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sábado, 29 de setembro de 2018
Planta da Cidade de Porto Alegre, 1906, Rio Grande do Sul, Brasil - Attilio Alberto Trebbi
Planta da Cidade de Porto Alegre, 1906, Rio Grande do Sul, Brasil - Attilio Alberto Trebbi
Porto Alegre - RS
Mapa
O objetivo da planta de 1906 era divulgar a cidade.
Editada originalmente pela Livraria do Comércio, estabelecimento localizado na Rua dos Andradas nº 346, 348 e 350, era dirigida pela razão social de Souza & Barros.
A planta foi organizada e desenhada por Attilio Alberto Trebbi, nascido em Pelotas no ano de1876, filho de Frederico Francisco Crispin Albert Trebbi.
Seu pai estudou na Academia de Belas Artes de Roma, foi um pintor de renome, deu aulas de desenho e deixou um legado artístico que permanece até os dias de hoje.
Attilio Alberto teria aprendido o oficio do desenho com seu pai e com esta profissão ocupou o cargo de desenhista de 1902 a 1914 na Secretaria de Obras do Estado na cidade de Porto Alegre.
Entre 1911 a 1915, Attilio Trebbi também foi professor do Instituto Técnico Profissional ligado à Escola de Engenharia.
Em 1906 a cidade tinha 90.000 habitantes.
Apresenta em destaque diversos pontos da cidade, alguns ainda em construção naquele período, como é o caso do Palácio Piratini, então ainda em projeto.
Situação similar a do Monumento a Júlio de Castilhos que só seria inaugurado em 1914.
Outros destaques são: o Colégio Militar, Banco da Província, Igreja das Dores, Intendência Municipal (Prefeitura), Atheneu Rio-Grandense (o prédio do Colégio Sevigné), Escola de Engenharia da UFRGS, o prédio gêmeo do Theatro São Pedro (o Tesouro do Estado), a estátua do Conde de Porto Alegre e o Palacete Chaves.
Além disso, havia uma lista de repartições municipais, estaduais e federais, além de uma lista de praças da cidade.
Lavalleja e o Juramento dos 33 Orientais, Uruguai (El Juramento de los Treinta y Tres Orientales) - Juan Manuel Blanes
Museu Nacional de Artes Visuais, Montevidéu, Uruguai
OST - 311x564 - Entre 1875 e 1878
Trinta e Três Orientais (em castelhano Treinta y Tres Orientales) é o nome do movimento encabeçado por Juan Antonio Lavalleja e apoiado pelas Províncias Unidas do Rio da Prata para libertação do território da Província Cisplatina do domínio do Império do Brasil.
Em 15 de abril de 1825, Juan Antonio Lavalleja e seus homens embarcaram em San Isidro, localidade na costa do Rio da Prata a poucos quilômetros de Buenos Aires, avançaram cuidadosamente pelas ilhas do delta do Paraná evitando a vigilância da frota do Império do Brasil, cruzaram à noite o Rio Uruguai em duas lanchas e desembarcaram na Praia de La Agraciada, também conhecida como "Arenal Grande", na madrugada do dia 19 de abril.
Ali desfraldaram a bandeira de três listas horizontais vermelha, azul e branca, cores tradicionalmente usadas desde os tempos de Artigas, não apenas na Província Oriental, mas também em outras da região riopratense.
O número dos expedicionários de 1825 tem sido objeto de diversas controvérsias a partir da existência de várias listas de integrantes, publicadas entre 1825 e 1832. Embora o número de 33 seja oficialmente aceito, os nomes diferem de uma lista para outra. Isso se deve ao fato de que seus redatores também incorriam em confusões devido aos apelidos de alguns dos integrantes da expedição. Além disso, deve somar-se o fato das deserções de alguns, o que fez com que seus nomes não fossem incluidos posteriormente.
