domingo, 2 de outubro de 2022

Audi RS6 Sinônimo de Tecnologia e Esportividade - Artigo

 










Audi RS6 Sinônimo de Tecnologia e Esportividade - Artigo
Artigo


Em 2002, há exatas duas décadas, nascia uma das mais respeitadas e consagradas linhas de esportivos no mundo: o Audi RS6. Mas o DNA esportivo da fabricante das quatro argolas veio muito antes, para ser mais exato nos anos de 1982 e 1983, quando a Audi foi campeã mundial de rali com seu consagrado modelo Quattro, que mostrava ao mundo do que a tecnologia da tração integral juntamente com os motores turbo era capaz de fazer em termos de performance.
Foram dois campeonatos seguidos em que a Audi mostrou sua superioridade tecnológica em circuitos de rali de toda a Europa. Principalmente nas pistas onde a aderência era comprometida pelo barro ou neve, onde os Quattro e sua tração nas quatro rodas mostravam-se imbatíveis. E, claro, esse DNA esportivo sempre acompanhou os modelos da marca, em especial no quesito performance e confiabilidade/durabilidade.
Nos anos 1990, com o auxílio da parceira Porsche, lançaram as inesquecíveis RS2, com motor de cinco cilindros turbo e tração integral, a consagrada Quattro. Esse conjunto faz da perua RS2 um mito até hoje. Mas, para aqueles que querem produtos ainda mais diferenciados, o setor esportivo da marca, batizado hoje de Audi Sport, desenvolveu ainda mais a performance dos modelos normais de série, criando verdadeiras feras para as ruas, estradas e, porque não, para as pistas.
Depois de estudos do marketing da Audi, a engenharia alemã trabalhou duro no desenvolvimento do A6 e sua station Avant, ao ponto de se justificar a sigla RS. Em um bom e claro alemão corresponde a RennSport, ou, no inglês, algo como Racing Sport (esporte de competição). Chegava ao mercado mundial, assim, em agosto de 2002, os novos RS6 e RS6 Avant, que já eram produzidos desde julho daquele ano. Na época, esses Audi vieram fazer frente aos respeitados BMW M5 e Mercedes-Benz E55 AMG.
Na mecânica, eram esportivos de verdade, afinal traziam um motor V8 de 4.2 litros e cinco válvulas por cilindro (40 no total), com dois turbocompressores. A unidade produzia 450 cv de potência e um poderoso torque que superava os 57 kgfm. A transmissão, diferentemente dos A6 e S6, apenas automática, era TipTronic de cinco velocidades que possibilitava trocas das marchas manualmente para obtenção da máxima performance. Claro que a tração era integral, com diferencial central eletronicamente comandado que dividia o torque entre os eixos de acordo com as necessidades.
Além disso, o esportivo vinha com suspensões independentes nas quatro rodas e amortecedores automaticamente reguláveis (os famosos Audi DRC). Isso sem falar dos freios a disco nas quatro rodas desenvolvidos pela fabricante italiana Brembo e rodas aro 18. No pacote visual, bastante esportividade com um completo kit aerodinâmico e carroceria com partes em alumínio para conter seu peso (capô, para-lamas e outros). Ainda assim era um carro bem pesado, que podia passar dos 1.900 kg.
Com essa configuração, os recém-lançados RS6 conseguiam acelerar de 0 a 100 km/h na casa dos 5 segundos, enquanto sua velocidade máxima era limitada nos 250 km/h. Apesar de estarmos falando de poderosos números para um esportivo de vinte anos atrás, fora as tecnologias, seu desempenho ficava um pouco aquém do esperado. Culpa do alto peso.
Aqui no Brasil, as consagradas máquinas RS6 chegaram um ano depois, em agosto de 2003, e foram comercializadas exatamente como na Europa, sem mudanças significativas. Custavam pouco menos de R$480 mil, isso em dinheiro da época. Segundo materiais oficiais da Audi do Brasil na época, entre 30 e 40 unidades viriam para cá, divididas entre sedan e perua.
