terça-feira, 21 de março de 2023

Brasão de Armas do Reino do Brasil - Artigo

 


Brasão de Armas do Reino do Brasil - Artigo
Artigo


Em 16 de dezembro de 1815, o príncipe regente d. João (1767-1826) assinou a carta de lei que elevou o Brasil à condição de reino e criou um único corpo político denominado “Reino Unido de Portugal e do Brasil e Algarves".
Este post trata de um desdobramento dessa decisão: a criação de um brasão de armas para o reino do Brasil. 
A medida adotada pelo príncipe regente (futuro rei d. João VI) estava relacionada aos desdobramentos da derrota definitiva de Napoleão Bonaparte, em junho de 1815. O Congresso de Viena determinou que as monarquias depostas pela França napoleônica retornassem aos seus respectivos tronos. Junto a isso, as potências vitoriosas reconheceram Lisboa como a sede política portuguesa. Desse modo, a situação da corte no Rio de Janeiro se tornou problemática.
A vinda da família real para o Rio de Janeiro, em 1808, havia mudado as condições políticas no Brasil. Medidas adotadas pela Coroa Portuguesa na América, como a abertura dos portos às nações amigas, consolidaram fortes interesses pela permanência da corte em solo brasileiro.
A solução encontrada foi elevar o Brasil à condição de reino e uni-lo a Portugal. Assim, a assinatura da carta de lei de 16 de dezembro de 1815 significou que a corte estava instalada não em uma possessão ultramarina, mas na sede do Império Português.

Pavilhão Mourisco, 1908, Avenida Beira Mar, Botafogo, Rio de Janeiro, Brasil



Pavilhão Mourisco, 1908, Avenida Beira Mar, Botafogo, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia

Nota do blog: Já demolido.

 

Palácio Monroe, 1937, Rio de Janeiro, Brasil


 

Palácio Monroe, 1937, Rio de Janeiro, Brasil

Rio de Janeiro - RJ
Fotografia 

Nota do blog: Já demolido.

Antiga Sede do Jornal "O Globo", Largo da Carioca, Rio de Janeiro, Brasil

 


Antiga Sede do Jornal "O Globo", Largo da Carioca, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia

Nota do blog: Já demolido.

Luiz Gonzaga e Dia Nacional do Forró - Artigo


 

Luiz Gonzaga e Dia Nacional do Forró - Artigo
Artigo


Nascido em Exu, Pernambuco, no dia 13 de dezembro de 1912 , Luiz Gonzaga do Nascimento foi o grande responsável por tornar o forró conhecido por todo o Brasil e no exterior. "Asa Branca", composta em parceria com Humberto Teixeira em 1947, é uma das canções mais tocadas e mais regravadas da nossa música .
Por causa do aniversário de Luiz Gonzaga, o dia 13 de dezembro foi escolhido para celebrar o Dia Nacional do Forró.
Manifestação cultural originária do Nordeste do Brasil, o forró é uma expressão musical que engloba vários estilos, como o baião, o xaxado, o chamego, o arrasta-pé e o xote. Mas o forró não é limitado à música. É uma manifestação cultural que envolve diversas atividades, como o artesanato, orquestras sanfônicas, escolas de dança, além da valorização de instrumentos, como a rabeca, sanfona, triângulo, pífanos, zabumba, dentre outros.
Em 2021, o forró foi declarado Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Na imagem, Luiz Gonzaga em apresentação nos estúdios da Rádio Tupi, no Rio de Janeiro.

