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domingo, 30 de janeiro de 2022
Antigo Banco Construtor, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Antigo Banco Construtor, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia
A Companhia Comércio Indústria “Antonio Diederichsen”, na época, era o maior e mais diversificado estabelecimento comercial de Ribeirão Preto e região. Vendia, principalmente, material de construção, artigos para presentes, eletrodomésticos e automóveis.
Destaque para os diretores e antigos funcionários: Antônio Diederichsen (Diretor-Presidente e Fundador); Manoel Penna (Diretor Gerente); João Marzola (Diretor Auxiliar); Ângelo Egydio Pedreschi (Contador e Chefe do Escritório); Pedro José Michelazzo (Caixa-Geral); Athanasio Saltão Filho ( Correntista); Wenceslau Michelutti (Diarista no Escritório); Antônio de Pádua Loboschi (Chefe da Secção de Pessoal); Clóvis José Alonso (Chefe da Secção de Seguros e de Capitalização); Waldemiro Diniz Guimarães (Chefe da Secção de Artigos Elétricos); Guilherme Faim (Chefe da Secção de Expedição); Palmo Sampaio (Vendedor-Pracista); Nicanor Ferreira Vianna (Subgerente das Secções de Vendas); Euclides Ferreira Vianna (Chefe da Secção de Louças e Artigos Finos para Presentes); Ernesto Tonzar (Chefe da Secção de Ferragens); José da Cunha Sarmento (Viajante); Henrique Pierotti (Chefe da Secção de Automóveis); Luís Ferrero (Chefe da Oficina Mecânica – Automóveis); José Augusto Costa (Chefe do Posto de Serviço e Lubrificação de Autos), Antonio Roteta (Chefe da Seção de Peças para Automóveis); Luiz Bulgarelli (Chefe da Oficina Mecânica e Fábrica de Parafusos); Guido Gambini (Chefe da Secção Serraria); José Hermoso (Mestre-mecânico da Oficina Ford) e Arnaud Capuzzo (Contra-mestre da Oficina Ford).
História da organização, a partir da vinda para o Brasil de Bernardo Diederichsen, pai do fundador: Veio com uma irmã, cujo marido fora nomeado gerente da firma “Theodor Wille”, no Rio de Janeiro, onde o casal desembarcou. Bernardo e outros amigos seguiram para Santos, onde um irmão era gerente da “Theodor Wille”. Trabalhou na construção da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí e, em Campinas, na fazenda da Baronesa de Souza Aranha. Depois foi trabalhar na fazenda “Garrafão”, nas encostas das Agulhas Negras, local em que veio conhecer a sobrinha do dono, Ana Carolina, com quem se casou, passando a trabalhar na cultura de fumo do sogro Antônio da Rocha Leão, próximo à Itatiaia. Depois que uma praga atingiu essa cultura, o casal e os sogros mudaram-se para S.Paulo, adquirindo a fazenda “Morumbi”. Em 1º de agosto de 1875, em residência da rua Direita, nasceu o filho de Bernardo e Ana Carolina, de nome Antônio. Aos 7 anos, foi o menino internado no Colégio Brasileiro-Alemão, na rua Florêncio de Abreu. Dos 9 aos 18 viveu com um tio em Hamburgo, na Alemanha, aprendendo o alemão, inglês e francês. Retornando ao Brasil, ficou na fazenda “Morumbi”, como uma espécie de administrador. Um ano depois, voltou para a Alemanha, agora para estudar agronomia. Trabalhou em propriedades rurais em Holstein, em Netelau. Enquanto praticava no campo, fazia estudos teóricos, por correspondência, na Escola Agrícola de Schenwalde, prestando exames anuais. Ao chegar da Alemanha, trazendo o diploma e algumas economias dos salários ganhos em Netelau, veio para a fazenda “Santa Adelaide”, neste município, de propriedade de seu primo Arthur de Aguiar Diederichsen, onde passou a ser ajudante do administrador Salvador Carlos de Almeida. Da “Santa Adelaide”, Antônio foi para a fazenda “Retiro do Desengano”, em Batatais, também de Arthur e de seu sócio Dr. Alfredo Jordão. A fazenda virou modelo e tinha