Chevrolet Lumina 1991, Estados Unidos
Fotografia
Viajar com a família em um só veículo pode ser um programa muito agradável ou extremamente cansativo se o carro não oferecer um mínimo de conforto para todos os ocupantes. A segunda hipótese jamais vai acontecer caso a viagem seja feita em um Chevrolet Lumina APV. Pelo menos, se o número de pessoas não exceder a sete, quantidade de bancos disponíveis.
Importado pela General Motors do Brasil, o Lumina não é exatamente uma novidade. Apresentado pela fábrica no Salão do Automóvel, várias unidades já rodavam por aqui trazidas por importadores anônimos. Moderno e chamativo, motivou a GMB a comercializá-lo em sua rede, com a vantagem da garantia original de fábrica.
De linhas aerodinâmicas e estilo avançado, o Lumina faz parte de um conceito em automóvel que vem fazendo sucesso há algum tempo nos Estados Unidos, pela versatilidade e conforto.
Trata-se de um autêntico minivan (minifurgão) nos padrões americanos: carroceria monovolume e todo o espaço interior reservado aos passageiros e bagagem no mesmo habitáculo. Sua grande área envidraçada permite a todos desfrutar da paisagem.
Possui largas portas dianteiras, uma porta lateral de correr e uma traseira para bagagem. A carroceria é feita em plástico de engenharia, que aceita pequenos choques sem se danificar e afasta qualquer possibilidade de corrosão. A frente em forma de cunha pronunciada lhe dá um ar agressivo e futurista. A criticar, apenas, o desenho das portas dianteiras com formato ‘pontudo’ na parte superior, que pode ocasionar eventuais batidas na cabeça, ao entrar ou sair do carro. Existe até um aviso para prevenir o usuário sobre esse risco.
Internamente são sete bancos, todos anatômicos. Na frente duas poltronas com apoio de braço escamoteavel. A do motorista tem regulagens de altura e distância feitas eletricamente. No meio, três bancos; atrás mais dois, todos com encosto e assento rebatíveis e removíveis para ampliar o espaço para bagagens. À exceção do banco central, possuem cintos retráteis de três pontos. O acabamento geral, apesar do excesso de material plástico, é bem-feito e de boa qualidade.
O encosto dos bancos centrais, quando rebatido (e travado), se transforma em uma mesinha, como nos aviões, incluindo lugar para colocar copos. Ao lado dos dois bancos traseiros as caixas das rodas, além de servir de apoio para os braços, também têm mesinha e lugar para colocar copos. Na frente, sob o painel na parte central, puxando-se como uma gaveta, surge outro porta-copos com cinzeiro.
Entre os bancos dianteiros um grande espaço permite às pessoas se movimentar dentro do Lumina. Tanto que a alavanca de mudanças do câmbio automático fica na coluna de direção. Para o motorista há um painel bem legível, com velocímetro em milhas e quilômetros, marcador de pressão do óleo, temperatura do motor e indicador de nível do tanque de combustível que engloba o hodômetro parcial. O relógio fica no rádio/toca-fitas.
Outros itens de conforto e segurança: tampa do tanque de combustível com abertura interna, trava central das portas, vidros de acionamento elétrico, controlador automático de velocidade, volante de altura regulável, enormes limpadores de para-brisa com temporizador variável, limpador e lavador do vidro traseiro e até um porta-óculos em cima das luzes de leitura dianteiras.
Os espelhos retrovisores externos de regulagem interna manual opcionalmente podem ter comando elétrico. Para completar, um ótimo sistema de ar-condicionado quente/frio, com ventilador para a parte traseira (as saídas estão nas colunas, junto aos vidros laterais) de comando independente.
O Lumina dispõe de motor dianteiro, V6 com injeção monoponto (igual à do Monza SL/E), colocado transversalmente. O câmbio é automático de três velocidades e a tração, dianteira. Um conjunto bem balanceado, que trabalha silenciosamente e sem vibrações. A suspensão, independente na frente (McPherson) e de eixo rígido atrás com molas helicoidais, é tipicamente norte-americana. Macia e absorvendo bem as irregularidades, mostrou-se adequada para rodar em nossas ruas, inclusive quanto ao vão livre, passando pelos buracos sem problemas.
Ao dirigir o Lumina é preciso se acostumar com o tamanho (são quase cinco metros de comprimento) e a grande distância que se fica do para-brisa, além de uma parte da frente que não se enxerga. A sensação é a de se estar no comando de um grande jato. A direção hidráulica (muito macia, principalmente em alta velocidade) e as boas respostas do motor, além de ampla visibilidade, facilitam tudo.
É preciso também considerar a inclinação da carroceria. Com quase 1,70 m de altura, a reação em curvas mais fechadas é um pouco estranha. Mas a estabilidade, apesar da maciez da suspensão, mantém-se muito boa, apresentando comportamento neutro e não criando problemas de dirigibilidade.
Com uma taxa de compressão de 8,5:1, o motor V6 aceita muito bem a nossa gasolina. Mas, mesmo tendo 3.135 cm3 e injeção eletrônica, produz apenas 122 cv a 4.400 rpm e torque de 24 mkgf a 2.200 rpm, insatisfatórios para os seus 1.570 kg.
Tanto que de 0 a 100 km/h levou 18 segundos cravados, três segundos pior do que a Elba Weekend com motor 1.5 que testamos. As retomadas, graças ao kick-down do câmbio automático, são mais razoáveis: de 60 a 100 km/h levou 13,21 segundos.
A máxima foi melhor, graças à boa aerodinâmica: média de 166,733 km/h. Claro que nesse tipo de veículo o desempenho não é prioritário, porém um pouco mais de potência não faria mal, principalmente w condições de carga total. O consumo, segundo a fábrica, é de 7 km/h na cidade e 11 km/h na estrada.
De qualquer forma o Chevrolet Lumina APV demonstrou ser um ótimo carro para o que se propõe: viagens longas, boa velocidade média e, principalmente, muito conforto e espaço para motorista e passageiros. A bagagem, quando todos os bancos estão ocupados, tem lugar reservado em um bom bagageiro de teto regulável. Pena que o preço (por volta de US$ 80.000) limite a sua aquisição, pois seria veículo ideal para muitas famílias brasileiras.






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