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quinta-feira, 31 de março de 2022
No Jardim, Debaixo das Árvores do Moulin de la Galette, Paris, França (In the Garden, Under the Trees of Moulin de la Galette) - Pierre Auguste Renoir
No Jardim, Debaixo das Árvores do Moulin de la Galette, Paris, França (In the Garden, Under the Trees of Moulin de la Galette) - Pierre Auguste Renoir
Paris - França
Pushkin Museum of Fine Arts, Moscou, Rússia
OST - 81x65 - 1876
Avenida Borges de Medeiros, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
Avenida Borges de Medeiros, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
Porto Alegre - RS
Fotografia
Avenida Borges de Medeiros. Déc. 20 / 30.
No final do século XIX, com o nome de General Paranhos, a Borges era um estreito beco que subia da Andrade Neves até a Rua Duque de Caxias e descia em outra fortíssima ladeira até a rua Coronel Genuíno.Por muitos anos, a General Paranhos conviveu com três apelidos populares: Travessa do Poço, entre a Duque e a Riachuelo, Beco do Freitas, entre a Riachuelo e a Andrade Neves e Beco do Meireles, da Duque para o sul.
Para resolver o problema da topografia, que transformara a via em foco de crime e prostituição, houve muitos planos de urbanização e melhorias, prevendo o seu alargamento. No governo de Otávio Rocha que a Borges de Medeiros foi pensada como obra de viação:
(...) "As rampas de acesso à Rua Duque de Caxias, que atualmente têm 9% e 12%, ficarão reduzidas, respectivamente, a 1% e 5%, para o que se vai fazer o rebaixo de 13 metros no ponto culminante. Ai será construído um viaduto de cimento armado, em arco abatido, por onde se fará a passagem da Rua Duque de Caxias (...) É uma obra de viação de grande relevo, porque vai encurtar o trajeto para todas as linhas de comunicação dos arrebaldes Menino Deus, Glória, Teresópolis e Partenon".
Em 1932 foi inaugurado o Viaduto Otávio Rocha, que permitiu unir o porto à zona sul, mudando consideravelmente o perfil urbano do centro da cidade. O Viaduto foi uma obra conjugada com o aumento do trajeto da avenida, indo primeiro até a Praça Montevidéu e depois com sua extensão até a Praia de Belas, em 1943.
No início dos anos quarenta do século passado, começaram a surgir grandes espigões na Borges de Medeiros, fruto de incentivos fiscais concedidos pelas autoridades que queriam pressa na mudança da arquitetura da cidade. A resposta foi rápida e logo brotaram prédios com 10, 15 ou 20 andares, como o Sulacap, o Sul América, o União e o Vera Cruz, este último considerado, na época, um marco da arquitetura modernista.
Com o aterro na região do Praia de Belas, a Borges é ampliada até a Avenida Padre Cacique tendo como área limítrofe de lazer, o Parque Marinha do Brasil.
Este logradouro já possuiu outro nome e apelidos populares, como Rua General Paranhos, Travessa do Poço, Beco do Freitas e Beco do Meireles. O atual nome é uma homenagem ao gaúcho Borges de Medeiros, presidente do estado entre 1898 e 1908 e no período de 1913 a 1928.
Obras de Construção da Avenida Borges de Medeiros, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
Obras de Construção da Avenida Borges de Medeiros, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
Porto Alegre - RS
Fotografia
A Desconhecida História de Julio Lobo, o Homem Mais Rico de Cuba que Teve Fortuna Tomada por Che Guevara - Artigo
Artigo
Em 11 de outubro de 1960, Julio Lobo, o homem mais rico de Cuba, foi chamado às pressas em plena madrugada.
Lobo era conhecido como o "rei do açúcar", tendo feito fortuna vendendo o produto.
O local do encontro era o Banco Nacional de Cuba. Seu interlocutor, o recém-nomeado "presidente-ministro" da instituição financeira, Ernesto "Che" Guevara.
Lobo e Guevara sentaram-se frente à frente. Ao redor deles, pilhas de papeis. A nuvem formada pelas baforadas de tabaco ajudavam a dar um tom de suspense ao que estava por vir.
"Foi um momento único: o encontro entre a Cuba pré-1959 e pós-1959 (ano da Revolução Cubana) e um deles já sabia que seu destino estava traçado", diz o jornalista John Paul Rathbone à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC. Editor de América Latina no jornal britânico Financial Times, Rathbone acaba de publicar o livro The Sugar King of Havana: The Rise and Fall of Julio Lobo, Cuba's Last Tycoon (O rei do açúcar de Havana: ascensão e queda de Julio Lobo, o último magnata de Cuba, em tradução livre).
Guevara foi breve.
Ele disse a Lobo que não havia espaço para o capitalismo na nova sociedade; mas o convidou para integrar o governo.
A proposta soaria indecorosa para muitos: o empresário abdicaria de todos os seus bens e passaria de patrão a empregado, passando a chefiar a estatal que controlaria o comércio do açúcar de Cuba.
Em contrapartida, poderia manter a mansão onde vivia e Tinguaro, um de seus 14 engenhos de açúcar, seu favorito.
Naquele momento, seu império incluía armazéns, refinarias, agência de radiocomunicações, banco, empresa de transporte, companhia aérea, seguradora e petroleira.
Tudo passaria para as mãos do povo.
Lobo engoliu tudo a seco. Não respondeu imediatamente e pediu alguns dias para pensar.
Na manhã seguinte, quando chegou a seu escritório, chamou sua secretária para ajudá-lo a juntar alguns papeis importantes, que até hoje constituem o arquivo preservado por seus descendentes na Flórida.
"É o fim", disse ele.
Dois dias depois, quando o avião onde estava decolou do aeroporto a leste de Havana, Lobo olhou pela última vez "a ilha que ele mais amava".
O empresário havia chegado a Cuba aos dois anos de idade, vindo de Caracas, onde nasceu em 1898. Sua família, de judeus sefarditas, se instalou ali por um tempo depois de uma longa viagem, que passou por Holanda, Espanha, Portugal e Curação.
"Seu pai faz fortuna em Cuba e Julio, como quase todos os filhos dos ricos, vai estudar nos Estados Unidos. Em seguida, volta ao país e começa a construir seu império de açúcar", diz Rathbone.
O historiador britânico Hugh Thomas, morto no ano passado, calculou que Lobo chegou a possuir 405 mil hectares de terra em Cuba, uma ilha onde área plantada não ultrapassa 700 mil hoje em dia.
Quase 4 dos 6 milhões de toneladas de açúcar produzidos pela ilha todos os anos vinham de suas usinas.
"O açúcar de Cuba naquela época equivalia ao petróleo da Arábia Saudita atualmente. Isso porque Havana controlava os preços do açúcar no mercado mundial, e por trás de tudo isso estava Julio Lobo", acrescenta Rathbone.