Vale dizer que nem todos eram orientales (isto é, habitantes da região ao leste do Rio Uruguai), já que haviam em suas fileiras vários argentinos e paraguaios.
É relevante saber que os líderes libertadores pertenciam à loja Los Caballeros Orientales, que usavam simbolicamente o número 33, grau supremo da maçonaria.
Muito tempo depois, em 1877, o sucesso seria retratado pelo pintor Juan Manuel Blanes. Blanes freqüentava os temas históricos em sua produção e realizou uma reconstrução pormenorizada dos caracteres fisionômicos dos protagonistas, entrevistando a alguns sobreviventes e recolhendo uma apreciável quantidade de informação.
A Paraguaia (La Paraguaya) - Juan Manuel Blanes
A Paraguaia (La Paraguaya) - Juan Manuel Blanes
Museu Nacional de Artes Visuais Montevidéu Uruguai
OST - 100x80 - Aproximadamente 1879
quinta-feira, 27 de setembro de 2018
quarta-feira, 26 de setembro de 2018
Rio Capivari, Campos do Jordão, São Paulo (Rio Capivari) - Felisberto Ranzini
Rio Capivari, Campos do Jordão, São Paulo (Rio Capivari) - Felisberto Ranzini
Campos do Jordão - SP
Coleção privada
Óleo sobre cartão - 18x27
Campos do Jordão - SP
Coleção privada
Óleo sobre cartão - 18x27
segunda-feira, 24 de setembro de 2018
Vista de Itamaracá, Ilha de Itamaracá, Pernambuco (Gezicht op het eiland Itamaracà in Brazilië) - Frans Post
Vista de Itamaracá, Ilha de Itamaracá, Pernambuco (Gezicht op het eiland Itamaracà in Brazilië) - Frans Post
Ilha de Itamaracá - PE
Mauritshuis Haia Holanda
OST - 63x88 - 1637
“Vista da Ilha de Itamaracá”
de 1637, é considerado o primeiro quadro pintado por um pintor profissional em
todas as Américas.
Inicialmente João Maurício de Nassau queria construir a
nova capital na ilha de Itamaracá. Provavelmente, os dois homens e seus
escravos em primeiro plano estão explorando a ilha. Na colina sobre a água está
Schoppestad, e à direita, Fort Oranje, que ainda pode ser visitado nos dias atuais.
sábado, 22 de setembro de 2018
O Noivado (Le Bouquet de Fiançailles) - Henri Fantin-Latour
O Noivado (Le Bouquet de Fiançailles) - Henri Fantin-Latour
Museu de Grenoble França
OST - 32x29 - 1869
sexta-feira, 21 de setembro de 2018
São Paulo em Festa 1954 - São Paulo em Festa
São Paulo em Festa 1954 - São Paulo em Festa
Brasil - 50 minutos
Poster do filme
São Paulo em Festa é um documentário dirigido por Lima Barreto em 1954, produzido pela Companhia Vera Cruz, de São Bernardo do Campo, São Paulo.
Sob a narração de Mauricio Barroso, o documentário retrata as comemorações promovidas pela Associação das Emissoras de São Paulo no ano do IV Centenário da cidade de São Paulo. Entre as cenas apresentadas estão a representação do padre José de Anchieta na catequese com índios, tomadas aéreas do centro da cidade, o trânsito de automóveis e transportes coletivos, já intensos par a ocasião. Há também imagens da solenidade realizada no Pátio do Colégio, local de fundação da cidade, e a missa campal realizada na Praça da Sé, marco zero da capital. Na avenida Nove de Julho, desfiles de motociclistas, bandas, corporações e agremiações, inclusive internacionais. À noite, a chuva de prata lançadas pela Aeronáutica e, no Vale do Anhangabaú, o desfile de clubes, escolas e corporações como o Corpo de Bombeiros, o Exército e a polícia montada. Carnaval de rua, com foliões e desfile de carros abertos. No estádio do Pacaembu, crianças e adultos assistem exibições de ginástica olímpica e vários números circenses. Show com orquestra, cantores populares e números de danças no Parque Dom Pedro II.O evento foi um dos maiores de que se tem notícia à época em que foi realizado, estimando-se um milhão de pessoas, durante três dias, festejando não somente os quatro séculos da capital, mas também a Revolução Constitucionalista de 1932.
