domingo, 16 de junho de 2024

O "Cadeado" / Posto de Cadeado, Estrada de Ferro Paranaguá-Curitiba, Morretes, Paraná, Brasil



 



O "Cadeado" / Posto de Cadeado, Estrada de Ferro Paranaguá-Curitiba, Morretes, Paraná, Brasil
Morretes - PR
AW N. 361
Fotografia - Cartão Postal


O posto de Cadeado emprestou o nome do conjunto de morros que fica em frente. 
Sua data de inauguração é desconhecida.
Nesta pequena casa de madeira almoçaram a Princesa Isabel e o Conde D'Eu em dezembro de 1884, quando visitaram a estrada de ferro em vésperas de ser inaugurada. 
Em Cadeado desembarcou a comitiva que, em maio de 1894, foi à serra sepultar os mortos da chacina do Km 65. Foi um dos episódios do terror da Revolução Federalista no Paraná, do qual alguns aspectos ainda se encontram sob penumbra. Dias antes, em Curitiba, por ordem da República, foram presos, entre outros, o Barão do Serro Azul. Na noite de 20 de maio de 1894, foram todos metidos numa composição ferroviária que partiu de Curitiba com destino presumível de Paranaguá . Sobre o precipício pouco antes do Cadeado, foram fuzilados e abandonados à margem da linha. No dia seguinte, Curitiba soube do massacre através dos passageiros do trem da tabela e informantes à socapa. Permaneceram insepultos por cinco dias, até que uma comitiva de amigos, composta de três militares, desembarcou no Cadeado para piedosamente sepultar as vítimas, o que foi feito no próprio local da execução. De tudo lavrou-se uma ata, registrada no primeiro Tabelião de Curitiba, datada de 25/05/1894, na estação de Piraquara. No local, plantaram uma cruz de ferro, que até hoje ali se encontra a esquerda de quem desce para Paranaguá.
Foi mais tarde parada de serviço. Um antigo telegrafista, Eugênio Dall'Stella, falava que ali também havia um posto de vigia sobre os trens no trecho mais perigoso da serra, pois dali se descortina uma vista panorâmica. Havia no posto um pluviômetro, pois as chuvas sempre significavam perigo para as composições. Com os dados colhidos pelas estações, a Companhia organizava um mapa anual, o percursor dos registros meteorológicos no Paraná. Demolido o prédio primitivo de Cadeado, o engenheiro Raphael Semchechem, patrocinou a ereção da atual capela de Nossa Senhora do Cadeado, inaugurada com missa solene no dia 05/02/1965. Era um dos trechos preferidos do pintor Alfredo Andersen, que o perenizou em tela.
O posto de Cadeado não era citado como estação oficial, não aparecendo geralmente nas publicações como o Guia Levi. A atual capela, que fica no lugar do antigo posto, é parada das litorinas que seguem de Curitiba a Paranaguá nos trens turísticos da Serra Verde Express. Texto do Estações Ferroviárias do Brasil.
Nota do blog: Data não obtida / Imagem de Arthur Wischral.

Nenhum comentário:

Postar um comentário