Bairro Colônia Africana, Circa 1918, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
Porto Alegre - RS
Fotografia - Cartão Postal
A Colônia Africana, assim foi denominada pela imprensa da época, era uma comunidade na sua maioria formada por descendentes de escravos, mas também ali habitavam segmentos de outras etnias de imigrantes europeus. Estes últimos vieram trabalhar no lugar dos recém livres da escravidão. A localização deste território, segundo pesquisa de Eduardo Kersting e depoimentos de ex-moradores, situava-se no 3ª distrito de Porto Alegre, não se pode comprovar, mas existe muita controvérsia entre alguns ex-moradores e a própria historiografia. As ruas que demarcavam a sua localização eram: Ramiro Barcellos, Mariante, Mostardeiro e Caminho do Meio (atuais Avenidas Protásio Alves e Osvaldo Aranha). Essa delimitação espacial e temporal corresponde a sua fundação e conclui-se a expulsão definitiva da maioria dos seus ocupantes com o projeto, “Remover Para Promover” instituída nos anos 60 pela prefeitura de Porto Alegre. Nesse sentido, diversas populações negras foram removidas dos vários locais próximos ao centro da Capital gaúcha, denominada de “Cinturão negro” e alocadas no Bairro Restinga, IAPI e outros da periferia da Capital gaúcha. Por fim, citando a ideia do historiador Sérgio da Costa Franco que chama de “censura social” quanto à mudança do antigo nome deste território para bairro Rio Branco em 1959, ou seja, temos aqui uma nítida vontade de branquear o bairro, inclusive seu nome. Literalmente, sobre a Colônia Africana foi lançada uma “pá de cal” com a troca do seu nome descaracterizando totalmente este espaço.
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