Ato Institucional nº 5 / AI-5 - Artigo















Ato Institucional nº 5, o AI-5
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Em 13 de dezembro de 1968, entrava em vigor o mais linha-dura dos atos institucionais, o AI-5. Os atos institucionais eram uma espécie de decreto supraconstitucional, e foram o principal método de governo do regime militar entre 1964, ano em que foi publicado o primeiro ato, e 1978, quando da revogação de todos os atos por Ernesto Geisel.
Aprovado pelo segundo presidente do período, o general Artur da Costa e Silva, o AI-5 foi considerado uma vitória da ala mais radical do regime. A publicação da lei teve várias consequências, sendo a principal uma brutal ampliação dos poderes do executivo, possibilitando o fechamento do Congresso Nacional e das Assembleias Legislativas logo após sua publicação. O presidente da república e os governadores biônicos (ou seja, nomeados sem o voto popular) passaram a exercer os poderes legislativos, emitindo decretos-leis e emendas constitucionais sem o crivo dos parlamentos ou revisão judicial. Dessa forma, poderiam suspender os direitos políticos de qualquer cidadão considerado "subversivo", bem como destituí-lo de cargos públicos. O ato também facilitou a instituição de toques de recolher pelo país, bem como a censura de todos os meios de comunicação. Tudo que fosse entendido como “subversivo à ordem moral” poderia ser alvo da repressão a partir do AI-5.
O ato popularizou no Brasil a expressão “anos de chumbo”, em alusão à violência de estado que se alastrou durante o tempo em que esteve vigente, se tornando o período mais repressivo do regime militar brasileiro, que resultou na morte ou desaparecimento de 434 cidadãos, conforme registrado no relatório final da Comissão Nacional da Verdade
Em 1978, como parte da abertura política “lenta, gradual e segura”, o general Ernesto Geisel promulgou uma emenda constitucional que anulou todos os atos institucionais publicados.

Vinagre, Diferenças e Usos dos Principais Tipos - Artigo

 


Vinagre, Diferenças e Usos dos Principais Tipos - Artigo
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Se as opções de vinagres nas prateleiras parecem interessantes, mas você não faz a mínima ideia sobre a maneira correta de adotá-las no dia a dia, saiba que as diferenças, mesmo sutis, pedem aplicações igualmente distintas.
A principal função do vinagre é agregar acidez aos pratos, sendo que os tipos podem ser mais ou menos ácidos. Tal intervenção é importante sobretudo nos molhos, que precisam de um contraponto, especialmente em pratos gordurosos e frituras.
A regrinha, entretanto, é simples: ele não pode roubar o sabor do ingrediente principal.
Outras funções:
O vinagre ainda pode ser usado para preservar as cores dos alimentos, que escurecem quando entram em contato com o oxigênio, segundo Flávia Daher, chef-consultora da BRF.
Inclusive a cor do prato pode ser pensada desde o início do preparo. A especialista explica que os vinagres com coloração interferem no resultado visual. "Os de vinho tinto, além de serem escuros, têm um sabor mais forte — outro ponto a se considerar na escolha", exemplifica.
Vinagres também costumam ser usados em preparações que incluem o processo da 'desnaturação' de proteínas. "Por conta da acidez, ele quebra a estrutura da proteína, deixando a carne crua mais macia", cita Flávia.
Enfim, qual vinagre escolher?
A seguir, com a ajuda de profissionais, listamos os cinco principais tipos de vinagre — de álcool, de vinho, balsâmico, de arroz e de maçã. Conheça as características mais marcantes de cada e descubra qual delas usar em cada prato.
Vinagre de vinho:
Como o próprio nome já diz, é um vinagre feito à base de uvas fermentadas, porém, não há um tipo específico de vinho - pode ser branco, tinto, xerez (jerez) ou até champanhe. Sua acidez é bem marcante, partindo dos 6%. Graças a estas características, seu principal uso é na marinada de carnes.
Detalhe importante, para cada proteína indica-se uma variação do vinagre de vinho. Para marinar carnes vermelhas, o melhor é o tinto; se for carne branca (como peixe), o mais indicado é o branco, alternativa igualmente recomendada para molhos vinagretes ou amanteigados, bem como para temperar saladas.
Vinagre balsâmico:
Antes de tudo, um aviso: essa versão costuma ser bastante falsificada, portanto, vale ler bem o rótulo antes de comprar para fugir de misturas artificiais. Já deu a entender, então, que o produto verdadeiro é um pouco mais caro.
Original da Itália, o balsâmico é mais forte, segura bem a redução e é ótimo para temperar saladas, molhos e grelhados. Produzido a partir de suco de uvas envelhecidas há anos, tem sabor mais adocicado e coloração bem mais escura.
Vinagre de arroz:
Bastante suave, tem influência japonesa e, como o nome sugere, é bastante usado para temperar o arroz, ingrediente presente na culinária daquele país. Levemente adocicado e menos ácido que os outros, este vinagre ainda funciona bem para conservação de alimentos e é mais indicado para suavizar marinadas, inclusive as feitas com outros tipos de vinagres.
Vinagre de maçã:
Trata-se do mais forte e ácido de todos. Pode ser usado no preparo de vinagretes e molho chimichurri e para temperar proteínas, principalmente as carnes de porco. Além disso, por conter vitamina B, que é antioxidante, combina com frutas e saladas, trazendo um sabor agridoce à receita.
Vinagre de álcool (ou branco):
Feito com cana-de-açúcar, é uma das versões mais ácidas e mais baratas. Por isso, costuma ser usado para a produção de conservas, sendo muito bem-vindo no preparo do picles. Devido à sua pureza, é indicado para higienizar frutas e vegetais.

