Mostrando postagens com marcador Graf Zeppelin. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Graf Zeppelin. Mostrar todas as postagens

domingo, 23 de fevereiro de 2025

Parque do Anhangabaú / Dirigível Graf Zeppelin e Edifício Martinelli, 1933, São Paulo, São Paulo, Brasil


 

Parque do Anhangabaú / Dirigível Graf Zeppelin e Edifício Martinelli, 1933, São Paulo, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
N. 122
Fotografia - Cartão Postal 


Retrata a passagem do dirigível alemão Graf Zeppelin em São Paulo, próximo ao edifício Martinelli.
Existe a possibilidade de ser uma montagem, muitos fotógrafos da época, pensando apenas no lucro, "inseriam" o dirigível Graf Zeppelin em suas fotos para obterem lucros com as vendas. Fotos que não tem indicação de autoria ou editor, que não mostram pessoas olhando para o dirigível ou aéreas que mostram o mesmo em dimensão excessivamente superior a prédios ou pontos específicos, são indícios de montagens.
Nota do blog: Data 1933 / Autoria não obtida.

domingo, 26 de janeiro de 2025

Dirigível Graf Zeppelin, Rio de Janeiro, Brasil


 

Dirigível Graf Zeppelin, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
N. 355
Fotografia - Cartão Postal


Imagem do dirigível Graf Zeppelin em sua passagem pelo Rio de Janeiro/RJ, em 25/05/1930.
Existe a possibilidade de ser uma montagem, muitos fotógrafos da época, pensando apenas em ganhar dinheiro, "inseriam" o dirigível Graf Zeppelin em suas fotos para lucrarem com as vendas. Fotos que não tem indicação de autoria ou editor, que não mostram pessoas olhando para o dirigível ou aéreas que mostram o mesmo em dimensão excessivamente superior a prédios ou pontos específicos, são fortes indícios de montagens.
No presente caso, embora tenhámos a ausência de autoria ou editor, não posso opinar com razóavel certeza sobre se a imagem é verdadeira ou falsa.
Nota do blog: Data efetiva não obtida (caso seja verdadeira, provavelmente 25/05/1930) / Autoria desconhecida.

Avenida Rio Branco / Dirigível Graf Zeppelin, Rio de Janeiro, Brasil




Avenida Rio Branco / Dirigível Graf Zeppelin, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
N. 357
Fotografia - Cartão Postal


Imagem que (supostamente) mostra o dirigível Graf Zeppelin na avenida Rio Branco em sua passagem pelo Rio de Janeiro/RJ, em 25/05/1930.
Existe a possibilidade de ser uma montagem, muitos fotógrafos da época, pensando apenas em ganhar dinheiro, "inseriam" o dirigível Graf Zeppelin em suas fotos para lucrarem com as vendas. Fotos que não tem indicação de autoria ou editor, que não mostram pessoas olhando para o dirigível ou aéreas que mostram o mesmo em dimensão excessivamente superior a prédios ou pontos específicos, são fortes indícios de montagens.
No presente caso, além da ausência de autoria ou editor, tenho para mim que os elementos mostrados na fotografia não estão combinando com o dirigível Graf Zeppelin, que parece excessivamente maior.
Pessoalmente, acho que é uma montagem efetuada com o fim de ganhar dinheiro.
Nota do blog: Data efetiva não obtida (caso seja verdadeira, provavelmente 25/05/1930) / Autoria desconhecida.

Entrada da Barra / Dirigível Graf Zeppelin, Rio de Janeiro, Brasil






 

Entrada da Barra / Dirigível Graf Zeppelin, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia - Cartão Postal


Imagem (em quatro diferentes cortes) que (supostamente) mostra o dirigível Graf Zeppelin em sua passagem pelo Rio de Janeiro/RJ, em 25/05/1930.
Existe a possibilidade de ser uma montagem, muitos fotógrafos da época, pensando apenas em ganhar dinheiro, "inseriam" o dirigível Graf Zeppelin em suas fotos para lucrarem com as vendas. Fotos que não tem indicação de autoria ou editor, que não mostram pessoas olhando para o dirigível ou aéreas que mostram o mesmo em dimensão excessivamente superior a prédios ou pontos específicos, são fortes indícios de montagens.
No presente caso, além da ausência de autoria ou editor, tenho para mim que os elementos mostrados na fotografia não estão ornando com o dirigível Graf Zeppelin, parecem momentos diferentes.
Pessoalmente, acho que é uma montagem efetuada com o fim de ganhar dinheiro.
Nota do blog: Data efetiva não obtida (caso seja verdadeira, provavelmente 25/05/1930) / Autoria desconhecida.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

Jardim Botânico, Rio de Janeiro, Brasil




 

Jardim Botânico, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
TP 530
Fotografia - Cartão Postal


Observem selo brasileiro de 1930 que homenageia a primeira travessia Brasil-Europa realizada por um dirigível (no caso, o Graf Zeppelin).
Postal enviado pelo Syndicato Condor (para maiores informações, ver post sobre aerofilatelia no Blog).
Nota do blog: Data efetiva não obtida (cartão postal circulado em 1930) / Fotografia de Theodor Preising.

