terça-feira, 18 de julho de 2023

Bairro Campos Elíseos, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil


 

Bairro Campos Elíseos, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia




Quase uma cidade dentro da cidade, afinal, em tamanho e população, chega a ser maior do que muitas cidades brasileiras, o Campos Elíseos é um dos mais antigos e tradicionais bairros de Ribeirão Preto.
Autônomo, possui hospitais, bancos, escolas, universidade, supermercados e uma forte referência em termos de comércio e serviços: a Avenida Saudade e seus arredores. Começou com imigrantes, já acostumados com a vida urbana.
Talvez por isso tenha se consolidado um bairro empreendedor e se tornado um gigante, mesmo tendo seu nascimento associado ao que não se queria visível no Centro, como o cemitério, por exemplo, e sendo, ainda hoje, tão pouco valorizado histórica e culturalmente.
Com 45.546 moradores, sendo 48,02% de homens e 44,31% de mulheres, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE/Censo 2010) —, o Campos Elíseos compreende uma área total de 6.291.545,11m² — 6,29 km —, delimitada pelas avenidas Dr. Francisco Junqueira, Meira Júnior, Via Norte, Guido Golfeto e pelo Córrego do Tanquinho, segundo a Prefeitura de Ribeirão Preto. Engloba Vila América, Vila Lapa, Vila Zaneti | Parque São José, Vila Gertrudes, Vila Cel. Quito Junqueira e Vila Tamandaré.
E um detalhe interessante sobre sua topografia: quase a metade de sua área — distribuída em 146 ruas e avenidas —, corresponde a travessas. Ao todo, são 58, com os mais distintos nomes de gente, cidade, estado e até de santa.
Além disso, o bairro reúne algumas peculiaridades, como o Cemitério da Saudade, o mais antigo da cidade, o Bosque Municipal Fábio Barreto, que embora seja Jardim São Bento acaba encampado por ele, a primeira unidade do Centro Universitário Moura Lacerda, uma das mais respeitadas instituições de ensino da região e do país, a Santa Casa de Misericórdia e a imponente Igreja de Santo Antônio de Pádua, erguida em função do enorme número de imigrantes italianos na região e elevada, em 2019, à Basílica Menor, pelo Papa Francisco.
“Quando eu era criança, frequentei muito a missa ali com meus avós. Foi onde fiz catequese e crisma. Na época, era dirigida por Dom Hipólito, um padre já bem velhinho, que falava com sotaque italiano e tinha um coração muito bom. Lembro que ele pegava seu fusca e ia nas casas dos fiéis que não conseguiam mais ir à missa por estarem acamados ou algo do tipo. A encenação da Paixão de Cristo é algo que me marca muito até hoje. E, claro, a Festa Junina e a distribuição do pão bento de Santo Antônio, no dia 13 de junho. Recordo que a fila para pegar o pão rodava o quarteirão e meu avô (já falecido) dizia que era para pôr um pedaço do pão na lata de arroz para sempre ter fartura”, conta a historiadora e professora Juliana Dominato moradora do bairro.
História do bairro:
Diferente do Centro (formado em terras doadas à igreja) e da Vila Tibério (consolidada pelo fracionamento da Fazenda Monte Alegre), o Campos Elíseos nasceu a partir do loteamento do Núcleo Colonial Antônio Prado, criado pelo governo, em 1887, para receber imigrantes. Este antigo núcleo colonial deu origem também ao Ipiranga, Sumarezinho e outros bairros da zona norte e leste da cidade. O Campos Elíseos corresponde à Terceira Sessão deste loteamento (veja o mapa), conhecida, à época, como Barracão de Baixo.
Considerando que o Cemitério da Saudade foi inaugurado em 30 de setembro de 1893 e que a Estação Barracão — uma das primeiras a serem construídas na região, oficialmente inaugurada em 1900 —, já existia desde 1892, segundo a urbanista Adriana Capretz Borges da Silva Manhas, provavelmente como um estribo simples para o desembarque de colonos que seguiam para o Barracão, um galpão próximo, que abrigava os imigrantes que chegavam à cidade, pode-se dizer que o atual bairro Campos Elíseos, que também foi chamado de Retiro, começou a se formar no final do século XIX, principalmente como uma alternativa para afastar do Centro da cidade serviços de saúde considerados “indesejáveis”.
