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domingo, 9 de junho de 2024

Estação Ferroviária de Morretes, Paraná, Brasil

 























Estação Ferroviária de Morretes, Paraná, Brasil
Morretes - PR
Fotografia


Histórico da linha: A linha unindo Curitiba a Paranaguá, a mais antiga do Estado, foi aberta pela E. F. Paraná de Paranaguá a Morretes em 1883, chegando a Curitiba em fevereiro de 1885. Durante seus 120 anos de existência ela pouco mudou, apenas dentro de Curitiba e na mudança de um ou outro túnel na serra. É considerada um dos marcos da engenharia ferroviária nacional, projetada por André Rebouças e construída por Teixeira Soares, depois de firmas estrangeiras recusarem a obra devido à dificuldade do trecho da serra, entre Morretes e Roça Nova. É também uma das poucas linhas que continua ter trens de passageiros, embora de forma turística apenas, desde os anos 1990, hoje explorado por uma concessionária privada, a Serra Verde Express. Em 1942, a E. F. Paraná foi englobada pela Rede de Viação Paraná-Santa Catarina, e esta, em 1975, transformada em uma divisão da RFFSA. Em 1996, o trecho passou a ser operado pela ALL, que obteve a concessão da antiga RVPSC.
A estação: Nas décadas que antecederam a construção da estrada de ferro, a economia e os transportes da cidade de Morretes giravam em torno da erva mate. Era um tempo em que pelas vielas, em pontos estratégicos, as tendas e oficinas dos ferreiros acolhiam os animais para serem ferrados e vencerem a subida de volta e, depois da Graciosa, chegavam também as pesadas carroças para os consertos de emergência. Com o crescimento desses comércios, os acessos à força hidráulica tornaram-se motivo de disputa, gerando conflitos de interesses pelos valos que desviavam as águas dos rios, principalmente do rio Marumbi. O centro de Morretes tornou-se uma rede de valos e derivações, suficientemente grandes para suportar o trânsito de canoas. Ainda hoje existem vestígios desses canais. A estrada de ferro desmontou esse entreposto ervateiro e marcou seu fim. À entrada do pátio da estação de Morretes, a linha atravessava alguns desses canais de engenho num pontilhão com 3 vãos de 2m cada um. A estação de Morretes foi inaugurada em 1883, tendo sido ponta de linha por dois anos da linha da E. F. Paraná que, então, ligava apenas Morretes a Antonina.
Esse antigo prédio da estação de Morretes, hoje parcialmente demolido, foi aproveitado para armazém de carga quando da construção da estação atual, muitos anos mais tarde. Situava-se na marca do Km 40+900m e na cota de 11,50 m, ostentando certo aspecto grandioso para os padrões do tempo, tanto mais se comparado com a estação urbana de Paranaguá. Tinha dois pavimentos, com a morada do agente na parte superior, pois então o centro da cidade ficava um tanto distante. Anexos, dois armazéns de carga e, em outros locais, um depósito para duas locomotiva e uma caixa d'água com capacidade de 48 metros cúbicos e respectiva bomba. Da cidade vinha a rua do Campo, ou talvez rua do Campos, próximo à chácara de Antônio de Campos. À volta, os canaviais de João Baia e várias chácaras.
Em 1885, a linha foi ligada a Curitiba.
A partir de 1892, passou a ser a estação de saída para os trens do ramal de Antonina.
Por volta de 1950, o prédio original deu lugar a uma estação com características modernas.
Entre 2005 e 2008, existiu um trem turístico da ABPF (uma litorina da extinta RVPSC) que saía todos os fins de semana de Morretes para Antonina. Foi suspenso em 2008.
A estação está ativa em 2024, atendendo ao trem Curitiba-Paranaguá, da empresa Serra Verde Express. Operadoras: E. F. Paraná (1883-1942), Rede de Viação Paraná-Santa Catarina (1942-1975), RFFSA (1975-1997) e Serra Verde Express (1997-). Texto do Estações Ferroviárias do Brasil.
Nota do blog: Imagens de 2024 / Crédito para Jaf.