domingo, 16 de setembro de 2018
A Virgem, o Menino e Santa Ana (La Vierge, l'Enfant Jésus et Sainte Anne) - Leonardo da Vinci
A Virgem, o Menino e Santa Ana (La Vierge, l'Enfant Jésus et Sainte Anne) - Leonardo da Vinci
Museu do Louvre Paris
OST - 168x130 - 1513
A Virgem, o Menino e Santa Ana, óleo sobre
madeira (168 cm x 112 cm),
é obra de Leonardo da Vinci, pintada
em Milão entre 1508 e 1513. Leonardo nunca finalizou este painel.
Leonardo havia conquistado total maestria ao modelar o rosto humano. A Virgem e
Santa Ana nesta pintura têm as mesmas características que as mulheres que ele
já havia pintado. Os rostos são calmos e serenos. A paisagem é parecida com a da Mona Lisa.
Não
obstante à realidade de suas obras, em A Virgem, o Menino e Santa Ana os traços anatômicos são
incrivelmente fiéis. Percebe-se a utilização da técnica chiaroscuro (inventada pelo próprio Leonardo da Vinci), um jogo de luz e sombra que dá ainda mais vida
à arte do célebre pintor.
Em
2011 o quadro foi submetido a trabalhos de restauro. Depois de apresentado o
resultado, o museu foi acusado de ter danificado o quadro com uma limpeza
extrema que deu à obra cores diferentes das originais e um brilho que não é
comum aos trabalhos da época do Renascimento.
A composição pode ter sido encomendada por Luís XII da
França para comemorar o nascimento de sua única filha, Claude, em 1499 – Ana
era o nome de sua esposa e da santa padroeira das mulheres inférteis e
grávidas. Mas a pintura nunca foi entregue a Luís XII, pois notou-se a presença
da pintura na oficina de Leonardo em 1517.
A presença da A Virgem, o Menino e Santa Ana no
palácio cardeal (o atual Palais Royal) em 1651 alimentou a hipótese de que a
imagem entrou na coleção real através dos ministérios de Richelieu. Mas, com
toda a probabilidade, foi Francisco I que a adquiriu do assistente de Leonardo,
Salai, por uma quantia considerável registrada em arquivos. No entanto, antes
do inventário de Le Brun, de 1683, nenhum registro de tal pintura no Castelo de
Fontainebleau confirma isso.
O
tema da pintura é o de "Santa Ana trinitária", onde se juntam Santa Ana, a Virgem Maria e
o Menino Jesus. De acordo com a tradição, Santa Ana morreu antes
do nascimento de Jesus sendo o tema mais simbólico, reunindo três gerações.
Este tema pictórico aparece no século XIII e atinge o seu auge no século XV.
Vários estudos preparatórios – o desenho na Galeria
Nacional em Londres e vários
desenhos, incluindo o do Louvre – refletem o desenvolvimento gradual do
trabalho. Leonardo substituiu o jovem São João Batista no primeiro esboço por
um símbolo, o Cordeiro de Deus, e deslizou o Menino Jesus dos joelhos de sua
mãe para o chão. Ele deu mais importância a Santa Ana, que se torna o eixo de
uma composição triangular.
O
cordeiro simboliza o sacrifício, e Jesus estando a segurá-lo significa que
aceita o seu destino; Maria, como mãe, quer tomá-lo em seus braços para o
afastar desse destino de sofrimento. Os primeiros esboços da obra mostram que
Santa Ana tenta sustar o gesto da Virgem em relação ao filho. A pintura como
existe acabou por mostrar, pelo contrário, uma atitude contida de Santa Ana,
aceitando simbolicamente o destino do seu neto.