Essa geração, primeira e chamada de C5, durou no mercado mundial até setembro de 2004, mas alguns meses antes estreou uma série ainda mais nervosa como despedida: chamados de RS6 Plus, eles eram recalibrados para 480 cv, ante os 450 originais, fornecidos pelo mesmo V8, e também se diferenciavam pelo visual especial e velocidade máxima ampliada para 280 km/h. Lembrando que ainda era limitada eletronicamente, mas com uma tolerância maior no limitador.
Foram longos três anos de desenvolvimento até a apresentação da segunda geração do RS6, batizada de C6, que foi mostrada ao mundo no Salão de Frankfurt no último trimestre de 2007. Lembrando que essa nova geração do Audi A6 (da qual o RS6 deriva) já estava em produção desde o início de 2004.
Fator que leva a crer que o início do desenvolvimento do novo RS6 começou justamente após o lançamento do A6. As vendas da segunda geração do RS6 começaram bem depois, em abril de 2008 na Europa.
Lançada inicialmente apenas na carroceria perua, Avant, muitos acreditavam que, a partir dali, não haveria mais RS6 sedan. Mas a Audi contrariou os palpiteiros de plantão e lançou o três volumes alguns meses depois, em agosto de 2008.
Novamente, sedan e perua RS6 estavam na linha da fabricante alemã. Aliás, a RS6 Avant sempre foi considerada uma das station mais rápidas do mundo. E, além disso, essa nova geração do esportivo foi considerada como o carro de produção em série mais rápido e veloz na história da Audi.
Com nova plataforma, estreava também uma mecânica renovada. Esse era um veículo totalmente novo. O V8 dava lugar a um enorme V10 de 5.0 litros, parente daquele que movia a Lamborghini Gallardo, que já tinha injeção direta estratificada (FSI) e, como antes, era biturbo. O RS6 mantinha a transmissão automática TipTronic, mas agora uma nova caixa de seis velocidades.
A tração Quattro, freios Brembo (opcionalmente em cerâmica) e suspensões independentes com sistema DRC foram mantidos, mas com significativas melhoras. Suas rodas, maiores, agora eram de 19 polegadas para combinar com o visual ainda mais esportivo e a carroceria que crescia alguns centímetros.
Destaque para o 5.0, derivado da mesma unidade V10 da Lamborghini Gallardo, que faz parte do Grupo Audi. A potência crescia em 100 cv, agora totalizando 580 cv, enquanto o torque já superava os 66 kgfm. Tudo isso extraídos de uma diferença de 800 cm³ quando comparado ao V8 anterior e seus 4.2 litros.
Com o novo coração digno de superesportivo italiano, o RS6 C6 era um pouco mais rápido e ágil, mas não muito proporcional aos seus 100 cv extras e quase 10 kgfm de torque a mais. Mesmo assim, acelerava de 0 a 100 km/h em 4,6 segundos (ante 5,0 do anterior), mas a máxima poderia chegar nos 275 km/h, caso o proprietário quisesse o chamado “boost” na programação.
Em linha até o segundo semestre de 2010, o RS6 de segunda geração, curiosamente, não foi vendido nos EUA por questões mercadológicas (e por não atender algumas leis de poluição por lá), mas esteve em pouca quantidade no Brasil.
Chegava no finalzinho de 2012, com vendas começando em 2013 no Velho Continente, a terceira geração do mito RS6 da Audi. Pela primeira vez, apenas na versão Avant, perua, já que o sedan saiu de linha ainda na segunda geração. Como sempre, ele estava maior, melhor, mais tecnológico e, claro, com desempenho digno do título de perua mais rápida do mundo.
Não só a nova carroceria e rodas aro 20 (21” opcionais), com design moderno e, principalmente, mais aerodinâmico, mas também novas tecnologias e mecânica aprimorada. No motor, como sempre a grande vedete dos RS, um ultramoderno V8 de 4.0 litros, biturbo e ainda com injeção direta, que se destacava por ser compacto quando comparado ao V10 de antes.
Além disso, conseguia não só ser rápido, mas também mais econômico e pouco poluente. A perua tinha Start&Stop de série até a função de desligar quatro dos oito cilindros em baixa demanda, em situações chamadas de utilização leve (baixa velocidade, modo de condução normal, pouca pressão no acelerador e por aí vai).