Panorama Parcial, Rio de Janeiro, Brasil






Panorama Parcial, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia - Cartão Postal


Texto:
O Syndicato Condor no contexto da aerofilatelia do Brasil:
A história do Syndicato Condor é a história pioneira do serviço postal aéreo no Brasil, desde os primeiros tempos da instalação da infra-estrutura da aviação comercial no país. Esse período, de 1927 a 1930, de extrema relevância aerofilatélica, coincide com aquele em que o Syndicato Condor esteve autorizado por Lei a emitir e a usar os seus próprios selos para recolher as tarifas aeropostais que lhe eram devidas.
Fundamento legal:
Nos primórdios da aviação comercial no Brasil, o Governo Federal foi autorizado, por deliberação do Congresso Nacional, expressa no artigo 19, da Lei 4.911, de 12 de janeiro de 1925, a regulamentar o serviço aéreo no pais, quer para linhas internacionais, quer para as interiores.
A autorização conferida pelo poder Legislativo incluía a licença para o Governo contratar o transporte aéreo de correspondências postais a companhias particulares, sendo que as companhias assim contratadas poderiam emitir selos próprios, previamente aprovados pelo Diretor Geral dos Correios, para o fim de arrecadar, diretamente dos usuários, as taxas a elas devidas, segundo tabelas elaboradas pelo poder público.
Carece, portanto, de qualquer fundamento, o não reconhecimento dessas emissões por alguns editores de catálogos filatélicos ou a prática de outros de classificá-las como "não-oficiais" ou "semi-oficiais".
Condor Syndikat:
Atraído ao Brasil e convencido por Otto Ernst Meyer, empresário alemão radicado em Porto Alegre, da viabilidade do seu pioneiro projeto de criação de uma empresa aérea no país, o Condor Syndikat decidiu associar-se ao empreendimento. Para o projeto, Meyer já dispunha de incentivos fiscais garantidos pelo Governo do Rio Grande do Sul e de certo apoio financeiro por parte de dez investidores locais.
Coube, assim, ao Condor Syndikat, ao amparo da nova legislação, solicitar e obter a primeira concessão para atuar no Brasil. Pelo Aviso n°60/G, de 26 de janeiro de 1927, Ministério da Viação e Obras Públicas, ele foi autorizado, pelo prazo de um ano, a exercer o tráfego aéreo, por meio de hidroaviões, em três linhas:
a) entre Rio de Janeiro e a cidade de Rio Grande, com escalas em Santos, Paranaguá, São Francisco e Florianópolis;
b) entre Rio Grande e Porto Alegre, com escala em Pelotas;
c) entre Rio Grande e Santa Vitória do Palmar, com poderes para estender essa rota até Montevidéu, caso obtivesse consentimentos do governo uruguaio.
Cabe assinalar que o Condor Syndikat, companhia alemã, fundada em Berlim, em 1924, não era no país de origem uma empresa operadora de transporte aéreo, mas sim um fornecedor de equipamentos aeronáuticos e serviços correlatos. Representava os interesses das instituições germânicas do setor, atentas ao imenso potencial do mercado que se abria no continente americano, o que lhes propiciaria, além do mais, alocar recursos humanos e desenvolver tecnologias de ponta para atuar sob condições tropicais.
A vinda do Condor Sydikat ao Brasil foi procedida por experiência que realizou, em agosto e setembro de 1925, na América Central, com um ambicioso projeto de implantar o tráfego aéreo na região e de conseguir do governo dos Estados Unidos autorização para estender uma linha até aquele país. Ante a recusa norte-americana, os vôos experimentais foram suspensos e os aviões levados de volta à Alemanha.
Isso por pouco tempo, entretanto. Logo em seguida, o Condor Syndikat novamente dirigiu o seu interesse para a América, desta vez para o sul do continente, Montevidéu e Buenos Aires, aonde os aviões chegaram, em novembro de 1926, por via marítima, para demonstrações. Contudo, como o destacado acima, quis a história que o Condor Syndikat acabasse optando por operar no Brasil.
Obtida a concessão para atuar no Brasil, o Condor Syndikat assumiu na associação com o grupo Meyer o compromisso de estabelecer com o hidroavião tipo Dornier Wal, então batizado com o nome de Atlântico, um serviço aéreo regular na Lagoa dos Patos, entre as cidades de Rio Grande e Porto Alegre, com escala em Pelotas. O acordo assinado determinava ainda que, tão logo fosse fundada a companhia aérea brasileira projetada, a linha da Lagoa dos Patos passaria a ser por ela operada e o hidroavião Atlântico incorporado ao seu patrimônio, como forma de integralização da participação acionária do Condor Syndikat. Essa nova empresa viria a se chamar Sociedade Anônima Empresa de Viação Aérea Rio Grande – Varig.
Entretanto, vislumbrando horizontes muito mais amplos, o Condor Syndikat não se ateve apenas aos limites regionais da linha da Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul, objeto do seu acordo com o grupo Meyer.
Simultaneamente, solicitou ao poder concedente, o Governo Federal, linha pelo litoral sul do Brasil, até o Rio de Janeiro. Essa linha, que seria o embrião de uma futura atuação de âmbito nacional e continental, além de caminho aberto para a Europa pelo porto de Rio de Janeiro, estava destinada pelo Condor Syndikat a ser transferida, tão breve quanto possível, ao Syndicato Condor Limitada, empresa brasileira a ser por ele criada e que o sucederia.
