Palacete de José Paulino Nogueira, Rua Conselheiro Crispiniano, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia
Texto 1:
Este belo palacete foi erguido em 1893 por Ramos de Azevedo com a colaboração de Domiziano Rossi para José Paulino Nogueira, empresário e político campineiro de grande destaque. Participante da antiga "Companhia Mogiana de Estradas de Ferro" e da "Companhia Funilense", posteriormente anexada à Sorocabana. Em 1919, o imóvel foi vendido e passou a ser ocupado pelo "Quartel-General do 2º Exército". Isto até 1968. Sem interessados pelo palacete vazio, a prefeitura o adquiriu em 1973 e após 4 anos, simplesmente o demoliu por decisão do então prefeito Olavo Setúbal. No início da demolição, os descendentes de José Paulino conseguiram autorização para entrar na casa e retirar alguns objetos. A porta de jacarandá foi parar na entrada da sede do "Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo". Consta que antes de servir de instalações para o "Q.G. do 2º Exército", o casarão foi utilizado pela famosa "Vila Tedesco" — habitada por moças de fino trato e dirigidas por "Madame Nina Della Paulera". Você certamente entendeu o eufemismo.
A foto inicial é de autoria de Gabriel Zellaui e as demais obtidas na internet. O belo (principalmente internamente) imóvel poderia abrigar outro órgão público ou privado. Veio ao chão para se construir a "Praça das Artes" — com entrada/saída também pela Avenida São João. Além de um estacionamento subterrâneo. Através do registro da foto N. 5, veja o local atualmente. Repare à direita, a mal cuidada parede lateral do abandonado Cine Marrocos.
Texto 2:
Quando falamos o nome “José Paulino” a primeira coisa que surge na mente é a famosa rua do bairro do Bom Retiro, repleta de lojas de vestuário, especialmente feminino.
Entretanto, este nome também pode ser associado a própria figura de José Paulino Nogueira, membro de uma família rica de Campinas, político que atuou na administração campineira, trazendo vários melhoramentos para a cidade, além de trabalhar para a Companhia Mogiana de Estradas de Ferro.
Além disso, José Paulino foi bastante atuante no início da última década do século 19 no combate ao grave surto de febre que atingiu a cidade de Campinas e arredores, sendo ator principal nas obras de saneamento que trouxeram melhores condições aos moradores da região.
Foi também responsável pela fundação de uma da primeiras indústrias daquela cidade, a Usina Ester, cujo nome era homenagem a sua filha mais velha.
Mesmo sendo figura importante da vida cotidiana e política campineira, José Paulino mudou-se no final do século 19 para a capital paulista, onde residiu até falecer no ano de 1915.
Construída em 1893, foi projetada por Ramos de Azevedo para servir de residência para José Paulino.
Suntuosa, foi considerada naquele tempo como uma das mais ricas mansões paulistanas.
Sua localização não poderia ser melhor, bem no chamado centro novo da cidade, no extinto bairro do Chá, na rua Conselheiro Crispiniano, entre a rua Barão de Itapetininga e a avenida São João.
O imóvel ficou grande demais para os filhos de José Paulino em 1915, quando o patriarca veio a falecer. Com isso a família mudou-se de lá, e o casarão acabou vazio.
Em 1918 seus herdeiros tomaram a decisão de vender o casarão para o governo federal, pela quantia de 270 contos de réis. A partir de então o imóvel passou a abrigar o Quartel General da 2ª Região Militar, que permaneceria no local até poucos anos antes do casarão vir abaixo.
Uma vez na mão dos militares, a mansão sofreu algumas modificações para deixar de ser uma típica residência de elite e dar lugar a um imóvel funcional.
Antes disso, durante o período em que serviu de residência a José Paulino e seus familiares, a casa era conhecida pelo seu luxo incomparável. Haviam escadarias e piso de mármore de Carrara, lustres importados de Paris, tapetes da Pérsia e portas e madeiramento de Jacarandá.