Em sua dissertação de mestrado, Adriana descreve que as seções localizadas próximas ao núcleo urbano principal (atual Centro) — a Sede e a Terceira Seção —, foram sendo ocupadas antes das demais, e, mesmo não contando com serviços de infraestrutura urbana, passaram a abrigar equipamentos de saúde como o cemitério, que foi construído no lote número 16 da Terceira Seção e o “leprosário” ou “lazareto”, como era chamado o Hospital de Isolamento de Leprosos, inaugurado em 1897, juntamente com um Cemitério dos Leprosos e Variolosos, no lote 24 da Segunda Seção.
Próximo à Sede e Terceira Seção do Núcleo Colonial Antônio Prado também foi escolhido um terreno para a instalação, em 1903, do Matadouro Público (removido das margens do Córrego Retiro, onde funcionava desde 1874). A nova localização considerava a proximidade com o ribeirão Preto, onde os detritos eram jogados, e a estrada de ferro, por onde chegavam os bois e era feita a circulação dos produtos.
“Por fim, hospitais, hospícios, asilos, orfanatos e demais equipamentos de saúde e instituições de ordenamento da cidade passaram a se localizar na área do Núcleo Colonial Antônio Prado, tanto pela distância da área central, quanto pelos preços dos terrenos, que eram adquiridos por meio de desapropriações ou doações por parte de entidades beneficentes. [...] A área correspondente a esta seção, juntamente com o Retiro, denominação do bairro já existente às margens do córrego Retiro antes do Núcleo, era chamada ‘Barracão de Baixo’ [atual Campos Elíseos], para distinguir do ‘Barracão’ (de Cima) [atual Ipiranga], que correspondia à área da Sede, próxima à linha da Mogiana”, explica Adriana em sua tese.
Cemitério da Saudade:
Inaugurado no dia 30 de setembro de 1893, o Cemitério da Saudade foi o 4º da cidade — primeiro secularizado e fora dos limites do Centro. Localizado no quadrilátero formado pela avenida da Saudade e ruas Flavio Uchoa, Luiz Barreto e Fernão Salles, conta com uma área de 110.000 m² onde foram sepultadas 137.678 pessoas até 24/10/2022 — em 7.604 jazigos e 2.622 gavetas ossarias.
Provavelmente a ele se deva o nome atual do bairro, Campos Elíseos, em referência ao lugar onde, segundo a mitologia grega, homens virtuosos repousavam dignamente após a morte. A arte funerária presente no Cemitério da Saudade, segundo a pesquisadora Maria Elizia Borges, retrata a produção padronizada, inspirada nos modelos registrados nos manuais especializados da Europa e efetuada em marmorarias locais, muito característica dos cemitérios no interior do país.
Entre 1983 e 1988 ocorreram várias demolições de túmulos antigos de grande valor artístico. Em 1986 dois túmulos foram tombados pela Secretaria da Cultura Municipal, através do Decreto nº 067/86. Atualmente muitos trabalhos artísticos encontram-se em estado de abandono.
Cianê:
O fácil acesso entre o Centro da cidade e as estações ferroviárias levou muitos imigrantes a se instalarem no Núcleo Colonial Antônio Prado. O auge de crescimento do bairro, segundo Juliana Dominato, foi na década de 1945, em função da instalação da fábrica de tecidos — o complexo industrial Matarazzo, que funcionou de 1945 a 1981, seguido pela Cianê (Companhia Nacional de Estamparia), que chegou a empregar cerca de 5 mil pessoas até sua falência e fechamento, em 1994.
“Praticamente todos da minha família trabalharam ali, minha tia, meu tio, a esposa do meu tio e meu pai. Minha tia avó, Ebe, trabalhou toda a sua vida ali. Foram mais de 30 anos. A fábrica foi seu primeiro e único emprego, até se aposentar”, conta a historiadora.
Às margens da Avenida Marechal Costa e Silva, o local que um dia sediou as Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo (IRFM) encontra-se abandonado. Mesmo tombado em 2010 como patrimônio histórico, o terreno de 39,4 mil m² sofreu tanto vandalismo e degradação, inclusive um incêndio em 2011, que, do projeto original do engenheiro civil Mário Calore, só restam ruínas.
A Prefeitura estudava a instalação da Faculdade de Tecnologia (Fatec) de Ribeirão Preto no local, mas o Governo do Estado acabou optando pela Vila Virgínia.
Em julho de 2014, a Prefeitura de Ribeirão Preto anunciou a doação do terreno, avaliado em R$ 17.811.906.15, para a implantação de uma unidade do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), que ofereceria cursos gratuitos de nível Médio, Técnico e Superior e formação anual para 1,2 mil alunos. Em fevereiro de 2022, no entanto, a doação foi desfeita, por descumprimento da lei que estipulava prazo de quatro anos para o início das atividades.