Segundo a estratégia então elaborada pelo Condor Syndikat, as duas empresas, Varig e Syndicato Condor, não seriam concorrentes e sim complementares, ficando o atendimento ao mercado regional do Rio Grande do Sul a cargo da primeira e o nacional e internacional para a segunda.
Assim foi idealizado e melhor executado. Em 26 de janeiro de 1927, conforme já referido, o Condor Syndikat obteve autorização governamental para atuar no Brasil, na forma que requereu. A 22 de fevereiro do mesmo ano, tiveram início os vôos regulares na rota da Lagoa dos Patos, ainda sem o transporte de correspondência. Em 28 de março de 1927, foi realizado o primeiro vôo regular no Brasil com transporte de mala postal, entre Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre. A 20 de maio de 1927 partiu o primeiro vôo de Rio Grande para o Rio de Janeiro, com escala em Porto Alegre e, em 3 de junho, ocorreu viagem inaugural Rio de Janeiro – Rio Grande, e escalas, realizada pelo hidroavião Atlântico.
Em 7 de maio de 1927 foi fundada a Sociedade Anônima Empresa de Viação Aérea Rio Grandense – Varig que, a 15 de junho, realizou o seu primeiro vôo regular, assumindo, definitivamente, a operação na linha da Lagoa dos Patos e recebendo em seu acervo a transferência do “Atlântico”.
Finalmente, em 9 de novembro de 1927, o recém-fundado Syndicato Condor Ltda, empresa brasileira, sucedânea da Alemã Condor Syndikat, inicia seus vôos regulares na linha Rio de Janeiro a Rio Grande. A partir dessa última data o Syndicato Condor assume, de fato, o comando da linha costeira em substituição ao Condor Syndikat, embora o decreto de autorização formal só viesse a ser expedido em 20 de Janeiro de 1928, semana em que expirava o prazo de um ano concedido ao antecessor.
Com as duas companhias, Syndicato Condor e Varig, viabilizadas e em plena operação, estava cumprida a missão do Condor Syndikat no Brasil. Estava, também, firmemente cravado o alicerce da aviação comercial no país. E mais ainda, estava armado o braço sul-americano da Deutsche Lufthansa para a disputa mundial com a sua arqui-rival européia, a francesa Lignes Latécoère, que logo depois passou a denominar-se Compagnie Générale Aéropostale – C.G.A.
Selo próprio:
Entre 17 de março de 1927 e 30 de junho de 1934, período em que vigorou a permissão, apenas três companhias aéreas se valeram da faculdade legal de usufruir selos mandados imprimir e emitidos por elas mesmas: o Syndicato Condor Ltda, no período de 8 de novembro de 1927 a 30 de novembro de 1930; a Sociedade Anônima Empresa de Viação Aérea Rio Grandense – Varig, de 9 de novembro de 1927 a 30 de junho de 1934; e a Empresa de Transportes Aéreos – ETA & Companhia Ltda, de 17 de junho de 1929 a 20 de fevereiro de 1930.
A regulamentação estabelecida pelo poder concedente permitia que, provisoriamente, por no máximo seis meses, contados da data em que fossem autorizadas a fazer transporte aéreo de correspondência, as empresas empregassem carimbo, ou outro meio qualquer, para comprovação do pagamento das tarifas que lhes pertenciam. Assim, enquanto, não ficaram prontos os selos encomendados na Alemanha ao Reichsdruckerei (estabelecimento impressor de valores, ao estilo da nossa Casa da Moeda), o Condor Syndikat e a Varig se valeram dos famosos e muito raros carimbos selos triangulares.
Syndicat Condor, uma empresa brasileira:
Ao se avaliar, sob o ponto de vista da importância filatélica, os aspectos geográficos, políticos, sociais e econômicos que envolveram a atuação das companhias aéreas particulares na "implementação" e no desenvolvimento da infra-estrutura da aviação comercial no Brasil, prepondera, no contexto geral da Aerofilatelia brasileira, a posição proeminente do Syndicato Condor Ltda.
Ao contrário da Varig e da ETA que, naquele período pioneiro, atuaram em âmbito exclusivamente regional, o Syndicato Condor Ltda. nasceu e cresceu marcado por cobertura nacional cada vez mais ampla.
Tendo sede e base operacional localizadas na cidade do Rio de Janeiro, então capital da República, já em fevereiro de 1930, as linhas Condor ligavam de Norte a Sul, ao longo da costa Atlântica, os principais centros populacionais, políticos e econômicos de um país de dimensões continentais.
Nessa época, a linha costeira do Syndicato Condor atendia às seguintes importantes regiões brasileiras: Rio Grande, Pelotas, Porto Alegre, Laguna, Florianópolis, Curitiba, Santos, São Paulo, Rio de janeiro, Vitória, Caravelas, Belmonte, Ilhéus, Bahia (atual Salvador), Aracaju, Maceió, Recife, Paraíba (atual João Pessoa) e Natal.
Ainda em 1930, no mês de agosto, a Condor partiu em direção ao oeste, até Corumbá, e depois Cuiabá, no Mato Grosso, com linha regular via Santos/São Paulo, começando no Rio de Janeiro.
A expansão para oeste, imediatamente permitiu a criação do correio aéreo Brasil/Bolívia, através do serviço combinado Syndicato Condor Limitada/ Lloyd Aéreo Boliviano, também ela uma companhia de origem alemã. Segundo o convênio, o intercâmbio das malas postais procedentes da Bolívia e do Brasil era realizado em Corumbá/Porto Suarez, na fronteira dos dois países, seguindo destino na viagens de retorno dos aviões ao Rio de Janeiro, com escala em Santos, e a La Paz, com escala em Santa Cruz, respectivamente.