Por Que Chama "Pão Francês" se Foi Criado no Brasil? - Artigo


 

Por Que Chama "Pão Francês" se Foi Criado no Brasil? - Artigo
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No dia 21 de março é celebrado o "Dia do Pão Francês". Apesar do nome, o pãozinho ícone das nossas padarias não existe na França e, a depender da região do Brasil, é chamado de outro jeito. No Rio Grande do Sul e na Bahia é cacetinho; no Ceará, carioquinha, e no Pará, careca.
Pão de sal, de massa grossa, média, filão e pão jacó são outros nomes atribuídos ao pão francês que nasceu no Rio de Janeiro, durante o período colonial, quando d. João VI e sua corte se instalaram por aqui e passaram a incentivar a importação da farinha branca — até então, os pães eram feitos de farinha de mandioca, milho ou até centeio e tinham um aspecto mais rústico, com casca grossa.
Há quem diga que o nome do pão francês deve-se ao fato dele ter sido criado por influência de brasileiros abastados que se encantavam com os pães de miolo branco que consumiam nas boulangeries parisienses. Ao retornarem ao Brasil, pediam para os padeiros locais fazerem o tal "pãozinho francês". Ele também pode ter recebido esse nome porque muitos padeiros que chegaram com a corte eram franceses.
Jornalista, escritor e autor de três livros de crônicas gastronômicas ("A Canja do Imperador", "A Rainha que Virou Pizza" e "O País das Bananas"), além de padeiro curioso, J.A. Dias Lopes prefere a versão que relaciona o nome do pãozinho à farinha:
"Durante o reinado de Luís XIV, a França se tornou uma grande produtora de farinha de trigo branca e essa farinha passou a ser chamada de farinha francesa em vários lugares do mundo. É mais provável que o nome de pão francês venha daí, do fato de ser feito com essa farinha de trigo fina e branca".
Embora tenha surgido ainda no Brasil Colonial, o pão francês demorou a se popularizar — no início, era restrito às mesas dos mais ricos. Foi só no século XX, quando a farinha de trigo branca importada tornou-se mais acessível e o estado de São Paulo ganhou dois moinhos (o Matarazzo, fundado na capital em 1900, e o Santista, inaugurado em 1905 em Santos), que o pãozinho francês ganhou o coração e o paladar dos sudestinos e, depois, de todo o Brasil.
Hoje em dia, não é exagero dizer que um pão francês de qualidade faz a fama da padaria. Ainda que o portfólio de produtos tenha crescido e se diversificado imensamente nos últimos anos, o pãozinho ainda é o maior motivo das pessoas irem a esse tipo de estabelecimento diariamente ou até mais de uma vez no único dia — quem é vizinho de uma padaria, aliás, conhece o horário de suas fornadas.
Um bom pão francês leva, além da farinha de trigo, água, fermento, açúcar e gordura vegetal — em geral, usa-se margarina. Ao deixar o forno, ele deve ter 50 gramas. Para que o consumidor não seja lesado quanto ao tamanho, a partir de 2006 tornou-se obrigatório vendê-lo somente por quilo.
"Temos um volume de produção e consumo muito grande, mas também vivemos um paradoxo, pois muitas padarias usam misturas pré-prontas e melhoradores que não são adequados", diz o jornalista e pesquisador da panificação Luiz Américo Camargo, autor dos livros de receitas "Pão Nosso" e "Direto ao Pão" — neste segundo, ele ensina uma receita de pão francês feito com fermento biológico e banha de porco no lugar da margarina.
"O pão francês carrega memória afetiva e é o mais viável para o bolso. Mas isso não impede que a gente queira que ele seja feito com muito cuidado e carinho".

