabuçu, capororocas (Myrsine coriacea e M. umbellata),
camboatás (Cupania oblongifolia, C. vernalis e C. zanthoxyloides), guaçatonga,
mandioqueiro, passuaré, pau-brasil, pau-de-tucano, tamanqueiro e tapiá-guaçu.
Foram registradas 181 espécies, das quais 11 estão ameaçadas como a copaíba, o
chichá e a grumixama.
Possui uma fauna composta por 92 espécies, sendo 40 de
borboletas, uma de réptil (lagarto-teiú), duas de mamíferos (o
gambá-de-orelha-preta e o ratão-do-banhado) e 49 de aves. Nesse grupo
ressalta-se a presença do pavó, um importante dispersor de sementes que se
encontra ameaçado de extinção. No quesito beleza, destaque para a bandeirinha, que
possui em sua plumagem as cores da bandeira nacional, daí seu nome. O
gavião-carijó e a coruja-orelhuda figuram os rapinantes do parque. Foram
avistadas aves endêmicas da Mata Atlântica como periquito-rico,
pica-pau-anão-de-coleira, pica-pauzinho-verde-carijó, arredio-pálido e
pichororé. Dentre as borboletas, destacam-se as detentoras de asas
transparentes no tom cinza e manchas alaranjadas.
Apesar de ser uma região afastada das áreas centrais da
cidade de São Paulo (subúrbio), a represa é um de seus principais ícones naturais e
é muito procurada para lazer, devido a suas praias, parques, pela pesca amadora
e esportes, com destaque para os esportes de vela,
pois o local abriga vários clubes de iatismo em
suas margens. Se tornou centro de excursões e passeios dos paulistanos. Com o
passar dos anos foram surgindo clubes náuticos e residências de recreio para os
fins de semana.
A represa ainda possui algumas ilhas, com destaque para a
Ilha do Eucalipto, a maior delas, e para a Ilha dos Amores, que, em dezembro
de 2008,
abrigou uma árvore de natal de 15 metros de altura com
as cores do Brasil e
uma cortina de água com projeções com mais de 72 metros quadrados, as quais
fazem parte do projeto Natal
Iluminado, realizado pela Prefeitura de São Paulo em parceria
com a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio).
De carro, é possível chegar nos polos comerciais ao redor
da represa pela Marginal Pinheiros, até a Avenida Atlântica
(antiga Avenida Robert Kennedy). De transporte público, é possível pegar as
linhas 6028 (Terminal Santo Amaro - Riviera), 737G (Terminal Santo Amaro -
Terminal Guarapiranga), 6019 (Terminal Guarapiranga - Jd. Alfredo), 7710 (Metro
Ana Rosa - Terminal Guarapiranga), 6505 (Terminal Bandeira - Terminal
Guarapiranga), 637A (Pinheiros - Terminal Guarapiranga) e 745M (Campo Limpo -
Shopping SP Market), da SPTrans em
direção à represa.
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