segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Rua Quinze de Novembro / Rua XV de Novembro, São Paulo, Brasil - Guilherme Gaensly






 

Rua Quinze de Novembro / Rua XV de Novembro, São Paulo, Brasil - Guilherme Gaensly
São Paulo - SP
Série "Lembrança de São Paulo G. Gaensly" N. 18
Fotografia - Cartão Postal

Propaganda "Agora também Fabricado em Belo Horizonte", 1964, Refrigerante Crush, Brasil


 

Propaganda "Agora também Fabricado em Belo Horizonte", 1964, Refrigerante Crush, Brasil
Propaganda

Nota do blog: Propaganda de lançamento do refrigerante em Belo Horizonte.

domingo, 27 de agosto de 2023

A Volta do Mappin - Artigo

 




A Volta do Mappin - Artigo
Artigo




Famosa rede de lojas de departamentos, o Mappin voltou. Vinte anos depois de pedir falência, a marca transformou-se em comércio eletrônico, sob o comando da Marabraz, liderada pelos primos Nader e Abdul Fares.
O novo site, com foco em produtos de cama, mesa e banho, decoração e itens para jardim, foi ao ar no dia 10/06/2019. A loja está disponível para todo o Brasil, embora o Mappin tenha, no passado, concentrado sua operação apenas em São Paulo. A plataforma conta com um portfólio de milhares de itens próprios à venda. A empresa também tem um marketplace, em que vende produtos de terceiros.
Os diretores afirmam que, ainda que a marca tenha saído de uso há 23 anos, a população paulistana ainda se recorda da rede de lojas com carinho. “Para a época, era uma marca muito inovadora para o varejo. As pessoas se lembram disso com saudosismo”, diz Nader Fares, sócio-diretor comercial da Marabraz.
Mas, embora seja uma marca conhecida em São Paulo, o resto do país pode não se lembrar do passado de glória da loja de departamentos. Por isso, a estratégia nacional será outra. "Vamos entrar em outros marketplaces, com parceiros que têm mais tráfego para atrair a atenção para nossa marca", afirma.
O segundo passo será a abertura de lojas físicas, em São Paulo e outras cidades. "Queremos dar para nossos clientes a experiência omni canal", diz Abdul Fares.
O investimento no projeto passa de 10 milhões de reais. Cerca de 5 milhões de reais foram usados para a compra da marca, em 2009. O resto foi investido em tecnologia, funcionários e outros custos.
História:
O Mappin chegou ao Brasil em 1913 e teve uma loja de cinco andares no centro de São Paulo. Nos seus primeiros anos, a loja era ponto de encontro da elite paulistana. Havia apenas itens importados e voltados para as classes mais altas.
Entre as mudanças que a loja trouxe para o varejo da cidade, estão a criação de vitrines, crediário e etiquetas de preços nas vitrines. O grupo decidiu abrir mais unidades, mas acabou acumulando dívidas. Em 1999, a empresa declarou falência. Dez anos depois, o grupo Marabraz comprou a marca em um leilão por cerca de 5 milhões de reais. Na época, a promessa era de retomar o negócio em 2013.
Vinte anos depois da compra, a empresa irá recuperar a marca. No entanto, desde que saiu de cena, muita coisa mudou no varejo brasileiro. Magazine Luiza, Via Varejo, B2W e Amazon criaram sites fortes e marketplaces importantes para a receita.
Já a Marabraz surgiu em 1972, criada pelo imigrante libanês Abdul Hadi Mohamed Fares. A primeira loja se chamava Credi-Fares e foi aberta em São Paulo. Depois que o fundador faleceu, os filhos assumiram o negócio, compraram a marca Marabraz e substituíram o nome para Lojas Marabraz. Com propagandas estrelando famosos, como a dupla Zezé di Camargo e Luciano e o ator Fábio Porchat, a empresa tem mais de 130 lojas no estado de São Paulo.