Vista Parcial, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil


 

Vista Parcial, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil
Belo Horizonte - MG
N. 7
Fotografia - Cartão Postal


BH foi planejada para ser a nova capital do estado de Minas Gerais, substituindo Ouro Preto. A mudança da sede política do estado foi aprovada em 1893 e o local escolhido para abrigar a nova capital foi uma área pertencente ao antigo arraial do Curral del-Rei.
Inspirada nos modelos urbanísticos de Paris e Washington, Belo Horizonte começou a ser construída em 1894 seguindo a orientação modernizante em voga no período, com suas largas avenidas de traçado retilíneo que se cruzam em ângulos pré-definidos.
Mesmo jovem, a capital mineira conta com um valioso patrimônio arquitetônico e cultural, como o Conjunto Arquitetônico da Pampulha, a Praça da Liberdade, o Mercado Municipal, o Museu de Artes e Ofícios, o estádio do Mineirão, além de mirantes de onde se pode vislumbrar belos panoramas da cidade.
Na imagem, vista parcial do centro de Belo Horizonte, Minas Gerais, início do século XX.

A Música "Tiro ao Álvaro" e a Censura - Artigo

 





A Música "Tiro ao Álvaro" e a Censura - Artigo
Artigo


A prática de censura prévia aos produtos culturais no Brasil pode ser percebida desde a Era Vargas, momento quando muitos órgãos e legislações que regulamentavam o ato foram instituídos. É durante períodos autoritários que surgem as ações censórias por parte do Estado que, sob justificativas diversas – entre elas a proteção da “moral e dos bons costumes” – usam o controle estatal sobre a sociedade para a perseguição de opositores políticos. A prática também pode ser utilizada como instrumento de homogeneização de uma cultura nacional idealizada. Em relação a este último caso, trazemos como exemplo a letra da música “Tiro ao Álvaro”, de Adoniran Barbosa e Oswaldo Moles.
Neste samba, os artistas utilizam da linguagem coloquial de maneira intencional e jocosa, empregando sua licença poética. A letra foi vetada, pois, de acordo com o parecer nº13849/74, “a falta de gosto impede a liberação”. Além disso, os censores destacam as palavras escritas baseadas na oralidade da língua, que deveriam ser corrigidas para que a música pudesse ser liberada.
Imagens do post:
Imagem 1: Letra musical "Tiro ao Álvaro", 19 de dezembro de 1973. Arquivo Nacional. Fundo Divisão de Censura de Diversões Públicas.
Imagem 2: Parecer nº13849/74, da Divisão de Censura de Diversões Públicas (DCDP). Brasília, 22 de março de 1974. Arquivo Nacional. Fundo Divisão de Censura de Diversões Públicas.