Com as receitas do produto, o "império" de Lobo se estendeu ao setor bancário, naval e aeronáutico.
Curiosamente, de acordo com seu biógrafo, um de seus objetivos era tentar tirar o capital americano da ilha.
"Lobo fez sua fortuna em Cuba e investiu em Cuba. Ele comprou muitos moinhos que pertenciam a americanos, pois acreditava que os cubanos deveriam ter o controle de seu país", conta Rathbone.
"Há passagens de sua vida que mostram que havia um orgulho nacional entre vários integrantes da burguesia cubana. Ou seja, um grande patriotismo. Isso contradiz muitos dos clichês que se proliferaram sobre o que era a burguesia cubana antes da revolução", acrescenta.
Cinco anos depois de fugir de Cuba e se estabelecer em Nova York, atuar na bolsa de valores, fazer uma nova fortuna e perdê-la praticamente por completo, Lobo entendeu que era hora de um novo exílio.
"Especular nos mercados financeiros era algo que ele sabia fazer muito bem. Quando deixou Cuba, se tornou por um tempo rei de Wall Street", diz Rathbone, em referência ao distrito financeiro de Nova York. "Mas ele perde tudo e decide se mudar para a Espanha", acrescenta.
Anos antes, Lobo havia remetido uma grande doação ao ditador espanhol Francisco Franco, quem admirava, para ajudá-lo a expulsar os republicanos.
Algum tempo depois, também colaborou financeiramente com os rebeldes liderados por Fidel Castro.
Em meados do século 20, Lobo detinha a maior fortuna de Cuba (alguns estimam que hoje seu patrimônio valeria cerca de US$ 4 bilhões - ou R$ 15 bilhões). E sua vida era motivo de curiosidade popular.
Apesar de ser um homem austero e cuidadoso com sua vida privada, suas viagens ao exterior, suas novas aquisições ou seus casos amorosos com estrelas de Hollywood (de Esther Williams a Joan Fontaine) sempre permaneceram na boca do povo.
Ao longo dos anos, montou uma das maiores bibliotecas de Cuba. Também formou a mais completa coleção de arte napoleônica fora da França, que inclui um molar, uma mecha de cabelo e até um penico de Napoleão.
De acordo com vários historiadores, sua galeria incluiu quadros de Rafael, Michelangelo, Da Vinci e dezenas de pinturas a óleo e gravuras de Goya.
Em 1946, foi atingido por três tiros disparados por gângsteres em circunstâncias nunca esclarecidas: um o deixou coxo, os outros dois levantaram parte de seus ossos do crânio.
Ainda faltavam 17 anos para que ele perdesse toda a sua fortuna e 40 anos para que seu corpo fosse enterrado em uma cripta discreta na catedral de La Almudena, em Madri.
Mas, segundo aqueles que o conheciam, Lobo costumava dizer que não foi naquela noite que recebeu os verdadeiros disparos, mas vários anos depois: na madrugada do dia 11 de outubro de 1960.
Na manhã seguinte à sua partida, em 14 de outubro de 1960, o império de Julio Lobo começou a se desmembrar, peça por peça, como um nebuloso castelo de cartas.
O governo cubano, que lhe havia dado, no dia anterior, o salvo-conduto sem o qual ele não viajaria a Nova Iorque, tomou controle de seus bens em nome da "Revolução".
Seus artigos sobre o açúcar - a coleção mais completa de Cuba, junto com o resto de suas centenas de livros, foram enviados à Biblioteca Nacional.
Já as relíquias e os objetos que tinha do general francês também foram confiscados, e muitos deles ainda estão em exibição no Museu Napoleônico de Havana, uma antiga mansão que permaneceu fechada durante anos por causa de vazamentos e deslizamentos de terra e que muitos cubanos desconhecem e quase nenhum visita.
Pinturas e esculturas de sua coleção particular compõem atualmente a maior parte da coleção do Museo Nacional de Bellas Artes, em Havana. As mais valiosas, no entanto, como as obras de Michelangelo, Da Vinci, Rafael e de outros pintores famosos, ninguém sabe onde foram parar.
Suas casas e propriedades são atualmente quartéis ou ministérios. Já a maioria das usinas que foram confiscadas acabaram demolidas quando o preço do açúcar no mercado mundial sofreu forte queda - as que sobraram, estão em ruínas.
Cuba, que liderou o comércio mundial de açúcar durante décadas, agora luta para produzir 1 milhão de toneladas por ano e, por mais de uma década, precisou importar o produto do Brasil, da Colômbia e até mesmo da França.
Em Havana, e em quase qualquer outra província, só os mais velhos lembram-se a essa altura de Julio Lobo. Sua memória desapareceu no tempo, como sua fortuna, suas pinturas e o passado antigo da "ilha do açúcar".
A proposta soaria indecorosa para muitos: o empresário abdicaria de todos os seus bens e passaria de patrão a empregado, passando a chefiar a estatal que controlaria o comércio do açúcar de Cuba.
Em contrapartida, poderia manter a mansão onde vivia e Tinguaro, um de seus 14 engenhos de açúcar, seu favorito.
Naquele momento, seu império incluía armazéns, refinarias, agência de radiocomunicações, banco, empresa de transporte, companhia aérea, seguradora e petroleira.
Tudo passaria para as mãos do povo.
Lobo engoliu tudo a seco. Não respondeu imediatamente e pediu alguns dias para pensar.
Na manhã seguinte, quando chegou a seu escritório, chamou sua secretária para ajudá-lo a juntar alguns papeis importantes, que até hoje constituem o arquivo preservado por seus descendentes na Flórida.
"É o fim", disse ele.
Dois dias depois, quando o avião onde estava decolou do aeroporto a leste de Havana, Lobo olhou pela última vez "a ilha que ele mais amava".
O empresário havia chegado a Cuba aos dois anos de idade, vindo de Caracas, onde nasceu em 1898. Sua família, de judeus sefarditas, se instalou ali por um tempo depois de uma longa viagem, que passou por Holanda, Espanha, Portugal e Curação.
"Seu pai faz fortuna em Cuba e Julio, como quase todos os filhos dos ricos, vai estudar nos Estados Unidos. Em seguida, volta ao país e começa a construir seu império de açúcar", diz Rathbone.
O historiador britânico Hugh Thomas, morto no ano passado, calculou que Lobo chegou a possuir 405 mil hectares de terra em Cuba, uma ilha onde área plantada não ultrapassa 700 mil hoje em dia.
Quase 4 dos 6 milhões de toneladas de açúcar produzidos pela ilha todos os anos vinham de suas usinas.