O destino do local segue “em análise” pela secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Urbano. Do outro lado da avenida, em frente à enorme entrada por onde um dia passaram tantos trabalhadores do bairro, permanecem intactas as casas para operários construídas também na década de 1950, demonstrando que onde há uso, há preservação.
Paróquia Santo Antônio de Pádua:
A Abadia Santo Antônio foi inaugurada em 1947 e elevada a Basílica Menor em 2019. Inspirada na arquitetura do Mosteiro Nossa Senhora do Monte Oliveto, na Itália, foi desenhada pelo engenheiro Cesar Formenti e levou mais de 25 anos para ser concluída. Em 1938, o mosteiro foi elevado a Abadia e, em 1947, ano da morte de seu idealizador, o Abade Dom Luigi Perego, foi instituída a Paróquia Santo Antônio de Pádua, atualmente dirigida por Dom Gregório M. Botelho. Fica na rua Paraíba, 747.
Lar Padre Euclides:
Na Capela Nossa Senhora Aparecida / Lar Padre Euclides, que fica na Avenida da Saudade, 1577, acontecem missas aos sábados e domingos.
Paróquia Santa Teresinha:
A Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus foi inaugurada em 1975. Fica na Rua José de Alencar, 1506, Vila Tamandaré.
Capela "Santo Antoninho":
A Capela Santo Antônio, Pão dos Pobres (Santo Antoninho), foi construída no século XIX, entre os anos de 1892 e 1898, mas seu ano de fundação é 1903. Foi tombada pelo Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural (CONPPAC) em 9 de dezembro 2009. Fica na Avenida Saudade, 222.
Santa Casa:
Criada por volta de 1896, como “Sociedade Beneficente de Ribeirão Preto”, sem fins lucrativos, para atender a população carente, a Santa Casa de Misericórdia (que só ganhou esse nome em 1910) começou em um simples casarão. Hoje, possui um grande complexo instalado no bairro, com hospital, ambulatórios, centro administrativo, centro clínico de especialidades médicas e operadora de saúde. Padre Euclides Gomes Carneiro foi provedor até 1915.
Trouxe as Irmãs Salesianas para dirigir o hospital e, em 1938, elas foram substituídas pelas Irmãs Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus. Em 1935, foi inaugurada a Escola de Enfermagem e, em 1936, criada a Associação Médica.
Em 1993, a Santa Casa recebeu da Associação Paulista de Medicina (APM) o Selo de Qualidade. Nos anos 2000, a Pediatria foi transformada em “Hospital da Criança”, criou-se o Plano Santa Casa Saúde (hoje com mais de 40 mil beneficiários) e foi inaugurado o novo Centro Clínico. Atualmente, um hospital-escola com 15 residências credenciadas, a instituição atende em todas as referências médicas e realiza transplantes de rins desde junho de 2010.
Moura Lacerda:
O prédio do Centro Universitário Moura Lacerda, situado na Rua Padre Euclides, foi adquirido em 1972 e representa um importante marco histórico, tanto para o desenvolvimento da universidade, como do bairro.
Em 1968, havia sido inaugurado o curso de Engenharia Civil e, em 1969, os cursos de Letras, Pedagogia, Administração, Ciências Contábeis e Matemática. Com a mudança para a nova e definitiva sede, foi criado também o curso de Educação Física.
Essa circulação de estudantes, professores e funcionários, consequentemente, atraiu investimentos e serviços que transformaram o entorno do prédio no Campos Elíseos. Hoje um complexo educacional com mais de um milhão de metros quadrados, divididos em três unidades (uma em Jaboticabal), o Moura Lacerda oferece 32 cursos de graduação e dez de pós-graduação em nível de especialização (Lato Sensu), além do Colégio Moura Lacerda, que permanece uma referência estudantil no bairro.
SENAI e SENAC:
Um ao lado do outro, em frente ao Bosque Municipal, o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e o SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) compõem uma força de formação profissional bastante reconhecida pelo mercado.
O SENAC foi inaugurado em 29 de março de 1947, em um terreno doado pela prefeitura. Em 1970, começou a construção do novo prédio, com projeto arquitetônico de Jorge Wilheim e Miguel Juliano e Silva. A instituição oferece formação profissional em parceria com a iniciativa privada, pública e o terceiro setor e habilita tecnicamente estudantes no Ensino Médio nas áreas de Administração, Informática e Multimídia.
A unidade José Villela de Andrade Júnior | SESI Ribeirão Preto iniciou suas atividades em 1980. Instalada em 9 mil m², possui sete prédios onde atende convênios com empresas e indústrias da região, oferecendo, também, cursos gratuitos em programa da prefeitura.
