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terça-feira, 2 de julho de 2024

Antônio Marincek em Avião, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil


 

Antônio Marincek em Avião, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia


Na imagem um dos primeiros aviões experimentais do Brasil, montado com peças, fuselagem e trem de pouso de outras aeronaves.
No comando vemos Antônio Marincek, pioneiro da aviação que fundou escolas de pilotagem em Araguari, Uberlândia, Ribeirão Preto, etc.
Ganhou do então Presidente Getúlio Vargas um avião (um Portefild) para sua escola de aviação.
Foi pai do menino aviador Hélio Marincek, um dos mais jovens aviadores do mundo, que solou aos 13 anos. Trecho de texto de Sérgio Cardoso.
Nota do blog: Data 1938 / Autoria não obtida.

"Família Voadora Marincek", Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil




 

"Família Voadora Marincek", Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia

Na imagem, da esquerda para direita: Homilton, Antônio, Antônia e Hélio.
Nota do blog: Imagem de 1939 / Crédito para  Foto Stúdio A. Touso.

domingo, 5 de maio de 2024

Propaganda "Avião BAC 1-11 / BAC One-Eleven", 1968, Vasp, Brasil


 

Propaganda "Avião BAC 1-11 / BAC One-Eleven", 1968, Vasp, Brasil
Propaganda


O BAC 1-11, também conhecido como BAC One-Eleven, é um avião a jato de curto alcance desenvolvido pela Hunting Aircraft e produzido pela British Aircraft Corporation (BAC) após a Hunting ter se fundido com outras empresas britânicas em 1960. 
Foi um dos mais bem sucedidos modelos produzidos no Reino Unido, tendo sido largamente utilizado desde o início da década de 1960 até sua aposentadoria na década de 1990 devido a problemas de restrições de ruído.
O 1-11 foi desenvolvido para substituir o modelo com motor turboélice Vickers Viscount nas rotas da British European Airways (BEA) e outras operadoras. 
Foi o segundo avião bimotor de carreira a jato a entrar em serviço, sendo o primeiro o avião francês Sud Aviation Caravelle. 
Por este motivo, foi possível obter vantagens de um motor com maior economia de combustível e menores custos para operar. Isto tornou o 1-11 popular, com metade das vendas iniciais para clientes dos Estados Unidos.
No Brasil, a aeronave foi introduzida para operação comercial pela companhia aérea paulista Vasp, em seu modelo 400 (1968 a 1974). A Vasp selecionou essa aeronave para a promoção da transição de sua frota-base, de aeronaves turboélice (Vickers Viscount), para uma frota de propulsão a jato puro. Posteriormente, os BAC 1-11 foram substituídos por unidades do Boeing 737.
Uma versão maior (modelo 500) foi utilizada pela Sadia/Transbrasil (1970 a 1978) com 10 unidades do avião. Estas aeronaves foram apelidadas de "Jatão", pintadas em diferentes cores, seguindo o padrão semelhante ao usado pela norte-americana Braniff.
O BAC 1-11 também foi utilizado na Força Aérea Brasileira (FAB) como avião presidencial do país. Texto da Wikipédia.

domingo, 18 de fevereiro de 2024

Caça General Dynamics F-16 / Caça Lançado há 50 Anos Ainda é o Mais Procurado - Artigo

 


Caça General Dynamics F-16 / Caça Lançado há 50 Anos Ainda é o Mais Procurado - Artigo
Fotografia