"O açúcar de Cuba naquela época equivalia ao petróleo da Arábia Saudita atualmente. Isso porque Havana controlava os preços do açúcar no mercado mundial, e por trás de tudo isso estava Julio Lobo", acrescenta Rathbone.
Com as receitas do produto, o "império" de Lobo se estendeu ao setor bancário, naval e aeronáutico.
Curiosamente, de acordo com seu biógrafo, um de seus objetivos era tentar tirar o capital americano da ilha.
"Lobo fez sua fortuna em Cuba e investiu em Cuba. Ele comprou muitos moinhos que pertenciam a americanos, pois acreditava que os cubanos deveriam ter o controle de seu país", conta Rathbone.
"Há passagens de sua vida que mostram que havia um orgulho nacional entre vários integrantes da burguesia cubana. Ou seja, um grande patriotismo. Isso contradiz muitos dos clichês que se proliferaram sobre o que era a burguesia cubana antes da revolução", acrescenta.
Cinco anos depois de fugir de Cuba e se estabelecer em Nova York, atuar na bolsa de valores, fazer uma nova fortuna e perdê-la praticamente por completo, Lobo entendeu que era hora de um novo exílio.
"Especular nos mercados financeiros era algo que ele sabia fazer muito bem. Quando deixou Cuba, se tornou por um tempo rei de Wall Street", diz Rathbone, em referência ao distrito financeiro de Nova York. "Mas ele perde tudo e decide se mudar para a Espanha", acrescenta.
Anos antes, Lobo havia remetido uma grande doação ao ditador espanhol Francisco Franco, quem admirava, para ajudá-lo a expulsar os republicanos.
Algum tempo depois, também colaborou financeiramente com os rebeldes liderados por Fidel Castro.
Em meados do século 20, Lobo detinha a maior fortuna de Cuba (alguns estimam que hoje seu patrimônio valeria cerca de US$ 4 bilhões - ou R$ 15 bilhões). E sua vida era motivo de curiosidade popular.
Apesar de ser um homem austero e cuidadoso com sua vida privada, suas viagens ao exterior, suas novas aquisições ou seus casos amorosos com estrelas de Hollywood (de Esther Williams a Joan Fontaine) sempre permaneceram na boca do povo.
Ao longo dos anos, montou uma das maiores bibliotecas de Cuba. Também formou a mais completa coleção de arte napoleônica fora da França, que inclui um molar, uma mecha de cabelo e até um penico de Napoleão.
De acordo com vários historiadores, sua galeria incluiu quadros de Rafael, Michelangelo, Da Vinci e dezenas de pinturas a óleo e gravuras de Goya.
Em 1946, foi atingido por três tiros disparados por gângsteres em circunstâncias nunca esclarecidas: um o deixou coxo, os outros dois levantaram parte de seus ossos do crânio.
Ainda faltavam 17 anos para que ele perdesse toda a sua fortuna e 40 anos para que seu corpo fosse enterrado em uma cripta discreta na catedral de La Almudena, em Madri.
Mas, segundo aqueles que o conheciam, Lobo costumava dizer que não foi naquela noite que recebeu os verdadeiros disparos, mas vários anos depois: na madrugada do dia 11 de outubro de 1960.
Na manhã seguinte à sua partida, em 14 de outubro de 1960, o império de Julio Lobo começou a se desmembrar, peça por peça, como um nebuloso castelo de cartas.
O governo cubano, que lhe havia dado, no dia anterior, o salvo-conduto sem o qual ele não viajaria a Nova Iorque, tomou controle de seus bens em nome da "Revolução".
Seus artigos sobre o açúcar - a coleção mais completa de Cuba, junto com o resto de suas centenas de livros, foram enviados à Biblioteca Nacional.
Já as relíquias e os objetos que tinha do general francês também foram confiscados, e muitos deles ainda estão em exibição no Museu Napoleônico de Havana, uma antiga mansão que permaneceu fechada durante anos por causa de vazamentos e deslizamentos de terra e que muitos cubanos desconhecem e quase nenhum visita.
Pinturas e esculturas de sua coleção particular compõem atualmente a maior parte da coleção do Museo Nacional de Bellas Artes, em Havana. As mais valiosas, no entanto, como as obras de Michelangelo, Da Vinci, Rafael e de outros pintores famosos, ninguém sabe onde foram parar.
Suas casas e propriedades são atualmente quartéis ou ministérios. Já a maioria das usinas que foram confiscadas acabaram demolidas quando o preço do açúcar no mercado mundial sofreu forte queda - as que sobraram, estão em ruínas.
Cuba, que liderou o comércio mundial de açúcar durante décadas, agora luta para produzir 1 milhão de toneladas por ano e, por mais de uma década, precisou importar o produto do Brasil, da Colômbia e até mesmo da França.
Em Havana, e em quase qualquer outra província, só os mais velhos lembram-se a essa altura de Julio Lobo. Sua memória desapareceu no tempo, como sua fortuna, suas pinturas e o passado antigo da "ilha do açúcar".
Fatos e Mitos Sobre Primeira República (1889-1930), Brasil - Artigo
Fatos e Mitos Sobre Primeira República (1889-1930), Brasil - Artigo
Artigo
Você certamente já ouviu muito falar sobre a Primeira República. “Coronelismo”, “Voto de Cabresto”, “República do Café com leite”, são termos que por muito tempo foram usuais nas aulas de história para se referir a este período, também conhecido como “República Oligárquica” – afinal, era uma oligarquia, uma elite restrita, que estava no poder – ou “República Velha”.
Logo de cara vale destacar que o termo “República Velha” cada vez mais cai em desuso. Afinal, chamar um período histórico de velho ou ultrapassado não faz sentido. “República Velha” é um termo criado no governo Vargas para desvalorizar o passado e se colocar como o “novo”. Não por acaso a ditadura varguista recebeu o apelido de “Estado Novo”.
Mas é fato que a República brasileira, inaugurada em 15 de novembro de 1889, iniciou com uma série de crises em seus primeiros anos. Já nosso primeiro presidente, Deodoro da Fonseca, conviveu num ambiente de disputas políticas pelo poder, com militares, elites estaduais e republicanos históricos debatendo como seria o Brasil sem o imperador. Para piorar, uma grave crise econômica piorou as condições para Deodoro, que tentou fechar o Congresso e, diante de uma situação política incontornável, acabou tendo que aceitar a renúncia em 23 de novembro de 1891.
Em seu lugar, outro militar: Floriano Peixoto, apelidado de “Marechal de Ferro”. Com um governo forte e repressor, enfrentou a Revolta da Armada e a Revolução Federalista. Floriano, com um presidencialismo centralizador, derrotou ambas e ficou conhecido como o “consolidador da República”. Em 1894, após cinco anos e dois governos militares, acabava o período conhecido como “República da Espada” e o poder era, finalmente, passado para as mãos dos civis.