Na
pintura está um grupo de quatro personagens em tamanho natural formando uma
pirâmide num movimento em espiral, numa composição geométrica dinâmica cara a
da Vinci. No centro, a Virgem está sentada sobre as pernas de sua mãe, Santa
Ana, e estende os braços para o Menino Jesus que a seus pés, abraça e prende
com os braços e pernas um pequeno cordeiro e parecendo escapar das mãos de sua
mãe.
As
cabeças das quatro figuras estão alinhadas numa diagonal inclinada para a
direita, três diferentes sfumati moldando os rostos das três pessoas. Os
pés deles estão na água, talvez evocando o batismo.
Jogos
de olhares entre os protagonistas da cena: Ana olha para Maria que olha para
Jesus, que a olha a ela, enquanto o cordeiro olha para ele.
Se
Santa Ana está numa posição estática, hierática, sentada, firmando-se nas
pernas, com o braço apoiado no quadril, Maria tem uma pose mais dinâmica,
estendida em direção a Jesus, amparando-o com as mãos.
O
cenário próximo é austero, composto de rochas, duma árvore frondosa um pouco mais longe à direita, e uma borda pronunciada que permite ver
em fundo uma paisagem de picos rochosos e montanhosos (paisagem resultante de
um estudo geológico e gráfico de rochas) desaparecendo gradualmente num céu
azulado (branco no horizonte, azul por cima) sfumato (como na pintura de Mona Lisa), uma espécie de grisaille, o que sugere um inacabado tanto ao gosto de da
Vinci.
Assim como no quadro A Virgem dos Rochedos, Leonardo
estabeleceu uma cena religiosa em uma paisagem fantástica e colocou um abismo
entre o espectador e as figuras. A distância montanhosa é transmitida pela
perspectiva atmosférica com destaques azulados e cristalinos e reflete seu
interesse em geologia e fenômenos meteorológicos.
Para saber mais sobre a polêmica restauração da obra em 2011 : https://www.publico.pt/2012/01/09/jornal/o-restauro-de-um-leonardo-e-polemica-garantida-23742044
Tribuna dos Uffizi, Florença, Itália (Tribuna degli Uffizi) - Johann Zoffany
Tribuna dos Uffizi, Florença, Itália (Tribuna degli Uffizi) - Johann Zoffany
Florença - Itália
Royal Collection Trust Castelo de Windsor
OST - 123x155 - 1776
A Tribuna dos Uffizi (Tribuna degli Uffizi, em italiano) é uma
pintura a óleo sobre tela, pintada em 1776 pelo pintor alemão Johann Zoffany, figura prestigiosa entre os artistas
estrangeiros radicados em Florença, e que retrata a Tribuna, uma
sala de forma octogonal situada na seção nordeste da Galleria degli Uffizi, e
que Mark Twain designou como "a mais pequena galeria
mais visitada que existe no mundo".
A
pintura atualmente faz parte da Royal Collection e constitui a imagem símbolo dos
frequentadores dos salões no século XVIII, quando, a partir de 1765, os Uffizi se
abrem oficialmente ao público.
Após
ter conquistado notoriedade em Londres, em particular junto a Família Real, o
pintor alemão Johann Zoffany viajou para Florença no verão de
1772, onde permanece até 1779, para pintar a Galleria degli Uffizi por encomenda
da Rainha Carlotta,
mulher de Jorge III e que nunca
esteve em Itália.
O
preço acordado para a pintura foi de 300 libras esterlinas, uma grande soma para a época.
A
pintura reproduz as obras de arte expostas na Tribuna e que podem ser
identificadas na sua maior parte.