Não fosse pela rapidez de raciocínio de um piloto de teste, 50 anos atrás, todo o programa F-16 poderia nunca ter passado do seu primeiro e fatídico voo.
O piloto Phil Oestricher subiu ao cockpit do protótipo do avião General Dynamics YF-16, na Base Aérea Edwards, na Califórnia (Estados Unidos), no dia 20 de janeiro de 1974.
Sua missão era relativamente simples: um teste de corrida em alta velocidade na pista. A aeronave trafegaria em terra, movida pelo seu próprio motor, sem decolar.
O YF-16 havia sido apresentado ao público apenas um mês antes. O primeiro voo só estava programado para o início de fevereiro. Mas aquele jato com aparência futurista tinha outros planos.
Enquanto Oestricher erguia levemente o nariz do avião, o YF-16 começou a apresentar fortes oscilações, que fizeram a asa esquerda e o estabilizador direito atingirem o asfalto da pista.
"Enquanto Oestricher lutava desesperadamente para manter o controle da sua fera selvagem, a situação se agravava cada vez mais, já que o YF-16 começou a virar para a esquerda", descreveu o jornal Seattle Post-Intelligencer sobre o teste inaugural que quase terminou em desastre.
Oestricher percebeu que precisaria abandonar o teste planejado e fazer o avião decolar – e rápido, antes que ele se acidentasse.
Depois de alguns momentos aterradores – a aeronave chegou a cair sobre a pista – Oestricher conseguiu impor velocidade suficiente para que o protótipo decolasse e completasse um voo totalmente inesperado de seis minutos, até aterrissar com segurança na base aérea.
O habilidoso voo de Oestricher evitou o desastre e ajudou a trazer à vida uma aeronave que se tornaria uma das mais bem sucedidas da história. Cinquenta anos depois, foram fabricados mais de 4,6 mil jatos F-16 e sua produção não dá sinais de parar.
Se Oestricher não tivesse conseguido evitar o desastre do YF-16 no seu primeiro teste na pista, haveria uma lacuna do tamanho da própria aeronave na história da aviação militar de muitos países do mundo.
O projeto do F-16 também influenciou de forma permanente a aviação civil, introduzindo tecnologias que hoje são comuns nos aviões de passageiros.
A qualquer momento do dia ou da noite, existe uma boa chance de haver um F-16 no ar, em algum lugar do mundo.
Desde que entrou em serviço na Força Aérea dos Estados Unidos, em 1978, o F-16 já foi adotado pela força aérea de outros 25 países, incluindo a Noruega, o Chile, Marrocos e Singapura. E, em 2023 (após 45 anos de serviço militar), mais de 800 unidades continuam voando pela Força Aérea americana.
Projetado para ser um caça pequeno, leve e extremamente ágil, o F-16 assumiu ao longo dos anos inúmeras funções, como ataques em terra, combates a navios, reconhecimento fotográfico e caça a lançadores de mísseis antiaéreos.
Desde 2015, o F-16 é a aeronave militar de asa fixa mais numerosa do mundo. Acredita-se que mais de 2 mil unidades ainda estejam na ativa em todo o mundo, hoje em dia.
O pedido da Ucrânia ao Ocidente por armamentos modernos para resistir à invasão russa de 2022 incluiu caças F-16 para sua força aérea. Pilotos ucranianos estão atualmente treinando em caças F-16 na Dinamarca e as aeronaves devem começar a ser fornecidas no meio do ano.
No início de janeiro, a Eslováquia passou a ser o mais novo país a adquirir seus primeiros caças F-16, poucos dias antes da primeira decolagem do modelo completar 50 anos.
Manter uma aeronave de combate na linha de frente em serviço por cinco décadas é uma grande proeza, que dirá em linha de produção. Os motivos que levam as forças aéreas a ainda querer os F16 incluem os aspectos verdadeiramente inovadores do seu design e algumas lições duramente aprendidas nos combates aéreos da Guerra do Vietnã (1955-1975).