O “boom” cultural no país:
A Primeira República marca o crescimento do teatro de revista, em especial nos grandes centros urbanos, como Rio de Janeiro – que era, à época, a capital do Brasil – e São Paulo. Artur Azevedo, Raul Pederneiras, entre outros, criavam espetáculo que reuniam multidões. Empresários como Paschoal Segretto eram investidores que contribuíam para a realização dos espetáculos.
Também foi nas primeiras décadas da República que o carnaval paulatinamente foi crescendo em todo o país. Em Pernambuco, surge o frevo no final do século XIX; no Rio, aparecia o samba no início do século XX, se espalhando na Praça XI, tomando os morros, mas ainda sofrendo muito preconceito e perseguição por ser relacionada aos negros e à cultura dos excluídos. Práticas populares que eram rejeitadas por uma elite brasileira que queria ser cópia fiel da europeia. Acrescenta-se ainda o fato que mesmo as sociedades carnavalescas, que ainda tinham certo ar aristocrata, precisavam da permissão do chefe de política para realizarem suas festividades.
O “boom” cultural na Primeira República tem relação também com as transformações urbanas, que foram muitas. Em Minas Gerais, uma nova capital foi construída, uma cidade planejada: era Belo Horizonte, inaugurada em 12 de dezembro de 1897, 201 anos depois da criação de Mariana, primeira vila mineira (1696, alçada à condição de cidade, e com o nome atual, em 1745).
A elite festejava a República com a visão de que eram necessárias reformas urbanas. No Rio, já no início da década de 1890, o prefeito Barata Ribeiro destruiu centenas de cortiços no centro da cidade. Logo depois, no intuito de copiar o que aconteceu em Paris, nos primeiros anos do século XX o prefeito Pereira Passos, aliado ao presidente Rodrigues Alves, iniciou o chamado “bota-abaixo”, destruindo centenas de habitações, expulsando os pobres das áreas centrais da cidade e pavimentando a nova Avenida Central – atual Avenida Rio Branco –, via ampla e arejada, nos moldes europeus.
O momento de autoritarismo e violência contra a população levou à Revolta da Vacina – iniciada no Largo de São Francisco de Paula. A rebelião foi resultado não apenas da obrigatoriedade da vacina contra a varíola, mas de um momento conturbado de imposição, pelas autoridades, de uma nova ordem urbana onde os mais necessitados estavam excluídos.
As reformas criaram na capital da República uma região ampla ao final da Avenida Central, que abriga até hoje, por exemplo, a Biblioteca Nacional e o Teatro Municipal. Se hoje os cinemas de rua estão praticamente com os dias contados, na época havia tantos que foi em razão deles que a área recebeu o nome de Cinelândia.
Essa visão sanitarista sobre o espaço físico das cidades também se estendeu para o corpo social. Nesse sentido, o período da Primeira República marca o crescimento da eugenia: tentava-se melhorar geneticamente a população brasileira através do branqueamento, uma perspectiva racista que enxergava as populações negras e indígenas como responsáveis pelo atraso civilizatório brasileiro. Esse discurso alcançou os círculos da intelectualidade, como os institutos históricos e geográficos (IHG) que eram criados em vários estados.
Mas logo surgiram vozes que contestavam essa ideia. Manoel Bonfim, por exemplo, defendia que o colonialismo e o imperialismo eram os verdadeiros culpados pelo “atraso” do Brasil e da América Latina. O escritor Lima Barreto foi outro a defender que os problemas brasileiros não tinham nenhuma relação com a população negra ou indígena e denunciou a eugenia como uma visão racista de nossas elites políticas e econômicas.
Porém, esse mito de que “raça pura branca” ajudaria no desenvolvimento do país ainda perdurou muito tempo, tendo presença significativa até mesmo no meio científico até meados da década de 1930 e, até hoje, possui influência sobre grupos racistas que não devem ser tolerados em uma sociedade democrática e igualitária.
Revoltas urbanas e rurais:
A Primeira República foi um momento tão importante e transformador da realidade brasileira que nela podemos ver fatos históricos dos mais relevantes para nossa história.
Além da já citada Revolta da Vacina, outro evento que sacudiu a capital da República nesse período foi a Revolta da Chibata. Em 1910, apenas vinte e dois anos depois da abolição da escravidão, via-se ainda a continuidade do racismo e da violência contra os negros. E, num grito contra essa repressão, surgiu a incrível ação de João Cândido e seus mais de mil companheiros, que ameaçaram bombardear o Rio de Janeiro caso o simbólico castigo da chibata não fosse abolido de vez da Marinha brasileira.
E não apenas nas cidades o povo brasileiro se rebelou. No campo, temos o episódio de Canudos, marcante para nossa sociedade. Menos falado, mas igualmente importante, a Guerra do Contestado mostra toda a complexidade de um conflito que envolve moradores de vilas e cidades que se insurgiram contra a construção de uma ferrovia que passaria por cima de suas moradias. Um confronto que durou longos quatro anos, envolvendo messianismo, problemas sociais, disputas políticas.
Aliás, a ferrovia que alimentou o conflito do Contestado não foi a única prevista no período. De 1889 a 1930 o trem ganhou força com a construção de diversas linhas férreas que conectavam o território nacional e facilitavam o escoamento do café, principal produto de exportação do Brasil, do interior até os portos do litoral. De 1907 a 1912, temos o exemplo da construção da Madeira-Mamoré, conhecida como “ferrovia do diabo”, onde centenas de trabalhadores foram morreram vítimas de doenças, entre outros problemas durante as obras em Rondônia.
Logo, é possível afirmar que, embora com menos investimento do que na capital da República – cuja transformação visava tê-la como vitrine do Brasil – outros estados passaram por mudanças importantes. Além das ferrovias, era comum a construção de pontes, de praças e mudanças urbanísticas em geral. Veja, nas imagens, os exemplos de Santa Catarina, Rio Grande do Norte e Pernambuco.
Não só de café vivia o Brasil:
Atividade econômica importante, em especial na região norte, a fronteira extrativista se ampliou cada vez mais com o advento da república. O Ciclo da Borracha viveu um dos seus auges. Cada vez mais os territórios indígenas eram invadidos por causa do chamado “progresso”. Era o início de uma agressão que perpassa todo o período republicano, chegando até os dias atuais.
Além da borracha no norte, merece destaque a agricultura, que se desenvolveu pelas diversas regiões do país. Plantações de algodão, trigo e outros gêneros alimentícios. No Rio Grande do Sul, em Minas Gerais e no interior de São Paulo, a criação de gado foi outra atividade econômica em crescimento – com o passar dos anos, se estenderia também a outras áreas da região sul e se ampliaria no centro-oeste.