Centro Cultural Campos Elíseos:
Voltado ao atendimento da comunidade local, o Centro de Formação Artística de Ribeirão Preto conta com duas salas de dança e Artes Cênicas, cinco salas de música e uma sala de leitura. Oferece Artes Cênicas, Artes Plástica, “Contação de História”, Canto Coral, Cavaquinho, Dança, Danças Urbanas, Musicalização, Piano, Teatro Teclado, Violão Clássico e Popular, Violino e Violoncelo. Fica na Rua Capitão Salomão, 250.
Ipanema Clube:
Fundado em 1965, por um grupo de 51 sócios liderado pelo engenheiro Homilton Marincek, o Ipanema Clube teve seu nome escolhido em homenagem à famosa praia do Rio de Janeiro. Nasceu com pouco mais de 9 mil m² de área. Hoje, possui, aproximadamente, 80 mil m².
Possui piscina olímpica, conjunto aquático, ginásio de esportes, 3º maior campo de futebol da cidade, quadra de tênis, academia, sauna, salão de festas, lanchonete e choperia.
Morro do São Bento:
O antigo Morro do Cipó passou a ser chamado de Morro do São Bento na década de 1950, em função da inauguração do Mosteiro São Bento, em 20 de julho de 1948, e da denominação de Via São Bento, através da lei nº 672, de 7 de março de 1951, ao caminho que dava acesso às Sete Capelas, saindo do Bosque Fábio Barreto.
Formado em uma parte da antiga Chácara Olympia, onde eram realizadas festas para recreação da população no século XIX, o Parque Municipal Morro do São Bento foi formalmente constituído em 1995, compreendendo 250.880m² de área formada pelo Bosque (Zoológico, Jardim Japonês e áreas verdes); pelo Complexo Esportivo (conjunto poliesportivo Elba de Pádua Lima e Ginásio da Cava do Bosque) e pelo Complexo Cultural Antônio Palocci (Teatro Municipal e de Arena e Casa da Cultura), bem como as praças e as obras de arte existentes ali, tornam o Alto do Morro do São Bento um ponto diferenciado para Ribeirão Preto.
Homens de visão como Francisco Schimidt e Fábio Barreto, que viveram muito à frente de seu tempo, enxergaram o potencial do local e a necessidade de zelar por ele. Pareciam adivinhar que se tornaria um “resquício verde” em meio à “selva de pedra”. A primeira iniciativa oficial para preservação da mata foi feita pelo coronel e vereador Francisco Schimidt, que sugeriu a obtenção amigável ou desapropriação do local em 4 de março de 1899.
Finalmente, em 10 de agosto de 1907, o poder público municipal adquiriu por 30 contos de réis a Chácara Olympia, com 360.413m², localizada no Morro do Cipó, na margem direita do córrego Retiro, com frente para a atual rua Tamandaré.
Quase 30 anos depois, entre 1936 e 1944, o ex-prefeito Fábio Barreto “abraçou a causa” e se empenhou em tornar o local uma área destinada à preservação da flora e fauna nacional. Implantou o Bosque Municipal em 1937, buscou doações de plantas e animais, e, em 1942, inaugurou o Parque Botânico, o Jardim Zoológico e o Museu Mineralógico. Seu sucessor, o prefeito José de Magalhães, continuou o trabalho, tornando o Bosque Municipal um expressivo centro de lazer da década de 1940.
Atualmente, todo esse esmero anda esquecido pelo poder público. Fora a exuberância da natureza e o visível cuidado com as Sete Capelas, todo o restante do Parque Municipal Morro do São Bento pede pintura, limpeza, reforma, readequação e uma programação que dê novamente à população orgulho e prazer em estar ali.
Bosque Fábio Barreto:
O Bosque Fábio Barreto ganhou esse nome através da Lei nº 61, de 22 de novembro de 1948, em homenagem ao seu idealizador. As atividades do Zoológico foram iniciadas em 1951, mas ele só recebeu reconhecimento oficial como Jardim Zoológico 72 anos depois da fundação e pode ser considerado um dos pioneiros da Educação Ambiental no país.
Ponto de lazer e cultura gratuito na cidade, o Bosque Zoológico Fábio Barreto recebeu mais de 250 mil visitantes em 2022, segundo a Prefeitura Municipal. É uma área pública de floresta nativa, onde vivem mais de 700 animais, de 180 espécies, entre aves, peixes, mamíferos, répteis e anfíbios. O espaço abriga animais ameaçados de extinção, como arara-azul, ararajuba, suçuarana, lobo-guará, mutum-do-sudeste, urubu-rei, anta, tamanduá-bandeira, jaboti-tinga e tracajá, e concentra uma reserva de Mata Atlântica, com árvores centenárias, como perobas, jequitibás, ipês e jatobás.