As lições da Guerra do Vietnã:
Nos anos 1960, os Estados Unidos adotaram a nova tecnologia de mísseis ar-ar, como a melhor arma para derrubar aeronaves inimigas.
Em 1965, parte das aeronaves de combate americanas não tinha armas, como o F-4 Phantom II. Os planejadores militares americanos acreditavam que os mísseis do avião seriam suficientes.
À medida que avançavam os combates no Vietnã, os jatos americanos armados com mísseis enfrentaram os pequenos e ágeis jatos MiG de fabricação soviética.
Parte dos MiGs norte-vietnamitas eram virtualmente idênticos aos jatos soviéticos que haviam lutado na Guerra da Coreia (1950-1953). Nos anos 1960, eles eram considerados cômicos e obsoletos pelo Ocidente.
Mas, no combate a curta distância, quando os jatos americanos não conseguiam disparar seus mísseis, os MiGs se tornavam oponentes formidáveis.
Entre 1965 e 1968, o saldo de jatos abatidos na Guerra do Vietnã ainda era favorável aos americanos, até que a diferença diminuiu radicalmente. Os grandes jatos bimotores americanos eram mais facilmente identificáveis à distância do que os pequenos MiGs monomotores do Vietnã do Norte.
Uma solução foi criar escolas de treinamento, como a Top Gun, da marinha dos Estados Unidos. Ela entrou em operação antes do final da Guerra do Vietnã e ensinava aos aviadores americanos a arte perdida das manobras de combate aéreo (dogfighting), o que melhorou muito a relação entre jatos abatidos e perdidos dos Estados Unidos.
A arte das manobras havia surgido na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), entre aviões um pouco mais rápidos do que um carro de passeio.
Mas travar esse tipo de combate entre jatos capazes de voar a centenas de quilômetros por hora é uma experiência totalmente diferente. A alta velocidade faz com que o piloto seja submetido a forças gravitacionais (ou forças g) mais altas em curvas acentuadas e por mais tempo.
Mas houve outro programa, mais ambicioso, projetado para combater as cada vez mais sofisticadas aeronaves soviéticas.
O caminho até o F-16:
No final dos anos 1960, os responsáveis pela defesa dos Estados Unidos ficaram alarmados com o surgimento do MiG-25 soviético, uma aeronave de combate gigante que conseguia voar três vezes mais rápido que o som. O Pentágono precisava de um interceptador poderoso para combater o MiG-25.
Surgiu então o McDonnell-Douglas F-15 Eagle, um interceptador grande e rápido, projetado para abater aeronaves inimigas em grandes altitudes, com mísseis orientados por radar. Mas a União Soviética e seus aliados do Pacto de Varsóvia, como a Polônia e a Alemanha Oriental, construíram milhares de outras aeronaves de combate que conseguiam voar e lutar em altitudes menores.
Por isso, era também necessário um avião pequeno e ágil, que pudesse abater aviões inimigos com mísseis termoguiados e uma arma, como se aprendeu com as duras lições da Guerra do Vietnã.
As Forças Aéreas americanas precisariam de várias centenas desses jatos e havia a forte possibilidade de que os países da Otan e outros aliados dos Estados Unidos pelo mundo também buscassem essas aeronaves em seguida.
Cinco projetos acabaram disputando esse lucrativo contrato e dois deles rapidamente surgiram como finalistas: o YF-16 da empresa General Dynamics (hoje, parte da Lockheed-Martin) e o YF-17, da sua concorrente Northrop.
O YF-16 foi construído principalmente para manobras aéreas. Isso influenciou diretamente vários aspectos do seu design, incluindo a cúpula do seu cockpit.