vida financeira própria. Em 1903, o café estava em crise e o gerente da empresa, Francisco Whitaker, chegou à fazenda “Retiro do Desengano” para cortar despesas. Para poupar os funcionários da dispensa, Antônio pediu demissão disposto a dedicar-se a outra atividade. Em São Paulo, ficou sabendo que o Sr. Ruppe, gerente do Banco Brasileiro-Alemão estava necessitando de uma pessoa capaz de levantar um inventário das fazendas que estavam em débito para com o banco. Iniciou o trabalho na Sorocabana. Completou o trabalho em 30 dias. Sabendo da falência do estabelecimento comerial Banco Construtor e Auxiliar de Santos, que havia montado em Ribeirão Preto uma oficina mecânica, uma fundição e uma serraria, para atender às lavouras e às máquinas de beneficiar café, bem como para vender utensílios para construção e trabalho rural, Antônio Diederichsen aguardou o leilão da massa falida, que seria no Forum de Santos. Como não entendia nada do ramo, propôs sociedade a João Hibbeln, que tinha arrendado a serraria da organização falida. Depois de algumas démarches acabou ficando com o negócio e, assim, no dia 20 de outubro de 1903, num barracão de madeira, coberto de zinco, na esquina das ruas José Bonifácio e São Sebastião, começou a funcionar o Antigo Banco Construtor, da firma Diederichsen & Hibbeln, explorando os ramos de serraria e fundição, tendo anexa uma seção de mecânica. Com o trabalho dos sócios e o desenvolvimento da economia, os negócios se ampliaram e, em 1912, a parte pesada da serraria foi transferida para a Vila Tibério, permanecendo, no antigo local, apenas o maquinário de desdobro e aparelhamento. Com o pessimismo da primeira guerra mundial, em 1916, houve a dissolução da sociedade com Hibbeln, que recebeu a sua parte, parte em dinheiro e o restante em títulos no prazo de 6 anos. Nessa ocasião, Diederichsen chamou os seus auxiliares mais diretos: Manoel Penna, Camilo Luttenschlager, José Gonçalves Barbosa, Germano Rainel da Silva e Guido Gambini , pedindo-lhes que cooperassem, dando-lhes parte na sociedade. Em um ano foi paga a parte de Hibbeln. Foram feitas ampliações em 1920 e em 1923. Em 1924, foi aumentado o número de interessados, sendo convocados para o gozo dessas regalias os antigos auxiliares João Marzola, Adauto de Almeida, Paulo João Ferrero e Henrique Pierotti, sendo que o quadro foi aumentando até atingir o número de 22. Em 1932, a empresa foi nomeada inspetora da Sul América de Capitalização, ficando com uma das maiores carteiras de títulos da “Sulacap” do interior do Brasil. De fundição, serraria e ferragens, a empresa foi desenvolvendo novos produtos, como o departamento de venda de carros “Ford”, o posto de serviço e a oficina mecânica de automóveis. Posteriormente foram introduzidas as vendas de louças, artigos para presentes e para o lar, materiais e aparelhos elétricos, de uso doméstico. Em retribuição ao muito que recebeu da cidade, o fundador fez construir no centro o edifício “Diederichsen”, inaugurado em 1936. Em 1939, em reconhecimento ao trabalho de Manoel Penna, ajudando-o na consolidação da empresa, Diederichsen lhe deu sociedade direta, constituindo-se, então, a firma Antônio Diederichsen & Cia. Tendo a transformação trazido novo impulso às atividades comerciais, houve a necessidade de maior espaço e, assim, foi construído o edifício “ABC”, inaugurado em 21 de setembro de 1941. Ainda em agradecimento à cidade, e considerando a necessidade de um hotel, a empresa deliberou construir o “Umuarama”, inaugurado em 20 de janeiro de 1951, o qual, por muitos anos, esteve arrendado para João Constantino Miloná. Texto da Plataforma Verri adaptado para o blog por mim.
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