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Edifício do Rodoviário da RVPSC / Edifício Teixeira Soares, Década de 40, Curitiba, Paraná, Brasil


 

Edifício do Rodoviário da RVPSC / Edifício Teixeira Soares, Década de 40, Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Fotografia - Cartão Postal


Na rua João Negrão, quase esquina com a avenida Sete de Setembro, no Centro de Curitiba, um edifício colado à "Ponte Preta" faz mais do que chamar a atenção pelo estilo com influência art déco. Ele ajuda a contar a história de uma época em que a cidade adquiriu uma nova configuração. O edifício Teixeira Soares, que foi construído em 1941 e abrigou a sede da Rede Ferroviária Federal (RFFSA), hoje é um dos câmpus da Universidade Federal do Paraná (UFPR), inaugurado em junho deste ano.
“O edifício faz parte da paisagem ferroviária de Curitiba, que precisa ser preservada como um todo”, explica o arquiteto e professor da UFPR, Key Imaguire. Para entender essa história, é preciso voltar até 1885, quando a construção da estrada de ferro que liga Curitiba a Paranaguá foi realizada. A chegada dela à entrada da cidade gerou uma integração com o Centro, em especial pela rua Barão do Rio Branco, ligando as antigas sedes do poder público – como a Câmara e o Palácio do Governo da época – ao terminal de embarque de trens. Também fazem parte desse Setor Especial de Preservação da Paisagem Ferroviária de Curitiba, além da Estação Ferroviária, do edifício e da ponte, estruturas como a garagem de litorinas e o estádio Durival de Britto e Silva.
Essa influência permanece até hoje e a região do edifício Teixeira Soares conta essa história. 
O prestígio da região, com a praça Eufrásio Correia, a ligação à praça Tiradentes e ao Paço da Liberdade, permanece até as décadas de 1960 e 1970, marcada até mesmo pela presença do extinto Cine Vitória, por muito tempo o maior cinema de rua de Curitiba. O edifício centralizava os serviços de manutenção e administração da Rede Viação Paraná Santa Catarina e depois se tornou sede da Rede Ferroviária Federal (RFFSA).
Com seus tijolos aparentes e características originais preservadas na fachada, a edificação mantém a discrição arquitetônica e foi tombada pelo Patrimônio Histórico, com a Ponte e a Estação, em 1976.
Ocupar e preservar:
O espaço foi cedido pelo governo federal à UFPR em 2008 e, desde então, a revitalização e re-ocupação do local eram aguardadas tanto pela utilidade acadêmica quanto pela preservação da memória ferroviária. Em junho de 2018 foi inaugurado o Campus Rebouças, abrigando os estudantes do curso de Turismo e da pós-graduação em Educação.
De acordo com a autora do projeto de restauro e reforma do campus, a arquiteta e urbanista Neuza Noguchi Machuca, a revitalização do espaço e a sua ocupação pela universidade contribuem para a recuperação e melhoria da qualidade de vida do bairro Rebouças, “pois promove a valorização e desenvolvimento das características únicas do lugar e da sua gente e a recuperação social e cultural”.
A edificação passou por várias reformas e ampliações ao longo dos anos, mas as fachadas frontais da avenida Sete de Setembro e da rua João Negrão foram mantidas, de acordo com o projeto de reforma pela UFPR, assim como os destaques para a torre do relógio com as aberturas redondas, os detalhes da platibanda (faixa horizontal na parte superior de edifícios) e as aberturas das esquadrias. No hall de entrada principal, na Rua João Negrão, foram preservados os detalhes do piso, as molduras nas paredes e teto, os corrimãos e esquadrias de ferro. O espaço acadêmico também contará com anexo para salas de aula.
Nos eixos do transporte:
O edifício foi batizado em homenagem a João Teixeira Soares, o engenheiro ferroviário mineiro que foi diretor da Estrada de Ferro do Paraná e esteve à frente de marcos desse setor de transporte no Brasil. É o caso da primeira ferrovia eletrificada do Brasil, a Estrada de Ferro do Corcovado, no Rio de Janeiro, e a ferrovia São Paulo – Rio Grande, que liga o município de Itararé (SP) a Santa Maria (RS). Após a ideia e o traçado dos trilhos da Estrada de Ferro Curitiba-Paranaguá terem sido concebidos pelos irmãos André e Antônio Rebouças, Teixeira Soares encabeçou a construção da estrada.

sexta-feira, 12 de agosto de 2022