Algumas
das obras foram mais tarde deslocadas para outros locais e museus. Por exemplo,
algumas estátuas romanas antigas da coleção Médici são exibidas nos corredores
principais da Galleria degli Uffizi, enquanto vários pequenos bustos estão na Villa Corsini a Castello ou
no Museu
Arqueológico Nacional de Florença, juntamente com obras etruscas, egípcias ou gregas. Uma pequeno grupo de obras da Renascença está localizado no Museu Nacional do Bargello.
Zoffany
modificou a disposição das obras em relação à instalação original da galeria e
juntou sete quadros pertencentes à coleção Médici, emprestados temporariamente para a pintura pelo Palazzo Pitti por concessão especial graças ao pedido do
conde George Clavering-Cowper e do baronete Sir Horace Mann. Desta forma,
Zoffany teve a oportunidade de retratar "in situ" tais obras,
incluindo a Virgem da Cadeira de Rafael.
Em
sinal de gratidão pela intercessão deles, Zoffany retrata Mann e Cowper, este
absorto na contemplação da sua última aquisição, a Grande Virgem de
Cowper de Rafael, que foi mais tarde adquirida pela Galeria Nacional de Arte de Washington, e talvez por isso colocada em posição proeminente
na pintura.
A
tela tornou-se o emblema do Grand Tour também pela fama de alguns dos personagens que
representa. Em frente da Vênus de Ticiano, podem-se identificar Thomas Patch e Sir Horace Mann. O
primeiro era pintor, mas também antiquário e copista, e o segundo residente
inglês e, portanto, figura oficial da colônia inglesa em Florença.
Todos os personagens representados estão identificados sendo especialistas de arte,
diplomatas e visitantes e fazem desta pintura uma combinação de conversation piece, de
retrato de gênero britânico e da tradicional pintura flamenga do século XVII de vistas de galerias e de gabinetes de curiosidades.
Na
pintura, Pietro Bastianelli, curador da Galleria degli Uffizi, mostra a Vênus de Urbino a
John Gordon, cuja coleção é conhecida graças a um texto de John Chambers de
1829.
Diante
do quadro da Vênus de Ticiano estão Thomas
Patch, de pé, e Felton Hervey, sentado, em conversa com Sir John Taylor e Sir
Horace Mann. Felton Hervey, detentor de uma prestigiosa coleção de arte,
estava entre os britânicos com acesso à corte sendo retratado em primeiro
plano, mas morrerá antes do regresso a Inglaterra de Zoffany.
Vênus de Urbino (Venere di Urbino) - Ticiano
Vênus de Urbino (Venere di Urbino) - Ticiano
Galleria degli Uffizi Florença
OST - 119x165 - 1538
Guidobaldo
della Rovere, filho do duque de Urbino, encomendou a Ticiano um retrato
seu e o da “senhora despida”, ou seja, A Vênus de Urbino. Na época, ele
tinha completado 25 anos e o pintor, que teria o dobro da idade do rapaz, era o
artista mais apreciado do sul da Europa. Entre seus clientes encontravam-se
conventos, igrejas, ricos comerciantes, príncipes e o imperador Carlos V.
O futuro duque de
Urbino conheceu Ticiano, provavelmente através de seu pai, Francesco Maria I
della Rovere, que era um apaixonado por quadros e ambientes cultos e
intelectuais, tendo encomendado várias obras a Ticiano. De modo que, após a
morte do pai, Guiobaldo tornou-se o Duque de Urbino, e continuou a encomendar
obras ao pintor.
Algumas suposições
existem acerca da personagem retratada em A Vênus de Urbino. Seria ela:
A-) a amante de
Guiobaldo, futuro Duque de Urbino, à época
B-) a própria amante
do pintor
C-) a mitológica Vênus
(mas falta-lhe os atributos, como o Cupido)
D-) Eleonora Gonzaga,
mãe de Guiobaldo, pois tanto na pintura em que foi retratada, como na jovem
desnuda estava presente o mesmo cãozinho enrodilhado.
