Vista Aérea, Distrito de Bonfim Paulista, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Distrito de Bonfim Paulista - Ribeirão Preto - SPFotografia
Origem do nome:
Origina-se do sobrenome do fazendeiro Francisco Rodrigues dos Santos Bonfim, considerado o fundador de Bonfim.
O atual distrito de Bonfim Paulista foi conhecido a princípio como "Viaduto", ou "Chave do Viaduto" em virtude da existência de um viaduto para a passagem de trem. Neste local existia uma "chave" para abertura e movimentação dos encaixes dos trilhos. Entre os anos de 1883 a 1885 o povoado era então conhecido por "Viaduto" ou "Chave do Viaduto" (denominação não oficial).
Em 1895 foi criado o distrito policial de Villa Bonfim, pertencente ao município de Ribeirão Preto.
Em 18 de janeiro de 1897, o intendente municipal Joaquim Estanislau da Silva Gusmão assinou a lei n. 22, promulgando a deliberação da Câmara Municipal (de 28 de dezembro de 1896), transformando a Villa Bonfim em distrito municipal. Esta lei também definiu o território do distrito, fixou o lançamento do imposto predial, o estabelecimento do serviço de iluminação pública e a criação do cemitério municipal.
Através da lei n. 840, de 03 de outubro de 1902 foi criado o distrito de paz de Villa Bonfim.
Em 30 de dezembro de 1938, através do ato n. 28, assinado pelo prefeito municipal Fábio de Sá Barreto, foi definido o perímetro urbano de Villa Bonfim e seu território, para fins jurídicos e tributários.
Através do decreto estadual n. 9775, de 30 de novembro de 1938, a Villa Bonfim passou a denominar-se Bonfim.
Em 30 de dezembro de 1944, através do decreto-lei estadual n. 14334, o distrito de Bomfim (grafia da época) passou a denominar-se Gaturamo (ave de plumagem colorida).
No ano de 1953 o distrito de Gaturamo passa a denominar-se Bonfim Paulista.
O fundador Francisco Rodrigues dos Santos Bonfim:
Nasceu na cidade do Porto em Portugal, em 8 de maio de 1849, filho de Manoel Rodrigues dos Santos e de Rita Margarida da Silva.
No Brasil, estabeleceu residência a princípio na cidade de Resende - RJ, onde desenvolveu atividades como pequeno comerciante. Posteriormente transferiu-se para São Simão e por volta de 1886 para Cravinhos (região de Ribeirão Preto), onde tornou-se rico proprietário de terras e comerciante. Foi proprietário das seguintes fazendas: Limoeiro (São Simão), Bonfim (Cravinhos), Sapecado, Jardim, Santa Luzia, Boa Esperança, Santa Silvéria, Brasil e Fazendinha Bonfim.
Considerado o fundador de Bonfim Paulista, doou à paróquia 10.000 metros quadrados para a construção da capela do Senhor Bom Jesus do Bonfim, fundada em 1894, 1 alqueire para construção do cemitério e ½ alqueire para a construção da estação ferroviária (depoimento de sua neta Isabel Felix Bonfim Alagão).
Em 1894, doou para a Companhia Mogiana de Estrada de Ferro um lote de terra para a construção de um viaduto para a passagem de trem.
Em 02 de junho de 1898, faleceu na cidade de Cravinhos, vítima de um atentado. Segundo seu inventário, deixou os seguintes filhos: Simeão, Urbano, Domingos e Valeriana, todavia seus descendentes se reportam a existência de um total de 11 filhos, entre os quais Gregória Bonfim (filha de Jacinta Tereza de Jesus).
Origem do povoamento:
As terras do atual distrito de Bonfim Paulista originaram-se do desmembramento das fazendas: Fazenda Rio Pardo, fundada em 1811 pelo português José Dias Campos (aprox. 10 mil alqueires de extensão); Fazenda Retiro (do Ribeirão Preto Acima), pertencente a Vicente José Dias e sua mulher Maria Silvéria da Anunciação (aproximadamente 4.600 alqueires). Com o falecimento de Vicente José dos Reis em 1839, sua mulher vendeu as terras a José Borges da Costa (filho). Com a divisão da Fazenda Retiro em vários quinhões de terras, coube a Antônio Borges da Costa Sobrinho (falecido em 1864) e sua mulher Luíza Maria de Jesus (ou Oliveira), a posse das terras que abrangem o atual distrito de Bonfim Paulista. Em 1891, Francisco Rodrigues dos Santos Bonfim, um dos condôminos da Fazenda Retiro do Ribeirão Preto Acima requereu a divisão judicial das terras.
Breve histórico:
O povoamento da região denominada Villa Bonfim iniciou-se por volta dos anos 80 do século XIX em função da cultura do café.
A fertilidade de suas terras, a chamada "terra roxa" atraiu os investimentos necessários para a formação das grandes fazendas e o desenvolvimento da cultura do café em grande escala. Em 1883, a chegada da Cia. Mogiana de Estrada de Ferro à região impulsionou de maneira definitiva o crescimento do povoado. A partir da chegada dos trilhos da Mogiana foram criados o distrito policial em 1895, o distrito municipal em 1897, a paróquia do Senhor Bom Jesus do Bonfim em 1898 e o distrito de paz em 1902.
Com o tempo o povoado conquistou foros de centro urbano à serviço da população residente nas fazendas próximas: em 1893 é instalado o serviço de telégrafo, em 1897 são criados o cemitério municipal, o serviço de iluminação pública à querosene e em 1904 a rede de abastecimento de água.