No Acre, populações ribeirinhas viviam da pesca, extrativismo e agricultura de subsistência. Aliás, os rios eram grande fonte de sustento para moradores do interior do Brasil, como o Parnaíba, divisor geográfico dos estados do Maranhão e do Piauí.
Além disso, cabe ainda lembrar outro ponto que torna fundamental o estudo desse período de nossa história: foi na Primeira República que cresceu e se consolidou o movimento operário brasileiro. Inicialmente sob a égide do anarquismo, que começou com o mutualismo e depois contribuiu com a criação de inúmeros sindicatos com outros fins, a ponto da repressão do Estado aumentar cada vez mais a prática de expulsar trabalhadores estrangeiros [link texto], em especial italianos, vistos como responsáveis por trazer tal ideologia para o Brasil. O italiano Oreste Ristori, por exemplo, com o jornal “La Battaglia” (1904) em São Paulo e o português Tércio Miranda, com o periódico “A Lucta Social” (1914) no Amazonas, tiveram contribuição importante na organização da luta operária.
A Revolução Russa de 1917 incentivou o crescimento do comunismo, que pouco a pouco foi substituindo o anarquismo como ideologia principal dos trabalhadores brasileiros, tendo como momento-chave a fundação do Partido Comunista do Brasil (PCB), em 1922. Logo, o anticomunismo cresceu na mesma medida, a ponto de serem criadas fake news sobre as condições de vida na Rússia socialista, que diz que naquele país as mulheres eram socializadas pelos homens.
O final da década de 1910 e início dos anos 1920 foi um momento de grande transformação ideológica no mundo, acabando por se refletir também no Brasil. Logo após a Primeira Guerra Mundial (1914-1919), a Europa vivia uma crise econômica, política e social crescente. Como resultado, emergiu fortemente o pensamento autoritário ao mesmo tempo em que aumentava a descrença na democracia liberal.
Em terras brasileiras, essa tendência se juntou à insatisfação crescente em relação à forma como era conduzida a política nacional. Surgiu o Movimento Tenentista no mesmo ano de fundação do PCB, 1922. No meio intelectual, nomes como Francisco Campos e Oliveira Viana defendiam mudanças na Constituição e um Estado mais forte e centralizado, criticando aspectos do federalismo que, segundo eles, dividia os estados em disputas políticas que não contribuíam com o desenvolvimento nacional e para o progresso do país.
Eleições na Primeira República / Fatos e mitos:
Vimos nas linhas anteriores as muitas transformações e fatos históricos importantes ocorridos na Primeira República brasileira. De 1889 a 1930 cresceu o teatro, o cinema, o samba, o frevo e outras manifestações culturais. Da mesma forma, transformações urbanas, mobilização dos trabalhadores e revoltas rurais e urbanas marcaram e tornaram esse período tão importante para a história do Brasil.
Cabe agora abordar um ponto que talvez seja um dos mais conhecidos e falados: as eleições. “Coronelismo”, “voto de cabresto”... Enfim, a manipulação eleitoral é sempre colocada como um vício próprio deste período. Porém, mostraremos que, embora tenham de fato ocorrido fraudes em determinados momentos, a análise do sufrágio eleitoral até 1930 nos mostra outras características importantes, mas pouco relatadas pela historiografia.
A Política dos Governadores, criada pelo presidente Campos Sales, deu a direção do período republicano, mas não era infalível ou indefectível. De fato, o coronelismo foi a base para que os candidatos do governo obtivessem repetidas vitórias eleitorais, mas por diversas vezes ocorreram eleições competitivas. Para citar somente as presidenciais, podemos lembrar os pleitos de 1910 – Hermes da Fonseca vencendo Rui Barbosa –, 1922 – Artur Bernardes vencendo Nilo Peçanha – e de 1930 – Júlio Prestes vencendo Getúlio Vargas –, disputas motivadas por problemas políticos entre as elites, quando não houve consenso sobre o candidato que teria amplo apoio das oligarquias.
Estudos mais recentes mostram que, de fato, houve competitividade em diversos pleitos eleitorais e que havia outras estratégias para além da simples manipulação da contagem dos votos ou ameaça aos eleitores.
Jaqueline Zulini e Paolo Ricci destacam que as estratégias para direcionar uma eleição passavam também por prestar favores a eleitores, oferecer almoços, perdoar dívidas, ou seja, práticas para além da simples utilização do medo e da repressão – embora estas também existissem, é claro. Para esses pesquisadores, a disputa entre governistas e opositores começava já na busca pelo monopólio da máquina-eleitoral, desde o alistamento dos eleitores, até a decisão de quem iria compor as mesas e contar os votos nas Juntas Apuradoras.
Portanto, a “Primeira República” é muito mais complexa do que se pode imaginar e, cada vez mais, novos estudos mostram os múltiplos fatores políticos, culturais, econômicos e sociais deste período. Cada vez mais essa espécie de preconceito que a cerca vem se dissolvendo. Assim, a escrita e o ensino de História têm lançado novos olhares sobre essas primeiras décadas republicanas, de 1889 até 1930. Não como um momento a ser esquecido e relegado ao passado – visão perpetuada pelo governo Vargas –, mas como parte fundamental da vida de nosso país, que deve ser analisada em todos os seus detalhes para uma melhor compreensão da sociedade brasileira e do Brasil como um todo.
Cinema Colonial / Atual Sala Cecília Meireles, Março de 1941, Rio de Janeiro, Brasil
Cinema Colonial / Atual Sala Cecília Meireles, Março de 1941, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia
Viaduto, Avenida Borges de Medeiros / Viaduto Otávio Rocha, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
Viaduto, Avenida Borges de Medeiros / Viaduto Otávio Rocha, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
Porto Alegre - RS
Casa do Amador
Fotografia - Cartão Postal
O Viaduto Otávio Rocha é uma destacada obra de engenharia civil de Porto Alegre, capital do estado brasileiro do Rio Grande do Sul. Está localizado no centro da cidade, servindo como leito da Rua Duque de Caxias quando cruza por cima da Avenida Borges de Medeiros.
As origens do viaduto remontam a 1914, quando o primeiro plano diretor da cidade previu a abertura de uma rua para ligar as zonas leste, sul e central de Porto Alegre, até então isoladas pelo chamado "morrinho". Contudo, sua construção só foi decidida em 1926, quando o intendente Otávio Rocha, em conjunto com o presidente do Estado, Borges de Medeiros, determinou a abertura efetiva da atual Avenida Borges de Medeiros. Tal decisão exigiu um rebaixamento considerável no terreno, interrompendo o curso da Rua Duque de Caxias e obrigando a criação de uma via elevada para reconstituir sua passagem.Em 1927 foi aprovado um projeto dos engenheiros Manoel Barbosa Assumpção Itaqui e Duilio Bernardi, e no ano seguinte começaram as desapropriações necessárias. Para realização da empreitada foi aberta uma concorrência, vencida pela Companhia Construtora Dyckerhoff & Widmann. Foi entregue à população em 1932.
