segunda-feira, 27 de abril de 2020

Javier Castrilli e o Pênalti Mais "Roubado" da História do Futebol, Corinthians 2 x 2 Portuguesa, Semi-Final do Campeonato Paulista de 1998, São Paulo, Brasil - Artigo


Javier Castrilli e o Pênalti Mais "Roubado" da História do Futebol, Corinthians 2 x 2 Portuguesa, Semi-Final do Campeonato Paulista de 1998, São Paulo, Brasil - Artigo
Artigo

*Texto publicado em 26/04/2018 por Julio Gomes:
Caro Senhor Javier Castrilli,
você não me conhece. Eu te conheço por um momento que compartilhamos 20 anos atrás.
Naquele dia 26 de abril de 1998, eu ainda não era jornalista. Era apenas um projeto de jornalista, em meu segundo ano de faculdade. Você participou da minha despedida. Aquele jogo entre Portuguesa e Corinthians, no estádio do Morumbi, em São Paulo, foi meu último evento como um amador. Como um puro torcedor.
Nunca mais voltei a ser. Um pedaço de mim foi arrancado por uma decisão sua. Talvez tenha até de lhe agradecer. O senhor me mostrou que era inútil tentar chegar onde nunca me deixariam chegar.
Alguns dias depois, comecei a trabalhar no jornalismo esportivo. No UOL, que se transformaria no maior portal de notícias da América Latina. E, acredite se quiser, senhor Castrilli, porque muitos não acreditam, tudo muda quando começamos a trabalhar. O coração não deixa de sentir amor pelo clube ou pela seleção nacional. Mas ele fica guardadinho, engavetado.
Se naqueles tempos tivéssemos redes sociais, talvez eu tivesse comprometido minha carreira. Teria certamente perdido a linha. Inclusive com colegas de imprensa.
Colegas que caíram no conto do técnico do Corinthians, falando de dois supostos gols irregulares no jogo para o meu time. No primeiro, houve um impedimento não marcado uns 5 minutos antes do gol. No segundo, não havia impedimento algum, em bola tocada para trás pelo jogador Sylvinho, do Corinthians. Talvez estes colegas não soubessem separar amor de profissão. Talvez ainda não saibam. Alguns. Outros tantos, sim.
Mas eu evoluí. Procuro não perder a linha em redes sociais. Aliás, não perco mais a linha com futebol faz tempo.
O senhor já havia inventado um pênalti para os adversários quando ganhávamos por 1 a 0. Mas o que definiu aquele jogo foi um outro pênalti que o senhor inventou aos 48 minutos do segundo tempo. Um lance em que o zagueiro César ajeita a bola na barriga, ela toca em sua coxa na sequência. A imagem é clara. Mesmo que tivesse encostado no braço após o toque na barriga, não seria uma ação faltosa.
O senhor inventou um pênalti no último lance do jogo. O senhor definiu que o Corinthians passaria para a final do campeonato. Os dois pênaltis foram tão absurdos (do primeiro ninguém se lembra, dado o escândalo maior que foi o segundo) que é difícil não imaginar que o senhor tinha uma missão a cumprir naquela tarde.
Vou te contar uma coisa que me espantou, para logo depois te contar uma que vai te espantar.
Me espantou quando meu colega jornalista de UOL e Bandsports, Napoleão de Almeida, disse que te entrevistou ontem e que o senhor insistiu que o lance foi de pênalti. Aí precisamos ou de óculos com um grau maior ou de um livro de regras. Ou as duas coisas. Quem sabe eu lhe mande por correio, basta me dar o endereço.
Agora vou lhe contar algo que talvez lhe espante. A Portuguesa nunca mais chegou a uma final depois daquele jogo.
Não que chegasse com frequência. A Portuguesa foi grande nos anos 50. Teve alguns momentos importantes na história. Revelou jogadores importantes para o futebol brasileiro. Mas nunca tivemos como competir seriamente com os maiores. Aquele era um desses momentos raros. Foram nossos melhores anos. Mas eles se foram sem um título.
Nossa torcida é pequena, senhor Castrilli. E já era pequena em 26 de abril de 1998. Tão pequena que talvez o senhor não tenha nos notado ali no Morumbi. Eu me lembro que deveríamos ter ocupado uma das quatro partes do anel superior do estádio. Duas horas antes do jogo, a polícia gentilmente nos pediu para nos juntarmos um pouco mais, e abriu uma parte do nosso quadrante para os torcedores rivais. Uma hora antes do jogo, um pouco mais. Meia hora antes do jogo, um pouco mais. 10 minutos antes do jogo, um pouco mais.
