quarta-feira, 4 de agosto de 2021

A "Síndrome do Imperador" ou Quando seu Filho é um Tirano - Artigo

 




A "Síndrome do Imperador" ou Quando seu Filho é um Tirano - Artigo
Artigo

O número de casos só aumenta. Em idades cada vez menores: se chama “síndrome do imperador”, e define as crianças e adolescentes que abusam de seus pais sem a menor consciência. A mãe costuma ser a primeira e principal vítima do pequeno tirano, que depois estenderá os maus-tratos a outros membros da família, a não ser que isso seja tratado, como explica o psicólogo José Antônio Ramadán. Causou alvoroço a sentença emitida no ano passado pelo Tribunal Penal número 2 de La Coruña que absolveu uma mãe acusada por seu próprio filho de 11 anos de maus-tratos por uma bofetada. Mas quais são as causas desse mal que transforma a vida familiar em um inferno?
De acordo com os especialistas, existem diferentes fatores que podem coroar um "imperador" em casa:
Pouca dedicação dos pais: O problema tem sua origem muitas vezes em progenitores ausentes que, para diminuir seu sentimento de culpa pelo tempo que não passam com a criança, lhe concedem todos os caprichos. Com isso transmitem à criança a mensagem de que, apesar de sua solidão afetiva, é o centro do universo e os adultos estão ali para satisfazer todas as suas exigências.
Falta de limites: Derivada frequentemente da primeira causa, se os pais não dedicam tempo suficiente à criança delegando a terceiros, também não terão tempo para educar seu filho em normas de conduta, de modo que o "rei" da casa sentirá que tem total impunidade. O psicólogo Javier Urra afirma que nenhuma criança nasce sendo um tirano, mas que existem pais que não agem como adultos educadores, já que “fazem todo o tipo de concessões para não ter problemas e no final o que causam é um problema”. O juiz de menores Emilio Calatayud, muito conhecido por suas sentenças educadoras a jovens conflitivos, resumiu assim essa complicada situação em uma entrevista publicada no EL PAÍS em 2006: “Demos a eles muitos direitos, mas não lhes confiamos deveres. Perdemos o princípio da autoridade. Quisemos ser amigos de nossos filhos!”.
Ser filho único: Não ter irmãos não leva necessariamente a se transformar em um "mini-ditador" se os pais são conscientes de sua função educativa, mas pode contribuir para que a criança se sinta um "monarca solitário". É muito interessante analisar os efeitos que a política chinesa de um só filho teve na psicologia de toda uma geração. Em um artigo para o jornal britânico The Independent, o jornalista Steve Connor fala de um “exército chinês de pequenos imperadores”, fruto da superproteção do único rebento por parte de pais e avós, que querem dar-lhe os luxos e privilégios que a eles foram negados. Isso, somado ao aumento da renda per capita das famílias, multiplicou os “pequenos tiranos” até limites imprevistos. Connor afirma que as crianças chinesas atuais são “menos altruístas e confiantes, mais tímidas, menos competitivas, mais pessimistas e menos atenciosas com os demais”.
Com exceção dos transtornos psiquiátricos, a síndrome do imperador é produto de uma disfunção educativa que pode ser corrigida. O psicólogo Vicente Garrido propõe três caminhos de atuação:
Fomentar o desenvolvimento da inteligência emocional e a consciência. Para isso, os pais devem ajudar seus filhos a reconhecer suas emoções e as dos demais, incidindo na empatia e convidando-os a praticar ações altruístas para que vejam seu efeito nos demais.
Ensiná-las a cultivar habilidades não violentas. Em uma casa em que os adultos gritam e ameaçam, dificilmente conseguiremos que as crianças se comuniquem de maneira sossegada. Os progenitores devem dar o exemplo e praticar com elas o diálogo respeitoso e a escuta.
Colocar barreiras claras. Os pais não devem tolerar a violência e a mentira. Essas são linhas vermelhas que a criança deve saber que não pode cruzar, por mais estratégias que use para nos testar.
A pedagoga Montse Domènech declara sobre isso: “Os limites conferem segurança às crianças, que sentem-se perdidas se não existem pautas de conduta em casa. Os pais precisam tomar a autoridade e não ceder nas tentativas da criança de conseguir o que quer”. Domènech, autora de numerosos livros sobre crianças e adolescentes, afiram que muitas vezes os pais hesitam por medo de que a bronca seja exagerada. A solução, segundo ela, passa por explicar os limites e reforçar os aspectos positivos da criança. A clareza nessas barreiras, o reforço positivo e, principalmente, dedicar-lhes nosso tempo lhes dará a segurança para desenvolverem-se como pessoas autônomas e felizes.
Nota do blog: Eu sempre digo: pais, antes de mais nada, são pais dos filhos. Depois podem ser amigos. Pais que se comportam apenas como "amigos" dos filhos, prestam um desserviço aos mesmos. A função de pai não é só prazer, é um encargo também, implica, muitas vezes, em tomar atitudes que você não quer, mas são necessárias para colocar seu filho no caminho correto. 
Comigo essa coisa de "imperador" não funciona, não aceito tal "tirania", nem de minha filha, nem dos filhos dos outros (na minha casa ou na minha responsabilidade, criança não faz "birra" ou malcriação, chamo a atenção mesmo, e na frente dos pais, para ver se eles tomam vergonha e aprendem a dar limites a seus filhos). Eu penso que você deve dar liberdade mas com limites (bem claros). Se extrapolar, a punição é certa. E por punição, não falo em agressão, isso é algo completamente ultrapassado, algo que as crianças de hoje, inclusive, não entendem. Punição para eles é ficar sem o telefone celular ou computador (além do "clássico" castigo de não sair de casa). Se você tomar tais atitudes, de maneira firme, deixando claro o porquê de estar tomando, as crianças de hoje entram no eixo rapidinho. As crianças devem entender que devem obediência aos pais e aos mais velhos. Esse entendimento vai proporcionar os primeiros ensinamentos aos filhos, especialmente os limites que devem ser observados. Ensinamentos que o ajudarão por toda a vida, nunca vi ninguém se dar mal por ser educado, o contrário já vi diversas vezes.
A maioria dos pais se tornaram verdadeiros "bananas", se submetendo a todos os caprichos de seus filhos. Não sabem dizer a palavra "não" ou dar limites aos seus rebentos. Alguns chegam ao cúmulo de serem agredidos pelos filhos em casa, lojas, etc. E tudo porquê não quiseram ou não puderam fazer a vontade de seu "imperadorzinho". A consequência será o surgimento de uma geração de pessoas incompletas, que não sabem se virar sozinhas, precisando de ajuda e suporte dos pais para conseguirem sobreviver. Só descobrirão a "verdade" quando perderem os pais ou tiverem que sair de casa. Este será o momento em que terão que enfrentar o chamado "choque de realidade". Provavelmente, sofrerão pesadas consequências, visto que não estão minimamente preparados para isso. Vão descobrir que ao invés de "imperadores", não passam de "súditos mimados"...

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