Nele, o piloto se sentaria em um cockpit elevado, com uma enorme cúpula, que permitia uma visão quase inigualável, similar à dos primeiros jatos de combate que foram substituídos por caças armados com mísseis.
"Pelo menos parte da 'máfia dos jatos' que estava conduzindo a questão examinava a Coreia e o caça F-86 Sabre", segundo o especialista em aviação militar Tim Robinson, da Sociedade Aeronáutica Real do Reino Unido.
"Eles estavam procurando algo que fosse realmente manobrável e tivesse excelente visão para o piloto, com uma cúpula em forma de bolha", explica ele.
Uma das ideias propostas, segundo Robinson, foi eliminar completamente o radar.
"A ideia seria ter dois mísseis termoguiados e uma arma. E eles teriam que produzir aquilo em massa. Eles observavam os números dos aviões soviéticos e pensavam: 'meu Deus, vamos precisar de muitos, temos que construir muitos deles'."
O novo jato não precisaria ter o longo alcance do F-15. Por isso, ele poderia ser muito menor e mais leve e exigiria apenas um motor, em vez dos dois do F-15.
Esta combinação de baixo peso e poder de motor cria uma alta "relação empuxo-peso", que permitia não apenas alta velocidade, mas a capacidade de virar bruscamente, o que é perfeito para as manobras de combate aéreo.
O F-16 foi projetado para suportar fator de carga até 9g em combate – ou seja, qualquer coisa que pese 1 kg no solo subitamente passa a pesar 9 kg.
Voar em alto fator de carga g gera enorme tensão sobre a fuselagem e o piloto. Comparativamente, o F-4 conseguia suportar 7g, mas não por muito tempo. Sua fuselagem mais pesada perdia altura e velocidade com muito mais rapidez.
Para ajudar a manter o piloto consciente em voltas com alto fator de carga g, o assento do cockpit no F16 é reclinado, o que amortece parte dos efeitos sobre o piloto.
O jornalista de aviação Jeff Bolton já voou duas vezes em uma versão do F-16 com dois assentos, usada para treinamento de pilotos e missões especializadas.
Para ele, "mais do que qualquer outro caça em que já voei, de longe, ele é uma luva, entrar nele é literalmente como colocar uma luva de couro para dirigir."
"Tenho quase 1m90 de altura, de forma que é um encaixe bem apertado para mim, mas ainda consegui abaixar meu assento até o final e colocar minha mão entre o capacete e a cúpula. E, imagino, o seu corpo reconhece que você está 'vestindo' o avião."
O design do cockpit do F-16 vai muito além de apenas um assento reclinado e uma boa visão. Os designers eliminaram uma das principais características dos aviões de combate desde a Primeira Guerra Mundial: o manche de controle entre as pernas do piloto.
No seu lugar, o F-16 tinha um controlador similar a um joystick no lado direito do cockpit, muito parecido com os usados nos jogos simuladores de voo para computador.
Pelo menos nas primeiras unidades do F-16, esse controlador não se movia quando o piloto aplicava força sobre ele. Isso porque o F-16, em parte, era guiado por um computador de bordo que fazia constantemente pequenos ajustes das superfícies de controle da aeronave. Este sistema é conhecido atualmente como "fly-by-wire", o controle por cabo.
O F-16 foi a primeira aeronave do mundo a usar esse sistema. Agora, ele é adotado na maior parte dos aviões modernos, como o Boeing 777 e o Airbus A320.
"O fly-by-wire, agora, é comum", afirma Robinson. "Agora, você vê fly-by-wire em toda parte. O pequeno drone comercial tem fly-by-wire, as pessoas voam em aviões comerciais com fly-by-wire."
"Um dos apelidos [do F-16] foi 'Jato Elétrico' e, sim, acho que provavelmente havia certa resistência de algumas pessoas sobre a retirada do piloto da equação."