O viaduto é uma estrutura de concreto armado com três vãos. No centro, ao nível da avenida, existem dois pórticos transversais com dois grandes nichos, onde há grupos escultóricos criados por Alfred Adloff. Em ambos os lados da Avenida Borges foram levantadas amplas escadarias de acesso até o nível do viaduto, sustentadas por grandes arcadas, debaixo das quais existe uma série de pequenos estabelecimentos comerciais e instalações sanitárias. Os parapeitos das rampas e do viaduto possuem uma balaustrada decorativa.
Cada passeio é revestido por mosaicos de cimento, e o revestimento é de reboco de pó de granito, imitando pedra aparelhada. Desde sua construção o Viaduto Otávio Rocha é um importante ponto de referência de Porto Alegre. Suas características arquitetônicas, bem como sua relevância sócio-cultural, levaram o município a inscrevê-lo no Livro Tombo sob o número 26, em 31 de outubro de 1988.
Entre 2000 e 2001 foi completamente recuperado, e com a reforma todas as 36 lojas foram revitalizadas, ganhando novos pisos, esquadrias e instalações elétrica, hidráulica e telefônica. No entanto, o viaduto ainda sofre com ações de vandalismo e depredação, além do fato da avenida ser uma das vias porto-alegrenses com o maior número de roubos a pedestres.
O Viaduto Otávio Rocha é uma destacada obra de engenharia civil de Porto Alegre, capital do estado brasileiro do Rio Grande do Sul. Está localizado no centro da cidade, servindo como leito da Rua Duque de Caxias quando cruza por cima da Avenida Borges de Medeiros.
As origens do viaduto remontam a 1914, quando o primeiro plano diretor da cidade previu a abertura de uma rua para ligar as zonas leste, sul e central de Porto Alegre, até então isoladas pelo chamado "morrinho". Contudo, sua construção só foi decidida em 1926, quando o intendente Otávio Rocha, em conjunto com o presidente do Estado, Borges de Medeiros, determinou a abertura efetiva da atual Avenida Borges de Medeiros. Tal decisão exigiu um rebaixamento considerável no terreno, interrompendo o curso da Rua Duque de Caxias e obrigando a criação de uma via elevada para reconstituir sua passagem.Em 1927 foi aprovado um projeto dos engenheiros Manoel Barbosa Assumpção Itaqui e Duilio Bernardi, e no ano seguinte começaram as desapropriações necessárias. Para realização da empreitada foi aberta uma concorrência, vencida pela Companhia Construtora Dyckerhoff & Widmann. Foi entregue à população em 1932.
O viaduto é uma estrutura de concreto armado com três vãos. No centro, ao nível da avenida, existem dois pórticos transversais com dois grandes nichos, onde há grupos escultóricos criados por Alfred Adloff. Em ambos os lados da Avenida Borges foram levantadas amplas escadarias de acesso até o nível do viaduto, sustentadas por grandes arcadas, debaixo das quais existe uma série de pequenos estabelecimentos comerciais e instalações sanitárias. Os parapeitos das rampas e do viaduto possuem uma balaustrada decorativa.
Cada passeio é revestido por mosaicos de cimento, e o revestimento é de reboco de pó de granito, imitando pedra aparelhada. Desde sua construção o Viaduto Otávio Rocha é um importante ponto de referência de Porto Alegre. Suas características arquitetônicas, bem como sua relevância sócio-cultural, levaram o município a inscrevê-lo no Livro Tombo sob o número 26, em 31 de outubro de 1988.
Entre 2000 e 2001 foi completamente recuperado, e com a reforma todas as 36 lojas foram revitalizadas, ganhando novos pisos, esquadrias e instalações elétrica, hidráulica e telefônica. No entanto, o viaduto ainda sofre com ações de vandalismo e depredação, além do fato da avenida ser uma das vias porto-alegrenses com o maior número de roubos a pedestres.
quarta-feira, 30 de março de 2022
Finalização da Construção do Viaduto Conselheiro Carrão, Tatuapé, Julho de 1970, São Paulo, Brasil
Finalização da Construção do Viaduto Conselheiro Carrão, Tatuapé, Julho de 1970, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia
Passagem Subterrânea da Avenida São João, São Paulo, Brasil
Passagem Subterrânea da Avenida São João, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Foto Postal Colombo N. 63
Fotografia - Cartão Postal
Nota do blog: Não existe mais.
Usina Renuka Vale do Ivaí, São Pedro do Ivaí, Paraná, Brasil
Usina Renuka Vale do Ivaí, São Pedro do Ivaí, Paraná, Brasil
São Pedro do Ivaí - PR
Grupo Renuka
Fotografia
Usina Alcoolvale, Aparecida do Taboado, Mato Grosso do Sul, Brasil
Usina Alcoolvale, Aparecida do Taboado, Mato Grosso do Sul, Brasil
Aparecida do Taboado - MS
Grupo Unialco
Fotografia
Propaganda "Tudo o que Cabe no seu Coração, Cabe na Variant", 1976, Volkswagen Variant, Volkswagen, Brasil
Propaganda "Tudo o que Cabe no seu Coração, Cabe na Variant", 1976, Volkswagen Variant, Volkswagen, Brasil
Propaganda
Propaganda "O Pick-Up Mais Vendido no Brasil é o Chevrolet, o Mais Econômico é o Novo Chevy 4", 1976, Chevrolet Chevy 4, Chevrolet, Brasil
Propaganda "O Pick-Up Mais Vendido no Brasil é o Chevrolet, o Mais Econômico é o Novo Chevy 4", 1976, Chevrolet Chevy 4, Chevrolet, Brasil
Propaganda
Nota do blog: O principal diferencial em relação a C-10 era o motor de 4 cilindros (6 cilindros na C-10). Era mais procurada por frotistas e viaturas (não fez muito sucesso com consumidores finais em razão do motor, considerado fraco).
Propaganda "Use as Velas Bosch no seu Carro, Ninguém é Tão Rico que Não Precise Delas", Velas Bosch, Bosch, Brasil
Propaganda "Use as Velas Bosch no seu Carro, Ninguém é Tão Rico que Não Precise Delas", Velas Bosch, Bosch, Brasil
Propaganda
Foliões Aguardam Para Desfilar em Escola de Samba, 1970, Vale do Anhangabaú, São Paulo, Brasil
Foliões Aguardam Para Desfilar em Escola de Samba, 1970, Vale do Anhangabaú, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia
Avenida Rio Branco, Rio de Janeiro, Brasil
Avenida Rio Branco, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia - Cartão Postal
Nota do blog: Cartão postal de propaganda do "Elixir de Nogueira" do farmacêutico químico João da Silva Silveira, "grande depurativo do sangue".
