sexta-feira, 24 de julho de 2020

Rei Solitário (Rei Solitário) - Lange de Morretes


Rei Solitário (Rei Solitário) - Lange de Morretes
Coleção privada
OST - 57x70 - 1953



Frederico Lange (1892 – 1954), ou Friz Lange de Morretes, como se fazia conhecer, foi pintor, desenhista, gravador, cientista e professor paranaense. nasceu no dia 5 de maio de 1892, em Morretes, cidade do litoral paranaense cujo nome se deu em referência aos pequenos morros. Frederico passou a infância na Serra do Mar, tendo morado com sua família no desvio do Ypiranga dos 2 aos 9 anos. A sua infância junto à natureza permitiu que tanto a sua carreira quanto a sua obra, fossem marcadas por essa primeira experiência.
Iniciou seus estudos com Alfredo Andersen aos 13 anos de idade, sendo um dos seus melhores discípulos, e em torno dele se agregariam vários artistas que continuariam a explorar os ensinamentos do mestre. Em 1910, partiu para a Alemanha, pelo incentivo de Alfredo Andersen, onde estudou artes gráficas em Leipzig, e frequenta a Escola Superior de Belas Artes de Munique de 1915 a 1920, conseguindo exposições individuais em Colônia.
Frederico se casou em 1917, na cidade de Wallgan, com a cantora lírica Bertha Bamberger II, que conheceu em Oberamergau, também na Alemanha. A primeira filha do casal, Berta, nasceu em 28 de junho de 1917. O casal viria a ter mais filhos, sendo estes, duas filhas e um filho: Ruth (03/07/1919), Ana Maria (14/04/1923) e Flávio (16/02/1929 – 04/09/1993) Após constituir família e com o fim da Primeira Guerra Mundial o artista resolveu voltar para o seu país.
Em 1920, voltou ao Brasil e dedicou-se à pintura e à ciência, lecionando anatomia e fisiologia na Escola de Belas Artes do Paraná, e trazendo a inovação de ser um dos primeiros pintores a utilizarem a espátula na pintura – necessária para a técnica do empasto. Foi responsável pela descoberta de um novo espécime de molusco, em seus estudos de malacologia. É de sua autoria os pinhões estilizados geometricamente que vieram a compor as calçadas paranaenses, tornando-se marca original e um símbolo para uma população em busca de identidade, além de ser um dos idealizadores – junto com João Turin e João Ghelfi – do movimento paranista nas artes. Fundou a Escola de Desenho e Pintura, onde lecionou até 1932, tendo como alunos Oswald Lopes, Arthur Nisio, Augusto Conte, Kurt Boiger, Erbo Stenzel e entre outros. Sua saída da Escola Normal de Curitiba (hoje Instituto de Educação do Paraná) – segundo Guido Viaro, seu amigo – onde lecionou, foi motivada por um decreto federal que impedia ao professor de desenho o direito de entrar em bancas de exame de matérias não afins, o que levou a pedir o afastamento total voluntariamente do cargo que ocupou com tanta proficiência.
Além da saída da Escola Normal, a disputa pelo cargo de diretor do Museu Paranaense, em 1936, foi um grande obstáculo na carreira de Lange de Morretes. Lange ambicionava a direção da instituição, mas Manoel Ribas designou José Loureiro Fernandes para ocupar o cargo. Irritado com o fato, o artista-cientista partiu com a família para São Paulo aceitando o cargo de assistente na Cátedra de Paleontologia no Museu Paulista, do Professor Barão Ottorino De Fiore di Cropani.
Voltou para Curitiba na década de 1940, voltando a produzir seus quadros e retomando o meio artístico da cidade. Em 1947 Lange também participou do movimento em prol da criação da Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap).
No início dos anos 1950, Lange recebeu uma bolsa do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq), destinada para realizar um levantamento malacológico no litoral sudeste do Brasil. Por intermédio de Bento Munhoz da Rocha, ele conseguiu um cargo no Museu Paranaense que lhe permitia ir seguidamente ao litoral procurar por espécies para análise. Frederico Lange de Morretes morreu no dia 19 de janeiro de 1954, em Curitiba. Segundo sua filha, após o retorno de uma excursão científica, seu pai faleceu no hospital, vítima de um enfarte fulminante, mesmo após ter recebido alta, sendo enterrado em pé em Morretes e em direção ao pico do Marumbi.


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