O F-16 foi originalmente construído para complementar o F-15 em baixa altitude, mas logo se descobriu que a fuselagem do F-16 permitia que ele levasse cargas mais pesadas, mais combustível e um radar maior, de forma muito parecida com o Supermarine Spitfire, da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Para Bolton, "o F-16 é um canivete suíço quase absolutamente perfeito".
Nave do futuro?
No século 21, o F-16 ficou tão importante quanto uma aeronave de ataque terrestre, algo que os seus projetistas não tinham na prancheta no início dos anos 1970.
Esta capacidade de adaptação permitiu que ele desempenhasse cada vez mais funções, o que chamou a atenção das forças aéreas internacionais.
"Onde houver um conflito, provavelmente um F-16 estará envolvido em algum lugar", afirma Robinson.
O apelido original do F-16 era "Falcão Lutador", mas esse nome nunca se popularizou, segundo Robinson.
"Ninguém usa esse nome. Eles o chamam de Viper, porque ele surgiu no final dos anos 1970, a mesma época de Battlestar Galactica [a série de TV]. Ele parece uma Colonial Viper", explica Robinson, em referência às espaçonaves apresentadas na série. "Ele ainda parece que pertence ao futuro."
Estacionado no solo, o F-16 realmente parece um objeto futurístico. Mas, no ar, ele pode ser uma revelação, até para os pilotos com muita experiência em jatos de alta velocidade.
"Houve casos de blackout dos pilotos em situações de alto fator de carga g", segundo Robinson. "Era uma aeronave que podia conduzir os pilotos para além dos seus limites fisiológicos, não só por ser 9g, mas pela rapidez em que a situação surgia."
Bolton teve essa experiência em um dos seus voos em um F-16.
O controlador do F-16 exige pouca força do piloto para responder. "São minúsculas entradas de controle, pequenas entradas, mas o que você observa em seguida é que tem 9g sobre o peito", ele conta.
"Ou seja, se você tiver 100 kg como eu, multiplique isso por nove. O mundo inteiro está depositado sobre você naquele momento."
Os pilotos costumam descrever o F-16 como muito fácil de voar, em parte graças ao sistema fly-by-wire, em parte devido à sua forte fuselagem, com asas que geram grande elevação.
"Quando voei nele pela primeira vez, [o piloto] me disse, 'olá, tudo bem, o jato é seu'", ele conta, dizendo que o piloto havia dado a ele o controle da aeronave.
O piloto deu alguns conselhos: "Ele é muito sensível. Tenha isso em mente."
Bolton conta que começou com um tonneau de aileron. Nesta acrobacia, a aeronave rola a 360 graus sem perder altitude. Ele tomou cuidado para não exercer força demais sobre o controlador do F-16.
"Eu executei [a manobra]. E ele olha para mim e diz, 'cara, foi demais'."
Segundo o instrutor, os alunos de pilotagem inicialmente colocam força excessiva sobre o controlador do F-16. E o avião é tão sensível que "bate a cabeça do instrutor contra os lados da cúpula", explica Bolton.
Bolton voou em jatos militares americanos mais antigos, como o Northrop F-5, utilizado por muito tempo para desempenhar o papel dos jatos soviéticos nos exercícios de Top Gun.
"Em relação à escola antiga, sabemos que aquilo é ótimo, meio que um carro esportivo MG com um motor de Corvette", ele conta.
Mas o F-5, que costumava ocupar posições parecidas com o F-16 em muitas forças aéreas, é um "avião mais analógico". Seu cockpit pequeno não oferece nada parecido com a visibilidade do F-16.
"Você fica sobre o trem [de pouso frontal], de forma que você pode observar sobre o nariz quando o chão cai à sua frente durante a decolagem", descreve Bolton sobre o cockpit do F-16.
