sexta-feira, 30 de junho de 2023

Praça Maciel Pinheiro e Igreja Matriz da Boa Vista, Recife, Pernambuco, Brasil


 



Praça Maciel Pinheiro e Igreja Matriz da Boa Vista, Recife, Pernambuco, Brasil
Recife - PE
Fotografia

A atual Praça Maciel Pinheiro foi inaugurada no dia 7 de setembro de 1876, no coração do Bairro da Boa Vista, em comemoração à vitória das tropas brasileiras na guerra do Paraguai. Na ocasião de sua inauguração, a Praça apresentava um grande chafariz e o seu jardim era todo cercado por grades de ferro, porém, modificações foram feitas ao longo dos anos, no lugar do antigo chafariz foi instalada uma fonte e as grades originais são retiradas e outras, posteriormente, vêm ocupar o seu lugar. A Praça já possuiu várias denominações, tais como Moscoso, Largo do Aterro ou da Matriz, Boa Vista e Conde d'Eu, sendo nomeada Maciel Pinheiro alguns anos depois, em homenagem ao jornalista e abolicionista. A fonte da Praça Maciel Pinheiro é feita de pedra e contem leões, máscaras, ninfas e uma índia, munida de arco e flecha. Por sua condição geográfica, a Praça Maciel Pinheiro se torna o reduto da colônia judaica do Estado, que migrou para Pernambuco antes da Segunda Guerra Mundial em decorrência do anti-semitismo e se instalou inicialmente no Bairro da Boa Vista. A Praça representou o principal fórum de encontros e debates tanto por parte dos imigrantes, quanto ainda dos pernambucanos residentes em seus arredores. Clarice Lispector, que aos dois meses de idade veio com os seus pais para o Brasil fugindo do anti-semitismo, viveu em um prédio localizado na esquina da Travessa do Veras com a Praça Maciel Pinheiro.
A Igreja Matriz da Boa Vista teve sua construção iniciada em 1784, com os trabalho sendo concluídos em 1889. Porém sua história se inicia em 1781 quando a Irmandade do Sacramento da Santa Cruz solicitou ao rei que lhe doasse um terreno localizado na Boa Vista para a construção de uma igreja própria, o rei atendeu a solicitação, doando à Irmandade um terreno no final do Aterro da Boa Vista. Os trabalhos de construção foram iniciados e o Templo foi transformado em Matriz, com predominacia sobre todo o movimento religioso do Bairro da Boa Vista. Mesmo inacabada, a Igreja foi aberta ao culto no dia 4 de maio de 1784 e, durante muito tempo, serviu ainda de cemitério local, conforme as atas da Câmara Municipal do Recife, em 1849. O altar-mor da igreja apresenta apenas o Cordeiro de Deus e o Santíssimo Sacramento, que estão gravados na própria pedra de cantaria por um artista pernambucano. Na parte da frente da igreja encontram-se as estátuas dos evangelistas São Marcos, São Mateus, São Lucas e São João. A fachada, toda em pedra de cantaria e sem pintura, possui um estilo renascentista, equivalente ao santuário do Bom Jesus do Monte, em Braga, Portugal. Os blocos de pedras vieram de Portugal. Observa-se na fachada oito grossas colunas, de capitéis dóricos, na parte inferior, e capitéis coríntios, na parte superior. Do lado esquerdo do corredor da igreja, é possível apreciar três painéis pintados a óleo: Jesus curando um paralítico, Moisés fazendo chover maná no deserto, e a última ceia com o Mestre e os apóstolos. Do outro lado do corredor estão expostas várias telas, pintadas por renomados artistas recifenses.

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