A produção cafeeira das fazendas próximas a vila seguia para o porto de Santos através da estação de Villa Bonfim, da Cia. Mogiana (4 trens diários, numa viagem de 10 horas até São Paulo).
Uma das principais fazendas de café da época era a Fazenda Pau Alto, de propriedade de Dona Iria Alves Ferreira e administrada por Alexandre Silva. Com cerca de 1.300 alqueires de terras, 1 milhão de pés de café e mais de 1.000 empregados, produzia cerca de 100 mil arrobas (dados do ano de 1911).
No ano de 1922, Villa Bomfim (grafia da época) possuía 1 escola mista, subvencionada pelo município; 1 escola particular para meninos e a "Escolas Reunidas", mantida pelo governo do Estado. Neste mesmo ano, Dona Iria e o negociante local João Rodrigues da Silva doaram para a Câmara Municipal de Ribeirão Preto um terreno para a construção da escola estadual, que até então funcionava em prédio alugado.
Além dos trilhos da Cia. Mogiana, outra importante estrada passou a integrar o sistema viário da Vila, a estrada de rodagem São Paulo-Ribeirão Preto inaugurada em 1924.
Na década de 1930, Villa Bomfim caracterizou-se como um importante centro urbano, distante 11 quilômetros de Ribeirão Preto, principalmente no que se refere às atividades de prestação de serviços e comércio para abastecimento da população residente na zona rural. Num requerimento de 1933, vários comerciantes do povoado, entre os quais Manoel A. Gonçalves, Albano dos Santos, Antônio Alves Neves, José de Marchi, Alfredo Pucci, Paschoal Pippa, etc., solicitaram autorização da Câmara Municipal para funcionamento do comércio aos domingos, para melhor servir os trabalhadores rurais.
Em 1935, O prefeito Ricardo Guimarães Sobrinho assinou edital de concorrência para construção do necrotério municipal projetado por Cícero Martins Brandão. No mesmo ano o construtor Alexandre Setti iniciou as obras.
No ano de 1939 foi aprovado projeto para remodelação da praça Barão do Rio Branco; em 1948 foram colocados paralelepípedos nas principais ruas do distrito; em 1954 foi criada a horta municipal e em 1955 o Clube Atlético Bonfinense.
A retificação da estrada de ferro da Mogiana, no trecho Bento Quirino - Ribeirão Preto, que retirou os trilhos da Vila Bonfim, e a construção da estrada de rodagem Anhanguera, longe da Vila, prejudicou as atividades de comércio local. Entre os anos de 1956 e 1958 uma nova avenida, ligando Ribeirão Preto - Bonfim Paulista à partir da avenida Presidente Vargas é projetada e construída, desde este período a antiga estrada, conhecida por estrada velha ou via do Rosário, deixou de ser a via principal de acesso.
Com a crise do café de 1929, a atividade agrícola voltou-se para a produção de algodão, milho, amendoim, tomate e cana-de-açúcar. As grandes propriedades, desmembradas e vendidas deram origem a inúmeros sítios e chácaras, produtoras de frutas (banana, manga, jabuticaba, abacate, etc).
No início dos anos 90 do século XX, o território do distrito de Bonfim Paulista destaca-se pela valorização imobiliária, ocasionando a formação de inúmeros condomínios fechados de alto padrão em seu território.
História religiosa:
Francisco Rodrigues dos Santos Bonfim doou cerca de 10 mil metros quadrados para a construção de uma capela em homenagem ao Senhor Bom Jesus do Bonfim. Em uma de suas viagens a Portugal trouxera uma imagem (crucifixo), após a missa campal realizada em 10 de fevereiro de 1894 a imagem foi colocada na capela. Neste mesmo dia foi realizada uma procissão em homenagem ao padroeiro (fotografias de João Passig registraram este evento).
Em 20 de dezembro de 1898 foi criada a paróquia Senhor Bom Jesus do Bonfim, o primeiro pároco foi o padre Francisco Curti.
No ano de 1903 foram iniciadas as obras de ampliação da capela, concluída em 1906. Em 1925 a capela tornou-se igreja Matriz, neste mesmo ano iniciaram-se as obras de novas ampliações.
No ano de 1932, Dona Anita Junqueira doou a Matriz o altar-mor e a pintura do padroeiro no teto da igreja.
Em 20 de outubro de 1907 o reverendo frei Benvenuti Casabant, de Uberaba, procedeu a ereção da Confraria de Nossa Senhora do Rosário na paróquia de Bonfim.
Com a criação da diocese de Ribeirão Preto em 1908, a paróquia de Bonfim deixou de pertencer a diocese de São Paulo, passando a integrar a diocese de Ribeirão Preto.
Em 1914 o padre Canuto Amarante foi nomeado vigário da paróquia de Bonfim, alí permanecendo até sua morte em 1950.
A grande religiosidade da comunidade de Bonfim Paulista provocou a realização de inúmeras festas religiosas, principalmente em louvor ao padroeiro, São Sebastião, São Benedito e Nossa Senhora.
Em 08 de dezembro de 1967 foi inaugurado o monumento jubilar de Nossa Senhora Aparecida. Em 31 de agosto de 1969, um antigo morador de Bonfim Paulista, Luiz Gonzaga do Carmo, conhecido como "cabo Gonzaga", passou a ser o principal organizador da romaria de Nossa Senhora, que segue pela antiga estrada, a via do Rosário, à partir da igreja Maria Goreti, no bairro Vila Virgínia em Ribeirão Preto, até o distrito de Bonfim Paulista.
Nota do blog: Ribeirão Preto esta à esquerda da imagem.
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