'Nada supera':
John Waters conhece muito bem essa visão. Piloto de Boeing 777 e apresentador do podcast sobre aviação Afterburn, ele começou a pilotar caças F-16 para a Força Aérea americana em 2013.
Waters voou em missões de ataque terrestre na Síria contra o grupo Estado Islâmico e treinou para missões particularmente perigosas, chamadas Supressão da Defesa Aérea Inimiga (SEAD, na sigla em inglês). Ele buscava locais de lançamento de mísseis antiaéreos, que os pilotos apelidavam de "Doninhas Selvagens".
Esses caças F-16 conseguiam lançar mísseis orientados por radar sobre um jato inimigo muito além do campo de visão, derrubar uma bomba teleguiada em um alvo em terra e disparar um míssil guiado por radiação para atingir uma instalação de radar do inimigo – tudo ao mesmo tempo.
Waters completou as três ações durante o treinamento. "Se você fizesse todos os três no ar de uma vez, você estava cumprindo a operação 'Doninha Selvagem' por completo", ele conta.
Mais para o final da sua carreira de piloto de F-16, Waters fazia voos de demonstração e apresentações de acrobacia aérea. Várias delas foram filmadas, até por câmeras no seu cockpit.
Ele ainda se lembra da primeira vez em que entrou no cockpit do F-16. "Era julho em Phoenix [Arizona, EUA], 48 °C", conta.
"Existe uma grande sobrecarga sensorial... o calor, o barulho do jato... você está entrando em um avião que só conheceu no simulador algumas vezes, em um ambiente confortável e controlado."
Waters conta que, a cerca de 1,5 mil metros de altitude, ele retirou sua máscara e estava encharcado de suor, causado pelo calor e pela empolgação de voar no F-16 pela primeira vez.
"Tirei apenas um minuto para apreciar o momento", relembra ele. "É uma sensação incrível, aumentar aquela potência. E, naquele momento, o aparelho absolutamente mais poderoso em que eu já havia voado."
O canal de Waters no YouTube é repleto de filmagens profissionais dele decolando com seu F-16 para as rotinas detalhadamente planejadas das suas apresentações.
Waters usa tecnologia vestível para monitorar seus batimentos cardíacos.
"Em uma apresentação de 15 minutos, queimo 300 a 600 calorias do início até o fim, mas, e se estiver quente no lado de fora? O F-16 tem um bom sistema de resfriamento ambiental, mas ele está ali, na verdade, para resfriar o radar e os aparelhos eletrônicos – e só funciona bem em altitudes maiores", ele conta.
A única dificuldade de pilotar o F-16, segundo Walters, é a aterrissagem. "Aterrissar bem nem sempre é fácil, porque ele quer continuar voando."
"Você observa o F-16 fazer o que chamamos de 'bolha' ou 'salto'. Você não consegue fazê-lo parar da forma tradicional, o fly-by-wire não quer que você faça isso, ele quer que você continue voando."
Waters deixou de pilotar o F-16 em 2019.
"Ainda sinto falta dele. Nada supera subir no F-16", ele conta. "É como se você estivesse na ponta de um poste telefônico com um motor de foguete preso nas suas costas."
O F-16 está em processo de substituição nos Estados Unidos e em algumas das forças aéreas da Otan, por outro jato fabricado pela Lockheed, o F-35.
Cada F-35 custa mais de US$ 100 milhões (cerca de R$ 498 milhões). Ele é projetado para destruir aviões inimigos com mísseis de longo alcance, muito antes que o F-35 seja detectado pelo radar. Mas um F-16 sem adicionais pode custar apenas um terço desse preço.
O F-35 irá completar 50 anos do seu primeiro voo em 2056. E existem boas possibilidades de que, até nessa época, ainda haja alguns caças F-16 voando em alguma parte do mundo. Texto de Stephen Dowling.

