Grupo de telefonistas da central telefônica da Rua Benjamin Constant em 1905.
Anúncio publicado no jornal "O Estado de S. Paulo" em 19 de fevereiro de 1884.
São Paulo - SP
Fotografia
Em novembro de 1883 a Companhia Telegraphos Urbanos solicitou à Câmara Municipal de São Paulo autorização para instalar na cidade e seus subúrbios os postes necessários para o serviço de “telegrapho e telephone”, oferecendo um aparelho grátis para a Câmara, tendo seu pedido sido aprovado. Acontece que outra companhia, a Alvares Pereira & Companhia, também começou a oferecer o mesmo serviço e instalar aparelhos. A Companhia Telegraphos Nacional, que também atuava no Rio de Janeiro, acabou entrando em acordo e adquiriu todo o acervo da outra empresa em janeiro de 1884. A primeira central da companhia foi estabelecida na rua Direita, 33, 1o andar e já em fevereiro existiam 77 aparelhos em funcionamento e uma fila de espera de mais 55 assinantes.
Em 1885 a Companhia Telephonica do Brazil adquire todo o patrimônio da Companhia Telegraphos Urbanos, a exemplo do que já havia acontecido no Rio de Janeiro.
A central mudou-se para a rua Santa Tereza em 1890 e, em 1897, construiu-se a central da rua Benjamin Constant, 44. Em setembro de 1905 já haviam sido instaladas 700 linhas em São Paulo.
Logo nos primeiros meses de atuação da empresa, em março de 1884, uma curiosa reportagem do jornal O Estado de S. Paulo denunciava um “Inimigo do progresso”. Eram os urubus, que com seu voo baixo peitavam os fios espalhados por toda a cidade, embaralhando as linhas, provocando uma enorme confusão nas ligações. Daí veio a expressão “linha cruzada”, muito conhecida pelos mais velhos que usavam os aparelho fixos. Hoje, com mais de 230 milhões de celulares em operação no Brasil, a expressão caiu em desuso.
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