domingo, 18 de junho de 2023

Enchente de 1941, Rua Sete de Setembro, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil

 


Enchente de 1941, Rua Sete de Setembro, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
Porto Alegre - RS
Fotografia


Em maio de 1941, todo o estado do Rio Grande do Sul foi castigado por uma enchente sem precedentes. As chuvas iniciaram em abril e se estenderam por mais de três semanas, deixando 25 mil quilômetros quadrados do Estado submersos e um contigente de 80 mil flagelados somente na Capital. Faltava alimentos, energia e água potável e praticamente todos os meios de transporte terrestre pararam.
O auge da cheia, a "quinta-feira negra", aconteceu a 8 de maio, quando o nível do Guaíba passou dos 4,70 metros no cais do porto de Porto Alegre. Os jornais - Correio do Povo, Diário de Notícias, Folha da Tarde e mais uma meia dúzia de publicações menores - tiveram suas oficinas inundadas e deixaram de circular.
Se andava de barco pelo centro da cidade e a avenida Farrapos transformou-se em uma pista aquática. Bancos, repartições públicas, comércio, indústria, serviços - quase tudo (pelo menos na parte inundada) deixou de funcionar e milhares de pessoas de uma cidade que contava menos de 300 mil habitantes permaneceu ilhada em suas casas ou acolhida em abrigos públicos.
Os rios continuaram a subir depois que a chuva parou. Os ventos impediam que as águas corressem para a Lagoa dos Patos.
Os dias eram de solidariedade, humildade e simplicidade. Ninguém se importava em sair pelas ruas e andar nos bondes com roupas encharcadas, mal-arrumados. Não foram registrados saques, roubos, assaltos, mortes. Quem morava nas partes mais altas da cidade, acolhia parentes, amigos e desconhecidos. Dividia não só a casa, mas a comida, difícil de encontrar por aqueles dias. Os clubes náuticos se encarregavam de andar pelas Ilhas, recolhendo os flagelados. As Igrejas, clubes, cinemas e escolas, recebiam os desabrigados.
Os prejuízos causados foram calculados em 50 milhões de dólares.
Após esta data, o Arroio Dilúvio foi canalizado, o Muro da Mauá foi construído e um sistema de drenagem foi instalado, para evitar a repetição do problema. Desde então, a cidade não teve mais enchentes de tais proporções.

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