quarta-feira, 26 de outubro de 2022

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Aeroporto Internacional Afonso Pena, São José dos Pinhais, Paraná, Brasil


 

Aeroporto Internacional Afonso Pena, São José dos Pinhais, Paraná, Brasil
São José dos Pinhais - PR
Fotografia - Cartão Postal

Nota do blog: O aeroporto de Curitiba CWB fica em São José dos Pinhais.

quarta-feira, 16 de março de 2022

O Triste Fim do Avião Vickers Viscount da VASP do Salão da Criança, São Paulo, Brasil

 




O avião na década de 70 no Aeroclube de São Paulo/SP.


Publicidade do Salão da Criança em 1972.


Pessoas admirando o avião na década de 70 em São Paulo/SP.


O avião no Campo de Marte no ano de 1975, São Paulo/SP.


O avião no Aeroclube de São Paulo/SP.


O avião no Aeroclube de São Paulo/SP.


O avião destruído no Morro do Cristo em Pedreira/SP.


Aeronaves Viscount da VASP em Congonhas no ano de 1970.



O Triste Fim do Avião Vickers Viscount da VASP do Salão da Criança, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Já vimos em outros artigos que os monumentos de São Paulo têm a característica única de se movimentarem pela cidade, de serem desmembrados, de até sumirem, como o caso do “sequestro” – ainda não solucionado – do busto de Henry Ford.
Mas não são somente os monumentos esculturais que têm esta dinâmica, pois os aviões que se tornaram monumentos também adquiriram esta característica e literalmente “saíram voando” por aí. Alguém se lembra do caça da FAB que ficava na Praça 14 bis? Mas esta é outra história…Mas existia outro avião exposto na cidade que ficou bastante conhecido por fazer parte de um dos programas familiares de final de semana e dos estudantes que, durante a semana, podiam conhecer de perto a máquina voadora.
Vamos voltar um pouco no tempo para que possamos sentir melhor o prazer de voar nesta história.A VASP – Viação Aérea São Paulo – era a empresa paulista de aviação que desde 1933 levava o nome de São Paulo pelos ares do Brasil. Operou diversos tipos de aeronaves, entre elas os primeiros turboélices em operação no Brasil, os Vickers Viscount de fabricação inglesa.
A VASP operou 16 Viscounts, sendo seis do modelo 827 com capacidade para 56 passageiros comprados novos e cuja chegada se deu a partir de novembro de 1958 e 10 usados do modelo 710, menores, com capacidade para 44 passageiros. Carinhosamente e para diferenciarem uns dos outros, os aviões passaram a ser conhecidos como “Vaiquinho”, o 710 e “Vaicão” o 827.
Os aviões eram muito confortáveis e faziam sucesso entre os passageiros, porém, um acidente ocorrido com um Viscount 710 da empresa australiana M.M.A. em 31 de dezembro de 1968, demonstrou que havia fadiga de material no suporte das asas. Diante disso, as autoridades britânicas proibiram o voo destas aeronaves e o custo dos reparos necessários tornariam a volta das operações financeiramente inviável.
Imediatamente, no início de 1969, a VASP decide pela desativação, de quase todos seus modelos 710, uma vez que também seria necessário efetuar caríssimos reparos estruturais nas longarinas das asas de seus aparelhos com mais horas de voo por recomendação do fabricante, depois do acidente na Austrália.
Entre os primeiros a saírem de serviço está o personagem principal desta história, o Viscount 701, prefixo PP-SRN, que deixou a operação em 27 de janeiro de 1969 com 24.981 horas voadas.
Muitos dos aparelhos desativados passaram a ser cedidos para entidades diversas, mas poucos sobreviveram, mesmo que o intuito fosse preservá-los como monumentos.
O nosso personagem, porém, ainda faria história quando, na madrugada de 25 de setembro de 1972, num verdadeiro acontecimento, foi transportado do aeroporto de Congonhas para o Parque Anhembi, onde foi inteiramente montado bem no centro do pavilhão de exposições para fazer a alegria das crianças; tudo isso porque no dia 7 de outubro daquele ano seria aberto o XII Salão da Criança.
Aqui vale uma ressalva: só quem viveu um Salão da Criança sabe o espetáculo que era aquele encontro com tudo o que fazia a alegria da criançada, atrações diversas, fabricantes de brinquedos, doces… Uma festa para toda a família em uma São Paulo muito diferente de hoje.