Propaganda "O Concorde Chegou...E a Air France nos Confiou seu Abastecimento", Petrobrás, Brasil
Propaganda "O Concorde Chegou...E a Air France nos Confiou seu Abastecimento", Petrobrás, Brasil
Propaganda
Supremo Tribunal Federal, Praça dos Três Poderes, Junho de 1960, Brasília, Distrito Federal, Brasil
Supremo Tribunal Federal, Praça dos Três Poderes, Junho de 1960, Brasília, Distrito Federal, Brasil
Brasília - DF
Fotografia
Propaganda "Opala, Fizemos o Carro, Você o Fez Líder", 1976, Chevrolet Opala, Chevrolet, Brasil
Propaganda "Opala, Fizemos o Carro, Você o Fez Líder", 1976, Chevrolet Opala, Chevrolet, Brasil
Propaganda
Primeiras Carrocerias do Fiat 147, Linha de Montagem da Fábrica da Fiat, 1976, Betim, Minas Gerais, Brasil
Primeiras Carrocerias do Fiat 147, Linha de Montagem da Fábrica da Fiat, 1976, Betim, Minas Gerais, Brasil
Betim - MG
Fotografia
Propaganda "Nós Não Adaptamos um Motor 4 Cilindros, Nós Fizemos um Novo Pick-Up F-100", 1976, Ford F-100, Ford, Brasil
Propaganda "Nós Não Adaptamos um Motor 4 Cilindros, Nós Fizemos um Novo Pick-Up F-100", 1976, Ford F-100, Ford, Brasil
Propaganda
Propaganda "Breve nos Revendedores Ford o Corcel 1 Milhão", 1976, Ford Corcel, Ford, Brasil
Propaganda "Breve nos Revendedores Ford o Corcel 1 Milhão", 1976, Ford Corcel, Ford, Brasil
Propaganda
Propaganda "Seu Carro Tem que Ser a Extensão de Você Mesmo", Volkswagen Fusca, Volkswagen, Brasil
Propaganda "Seu Carro Tem que Ser a Extensão de Você Mesmo", Volkswagen Fusca, Volkswagen, Brasil
Propaganda
Propaganda "Só o Carro Mais Avançado do Brasil Pode Oferecer Esta Nova Opção: Passat 3 Portas", 1976, Volkswagen Passat, Volkswagen, Brasil
Propaganda "Só o Carro Mais Avançado do Brasil Pode Oferecer Esta Nova Opção: Passat 3 Portas", 1976, Volkswagen Passat, Volkswagen, Brasil
Propaganda
Avenida do Mangue, 1941, Rio de Janeiro, Brasil
Avenida do Mangue, 1941, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia
Nota do blog: A Avenida do Mangue foi incorporada à Avenida Presidente Vargas.
Vista Panorâmica do Rio Douro, Circa 1956, Porto / Vila Nova de Gaia, Portugal
Vista Panorâmica do Rio Douro, Circa 1956, Porto / Vila Nova de Gaia, Portugal
Porto / Vila Nova de Gaia - Portugal
Fotografia
Propaganda "Chegaram os Carros que Dão Mais Valor ao seu Dinheiro: Maverick Ouro e Maverick Prata", Ford Maverick, Ford, Brasil
Propaganda "Chegaram os Carros que Dão Mais Valor ao seu Dinheiro: Maverick Ouro e Maverick Prata", Ford Maverick, Ford, Brasil
Propaganda
terça-feira, 29 de março de 2022
Barra do Ribeiro, Rio Grande do Sul, Brasil (Barra do Ribeiro) - Pedro Weingärtner
Barra do Ribeiro, Rio Grande do Sul, Brasil (Barra do Ribeiro) - Pedro Weingärtner
Barra do Ribeiro - RS
Pinacoteca Aldo Locatelli, Porto Alegre, Brasil
Óleo sobre madeira - 13x23 - 1918
Prefeitura Municipal de Porto Alegre / Paço Municipal de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
Prefeitura Municipal de Porto Alegre / Paço Municipal de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
Porto Alegre - RS
Fotografia
O Paço Municipal de Porto Alegre, também conhecido como Prefeitura Velha ou Paço dos Açorianos, é a sede da prefeitura de Porto Alegre, a capital do estado brasileiro do Rio Grande do Sul, sendo um dos seus mais característicos e importantes prédios da cidade.
No final de 2021, foi anunciado que o Paço Municipal deixaria de abrigar a sede administrativa da prefeitura, que se mudou em março de 2022 para um novo endereço, o Edifício Habitasul (Travessa General João Manoel n° 157). O edifício histórico passará a funcionar exclusivamente como museu e centro cultural, com o nome de "Museu de Arte de Porto Alegre".
O Paço Municipal foi construído para ser a sede da Intendência de Porto Alegre, que até então funcionava em diversos espaços alugados no Centro Histórico de Porto Alegre. Eleito pelo Partido Republicano em 1897, o intendente José Montaury comprometeu-se com a construção de uma sede definitiva para o Poder Executivo local. Para tal, foram necessários o aterro da Doca do Carvão e a venda de terrenos municipais a fim de levantar fundos para a obra.
O primeiro projeto para a Intendência foi o do engenheiro Oscar Munis Bittencourt, mas devido a ponderações de ordem política o projeto foi vetado e encomendou-se um novo desenho ao veneziano João Antônio Luís Carrara Colfosco. A pedra fundamental foi lançada em 5 de abril de 1898, e a construção iniciou em 28 de setembro daquele mesmo ano. O prédio foi concluído em abril de 1901, sendo ocupado a partir de 15 de maio pelo Conselho Municipal, pela Secretaria, pela Contabilidade, pela Tesouraria e Arrecadação, além do Arquivo, da Inspetoria de Veículos, da Assistência Pública e do primeiro Posto Policial, com sua respectiva cadeia. O custo final da obra chegou a 500 contos de réis, e a maior parte dos materiais empregados proveio da própria Porto Alegre.
Constitui-se o primeiro prédio de caráter nitidamente positivista da cidade e cujo partido geral da planta, em forma de H, deixou profundas influências na arquitetura oficial do período. O edifício reflete o gosto pela monumentalidade vigente na época, e segue um estilo eclético derivado de padrões neoclássicos, e influenciado por diretrizes positivistas, como se percebe pela estatuária alegórica na fachada. No grupo à direita, junto à Avenida Borges de Medeiros, a figura central representa a Liberdade e a da direita, a História; o busto de Péricles, a Democracia; já a figura da esquerda representa a Ciência. A figura central do grupo colocado próximo à rua Uruguai representa a Agricultura; a da direita representa o Comércio; e a da esquerda figura a Indústria. Em acréscimo, estátuas isoladas que representam a Justiça e a República. Na fachada frontal existem bustos de José Bonifácio e do Marechal Deodoro da Fonseca. No centro encontra-se o Brasão da República.