A esta altura, já estávamos dividindo o mesmo degrau de arquibancada com o patrício. No máximo uns 20 metros havia entre um alambrado e a cordinha que a polícia esticou para nos separar da massa rival. Poderíamos ter sido massacrados ali.
Mas, quando o jogo começou, o medo virou segurança. Porque nosso time era bom, senhor Castrilli. Mas como era! O senhor se lembra? Deve ter percebido que o time era bom e dificultaria sua missão. Jogavam nele o Evair, o Leandro, o César, o Evandro, o Alexandre, o Carlinhos. Nosso time era bom de verdade. Tão bom que três meses depois ganhou de 7 a 2 do São Paulo – que seria o nosso adversário naquela final que o senhor não nos deixou jogar. Tão bom que sete meses depois estava jogando a semifinal do Campeonato Brasileiro.
Foi nosso último suspiro, senhor Castrilli. Desde então, tivemos dezenas de presidentes, dezenas de técnicos, dezenas de rebaixamentos, centenas de tristezas. Hoje, não temos nem mais divisão para jogar, senhor Castrilli. Nosso clube acabou.
O senhor não tem culpa disso, não senhor. Sua culpa foi ter nos impedido de ter uma rara felicidade. Teria sido uma felicidade imensa, sem dúvida. Ganhar do grande rival diante de 80 mil torcedores deles.
Eu nunca senti tanta raiva de uma pessoa na vida, senhor Castrilli. E imagino que não deva ser agradável ouvir isso. Mas infelizmente, preciso lhe dizer, não estou aqui para lhe agradar.
Talvez se tivéssemos nos encontrado no restaurante Jardim di Napoli naquela noite, onde me contaram que o senhor jantou, aliás, ótima escolha, o polpettone deles é o melhor do mundo, talvez eu tivesse acabado preso naquela noite. Mas eu tinha outro compromisso. Era aniversário da minha namorada. Hoje, ela é minha esposa. Portanto, senhor Castrilli, eu lembro do senhor todos os anos. O senhor nunca falta. Não é apenas uma memória distante. É uma memória anual.
Nós nunca nos encontraremos. Mesmo com o telefone em mãos, não tenho coragem de te ligar. Por isso, resolvi escrever, que é o que eu sempre fiz melhor. É como eu consigo organizar melhor meus sentimentos.
O mundo é incrível, senhor Castrilli. Porque a tecnologia nos dá a chance de nos conhecermos 20 anos depois. Basta eu clicar "enviar". E pronto. estou falando com o senhor. A pessoa que mais odiei e xinguei em toda a minha vida, mesmo sem saber se o senhor é um bom filho, um bom pai, um bom marido. Talvez seja, talvez não.
Eu te odeio mesmo assim, preciso lhe dizer.
Outros juízes erraram. O futebol é cheio disso. Mas os times prejudicados sempre têm uma segunda chance. Nós não tivemos, senhor Castrilli. Faz 20 anos. E nós nunca mais teremos, senhor Castrilli. Tente conviver com isso. Pare agora. Repire. Tire o olho desta tela. E pense nisso. Nós nunca mais teremos uma chance, senhor Castrilli. Eu gostaria muito que o senhor levasse consigo esta culpa até o fim dos teus dias.
Nós. Nunca. Mais. Tivemos. Uma. Chance. Nós. Nunca. Mais. Teremos.
O senhor nos fez muito mal, senhor Castrilli. A mim, a meu velho pai, que jogou na Portuguesa, a meu irmão, meu inspirador irmão, que me levava a jogos desde os meus 3 ou 4 anos, que trouxe o futebol e o jornalismo até mim, mas que não pôde estar comigo aquele dia, pois estava em alguma corrida de Fórmula 1 em algum lugar do mundo ouvindo o jogo por um telefone.
Se conversássemos um dia, talvez a única pergunta que eu poderia lhe fazer seria "por que?". Por que decidiu nos eliminar, senhor Castrilli. Por que me fez chorar tanto de raiva naquele 26 de abril, senhor Castrilli. Por que impediu que tantas almas que ouvem a vida inteira sobre o fracasso de sua escolha clubística pudessem ter alguns poucos dias de plenitude, senhor Castrilli. Por que tantas pessoas, que já eram velhinhas, morreram sem saber o porquê, senhor Castrilli.