Mas voltando ao avião, no espaço onde ele estava, foi montada uma área de embarque e desembarque, um verdadeiro miniaeroporto dentro do Anhembi. Conhecer um avião por dentro naquele tempo era um sonho! Não é preciso dizer qual era a principal atração do salão…
A ida da aeronave para o Salão da Criança daquele ano foi uma feliz (ou programada) coincidência, pois o PP-SRN havia sido cedido para o Aeroclube de São Paulo e, depois do salão, ficou exposto em frente ao hangar principal. Como o aeroclube fica bem em frente ao pavilhão do Anhembi, a operação acabou sendo facilitada, daí se concluir que foi uma operação planejada.
O Viscount ficou exposto no Aeroclube durante muitos anos e foi, em 1974, sublocado para um particular que deveria respeitar o contrato entre a VASP e o aeroclube onde, entre outras coisas, teria que adaptar aparelhagem e todo material necessário à realização de voos simulados, com exibição de filmes educativos, entre outras ações, que visavam despertar o interesse pela aviação entre os visitantes.
Segundo duas reportagens na revista Flap (especializada em aviação), publicadas a partir de outubro de 1978, havia problemas entre o explorador da atração e o aeroclube, apesar de que, pelo que se entende, o avião estava em perfeito estado de conservação uma vez que a matéria termina com o seguinte parágrafo: “…Perfeito mesmo resta somente o PP-SRN que foi cedido ao Aeroclube de São Paulo. Conservá-lo no lugar onde está nas cores da VASP, senão uma obrigação, seria, pelo menos, uma questão de honra para os filhos do Estado mais rico deste País.”
Em fins de 1981, o avião foi retirado do espaço do Aeroclube de São Paulo e levado para ser atração turística na cidade paulista de Pedreira, mais exatamente num local chamado Complexo Turístico do Morro do Cristo, na administração do prefeito Gino Bellix (Hygino Amadeu Bellix, que cumpriu dois mandatos, 1977-82 e 1989-92).
Apesar de ser uma importante atração turística da cidade, não havia qualquer esquema especial de segurança o que culminou em uma triste situação, quando em 16 de maio de 1993 dois jovens “por brincadeira”, segundo um site da cidade, atearam fogo nas cortinas do avião. O resultado trágico foi a propagação do fogo que em poucos minutos destruiu a aeronave.
Assim termina a triste história de mais um monumento da cidade de São Paulo. Desta vez, longe da cidade e reduzido a cinzas.
Observação 1: PP-SRN: Viscount V701C – c/n 62. Entregue à BEA – British European Airways em 20/11/1954, como G-ANHB, batizado de “Sir Henry Stanley”. Vendido à Vasp em 30/08/1962, voou para o Brasil em 24/04/1963, junto com o PP-SRO. Voou na Vasp por quase 6 anos, e foi desativado e estocado em Congonhas/SP, em 27 de janeiro de 1969, com 24.981 horas de voo. Em 20/10/1972, foi cedido para o Aeroclube de São Paulo/SP, no Campo de Marte. Foi levado depois, em 1981, para Pedreira/SP, onde foi incendiado e destruído por vândalos em 16/05/1993.
Observação 2: O XII Salão da Criança aconteceu entre 7 e 22 de outubro de 1972. Texto de José Vignoli.
Nota do blog: Aproveitando o gancho desta matéria, a não utilização de aviões retirados de serviço da FAB como atração em praças, parques, aeroportos, canteiros de rotatórias e avenidas, além de outros dispositivos públicos, é uma das coisas que não entendo nesse País. Me parece uma completa idiotice o governo preferir vender essas aeronaves desativadas a preço de banana, aeronaves essas que pagaram milhões de dólares quando compraram, ao invés de colocarem as mesmas nos lugares que citei (a título de exemplo, recentemente a FAB vendeu um lote de 9 caças franceses Mirage 2000 desativados por US$ 452 mil, caças esses que o governo comprou, já usados, por US$ 22,5 milhões cada). Uma vez desativados, seria muito mais inteligente expor para que a população as conheça, tirem fotos, torná-las uma espécie de atração turística do local. Isso é uma coisa que o mundo inteiro faz, só aqui é diferente...