O caminho para Europa:
Somado ao estratégico propósito de crescimento voltado para a integração nacional, através da comunicação aérea, era também prioridade para o Syndicato Condor atender à crescente demanda de um mercado emergente, principalmente no centro-sul do país e nas áreas de mais forte colonização alemã, ávido por melhor qualidade e maior rapidez no intercâmbio postal com a Europa. Do outro lado, idêntica aspiração na Alemanha e países de forte imigração para o Brasil.
A par da conquista do mercado interno, encurtar o caminho Europa/América do Sul, aumentar a demanda por esse caminho e conquistar a sua maior fatia, alvos também da concorrente francesa CGA, eram objetivos sempre presentes na estratégia da Deutsche Lufthansa. O forte fundamento para o elevado investimento que realizou no Brasil por intermédio do Condor Syndikat, inicialmente, e depois pelo sucessor deste, o Syndicato Condor Ltda, braços operacionais e prepostos não declarados da grande empresa aérea alemã.
As portas de saída:
Até 20 de março de 1930, o Syndicato Condor utilizou a conexão pelo porto do Rio de Janeiro, mediante serviço combinado com os vapores internacionais de carreira, para remeter à Europa as malas postais que trazia do interior do país destinada àquele continente.
Excepcionalmente, valeu-se também do porto de Santos para essas remessas, sendo raríssimos os aerogramas Condor com essa característica de saída. O trânsito, entre o porto do Rio de Janeiro e o destinatário na Europa, era, até então, de aproximadamente quinze dias.
A inauguração de Linha Norte, em 5 de fevereiro de 1930, estendendo os Serviços Aéreos Condor até Natal, permitiu que a partir de 21 de março daquele ano, fosse aberta nova e mais rápida alternativa de conexão postal com a Europa.
Por meio de uma operação de translado de malas postais, realizada ao largo da ilha de Fernando de Noronha, entre os hidroaviões Condor e os navios internacionais de carreira Cap. Arcona e Cap. Polonio, o tempo de trânsito para a Europa se viu reduzido de quinze para dez dias, aproximadamente. Ambas as embarcações pertenciam a Companhia de Navegação Hamburg Südamerika (Hamburgo – Buenos Aires) que, na viagem de volta para a Europa transportavam as malas postais até Las Palmas, nas Ilhas Canárias, costa oeste da África, de onde seguiam, via aérea, para a Europa, em serviço combinado com a Deutsche Lufthansa.
Convênio com o Correio alemão e as franquias mistas:
Para agilizar e tornar mais rápida a entrega ao destinatário no Brasil da correspondência vinda da Europa, o Syndicato Condor vislumbrou a oportunidade de acertar acordo com o Correio da Alemanha aproveitando o potencial oferecido pela sua linha aérea ao longo do litoral brasileiro.
Com esse propósito, foi firmado com a administração postal alemã convênio aprovado pela portaria nº133, do Ministério da Alemanha, publicado no Amtsblatt (Diário Oficial) nº 25, de 26 de março de 1929, com vigência a partir de abril daquele mesmo ano. Em maio, a cidade livre de Dantzig aderiu ao acordo.
Pelo convênio firmado, o remetente na Alemanha, quando da expedição da correspondência para o Brasil, poderia indicar a Condor para realizar o transporte aéreo entre o porto marítimo e o domicílio do destinatário. Além da franquia normal em selos alemães, a opção pelo serviço acima referido pagava porte prévio em selos da Condor, vendidos, afixados e obliterados na Alemanha, em valor correspondente à tarifa do transporte aéreo que seria realizado pela companhia sobre o território brasileiro.
Para melhor caracterizar e bem distinguir a correspondência despachada sob a égide do convênio supra citado, era afixado no envelope, na agência postal de origem, etiqueta retangular verde-amarela, picotada, bilíngüe, em alemão e francês, identificando o serviço contratado, com os seguintes dizeres: “Pelo Serviço Aéreo Condor no Brasil”.
Assim nasceram as belas, raras e famosas “franquias mistas Condor”.
As franquias mistas de bordo dos navios:
Sendo de nacionalidade alemã as agências postais a bordo dos navios Cap. Arcona e Cap. Polonio, da companhia de navegação Hamburg Südamerika, era também facultado aos seus usuários dispor dos mesmos serviços aéreos no Brasil, garantidos pelo acordo Syndicato Condor/Correio Alemão aos remetentes na Alemanha.
Essa facilidade postal em relação ao Brasil estava à disposição dos passageiros e tripulantes dos dois navios em qualquer etapa do percurso: quer estivessem seguindo em direção ao Norte ou ao Sul. Assim, a opção pelo uso do transporte aéreo Condor, entre o porto de desembarque da mala postal no Brasil e a cidade de destino, era paga em selos da própria Condor, vendidos, afixados e obliterados nos próprios navios. Não foram usadas quaisquer etiquetas indicadoras desse serviço combinado.
Todos os selos, da Alemanha e do Syndicato Condor, que assim reunidos formavam as raras e atraentes franquias mistas de bordo do Cap. Arcona e do Cap. Polonio, eram obliterados pelos característicos carimbos tipo flâmula, que assinalavam a data e identificavam o navio e a companhia de navegação.