O emprego de ordens clássicas não impediu adaptações criativas e simbólicas dos padrões estilísticos tradicionais. Por exemplo, a ordem dórica no térreo representa o Poder, e a coríntia, ao alto, fala da Harmonia e da Justiça. O corpo do prédio tem volumetria movimentada, tripartida, com elementos angulares que se projetam à frente. Todas a quatro fachadas são decoradas com cuidado, embora a estatuária e maior ornamentação se concentrem na fachada principal, onde também se eleva uma pequena torre central. Janelas em edícula com tímpanos, platibandas, balaustradas, embasamento simulando pedra rústica, e grandes leões nas escadarias laterais da frente contribuem para acentuar a beleza e interesse do conjunto.
O edifício foi tombado pelo município em 21 de novembro de 1979 e passou por uma reforma total em 2003, adaptando-se diversos espaços internos para exposições de arte e para guarda do Acervo Artístico da Prefeitura de Porto Alegre.
No largo à sua frente está instalada a Fonte Talavera de La Reina, doada pela colônia espanhola em homenagem ao centenário da Revolução Farroupilha, também um monumento tombado que, infelizmente, já foi depredado diversas vezes.
Ingresso do Milésimo Gol de Pelé, Santos 2x1 Vasco, 19/11/1969, Estádio Mário Filho / Maracanã, Rio de Janeiro, Brasil
Fotografia
Neste ano (2022) completam-se 53 anos do atribuído milésimo gol de Pelé, um evento que acabou rivalizando em fama com os três títulos mundiais na carreira do maior futebolista da história.
Ele se aposentaria dos gramados com 1.279 gols feitos. Mas a repercussão em torno daquele marcado sobre o Vasco a 19 de novembro de 1969 foi tamanha que virou a notícia daquele ano junto com a chegada do homem à Lua. O gol saiu em um pênalti sofrido pelo próprio Pelé quando o jogo entre Vasco e Santos estava empatado em 1 a 1. O primeiro gol santista fora marcado contra, por Renê, para evitar que Pelé, logo atrás, o fizesse. Corria o 34º minuto quando o número 10 andou em direção à bola, bateu com o pé direito, mandando-a no canto esquerdo do goleiro argentino Andrada, que pulou bem. Enquanto Andrada dava murros no chão, Pelé correu para dentro do gol, beijou a bola, ergueu-a como um troféu e, depois, ele mesmo era levantado pela multidão no campo. Aos microfones, disparou um discurso que ficou célebre: "Neste momento em que toda a Terra está com a atenção voltada para mim, eu peço que todas as pessoas do mundo, principalmente do Brasil, tenham o maior carinho com os pobres, principalmente as crianças. Pensem no Natal dos pobres, pensem nas criancinhas." O evento "milésimo gol" foi preparado com antecipação. Um mês antes do feito, a CBD, a atual Confederação Brasileira de Futebol, oficializou a estatística do Santos, feita pelo jornalista Adriano Neiva da Mota e Silva, conhecido como De Vaney. Foi ignorada a contabilidade feita por outro jornalista, Thomaz Mazzoni, que tinha dois gols a menos. A Folha, em reportagem publicada em 1995, provou a existência de um "gol esquecido" nas contas feitas por De Vaney. Certo ou errado, o milésimo gol no Maracanã ficou para a história. A festa teve início antes mesmo do jogo começar. O selo comemorativo do Correio já estava pronto com 15 dias de antecedência. No dia da partida, Pelé hasteou a bandeira, ganhou um tamborim de prata como presente e foi homenageado por gandulas e pela banda de fuzileiro navais, que gritavam "Salve Pelé". Após o jogo, os festejos se multiplicaram. Pelé foi recebido em Brasília pelo então presidente Garrastazu Médici, que lhe conferiu a medalha do mérito nacional, transformando o jogador em comendador. Na capital federal, desfilou em carro aberto. No jogo seguinte, no Mineirão, Pelé recebeu uma coroa de ouro datada da época do império. Bustos, troféus, placas, selos, monumentos foram criados para a ocasião. Para Pelé, porém, o objeto que simbolizou o feito foi a bola. Ele ficou com ela, guardando-a em cofre. Em 1981, foi veiculada a notícia que tinham roubado a bola do Museu do Esportes, instalado no Maracanã. Depois se desmentiu o fato, na verdade, outra fora furtada. O primeiro gol oficial de Pelé fora marcado 13 anos antes, em 1956, contra o Corinthians de Santo André.
Ingresso da Despedida de Pelé da Seleção Brasileira, Brasil 2x2 Iugoslávia, 18/07/1971, Estádio Mário Filho / Maracanã, Rio de Janeiro, Brasil
Ingresso da Despedida de Pelé da Seleção Brasileira, Brasil 2x2 Iugoslávia, 18/07/1971, Estádio Mário Filho / Maracanã, Rio de Janeiro, Brasil
Fotografia
No dia 18 de julho de 1971, Pelé, aos 31 anos (31 anos apenas!), se despediu da Seleção Brasileira. Há exatos 50 anos, o Maracanã novamente se tornou um espelho da alma do brasileiro que, das arquibancadas, sentia o peso da realidade, tendo a impressão de que um encanto os iludira. O que parecia fazer parte há milênios da história do País, Pelé com a camisa do Brasil, estava se acabando. Diante de 138.575 pessoas (além disso, imaginem os que entraram sem pagar, imprensa, autoridades, o público total deve ter chegado a quase 150 mil pessoas!), em amistoso contra a Iugoslávia, Pelé fazia seu último jogo pela seleção. O último gol havia feito uma semana antes, no empate por 1 a 1 com a Áustria, no Morumbi. O jogo contra os iugoslavos terminou 2 a 2, gols de Rivellino e Gérson para o Brasil e Dzajic e Jerkovic para os adversários, dirigidos por Vujadin Boskov, que anos depois faria sucesso na Sampdoria de Toninho Cerezo. Quando deixou o campo, em volta olímpica, ainda no primeiro tempo, Pelé tirou a camisa e, como se ela fosse a sua mais íntima confidente, a levou ao rosto e chorou. As lágrimas revelavam a força daquela vestimenta, o sentido de sua carreira, resumido na devoção da multidão que, como último recurso, gritava, em tom de apelo: "Fica, fica, fica...".
Nota do blog: O futebol brasileiro nunca mais foi o mesmo, deve ter sido uma emoção fora do comum, adoraria ter assistido essa partida no Maracanã, teria histórias para contar para filhos, netos, bisnetos, etc.
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