Nada é tão baixo quanto o que a Great Wall tentou fazer.
Criaram um carro chamado Peri, que era a cara da segunda geração do Fiat Panda.
A marca logo entrou com um processo contra a chinesa, para impedir a importação
para a Itália. Ganharam e o Peri foi banido, além de receber uma compensação
por cada unidade que foi vendida antes da decisão. Furiosa, a Great Wall
processou a Fiat na China, apresentando documentos que provavam que a Fiat usou
espiões para copiar o Peri e lançar o Panda primeiro.
Curiosamente, esse é um clone que não deu tanta discussão
quanto deveria. A Brilliance lançou o crossover V5, com um design mais do que
familiar com o BMW X1. O estranho é que a BMW não fez barulho e deixou o V5 ser
lançado. A única explicação possível é que, como as duas marcas tem uma joint
venture na China, os alemães deixaram o clone sair para garantir a produção
local do X1 pelas mãos dos chineses da Brilliance.
Este caso é emblemático por duas razões. A primeira é que
mostra que todas as fabricantes chinesas fazem uma cópia em algum momento. A
JAC Motors tentou clonar a Ford F-150, a picape mais vendida do mundo. É tão
absurdo que até mudaram o logo da empresa, usando um oval azul. Só que se deram
mal. O segundo motivo da 4R3 ser importante é que ela não chegou às ruas. Em
uma decisão bem rara, a justiça chinesa deu ganho de causa para a Ford, que
havia registrado a patente da F-150, impedindo a comercialização do clone.
Pior do que copiar o produto por completo é usá-lo como
base para algo que parece mais uma caricatura. É o caso do NATS GTK. Pegaram o
design do monstruoso Nissan GT-R e criaram um minicarro de apenas dois lugares.
Tem lanternas maiores, o caimento do teto depois das portas é horroroso e tem
uma asa traseira que mais parece de brinquedo. Dá mais um tapa na cara do
Godzilla por usar um minúsculo motor 0.6 turbinado.
O Porsche Macan é o modelo que mais vende da marca
esportiva alemã. Nada mais natural para os chineses do que copiarem um carro
que dá tão certo assim. O Zotye T700 tenta ser igual em quase tudo, com
lanternas no mesmo formato, saídas de escape retangulares e até mesmo as rodas
são bem parecidas com as do original. Vem com um motor 2.0 turbo de 177 cv e
falavam até sobre um 3.0 V6 turbinado. E, claro, custando três vezes menos do
que o Macan.
O Lifan 320 não foi o primeiro clone a chegar ao Brasil,
esse título é do Chery QQ. Em sua primeira geração, seu design era curiosamente
parecido com o Daewoo Matiz (e os dois ainda concorriam nas vendas). A General
Motors entrou com um processo, acusando a Chery de ter contratado um
ex-funcionário da sua filial coreana Daewoo e usado seu conhecimento para criar
o QQ. Depois de três anos de briga judicial, chegaram a um acordo, que não foi
divulgado.
Olhe para o Yogomo 330 e depois para o Kia Picanto. Com
exceção do logo, são idênticos. O 330 é uma das cópias mais próximas do
original que já foram lançadas. Assim como o clone do Volkswagen Up!, esse aqui
é oferecido como um carro elétrico, ao invés de utilizar um motor 1.0, de três
cilindros. Prometeram até uma versão híbrida.
A polêmica chinesa de 2014 foi o Landwind X7. É só dar
uma olhada para perceber como ele parece demais com o Range Rover Evoque, ao
ponto de confundir quem olhar de perfil. A Land Rover tentou processar a
marca e impedir a venda, mas como sempre acontece em casos como este, as
autoridades chinesas não acharam que é uma cópia. Como se não bastasse, a marca
até vende, como opcional, uma grade igual a do Evoque e com o logo da Land
Rover.
O polêmico Lifan 320 foi vendido no Brasil, aproveitando
que buscou forte inspiração (para não dizer outra coisa) no Mini Cooper. Sua
vantagem é que custava muito menos – em 2011, pouco depois do lançamento, era
vendido por R$ 30 mil, enquanto o Mini Cooper não saía por menos de R$ 80 mil.
Era equipado com um motor 1.3 de 88 cv, contra o 1.5 de 120 cv do Mini da
época. Com vendas em baixa, acabou deixando de ser importado pela Lifan.
O modelo acima é o Weikerui V7, um subcompacto que
facilmente poderia ser confundido com o Volkswagen Up!, tamanha sua semelhança
com o modelo original da marca alemã. Mudam as maçanetas e retrovisores. Além
disso, a cópia conta com faróis com projetores elípticos e luzes de LED. Na
cabine, o modelo chinês perdeu as saídas de ar na parte de cima do console
central. Troca também o motor, pois esse modelo é elétrico. Até o logo da
empresa é parecido com o da Volkswagen…
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