As franquias mistas vindas pelo Zeppelin:
Em maio de 1930, foi realizada a primeira viagem do Graf Zeppelin ao Brasil, na linha triangular Europa-América do Sul-América do Norte-Europa. Preparatória para o estabelecimento de um serviço aéreo regular intercontinental, por meio de dirigíveis. Partindo da base de operações em Friedrichshafen, na Alemanha, a gigantesca aeronave, aportou, seguidamente, em Sevilha, Recife, Rio de Janeiro, Recife, Lakehurst, Sevilha e, finalmente, retornou à origem em Friedrichshafen.
Tratando-se o Zeppelin de uma unidade alemã, os preceitos postais do convênio entre o Syndicato Condor e os Correios da Alemanha foram aplicados ao curso e ao processamento da correspondência destinada à América do Sul. Por meio de contrato especial, foi estabelecida a adesão de Dantzig, da Áustria, Liechtenstein, Holanda, Sarre, Suíça e Espanha.
Dessa forma, a correspondência endereçada à América do Sul, para além da cidade do Rio de Janeiro, porto de desembarque da mala postal, foi franqueada com taxa aérea adicional em selos Condor, vendidos, afixados e obliterados na origem, no montante de 2.000 réis para o Brasil e de 5.000 réis para o Uruguai, Argentina e Bolívia, a cada 20 gramas ou fração. Do Rio de Janeiro, a mala postal trazida pelo Zeppelin foi distribuída pela linha aérea Condor para as demais cidades brasileiras de destino. Para Montevidéu e Buenos Aires, seguiram em um vôo especial e para La Paz, em outro.
O Graf Zeppelin, nessa primeira viagem ao Brasil, trouxe franquias mistas Condor oriundas da localidade de Friedrichshafen, da cidade de Berlin, de Sevilha, na Espanha, e outras, muito mais raras, identificadas pelo carimbo datador e obliterador alemão, indicado de postagem a bordo do próprio dirigível.
O fim da circulação dos selos Condor:
Em 29 de agosto de 1930, pelo Decreto n°19.331, o Syndicato Condor obteve permissão do Governo no Federal para estender as suas linhas aos países estrangeiros em geral, caso obtivesse autorização dos respectivos governos.
Essa importante conquista, levou a companhia a não mais utilizar os seus próprios selos, por força das convenções postais que só admitiam o porte internacional por meio de franquias do Correio Oficial de cada país. Em virtude dessa contingência, a Diretoria da empresa decidiu pela data de 1 de dezembro de 1930 para a efetivação da medida de suspender a circulação dos seus selos. Permaneceram válidas, entretanto, até o trâmite final, as correspondências em trânsito, postadas até a véspera.
O apogeu operacional:
Na década de 30, sempre em colaboração e com o apoio de Deutsche Lufthansa, o Syndicato Condor cresceu e expandiu as suas atividades internas e internacionais. A companhia atingiu o apogeu operacional no período de 1934 a 1940, paralelamente ao crescimento do poderio bélico e econômico da Alemanha, nos anos de glória da ascensão do regime nazista.
Oficialmente inaugurada em fevereiro de 1934, a rede Condor/Lufthansa, já em 1937, cobria regularmente, em apenas quatro dias, os 15.300 quilômetros de caminhada aérea entre Santiago do Chile e Frankfurt, na Alemanha, com dois vôos semanais de ida e volta.
Além de toda a cobertura e, território brasileiro, desde o extremo sul do país até Parnaíba, Floriano e Belém, ao norte, e a Corumbá e Cuiabá, no oeste, essa extensa rede transoceânica para a América do Sul, com pólos em Santiago e Frankfurt, servia Buenos Aires, Montevidéu, Las Paz, Bathurst, Las Palmas, Lisboa e Marselha. Afora uma imensa malha aérea, atendida por conexões a partir desses pontos, mais a ligação direta Frankfurt – Berlim, com irradiação para toda a Europa.
Em 1937, a quantidade de correspondência transportada em cada vôo transoceânico Condor/Lufthansa era de 65 a 70 mil cartas.
A desfiguração e o fim:
Em 19 de agosto de 1941, pelo Decreto-Lei n°3.523, o Syndicato Condor Ltda teve formalizada a mudança da sua razão social para Serviços Aéreos Condor Ltda, em virtude de legislação Federal do Estado Novo, de 5 de julho de 1939, que tornou privativa das associações profissionais de classe a denominação de Sindicato.
Entre 1941 e 1942, ante o crescente sentimento "anti-germânico" no Brasil, provocado pela repulsa ao nazismo e em represália às hostilidades militares alemãs, atingindo a frota de marinha mercante brasileira, a Condor teve suas operações interrompidas, só retomando as atividades em abril de 1942, desapropriadas, inteiramente nacionalizada e totalmente desfigurada, depois de rompidos e extintos
todos os seus vínculos anteriores.
Em 16 de janeiro de 1943, pelo Decreto-Lei n° 5.197, outra alteração na razão social foi homologada, passando a empresa a se chamar Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul Ltda que, em 1975, foi incorporada à Varig, mediante aquisição do controle acionário pela Fundação Ruben Berta. Trecho de texto de Frederico Mendes de Moraes.
Nota do blog 1: Cartão postal enviado pelo "Serviço Aéreo Transatlântico / Via Condor - Zeppelin".
Nota do blog 2: Data efetiva da imagem não obtida (cartão postal circulado em 1932) / Autoria desconhecida.