Na parte superior do imóvel, os quartos eram cercados de corredores e varandas. No andar de baixo haviam três grandes salas de visita, o salão nobre, a sala de jantar e o escritório de José Paulino. No fundo do terreno havia a cocheira, onde ficavam os cavalos, posteriormente transformada em uma garagem para automóveis.
Nos 50 anos em que o imóvel foi utilizado pelo exército, houveram poucas reformas e nenhuma restauração, transformando-se em um prédio cada vez mais deteriorado. Em 1968, quando foi colocado à venda pelo exército, pela quantia de 1 milhão e 100 mil cruzeiros, o imóvel estava quase arruinado, especialmente por dentro.
Adquirido pela prefeitura de São Paulo, o imóvel foi demolido em 1977 para dar lugar a um projeto idealizado pela Emurb (Empresa Municipal de Urbanização), que previa uma nova praça ocupando 90 metros quadrados da parte frontal do terreno, além do restante a ser anexado com a desapropriação do então Cine Cairo, somando um total de 315 metros quadrados.
A praça, de fato, foi inaugurada, chamada de Recanto Monteiro Lobato, focada nas crianças que viviam no centro. Já a ligação com o Vale do Anhangabau – através da demolição do Cine Cairo – nunca aconteceu.
Pode-se dizer que o projeto do então prefeito Olavo Setúbal (1975-1979) foi o embrião da Praça das Artes, inaugurada muito tempo depois já no século XXI.
O casarão de José Paulino foi demolido devido na época não haver muita preocupação pelo tombamento, acabando-se por se tornar uma das grandes obras de Ramos de Azevedo que desapareceram para sempre.
O imóvel ficou grande demais para os filhos de José Paulino em 1915, quando o patriarca veio a falecer. Com isso a família mudou-se de lá, e o casarão acabou vazio.
Em 1918 seus herdeiros tomaram a decisão de vender o casarão para o governo federal, pela quantia de 270 contos de réis. A partir de então o imóvel passou a abrigar o Quartel General da 2ª Região Militar, que permaneceria no local até poucos anos antes do casarão vir abaixo.
Uma vez na mão dos militares, a mansão sofreu algumas modificações para deixar de ser uma típica residência de elite e dar lugar a um imóvel funcional.
Antes disso, durante o período em que serviu de residência a José Paulino e seus familiares, a casa era conhecida pelo seu luxo incomparável. Haviam escadarias e piso de mármore de Carrara, lustres importados de Paris, tapetes da Pérsia e portas e madeiramento de Jacarandá.
Na parte superior do imóvel, os quartos eram cercados de corredores e varandas. No andar de baixo haviam três grandes salas de visita, o salão nobre, a sala de jantar e o escritório de José Paulino. No fundo do terreno havia a cocheira, onde ficavam os cavalos, posteriormente transformada em uma garagem para automóveis.
Nos 50 anos em que o imóvel foi utilizado pelo exército, houveram poucas reformas e nenhuma restauração, transformando-se em um prédio cada vez mais deteriorado. Em 1968, quando foi colocado à venda pelo exército, pela quantia de 1 milhão e 100 mil cruzeiros, o imóvel estava quase arruinado, especialmente por dentro.
Adquirido pela prefeitura de São Paulo, o imóvel foi demolido em 1977 para dar lugar a um projeto idealizado pela Emurb (Empresa Municipal de Urbanização), que previa uma nova praça ocupando 90 metros quadrados da parte frontal do terreno, além do restante a ser anexado com a desapropriação do então Cine Cairo, somando um total de 315 metros quadrados.
A praça, de fato, foi inaugurada, chamada de Recanto Monteiro Lobato, focada nas crianças que viviam no centro. Já a ligação com o Vale do Anhangabau – através da demolição do Cine Cairo – nunca aconteceu.
Pode-se dizer que o projeto do então prefeito Olavo Setúbal (1975-1979) foi o embrião da Praça das Artes, inaugurada muito tempo depois já no século XXI.
O casarão de José Paulino foi demolido devido na época não haver muita preocupação pelo tombamento, acabando-se por se tornar uma das grandes obras de Ramos de Azevedo que desapareceram para sempre.
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