A Prefeitura Municipal, sob a supervisão do paisagista japonês Mitsutery Naganune, construiu ali, em 1969, o Jardim Japonês que, quase 40 anos depois, em 2008, seria revitalizado e reinaugurado no aniversário da cidade, em comemoração ao centenário da imigração japonesa no Brasil. Construído por funcionários, o Mirante Coronel Alfredo Condeixa Filho constitui um espaço de 45 metros de altura e capacidade para 180 pessoas, em área de 200m², dentro do Jardim Japonês, que oferece uma bela vista da região central da cidade. O Bosque Fábio Barreto abre para visitação de quarta a sexta-feira, das 9h às 16h30 e está localizado na rua Liberdade s/nº, Campos Elíseos.
Complexo Cultural Antônio Palocci:
O Santuário das Sete Capelas constitui a base do Complexo Cultural — formado pela Casa da Cultura, Teatro de Arena, Teatro Municipal e Monumento Sagrado Coração de Jesus. Conta a história que, após supervisionar a construção do seminário no então Morro do Cipó (atual Morro do São Bento), o padre D. Casemiro Masetti entrou em uma pequena passagem da mata que levava a uma cava de pedra — que parecia uma imensa sala a céu aberto, com paredes de pedra cinzenta — e, ali, recebeu a mensagem de construir um templo dedicado à Nossa Senhora.
A imagem surgiu em sua mente e, pouco tempo depois, Elvira Palocci Teixeira decidiu financiar a construção. Assim nascia o Santuário que, atualmente, pode ser considerado um dos principais pontos turísticos de Ribeirão Preto.
Sete Capelas:
Inspirado nas Sete Igrejas de Roma, o sonho de D. Casemiro Masetti, do Santuário das Sete Capelas, começou a ser construído em 1947 e levou quase dez anos para ser concluído. Dispostas em semicírculo, as capelas edificadas na pedreira são voltadas para o Centro da cidade, formando um belo conjunto arquitetônico. A primeira capela foi inaugurada em março de 1948 e ganhou uma imagem de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa (Nossa Senhora das Graças), doada pelo então prefeito de Jardinópolis, Virgílio Costacurta, como símbolo da fraternidade entre as duas cidades.
Cinco meses depois, D. Casemiro decidiu construir a segunda capela, homenageando Bernardo Tolomei, santo que instituiu a ordem dos Monges Olivetanos, em 1348. Em 1951, foi inaugurada a capela de São Judas Tadeu. Em 1954, foi a vez da inauguração da capela em homenagem a Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, custeada por Maria Aparecida Meirelles. Também em 1954, foi inaugurada a capela de Santa Terezinha do Menino Jesus, oferecida por Zica Junqueira Gallo. Com a ideia de santuário concretizada, outras senhoras católicas assumiram as despesas de construção das demais capelas de São Judas Tadeu, inaugurada em 1951, e Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e São Jorge, inaugurada em 1955.
Cava do Bosque:
Mais conhecido como “Cava do Bosque”, o Complexo Esportivo reúne o Ginásio “Gavino Virdes” e o Poliesportivo “Elba de Pádua Lima-Tim”. Inaugurado no dia 13 de outubro de 1952, com a presença do então governador do Estado Lucas Nogueira Garcez, o Ginásio “Gavino Virdes” leva o nome do jornalista e vereador que muito batalhou pela sua construção — realizada durante o primeiro mandato do então prefeito Coronel Alfredo Condeixa Filho (1952/1955).
Com capacidade de 3.500 pessoas sentadas, quatro vestiários, sistema de som, placar eletrônico, além de tribuna de autoridades e tribuna de imprensa, o ginásio possui uma abóbada de madeira com 56m de diâmetro e 27m de altura — uma das mais arrojadas construções à época, quando Ribeirão Preto possuía 92 mil habitantes.
No ano de sua inauguração, Ribeirão Preto alcançou segundo lugar nos Jogos Abertos do Interior, sua melhor colocação até então, ficando atrás de Santos, e sendo campeã em diversas modalidades, em uma época em que os Jogos Abertos do Interior eram considerados a maior competição esportiva da América do Sul.
Em agosto de 1988, foi entregue a reforma e ampliação da Cava do Bosque, que passou a ser denominado como Complexo Esportivo “Elba de Pádua Lima-Tim”. Muitos eventos nacionais e internacionais, incluindo grandes shows com cantores brasileiros, aconteceram ali. Hoje, o espaço é utilizado para escolinhas esportivas, treinamento das equipes profissionais da cidade e pela população interessada na prática de esportes.

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