domingo, 15 de dezembro de 2024

Dirigível Graf Zeppelin, 1934, Buenos Aires, Argentina


 


Dirigível Graf Zeppelin, 1934, Buenos Aires, Argentina
Buenos Aires - Argentina
Fotografia


El Graf Zeppelin sobre Buenos Aires, 30 de junio de 1934. Fotografía posiblemente tomada desde del edificio Comega.
Nota do blog: Data 1934 / Fotografia de Fritz Kohlmann.

terça-feira, 27 de agosto de 2024

Graf Zeppelin, 1933, São Paulo, Brasil


 

Graf Zeppelin, 1933, São Paulo, Brasil 
São Paulo - SP
Fotografia 

Nota do blog: Data 1933 / Autoria não obtida.

Graf Zeppelin, Centro, 1933, São Paulo, Brasil


 

Graf Zeppelin, Centro, 1933, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Imagem do Graf Zeppelin sobrevoando o Centro de São Paulo.
À esquerda, parte da fachada lateral da antiga sede da Prefeitura / Câmara Municipal. 
À direita, o edifício Sampaio Moreira.
O edifício que aparece abaixo do Graf Zeppelin é o Palacete Crespi, atual edifício York, localizado na rua São Bento.
Nota do blog: Data 1933 / Autoria não obtida.

Graf Zeppelin na Região Central, 1933, São Paulo, Brasil


 

Graf Zeppelin na Região Central, 1933, São Paulo, Brasil 
São Paulo - SP
Fotografia 

Nota do blog: Data 1933 / Autoria não obtida.

domingo, 26 de maio de 2024

Graf Zeppelin Sobrevoando a Região do Anhangabaú, 1933, São Paulo, São Paulo, Brasil

 



Graf Zeppelin Sobrevoando a Região do Anhangabaú, 1933, São Paulo, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia 


A imagem retrata a passagem do famoso dirigível alemão Graf Zeppelin em São Paulo, na região do Anhangabaú, em 1933. É possível ver o edifício Martinelli, os palacetes Prates, etc.
A imagem é uma espécie de recordação/souvenir, comercializada por algum fotógrafo da época.
Notem que os compradores eram de origem judaica, foi inserida uma frase no idioma na fotografia.
Nota do blog 1: Existe a possibilidade da imagem ser uma montagem, muitos fotógrafos da época pensando apenas no lucro, "inseriam" o dirigível Graf Zeppelin em suas fotos para obterem lucros com as vendas. Fotos que não tem indicação de autoria ou editor, que não mostram pessoas olhando para o dirigível ou aéreas que mostram o mesmo em dimensão excessivamente superior a prédios ou pontos específicos, são indícios de montagens.
Nota do blog 2: Autoria não obtida / Crédito da imagem para Ilda Klajman (o Sr. mostrado à direita era seu pai).

"Os Dois Gigantes" / Graf Zeppelin e o Edifício Martinelli, 11/05/1933, São Paulo, Brasil


 

"Os Dois Gigantes" / Graf Zeppelin e o Edifício Martinelli, 11/05/1933, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia 


Retrata a passagem do famoso dirigível alemão Graf Zeppelin em São Paulo, próximo ao edifício Martinelli.
Seu proprietário/comprador, à época, escreveu na imagem a frase "Os dois gigantes", em clara alusão ao Graf Zeppelin e edifício Martinelli.
Nota do blog 1: Sempre existe a possibilidade de ser uma montagem, muitos fotógrafos da época, pensando apenas no lucro, inseriam o dirigível Graf Zeppelin em suas fotos para obterem lucros com as vendas. Fotos que não tem indicação de autoria ou editor, que não mostram pessoas olhando para o dirigível ou aéreas que mostram o mesmo em dimensão excessivamente superior a prédios ou pontos específicos, são indícios de montagens.
Nota do blog 2: Autoria não obtida.

terça-feira, 21 de maio de 2024

Graf Zeppelin Sobre São Paulo, 11/05/1933, São Paulo, Brasil




Graf Zeppelin Sobre São Paulo, 11/05/1933, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia - Cartão Postal


Retrata a passagem do famoso dirigível alemão Graf Zeppelin em São Paulo, próximo ao edifício Martinelli.
Nota do blog 1: Existe a possibilidade de ser uma montagem, muitos fotógrafos da época, pensando apenas no lucro, inseriam o dirigível Graf Zeppelin em suas fotos para obterem lucros com as vendas. Fotos que não tem indicação de autoria ou editor, que não mostram pessoas olhando para o dirigível ou aéreas que mostram o mesmo em dimensão excessivamente superior a prédios ou pontos específicos, são indícios de montagens.
Nota do blog 2: Autoria não obtida / Caso possível, melhorar a qualidade da imagem (a realizar).

Passagem do Dirigível Alemão Graf Zeppelin, 1933, São Paulo, São Paulo, Brasil


 


Passagem do Dirigível Alemão Graf Zeppelin, 1933, São Paulo, São Paulo, Brasil 
São Paulo - SP
Fotografia 

Retrata a passagem do famoso dirigível alemão Graf Zeppelin em São Paulo, sobrevoando o centro, próximo ao edifício Martinelli.
Nota do blog 1: Existe a possibilidade de ser uma montagem, muitos fotógrafos da época, pensando apenas no lucro, inseriam o dirigível Graf Zeppelin em suas fotos para obterem lucros com as vendas. Fotos que não tem indicação de autoria ou editor, que não mostram pessoas olhando para o dirigível ou aéreas que mostram o mesmo em dimensão excessivamente superior a prédios ou pontos específicos, são indícios de montagens.
Nota do blog 2: Autoria desconhecida.

