sábado, 5 de março de 2022

O Fim do Antonov An-225 Mriya na Ucrânia / O Maior Avião do Mundo - Artigo

 



















O Fim do Antonov An-225 Mriya na Ucrânia / O Maior Avião do Mundo - Artigo
Artigo




Texto 1:
O Antonov An-225 Mriya, chamado pela OTAN de Cossack, foi uma aeronave de transporte cargueiro estratégica, a qual foi produzida durante a década de 1980 pela Antonov Design Bureau, na então RSS Ucraniana (atualmente, na Ucrânia). O Antonov An-225 Mriya era a maior aeronave de asa fixa do mundo. O design, construído para transportar o ônibus espacial Buran, foi um desenvolvimento para aumentar o bem-sucedido Antonov An-124 Ruslan. Mriya (Мрiя) significa "Sonho" (Inspiração) em ucraniano.
O Antonov An-225 Mriya estava disponível comercialmente para transportar cargas de grandes proporções, devido ao tamanho único de seu compartimento de carga. Para se ter noção de seu tamanho, ele comportaria, facilmente, mais de mil e quinhentas pessoas. Além disso, ele pode, como já foi mencionado, transportar cargas na parte externa e superior da fuselagem. Sendo usado para transportar cargas dessa forma, a capacidade de carga diminui para um pouco menos de duzentas toneladas. Entretanto, as medidas da carga aumentam. O comprimento, por exemplo, passava de pouco mais de quarenta e quatro metros para mais de setenta. Era necessário apenas que a carga tivesse uma distribuição geométrica de modo que não desestabilize o centro de massa da aeronave.
O Antonov An-225 foi desenhado para o Programa Espacial da União Soviética em substituição ao Myasishchev VM-T, capaz de transportar os foguetes.
Voou pela primeira vez no dia 21 de Dezembro de 1988. A aeronave estava em uma demonstração estática no Show Aéreo de Paris, em 1989, e voou durante os dias liberados ao público no Show Aéreo Internacional de Farnborough, em 1990. Duas aeronaves foram encomendadas, que atualmente são operadas pela Antonov Airlines, matriculadas UR-82060 e UR-82070. Estes são disponíveis comercialmente para carregar cargas excessivamente pesadas e grandes, para até 250.000 kg internamente, ou ainda 200.000 kg na área superior à fuselagem. A carga na parte superior da fuselagem pode ter até 70m de comprimento.
O segundo Antonov An-225 foi construído parcialmente durante o final da década dos anos 80 para o uso do Programa Espacial Soviético. O desenho do segundo An-225 incluía uma porta de carga traseira e uma cauda redesenhada com um único estabilizador vertical, desta forma, sendo mais efetivo para o transporte cargueiro. Após o colapso da União Soviética em 1990 e o cancelamento do Programa Espacial do Buran, este Antonov An-225 foi armazenado em 1994. Os seis motores Ivchenko-Progress foram removidos de uso nos Antonov An-124. O primeiro Antonov An-225 foi mais tarde re-motorizado e colocado em serviço.
No ano de 2000, se tornou aparente a necessidade de um Antonov An-225 adicional, e foi decidido em Setembro de 2006, completar a construção do segundo Antonov An-225. Esta segunda aeronave tinha encomenda prevista por volta de 2008, mas foi adiada e nunca retomada (vide última foto do post).
O Antonov An-225 já esteve no Brasil. Em 14 de fevereiro de 2010, o Antonov An-225 Mriya foi contratado pela Chapman Freeborn Airchartering (empresa britânica de frete aéreo), a serviço da Petrobrás. Pousou no Aeroporto Internacional de São Paulo, Cumbica às 10:00 LT, transportando três gigantescas válvulas para a Refinaria de Paulínia (REPLAN).
A segunda passagem pelo país ocorreu entre os dias 14 e 15 de Novembro de 2016, para buscar um mega transformador e levar até o Chile. No dia 14 de Novembro o Antonov An-225 Mriya aterrissou no Aeroporto Internacional de Viracopos (Campinas - SP) na parte da manhã e no mesmo dia por volta das 23:00 (Horário de Brasília) pousou no Aeroporto internacional de Guarulhos (São Paulo - SP) para que houvesse o carregamento do equipamento e, no dia seguinte, voasse até o seu destino final.
O fim da aeronave: segundo informado pelo prefeito da cidade ucraniana Bucha e pelo ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, quando da Invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, no dia 27 de fevereiro de 2022, o único exemplar do Antonov An-225 Mriya foi destruído por um ataque russo no hangar do aeroporto de Hostomel, próximo a Kiev, onde a aeronave estava durante a batalha do aeroporto Antonov. A Ukroboronprom estima que pode levar mais de US$ 3 bilhões e cinco anos para restaurar o avião destruído mas a empresa disse que os custos serão cobertos pelo governo russo (acredite quem quiser).
Texto 2:
O “sonho” acabou. O An-225 Mriya (sonho) foi de fato irreparavelmente danificado pelo ataque russo na semana passada, como revelaram imagens de uma reportagem de TV de 03/03/2022.
Após imagens pouco claras sugerirem que a maior aeronave do mundo havia sido atingida pelas forças militares logo no inívio da invasão russa, uma equipe de reportagem do país mostrou pela primeira vez o jato de seis motores da Antonov com parcialmente destruída.
A confirmação encerra qualquer possibilidade de recuperação da aeronave, cuja fuselagem ardeu em chamas após o que pareceu um ataque aéreo ao abrigo onde estava estacionada para reparos.
Além da fuselagem, o An-225 também sofreu vários danos na asa direita, que aparece no vídeo caída. Na parte frontal, apenas o nariz articulado para receber cargas volumosas manteve alguma integridade enquanto a cabine de comando e a seção frontal desapareceram.
Após o colapso da União Soviética em 1991, o Mriya tornou-se uma aeronave célebre em suas missões de transporte de cargas especiais pelo mundo.
Operado pela Antonov Airlines, uma divisão da empresa ucraniana, o An-225 bateu vários recordes durante as últimas três décadas, graças à sua imbatível capacidade de transportar mais de 250 toneladas em seu imenso compartimento de carga.
Desde que a invasão russa teve início e surgiram os primeiros rumores sobre a destruição do An-225, o governo ucraniano tem afirmado que a aeronave seria recuperada às custas da Rússia.
A afirmação sem qualquer base no momento não esconde o fato de que a possibilidade de um An-225 voltar a ser construído é bastante improvável.
Em dias recentes, muito se falou sobre a segunda estrutura fabricada anos atrás e que estava abandonada no Aeroporto de Gostomel, mas a própria Antonov já havia revelado que os custos para finalizar sua construção seriam proibitivos.
O An-225 havia completado 33 anos do seu primeiro voo, ocorrido em 21 de dezembro de 1988, ainda durante a Guerra Fria. Derivado do An-124, o jato de seis motores foi construído como aeronave de transporte do Buran, o space shuttle soviético, daí a adoção de uma cauda dupla e da instalação de dois pontos de apoio sobre a fuselagem para acomodar a espaçonave.

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