Porque há um porquê. Eu sei que há. Você sabe que há. E você sabe que eu sei que o senhor nunca irá contar. Talvez já tenha até apagado da memória, tanto tempo se passou, eu também tento apagar da minha memória besteiras que fiz, frases que não queria ter falado, ofensas que não teria ter proferido. É uma proteção. Eu entendo.
Ao mesmo tempo, seria digno confessar, senhor Castrilli. Confessar que errou. Confessar por que errou. Lavaria a sua alma. Seria libertador, acho eu. Veja como evoluí. Já sou até capaz de desejar teu bem.
Mas eu te odeio, Castrilli. E esta verdade não vai mudar.
Por fim, acabo esta carta com meus mais sinceros votos. Vá para o inferno.
Saludos, Julio.
Este texto foi traduzido para o espanhol e enviado por WhatsApp para o celular do ex-árbitro, o argentino Javier Alberto Castrilli
*Resposta de Javier Castrilli em 26/04/2018:
Eram 7h29 da manhã quando meu celular apitou. Tomei um susto. Caramba, 7h29! Minha filha vai atrasar para a escola. Ela sempre acorda tão mais cedo do que isso, nem coloco alarme. Dei um beijo na minha mulher, feliz aniversário, meu amor. Agora vou ver quem está me escrevendo a esta hora.
Javier. Castrilli.
Uau. Sim, vocês podem não acreditar. Mas a carta ao senhor Castrilli, que publiquei no meu blog durante a madrugada, havia, sim, sido mandada por mim para ele em espanhol. Eu não imaginei que ele fosse responder. Queria apenas que lesse o que eu tinha a falar para ele 20 anos após a destruição de um sonho adolescente.
Ele não só leu, como respondeu. Creio que seria injusto traduzir este texto. O espanhol escrito e falado por argentinos é maravilhoso. Então deixo aqui o original. Não pedi autorização a ele, mas não vi nada que impedisse tal resposta de ser publicada. Quem tiver dificuldades, pode colocar no Google Translator.
Ao final da resposta de Castrilli, farei algumas ponderações:
"Siento mucho Julio todas y cada unas de tus palabras. Te contesto con el mismo respeto que siento por todos los hinchas que se sintieron dolidos por mis fallos. Seguramente fueron muchos más de lo que pueda imaginar. Siempre luché y seguiré luchando por la justicia. En mi país, como en otros, a juzgar por opiniones en las redes sociales, fui y seré considerado por tratar a todos los clubes de la misma forma. Jamás me tembló la mano para tomar una decisión contra un club grande. Para su conocimiento Julio, fui yo quien una noche de 1996 expulsó a Maradona jugando para Boca Juniors (el club más poderoso de Argentina; el actual presidente de mi país era en ese entonces quien presidía el club) frente a Vélez Sarsfield, que no por haber ganado tantos títulos en esa década pudo nunca tener uña parcialidad numerosa. Siempre Vélez fue un club pequeño de barrio. Por indisciplina expulsé a otros tres jugadores de Boca. El partido iba 1 – 0 a favor de Boca cuando su arquero sacó sobre la línea el balón y mi asistente vio gol. Las imágenes dicen lo contrario. A partir de allí sobrevino el desastre. El partido finalizó 5 – 1 a favor de Vélez y fue el día que el arquero Chilavert convirtió dos goles (uno de tiro libre y otro de PENAL) Mucho sufrí por ese, como por otros partidos. En el año 1992, en el propio estadio de River Plate, se jugaron la final del torneo el local frente Newells de Rosario (equipo del interior del país que siempre se sintieron perjudicados frente a los poderosos de Buenos Aires). River es el otro club más poderoso. También por insultos expulsé a tres jugadores de River a los 20 minutos del primer tiempo. Al finalizar el primer tiempo (el partido seguía 0 – 0) expulsé a su técnico Daniel Pasarella por insultarme. Al comenzar el segundo tiempo expulsé al padre de Gonzalo Higuaín y River quedó con 7 jugadores. El partido finalizó 0 – 5 a favor de Newells que salió campeón. Viví en Buenos Aires en esos años soportando mucho sufrimiento. Mis hijos eran adolescentes (13 y 15 años). De más está detallarle todo lo padecido porque, sin