sexta-feira, 10 de maio de 2024

Zeppelin Sobre São Paulo, Brasil


 

Zeppelin Sobre São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotóptica F283
Fotografia - Cartão Postal


Texto 1 sobre o cartão postal:
Em primeiro plano, à direita, vemos a avenida São João em direção à praça Antônio Prado.
A imagem visa registrar a passagem do dirigível Graf Zeppelin por São Paulo em 1933.
Texto 2 sobre a Fotóptica emissor do cartão postal:
"Os postais efêmeros da enigmática Série F"
O que significa para a cronologia da fotografia apresentar novos nomes e fatos que poderão trazer mais consistência à sua história? Evidentemente, os novos dados são sempre bem vindos, mas não podemos esquecer que muitas vezes eles nascem relacionados a uma experiência vivida, relatada oralmente por aqueles que participaram do processo. À medida que nos distanciamos no tempo, algumas dessas iniciativas se valorizam, outras se perdem nas sombras do esquecimento, e temos aquelas que vão se manifestando aos poucos, até encontrar o momento exato para se tornarem públicas.
Como muitos sabem, tenho uma pequena coleção de cartões postais brasileiros e essa paixão surgiu quando percebi, no início de minha formação como pesquisador da fotografia brasileira, a potencialidade desse objeto enquanto fonte de informação. Claro que estou pensando nas milhares de séries (sim, milhares!) produzidas na primeira metade do século XX. Com isso, eu me aproximei de um universo delirante de colecionadores, cartofilistas apaixonados pelos temas, pelas cidades, pelos bondes, pelas séries e muito mais. Particularmente, meu interesse é a própria fotografia. Busco entender a produção de um conjunto de cartões postais a partir dos diferentes interesses de seus produtores – social, político, comercial, cultural.
Ado Kyrou, em seu clássico livro L’Age D’Or de la Carte Postale, defende que esse período de ouro ocorreu entre 1900 e 1925, quando as técnicas de impressão evoluíram e possibilitaram à fotografia um espaço de disseminação e distribuição, bem diverso dos jornais e das revistas ilustradas. No Brasil, só para se concentrar nos mais conhecidos, tivemos uma rica produção cartofilista nas séries de Marc Ferrez, Guilherme Gaensly, Augusto Malta, entre outros.
Em contrapartida, tivemos uma produção de menor escala, na maioria das vezes em suporte fotográfico, que podemos hoje entender como cópias de época, atualmente de difícil acesso e raramente encontrado nos nichos especializados em comercializar esse tipo de produto. No Brasil, os cartões postais, em sua maioria, têm como temas vistas urbanas ou rurais evidenciando ora a transformação dos espaços nas capitais e grandes cidades, ora a rotina de trabalho nas fazendas de café ou cana de açúcar. Excepcionalmente, temos algumas cenas do cotidiano, nas quais a figura humana é destacada em sua profissão, como uma das séries de Ferrez, por exemplo.
Nos anos 1940 e 1960, período em que a produção de cartões postais se arrefeceu em todo o mundo, destacam-se algumas interessantes iniciativas em São Paulo. Entre elas, o Foto Postal Colombo, de Sulpizio Colombo, 1888-1970; a CTP (copyright Theodor Preising), de Theodor Preising, 1883-1962; a FotoLabor, de Werner Haberkorn, 1907-1997; e uma misteriosa e numerosa Série F, entre outras. Vou me concentrar na Série F que tanto já perturbou os colecionadores.
Há alguns anos, chegou-se a conclusão de que a Série F era uma produção da Loja Fotóptica e, tão logo constatou-se a informação, fui checar com meu querido amigo Thomaz Farkas, fotógrafo pioneiro do Foto Cine Clube Bandeirante, produtor de cinema, empresário de sucesso e grande incentivador da fotografia brasileira através da revista e da Galeria Fotóptica.
Para minha surpresa, Farkas não só confirmou as expectativas como, ao longo de várias conversas, foi passando boas informações sobre a enigmática Série F. O curioso é que a produção é numerada e chega a mais de mil imagens, mas desconhecemos a série completa. Indaguei-o por diversas vezes para verificar quem poderia ter a série, mas nem mesmo a Fotóptica teve a preocupação de manter pelo menos uma coleção em seus arquivos.
A seleção das imagens também é curiosa. Sem uma edição fechada ou pré-visualizada, me surpreendi ao saber que as fotografias transformadas em cartão postal têm autorias distintas. Podemos, no limite, afirmar que cada imagem tem um autor diferente, porque a seleção se dava de modo muito peculiar. Segundo Farkas, o fotógrafo amador deixava seu filme na loja para revelar e ampliar, atividade bastante comum nesse período intermediário da democratização do fazer fotográfico. O laboratorista, ao se deparar com uma boa imagem – os critérios eram absolutamente subjetivos –, informava o chefe do laboratório e o balconista da loja que faziam a intermediação com o fotógrafo.
Este, por sua vez, quase sempre ficava lisonjeado com a escolha e, em troca de alguns postais e mais alguns descontos, permitia o uso de sua imagem. A tiragem é outro mistério, pois Farkas não soube me dizer com exatidão os números praticados, mas lembrava-se de alguns cartões postais de sucesso que chegavam a 500 cópias. As cópias eram ampliadas em papel Wessel e, na maioria das vezes, a tiragem era feita manualmente.
Um dos funcionários mais graduados da Fotóptica era Fredi Kleemann (1927-1974), de origem alemã e que, durante anos, foi balconista e eventualmente laboratorista. Segundo depoimento de German Lorca, o chefe do laboratório era um senhor chamado Alexandre e talvez um dos responsáveis pela produção das fotografias. Kleemann, por sua vez, também se notabilizou por produzir um precioso acervo fotográfico do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), onde também atuava como ator. Seu acervo foi adquirido pela Secretaria Municipal de Cultura, na gestão de Sábado Magaldi, e encontra-se disponível para consultas na Divisão de Pesquisas do Centro Cultural São Paulo.
Vemos a cidade como metrópole emergente, alguns de seus personagens mais célebres, como o jornaleiro Clóvis flagrado em plena atividade no centro velho da cidade de São Paulo, a flora e a fauna, e alguns cartões de atividades tão singulares que mereceram o destaque de estar na Série F, da Fotóptica. É bom especular: como essa questão era difundida entre os usuários do laboratório? Será que eles fotografavam com a intenção de ter sua fotografia selecionada? O distanciamento histórico e a falta de documentação talvez não permitam que tenhamos respostas precisas. Mas, garanto que durante meus encontros com Farkas, em diferentes ocasiões, provoquei bastante sua memória para extrair o máximo de informações com a intenção de colaborar nessa complexa teia que é a construção de uma história da fotografia contada a partir dos seus principais colaboradores.
Como a Série F é volumosa, reunimos um grupo de colecionadores para juntar as peças e tentar entender através da numeração das imagens, os temas tratados e os espaços públicos eleitos. Claro que, para a Fotóptica, a produção significava mais uma opção de negócio e valorização do cliente. A ideia, segundo Farkas, veio de seu pai Desidério Farkas, e por diversas vezes lembrou-me que havia a produção de cópias em tamanho postal e, entre as melhores fotografias, produziam-se ainda cópias em tamanho 18X24 cm. Ao olhar retrospectivamente o negócio com os olhos de hoje, podemos supor que se tratava de um empreendimento que visava também valorizar a fotografia como meio de expressão e documentação.
Sabemos que, de tempos em tempos, surge uma novidade no cenário da fotografia brasileira. Estamos atentos para a produção contemporânea, mas não podemos deixar cair no esquecimento empreendimentos como esse, de desaparecimento programado à medida que o postal é um objeto efêmero e descartável. Trazer de volta à luz boas iniciativas é também nossa responsabilidade. Texto de Rubens Fernandes Júnior.