Propaganda "Abertura da Mappin Stores", 1913, Mappin Stores, São Paulo, Brasil


 

Propaganda "Abertura da Mappin Stores", 1913, Mappin Stores, São Paulo, Brasil
Propaganda

Muitos estabelecimentos comerciais marcam a história das grandes cidades. São empresas muitas vezes centenárias que acompanham a evolução da região onde foram instaladas, marcando gerações e gerações de pessoas através dos tempos. Em São Paulo o nome mais lembrado é, sem dúvida, o Mappin, que estaria celebrando mais de um século de existência se não tivesse encerrado suas atividades em 1999.
Sua trajetória em São Paulo começou em 29/11/1913, conforme o anúncio mostrado no post, publicado nos principais jornais paulistanos da época.
A história do Mappin começou na Inglaterra, no século XVIII, quando duas tradicionais famílias de comerciantes da cidade de Sheffield inauguraram uma loja bastante sofisticada para a época. A loja seguiu crescendo e posteriormente mudou-se para Londres, de onde iniciou sua expansão ultramarina, chegando a Buenos Aires nos primeiros anos do século XX.
No final do ano de 1913, surgia em São Paulo. Os irmãos Walter e Hebert Mappin inauguram, na Rua XV de Novembro, a loja brasileira da Mappin Stores, que chegava para concorrer de frente com a tradicional Casa Allemã (grafia da época), fundada no século XIX, localizada na Rua Direita.
O Mappin era um espaço bastante refinado, eram vendidos apenas produtos de origem importada, além de serviços como barbearia e salão de chá, que logo o tornaram o principal espaço paulistano destinado ao "chá das cinco" (five o’clock tea).
A loja se tornou não somente um paraíso de compras da elite paulistana, como também um ponto de encontro das damas da cidade, que vinham até o Mappin não apenas para compras mas para conversar e passar o dia. A loja ficava lotada praticamente o dia todo.
Entre as novidades trazidas pela loja para a cidade de São Paulo, estavam as vitrines de vidro na fachada. Por mais estranho que isso possa parecer, até a chegada do Mappin não haviam vitrines deste tipo, as pessoas precisavam entrar dentro da loja para observar os produtos à venda. Tal novidade foi uma vantagem muito grande para eles, tanto que logo seus concorrentes passaram a usar do mesmo expediente.
Com o intenso movimento do público e mais produtos chegando, a loja da Rua XV de Novembro ficou pequena para acomodar tantas novidades e tornou-se apertada para os clientes. Assim, com apenas seis anos de existência, o Mappin mudou-se dali, em 1919, para seu novo endereço, na Praça do Patriarca, onde ficaria por duas décadas.
No final da década de 20 veio a crise de 1929, que esfriou a economia do mundo todo. A crise também atingiu o Mappin, que com ela e também a crise no mercado de café em virtude da quebra da bolsa de Nova York, viu sua clientela de elite reduzir consideravelmente. Para adaptar-se a esta nova realidade econômica, o Mappin inovou mais uma vez sendo o pioneiro a introduzir etiquetas de preços nas vitrines, atraindo consumidores de camadas mais baixas. Com isso surgiria outra novidade na loja, o "crediário".
E desta forma o Mappin ganhou fôlego, retomou o crescimento e pode novamente pensar em sua expansão, para um novo prédio na Praça Ramos de Azevedo. A mudança para este novo endereço ocorreria em 1939.
Alguns anos depois, na segunda metade da década de 40, o Mappin começaria a sentir o peso da aceleração da economia brasileira, que atraiu novos concorrentes. A empresa passou a ter dificuldades e acabou sendo vendida, passando a ser controlada pelo advogado e empresário do ramo do café, Alberto Alves Filho.
O novo administrador promoveria uma série de mudanças na operação da empresa, como a substituição dos produtos importados pelos nacionais, novas políticas de crediário e de funcionamento da empresa, além da mudança de razão social, passando a chamar-se "Casa Anglo-Brasileira S/A". O empresário Alberto Alves Filho seguiu inovando a frente do Mappin, tornando a empresa cada vez mais popular, inclusive abrindo seu capital em 1972. Ele seguiria no comando do Mappin até falecer em 1982.
Mesmo com o falecimento do empresário, o Mappin não parava de crescer. Em 1983 foi considerada a empresa do ano e, em 1984, uma pesquisa realizada pelo Instituto Gallup apontou que 97% dos paulistanos conheciam a empresa, sendo que 67% deles já haviam comprado em alguma de suas lojas. Com esses bons números, a empresa continuava a adquirir as operações de seus concorrentes. 
Porém, em 1991, o Mappin seguindo em seu plano de expansão, comprou as cinco lojas da Sears, e, talvez, foi partir daí que o grupo começou a ficar maior do que deveria ou permitia sua situação financeira.
Em 1995 a empresa anunciou o maior prejuízo financeiro de sua história, quase 20 milhões de reais. O prejuízo foi deixando a empresa cada vez mais em dificuldades, levando aos rumores de que a herdeira e empresária Cosette Alves estaria preparando a venda da companhia. Embora ela tenha resistido, sendo por muito tempo contrária a ideia da venda, acabou convencida pelo empresário Ricardo Mansur.
Em 1996 Mansur comprou o Mappin por 25 milhões de reais, prometendo novo fôlego para a empresa. Uma de suas ideias era transformar o Mappin em uma rede de franquias e abrir pelo menos quarenta novas lojas espalhadas pelo Brasil.
Entretanto nenhuma dessas ideias deu certo, o Mappin entrou novamente em crise, desta vez muito mais profunda, o que levou a empresa em 1999 a acumular 300 pedidos de falência, além de uma dívida de 1.2 bilhão de reais. Assim, diante dessa situação, 86 anos depois de sua fundação, o Mappin encerraria suas atividades, deixando para trás funcionários, clientes e uma história construída na cidade de São Paulo.
Em 2010 a Rede Marabraz adquiriu, em leilão público, os direitos sobre a marca Mappin em todo o Brasil. A compra atingiu o valor de 5 milhões de reais, valor 60% menor que a avaliação judicial, que ficou em 12 milhões.
Os novos proprietários já reativaram a marca e estão em pleno funcionamento(www.mappin.com.br).