lugar a dudas, usted ha demostrado ser una persona tan respetuosa como inteligente para imaginarlo. Luego del mundial de Francia 98 me designaron para dirigir la final de la Copa Libertadores de América en Guayaquil (Ecuador). Frente a toda la presión del país Vasco da Gama terminó venciendo con lo justo para salir campeón. A mi regreso al país me enteré que el entonces presidente del Colegio de Árbitros de Argentina y amigo personal del presidente de la AFA, el ya fallecido Julio Grondona, había tenido una reunión con árbitros del ascenso donde, entre otras cosas, les dijo: "…antes de sancionar tienen que mirar el color de camiseta de los equipos…". Lo denuncié. Grondona dijo que yo estaba loco. Llamó a una reunión y a todos los árbitros (incluido los que me habían contado los hechos) les hizo firmar una nota para desacreditarme ante la opinión pública. Los árbitros accedieron y firmaron. Al día siguiente renuncié después de 22 años como árbitro teniendo 41 años y la promesa de un nuevo mundial en Japón-Corea porque acababa de ser nombrado por quinto año consecutivo como mejor árbitro del país por el Círculo de Periodistas Deportivos de Argentina. Estuve tres semanas sin salir de mi departamento. Logré darme cuenta de la centralidad que ocupaba el fútbol en mi vida y decidí reaccionar para buscar la vida en otro espacio. Mi vida no podía quedar reducida al universo fútbol. No por eso mermó mi dolor ante esa pérdida. Créame Julio no tengo otro capital que mi historia personal. Siempre viví aferrado a mi sistema de principios y valores, agradeciendo a mis padres de habérmelos brindado. Créame Julio… cada vez que viajé a Brasil para dirigir un partido lo hice siguiendo los mismos ideales y muchas fueron las veces que ni siquiera sabía qué clubes participaban del partido. Como en esa oportunidad. Ni siquiera sabía que era un cuarto de final. Me enteré cuando arribé a San Pablo. Lamento su dolor como el todos los torcedores de Portuguesa. Créame Julio lo siento mucho. Pero créame Julio que si esa jugada fatal hubiera sido en el área contraria hubiera sancionado lo mismo. Gracias por su mensaje tan dolido como respetuoso. Connota haber sido escrito por alguien con inteligencia y sentimientos profundos. Estaré siempre a su disposición Julio. No pido que me disculpe sólo que me crea. Fuerte abrazo
Esta mensagem tem muita força, eu admito isso. Javier Castrilli não precisava ter me respondido. E o fez com muita classe e educação.
Ele quer dizer aqui que a história de sua vida prova que ele nunca protegeu poderosos, e não seria o caso naquele Corinthians 2 x 2 Portuguesa de 26 de abril de 1998. Se ele errou, errou sem má fé. Eu acho até que acredito nele. Talvez amanhã não acredite mais. Sei lá.
Sua história de vida como árbitro mostra também uma certa vontade de ser mais realista que o rei. E talvez este afã pelo protagonismo tenha levado este senhor a marcar aquele pênalti absurdo, que destruiu os sonhos da pequena torcida da Portuguesa.
Sinto-me feliz. Talvez tenham sido necessários 20 anos para eu que pudesse falar algo decente a Castrilli. Talvez tenham sido necessários 20 anos para que eu tivesse maturidade suficiente para sentir até empatia por sua resposta.
A Lusa está acabando. E isso nada tem a ver com Castrilli. Há muitas páginas que simplesmente não foram viradas no clube, especialmente a de 2013.
A minha, com Castrilli, está virada a partir de hoje.
*Texto publicado por Julio Gomes em 26/04/2020:
Hoje é 26 de abril. É o Castrilli Day! A cada ano, é importante lembrar do maior roubo da história do futebol. O dia em que um cidadão veio lá da Argentina para estuprar a Portuguesa na semifinal do Paulistão de 98, inventando um pênalti bizarro para o Corinthians aos 48min do segundo tempo.
No "Sincerão", eu chamei de "maior roubo da história" e, claro, isso virou polêmica. Os corintianos ficaram bravos, torcedores de tantos times lembraram outros assaltos.
