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quarta-feira, 7 de setembro de 2022
Selos "Queijos do Brasil", 2021, Brasil
Selos "Queijos do Brasil", 2021, Brasil
Selo
Sobre os Selos:
Esta emissão traz 8 queijos tipicamente brasileiros, retratados em 8 selos: queijo do Marajó, queijo de manteiga, queijo de coalho, queijo cabacinha do Araguaia, queijo minas artesanal, queijo artesanal paulista, queijo da região do Diamante-SC e queijo artesanal serrano. Para cada selo foi emitido um carimbo de 1° Dia de Circulação. Foram usadas técnicas de fotografia e computação gráfica.
Queijos do Brasil:
A produção do queijo artesanal é fruto de um conhecimento que remonta aos tempos do Brasil Colônia e que vem passando de geração a geração. Com o declínio dos principais ciclos econômicos brasileiros, o queijo foi ganhando espaço e se consolidando.
O queijo artesanal é muito apreciado pelos consumidores no Brasil. Vários desses consumidores se interessam pela origem e a forma de produção dos produtos alimentícios que consomem, assim como com a sua reputação, seu valor intrínseco e sua identidade. A Indicação Geográfica, por prever mecanismos de controle e rastreabilidade dos produtos e por promover práticas sustentáveis, que preservam a biodiversidade, se encaixam nessa tendência e agregam valor aos produtos, destacando a tipicidade de cada território.
Como os queijos artesanais brasileiros estão espalhados em todo o país, aqui trazemos as cinco regiões brasileiras representadas por alguns desses queijos.
Queijo do Marajó:
O Queijo do Marajó tem mais de 200 anos de história. Foi introduzido na região com a chegada dos colonizadores portugueses e franceses. Inicialmente era produzido apenas com leite bovino pelas famílias dos fazendeiros descendentes de europeus, sendo bastante consumido em toda a ilha. Com a chegada dos búfalos na região, ocorreu uma expansão e atualmente, o Queijo do Marajó é produzido do leite, originado principalmente de gado bubalino ou por uma composição do leite bubalino e bovino.
O Queijo do Marajó só pode ser fabricado nas condições climáticas e de manejo do rebanho característico da região. Há dois tipos de Queijo do Marajó, o tipo manteiga e o tipo creme. O queijo tipo creme é caracterizado pelo processo de cozimento da massa, denominado de “fritura”, no qual adiciona-se o creme de leite obtido do desnate do leite a ser coagulado. Com as técnicas trazidas pelos europeus, o processo produtivo do queijo tipo creme sofreu mudanças e adaptações, principalmente com o uso da desnatadeira. Já o queijo tipo manteiga é aquele que no processo de cozimento da massa, adiciona-se a manteiga propriamente dita.
A relevância da Indicação Geográfica para o produto Queijo do Marajó é imensa, por ser um diferencial que valoriza e protege a maneira de fazer, a tradição, a cultura, a identidade e agrega valor aos produtos tradicionais, abrindo mercados, promovendo o desenvolvimento econômico da ilha, melhorando a vida dos produtores de leite e de queijo do Marajó além do estímulo aos investimentos na própria zona de produção.
Queijo Cabacinha do Araguaia:
A fama do Queijo Cabacinha do Araguaia se deve ao saber fazer, que é repassado de geração a geração. O famoso queijo é produzido com a mesma qualidade e forma de produzir em 10 municípios, sendo cinco no estado de Mato Grosso e cinco em Goiás. O queijo cabacinha foi declarado patrimônio cultural nos dois estados.
A massa é preparada com várias águas, até obter uma massa lisa e brilhosa. A especificidade está na acidez da massa e no formato do produto. Em seu interior, o queijo cabacinha possui camadas como “a cebola”. O modo de preparo é diferente de queijos cabacinha de outras regiões. Apresenta o sabor do leite mais característico. Quando é frito o queijo fica crocante por fora e cremoso por dentro. O queijo é comercializado congelado e curado. Pelo saber tradicional de fazer, ele é feito manualmente no formato de cabaça e isso confere uma textura diferente de outros queijos conhecidos.
Queijo Minas Artesanal:
O Queijo Minas Artesanal tem sua origem no século XVIII, cultura trazida pelos portugueses que adentraram no território de Minas Gerais em busca de ouro e diamantes. A produção deste queijo deu-se inicialmente em torno dos territórios minerados, para a subsistência das famílias ali instaladas e também para o abastecimento de outras regiões da província assim como para a capital Rio de Janeiro.
Desde então, a produção do Queijo Minas Artesanal se espalhou pelo território mineiro, representando um fator cultural de significativa importância socioeconômica para grande parte das famílias rurais. Esta produção de queijo, mesmo com o advento da tecnologia, não cessa porque se tratar de uma atividade que tem história, pertence ao “modus vivendi” das famílias locais que desde o início da ocupação destes campos viam na fabricação do queijo uma alternativa segura de renda e de sobrevivência. Estima-se que cerca de dez mil famílias se dedicam atualmente à produção deste queijo no estado.