Uma Fazenda Modelo / Plantação de Abacaxis, Estado de Minas Gerais, Brasil


 

Uma Fazenda Modelo / Plantação de Abacaxis, Estado de Minas Gerais, Brasil
Estado de Minas Gerais - MG
Édition de la Mission de Propagande
Fotografia - Cartão Postal

Rótulo "Aguardente Composta de Zimbro Gato Preto", Fábrica de Bebidas América, Brasil





 

Rótulo "Aguardente Composta de Zimbro Gato Preto", Fábrica de Bebidas América, Brasil
Rótulo


"Genebra", "zinebra" ou "aguardente composta de zimbro", são nomes de uma bebida destilada parecida com o gin originária dos Países Baixos. Muito difundida no Nordeste brasileiro, essa aguardente composta de zimbro era conhecida popularmente como "zinebra", sendo que as mais famosas tinham o desenho de um "gato preto" em seu rótulo.
É uma bebida com alto teor alcoólico (até 45º GL), maior do que whisky, vodka, tequila, etc. No passado era usada como digestivo e também para resolver problemas estomacais (devido ao aroma agradável e alto teor alcoólico, tinha fama de não deixar mau hálito e fazer bem a saúde). 
Curiosidade: quando as pessoas se embriagavam, dizia-se que "estavam mais tronchas que o gato preto da zinebra" (devido o gato aparecer no rótulo da bebida de forma troncha, como se estivesse embriagado, se equilibrando em um barril de zinebra).

Praça da República, 1946, Rio de Janeiro, Brasil


 

Praça da República, 1946, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia - Cartão Postal