Gente, nunca haverá acordo em relação a isso e, nestas horas, a paixão vai ser falar muito, muito, muito mais alto do que a razão. Dois anos atrás, eu escrevi uma carta ao "señor" Javier Castrilli. E publiquei aqui no blog: "Lá se foram 20 anos. E eu te odeio, senhor Castrilli". Recomendo a leitura. Expressei os sentimentos que estavam guardados comigo havia 20 anos, do dia que fiquei mais P... em minha vida. Aquele jogo, eu conto, foi quase que uma despedida minha, saindo do mundo em que eu era 1000% torcedor para o mundo profissional do jornalismo esportivo. Comigo, ter entrado neste mundo teve o efeito paulatino de distanciamento da paixão.
Para minha surpresa, Javier Castrilli respondeu à minha carta. E eu também publiquei a respeitosa resposta aqui no blog: "Javier Castrilli me acordou hoje. E acho que acredito nele". Sigo achando a mesma coisa: Castrilli era o típico árbitro que gostava de ser mais realista que o rei, que gostava de causar, de ser o maior protagonista em campo. Talvez não estivesse no Morumbi determinado a classificar o Corinthians. Mas estava em campo determinado a aparecer. Como sempre.
E acabou operando a Portuguesa, no que se tornou, sim, a arbitragem que gerou maior comoção na história do futebol brasileiro. Porque foi contra um clube que tinha zero rejeição, muito pelo contrário, em benefício de outro que tem, por ser tão popular, uma enorme rejeição. As pessoas "neutras", nem torcedores do Corinthians nem da Portuguesa, ficaram verdadeiramente indignadas.
É claro que já teve muito roubo no futebol. Roubo no sentido metafórico e roubo de verdade mesmo. Mas todos tiveram uma segunda (ou terceira ou quarta ou quinta) chance. O Galo, que lembra daquele jogo contra o Flamengo, seria campeão da Libertadores mais tarde. Itália e Espanha, roubados contra a Coreia em 2002, seriam campeãs das duas Copas seguintes. O próprio Corinthians, prejudicado por Amarilla contra o Boca, vai longe na Libertadores novamente. O Inter, prejudicado em 2005, ganharia duas Libertadores depois daquilo. O Santos, roubado em 95, seria campeão brasileiro duas vezes depois. A Alemanha, prejudicada em 66, ganhou três Copas depois daquilo. Só usando um punhado de exemplos.
Enfim, clubes grandes vão sempre continuar jogando por títulos. Vão perder roubado aqui, ganhar roubado ali. Vão chorar um dia, sorrir no outro.
A Portuguesa, não. O roubo de Castrilli não foi o roubo de um jogo, de uma final. Foi o roubo para sempre. Um roubo sem chance de recuperação, pois era último o lance da partida. E sem chance de redenção do lesado. Foi um roubo definitivo, absoluto. Foi o roubo que selou o destino do clube. Ele tirou da Lusa e dos lusitanos uma chance que eles nunca mais teriam, nunca mais tiveram e nunca mais terão.
Nunca um árbitro prejudicou tanto um time. Na história.
*Nota do blog: Foi a maior sacanagem que já vi em uma partida de futebol. O pênalti mais roubado da história. Teve briga, choro, reclamação, até hoje não sei como a Portuguesa não abandonou o campo, não deixando a cobrança de pênalti ser realizada. A Portuguesa, antigamente, teve seus momentos de glória, sendo campeã paulista, vice brasileiro, etc, só atrás dos quatro grandes. Hoje vive uma situação pré-falimentar, a um passo do encerramento das atividades. Esse erro a prejudicou muito, embora eu pense que não foi determinante para sua atual situação (a Portuguesa sempre foi mal administrada, com muitas brigas internas entre as diversas facções do clube, mas, para mim, a “pá de cal” foi a escalação irregular do jogador Héverton no Campeonato Brasileiro de 2013, resultando em sua queda para a Série B, causando uma enorme perda de receita). Além disso, não podemos esquecer que a Portuguesa também já se beneficiou de erros (inesquecível o erro do árbitro Armando Marques na contagem dos pênaltis na final de 1973 contra o Santos, beneficiando irregularmente a Portuguesa com a divisão do título daquele ano).
Ainda assim, cumpre-me dizer: Foi o pênalti mais roubado que já vi em uma partida de futebol, e, não importa o que ele próprio diga, Julio Gomes jamais esquecerá, quanto mais perdoar, Javier Castrilli...rs.









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