Praça Oswaldo Cruz, 1909, Manaus, Amazonas, Brasil
Manaus - AM
Fotografia
Icônica fotografia tomada da escadaria oeste da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, vendo-se, ao fundo, um dos mais importantes logradouros da cidade, à época, denominado "Estação dos Bondes", pois ali se concentrava o principal ponto de partida e chegada das composições de carros elétricos que circulavam em Manaus. Esta função foi mantida, a partir da década de quarenta, quando o antigo sistema de bonde foi substituído, gradualmente, pelo novo sistema de transporte coletivo, composto por ônibus. O logradouro também abrigava importantes casas comerciais, a filial do Banco do Brasil, agências de viagens, a sede da concessionária inglesa 'The Manáos Tramways & Light Company Ltd.', salões de jogos, bares... Destaques: À direita vê-se o famoso botequim "Bolsa Universal", posteriormente denominado de "Bar Mimosa", um dos pontos "chiques" da 'belle époque' manauara, onde as famílias abastadas festejavam aniversários, batizados, casamentos... O requintado estabelecimento, em seus reclames, atribuía para si o pioneirismo do serviço de entrega em domicílio a qualquer hora e local, de refeições preparadas ali mesmo, e até sorvetes e bebidas de frutas regionais e importadas - não é por acaso que Manaus, hoje, encontra-se, entre os grandes centros urbanos do mundo, como uma das cidades que possui um dos mais eficientes serviços de "delivery 24 horas". Em 1912, ano da inauguração do belo "Pavilhão Universal", defronte ao Banco do Brasil, houve a trasladação do monumento dedicado ao Barão de Sant´Anna Nery, originalmente instalado naquele ponto, para o centro do espaço existente entre os pares de trilhos por onde circulavam os bondes. À época, o logradouro recebeu diversas mudas de 'ficus benjamina'. Em 1924, na curta gestão municipal José Francisco de Araújo Lima (1924-1924) foi projetado e construído defronte àquele quarteirão um belíssimo espaço urbano, denominado "Jardim Jaú", em homenagem à primeira travessia aérea, sem escalas, feita a bordo do hidroavião Savoia-Marchetti S.55 (Jahu), tripulado pelo brasileiro João Ribeiro de Barros e mais três tripulantes. Infelizmente, em 1975, por ocasião das reformas levadas a efeito no entorno da Matriz, durante a gestão municipal Jorge Teixeira (1975-1979), tanto o jardim quanto o monumento ao Barão seriam arrasados, e o Pavilhão Universal trasladado para outro ponto distante dali. Atualmente, aquele cenário, no passado tão cheio de vida e beleza, é uma desolação só, com seus casarões arruinados e reduzidos a meras fachadas ocas, o chão árido e sem arborização, e a degradação social dando as cartas por meio da marginalidade e prostituição soltas à luz do dia e sob os olhos das autoridades complacentes, que daquele local parecem ter se esquecido completamente.
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