Graf Zeppelin, 1933, Centro, São Paulo, Brasil


 

Graf Zeppelin, 1933, Centro, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Imagem do dirigível alemão Graf Zeppelin em São Paulo, na região central de São Paulo.
Nota do blog: Fotografia de Paulo Sohn / Crédito para Paulo Goya.


quinta-feira, 9 de maio de 2024

Vista do Graf Zeppelin em São Paulo, 11/05/1933, São Paulo, Brasil


Vista do Graf Zeppelin em São Paulo, 11/05/1933, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia 


Retrata a passagem do famoso dirigível alemão Graf Zeppelin por São Paulo.
Nota do blog: Autoria não obtida.

 

Vista do Graf Zeppelin, 1933, Centro de São Paulo, Brasil


 


Vista do Graf Zeppelin, 1933, Centro de São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia 


Imagem do famoso dirigível alemão Graf Zeppelin em São Paulo, na região central de São Paulo, em 1933.
Nota do blog: Fotografia de Theodor Preising.

Zeppelin Sobre o Edifício Martinelli, 1933, São Paulo, São Paulo, Brasil


 

Zeppelin Sobre o Edifício Martinelli, 1933, São Paulo, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotóptica F318
Fotografia - Cartão Postal 

Retrata a passagem do famoso dirigível alemão Graf Zeppelin em São Paulo, próximo ao edifício Martinelli, em 1933.
Nota do blog: Existe a possibilidade de ser uma montagem, muitos fotógrafos da época, pensando apenas no lucro, "inseriam" o dirigível Graf Zeppelin em suas fotos para obterem lucros com as vendas. Fotos que não tem indicação de autoria ou editor, que não mostram pessoas olhando para o dirigível ou aéreas que mostram o mesmo em dimensão excessivamente superior a prédios ou pontos específicos, são indícios de montagens.
Nota do blog: Data 1933.

domingo, 7 de abril de 2024

Passagem do Graf Zeppelin pelo Anhangabaú, 1933, São Paulo, São Paulo, Brasil


 

Passagem do Graf Zeppelin pelo Anhangabaú, 1933, São Paulo, São Paulo, Brasil 
São Paulo - SP
Fotografia 

A imagem retrata a passagem do famoso dirigível alemão Graf Zeppelin por São Paulo, sobrevoando o centro, próximo ao Viaduto do Chá, na região do Anhangabaú.
Nota do blog: A imagem, oriunda de um jornal, certamente é uma montagem, muitos fotógrafos da época, pensando apenas no lucro, inseriam o dirigível Graf Zeppelin em suas fotos para obterem lucros com as vendas. Fotos que não tem indicação de autoria ou editor, que não mostram pessoas olhando para o dirigível ou, ainda, aéreas que mostram o mesmo em dimensão excessivamente superior a prédios ou pontos específicos, são indícios de montagens. No presente caso, o tamanho do dirigível em relação aos demais pontos da imagem, denotam a (grosseira) falsificação. Mesmo assim, a foto possuí valor histórico por ser um exemplo das falsificações praticadas naquela época.