Na época, a Audi garantia uma distribuição de peso bastante equilibrada entre os eixos nessa terceira geração, a C7, além de uma nova concepção de freios, direção e suspensões. Basicamente, todo o aparato tecnológico que já trazia a RS6 foi mantido, com exceção do novo câmbio automático de agora oito velocidades, ainda TipTronic. Na geração anterior, eram seis.
Seu V8 de 4.0 litros, graças aos dois turbos e muitos aprimoramentos, atingiu marcas elogiáveis: 560 cv de potência e, esse sim destacável, torque máximo de 71,5 kgfm, bem superior aos 66,3 kgfm do V10 5.0 de antes. Resumindo, eram menos 20 cv, mas com maior força, aliada também à carroceria leve como nunca e ao câmbio bem programado, garantindo apenas 3,9 segundos na prova de 0 a 100 km/h. Pela primeira vez, estava abaixo dos 4 segundos. Outro recorde próprio estava na velocidade máxima que, dependendo do pacote, poderia bater os 300 km/h e ir além, aos 305 km/h.
Nunca havia existido um RS6, ou uma perua, tão rápida e veloz no mundo. Um canhão! Com a concorrência interna do RS7 Sportback, seu irmão mais “descolado” que tinha a mesmíssima mecânica, o RS6 C7, de terceira geração, deixava as linhas de produção na Europa em 2018.
Com o codinome C8, a quarta e atual geração do Audi RS6 chegou na Europa em setembro de 2019, já como linha 2020. Mostrada como a geração mais moderna e tecnológica da perua esportiva da Audi, aqui ela já era feita sobre a plataforma modular MLB (parente premium da MQB que está no Grupo VW).
Além de estar maior e, inclusive, com peças de modelos superiores (seus faróis em LED, por exemplo, vem do RS7), a atual station esportiva traz todas as tecnologias, modernidades e assistências esperadas em um carro do seu porte e preço. Como bom exemplo, estão as rodas traseiras esterçantes, que ajudam na condução e manobras (segurança fala mais alto), fora o inédito sistema semi-híbrido de 48V, nunca antes visto em um RS6. Só ele já garante 16 cv extras ao conjunto.
Nessa quarta e nova geração, é a primeira na qual o motor não foi trocado: o danado do V8 de 4.0 litros mostrou-se tão eficiente, e com potencial de desenvolvimento tão grande, que permitiu aos engenheiros um retrabalho. Os resultados são espantosos, já que, hoje, são 600 cv de potência máxima, com um torque avassalador de 81,6 mkgf. Força de fazer inveja a muito motor grandalhão a diesel das carretas por aí.
Assim como o propulsor, quem também ficou foi a transmissão TipTronic de oito marchas e trocas manuais, que, graças a tração integral, permite que se utilize a monstruosa força sem que as quatro rodas motrizes patinem ou girem em falso. Hoje, o RS6 C8 é capaz de ir de 0 a 100 km/h em apenas 3,6 segundos, superando fácil e rapidamente os 300 km/h de velocidade máxima. Uma perua com desempenho assustador, mas que, acreditem, é um carro estável, seguro e que você transportaria tranquilamente sua família. Quando for possível acelerar, garanto que ela não negará fogo!
Lembrando que esse bólido pode ser comprado aqui no Brasil desde o início de 2021 por nada menos que R$1,1 milhão, e, segundo a Audi, só tem o teto e portas em comum com as A6 Avant. No restante, é um carro totalmente único. Uma quinta e nova geração? Com certeza virá, mas não tão cedo…
Hoje, no auge dos seus 20 anos de história, a station RS6 Avant se garante como a perua mais rápida do mundo. Alemã desde o início, sempre saiu da planta Audi de Neckarsulm, mas com um toque especial: após sair da linha de produção, o modelo esportivo é finalizado à mão com itens especiais, hi-tech, que fazem muita diferença na sua performance e visual. Por essas e outras que, desde sempre, o RS6 foi um carro pra lá de especial, quase artesanal.
Claro que o proprietário de um carro destes tem a certeza de estar entre poucos felizardos que possuem um automóvel de alta performance, tecnologia, segurança, design e, claro, exclusividade. Cada carro uma verdadeira obra de arte com duas décadas de história para contar.

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