O governo de Minas Gerais reconhece oficialmente oito regiões produtoras do Queijo Minas Artesanal: Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Serra do Salitre, Serras do Ibitipoca, Serro e Triângulo.
Queijo de Coalho e Queijo de Manteiga:
O sertão Nordestino já nasceu pecuário, erguendo seus currais e produzindo alimentos para subsistência e para gerar economia local assumindo características próprias regionais, inclusive na forma e receitas alimentares, como os Queijos de Coalho e de Manteiga.
Não se encontram relatos históricos de onde foram criados, quem os fez e quando. O certo é que existem descrições dos viajantes da existência dos queijos sertanejos no fim do século XVII, mesmo que de forma pouco precisa e com algumas contradições, uma vez que os estrangeiros interpretavam à sua maneira os alimentos locais.
O sertanista Pery Lamartine relatava que o Queijo de Coalho era o queijo de consumo da casa e de venda na feira local, ao passo que o Queijo de Manteiga era para “conservação”, produzido para guardar para os longos períodos de seca e também para comercializar em longas distâncias. Na maioria das fazendas os dois eram, e ainda são produzidos juntos e suas histórias são fundidas nestas terras que, resistem em ser pecuária, valorizando sua cultura alimentar.
Queijo Artesanal Serrano:
A produção de Queijo Serrano ocorre única e exclusivamente nas regiões dos Campos de Cima da Serra de Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, sendo um dos produtos típicos dessas regiões que, embora pertençam a dois estados, apresentam características semelhantes em termos de ambiente, cultura e história.
O início de sua fabricação remonta aos primórdios da ocupação desse território, por descendentes de portugueses e, desde então, vem sendo produzido nas propriedades rurais por milhares de produtores que transmitem o seu modo de fazer de geração a geração. Sua fabricação é influenciada pelo ambiente, alimentação do gado e pelo trabalho artesanal do manipulador, sendo considerado um alimento identitário dos habitantes da região.
É um produto artesanal fabricado em pequena escala, identificado por um conjunto de características peculiares, relacionadas ao sabor, aroma e textura, feito com leite bovino, cru e integral, em sua maioria de vacas de corte que se alimentam das pastagens nativas.
Além da importância econômica, muitas famílias produzem o queijo por uma questão cultural, pois aprenderam com seus antepassados e produzi-lo é uma necessidade do cotidiano. Primeiro queijo com Indicação Geográfica na modalidade Denominação de Origem do Brasil.
Queijo da Região do Diamante:
O queijo Diamante é um queijo de tradição colonial, produzido por aproximadamente 25 famílias, em pequenas comunidades rurais do município de Major Gercino, Santa Catarina, sendo a principal delas a comunidade de Diamante. Parte da tradição queijeira desse povoado se deve aos fortes traços da imigração europeia, especialmente de alemães, italianos e poloneses.
Trata-se de queijo produzido com leite cru, a uma altitude média de 700 metros, conferindo-lhe características especiais, influenciadas pela temperatura, umidade e suas pastagens nativas. Possui formato retangular, devido à utilização de formas de madeira de cedro rosa em tamanhos variados. Depois de pronto pode ser curado por um período de 15 a 40 dias. Estas características proporcionam a este queijo muita personalidade e identidade com um sabor suave e uma textura macia. A casca é amarela, resultante da lavagem diária das peças.
Queijo Artesanal Paulista:
Nos últimos anos a cultura queijeira vem crescendo e se difundindo no estado de São Paulo. Uma verdadeira revolução. Os consumidores na capital paulista, cada vez mais exigentes e seletivos, encontraram nos produtores do estado, uma alternativa para atenderem sua demanda.
Diante disso, os produtores paulistas foram em busca de ensinamentos, técnicas, e processos de fabricação – alguns foram buscar conhecimentos fora do país, outros desenvolveram seu próprio método de fabricação, outros tantos resgataram tradições às vezes esquecidas enraizadas no seio familiar.
Nesse mix de técnicas, surge o Queijo Artesanal Paulista – uma sinergia entre produtores de diversas regiões do estado, cada um com suas características, história, rebanho, mas sempre com o mesmo propósito – levar ao consumidor produtos elaborados com técnica, qualidade e muito sabor.
O Queijo Artesanal Paulista é por si só um grande atrativo, ele é desafiador e único. Cada produtor coloca em seu queijo o seu DNA, a sua história, a dedicação diária do homem e da mulher do campo.
O Queijo Artesanal Paulista é inovador.
Atualmente são mais de 300 variedades de queijos produzidos no estado de São Paulo, em queijarias artesanais localizadas em diversos municípios gerando renda e fortalecendo o turismo rural no estado.
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