O fato é que
nenhuma dessas hipóteses ficou provada. E mais longínqua ainda é a ideia de que
fosse Eleonora Gonzaga, pois à mulher casada daquela época, vivendo em boas
condições, cabia apenas dirigir a casa, assegurar a descendência, preservar a
honra do marido e acompanhá-lo nas cerimônias oficiais. Ela jamais posaria nua,
pois seu corpo pertencia apenas ao esposo, jamais exalaria luxúria como vista
na pintura. Além disso, a Igreja, grande inimiga do corpo feminino, estava
sempre a postos.
A possibilidade de
que Ticiano tivesse representado Vênus, a deusa romana da beleza e do amor,
também é improvável, embora se encontrem na composição dois atributos da deusa:
as rosas e o vaso com murta. O que torna questionável tal representação é a
presença das duas criadas. Somente a presença do filho Cupido tornaria a
identificação inquestionável. Portanto, a maioria dos especialistas no assunto
chegou à conclusão de que se trata de uma figura humana.
O corpo da jovem
desnuda representa o ideal de beleza e gostos eróticos do Renascimento pleno.
Ela se encontra totalmente nua, tendo no corpo apenas brincos, uma pulseira no
braço direito e um anel no dedo mindinho da mão esquerda. Traz na mão direita
um buquê de rosas vermelhas, que sempre foram tidas como um atributo a Vênus.
As rosas também são o símbolo do prazer e da fidelidade no amor. Ela encara o
observador com naturalidade, olhando diretamente para ele. Reina calma e ordem
no ambiente.
O cabelo cacheado
e dourado enfeita-lhe o rosto, cujos olhos dirigem-se para o observador, com
certa indiferença. Seu cabelo suaviza suas feições, caindo abundantemente sobre
seus ombros e travesseiros. Uma trança cinge-lhe o meio da cabeça. O seu ombro
direito é mais acentuado (o ideal feminino da Renascença baseava-se num tipo
mais corpulento). Os seios pequenos, redondos e rígidos também eram um ideal da
beleza feminina, significando que eles ainda não haviam atingido a maturidade.
A beleza da pele
da figura é um espetáculo à parte, deixando o observador totalmente extasiado.
Para pintar a pele da Vênus
de Urbino, Ticiano empregou o branco perolado nas áreas claras, banhadas pela
luz, e o tom rosado nas áreas sombreadas, que aparecem em pouquíssimas partes
do corpo.
A jovem não tem
cintura fina, pois, tal característica não era aceita naquela época. Sua
barriga, ligeiramente arredondada, permanece como o centro do corpo, como
símbolo da fertilidade e da reprodução. Se comparada com o modelo de beleza das
modelos atuais, todas as mulheres seriam estéreis com suas barrigas planas.
A mulher é
retratada como costumava dormir. Sua nudez é destacada pela presença, em
segundo plano, de duas criadas rigorosamente vestidas. Estariam elas pegando as
roupas para vestir sua patroa? Alguns estudiosos sugerem que as criadas estão
executando os preparativos para as núpcias de sua senhora e, portanto, o quadro
seria uma alegoria ao amor marital.
A cortina
verde-escuro, que desce sobre a divisória do quarto, destaca o rosto
esplendoroso da modelo, equilibrando-se com os tons claros dos travesseiros e
lençóis. A cor vermelha vista no buquê de rosas, no vestido de uma das
criadas e no colchão dá mais vivacidade à composição.
Ao fundo, uma
criada, usando mangas bufantes, mexe num baú de roupas. O quarto e o mobiliário
são característicos da época. O pintor dá destaque à cama e às arcas, pois eram
os móveis mais importantes do quarto, muitas vezes os únicos. O cãozinho sobre
a cama simboliza o amor carnal, mas também a fidelidade. E no peitoril da
janela, um vaso com murta indica a constância no casamento.
A ornamentação
vista na parede, por detrás da criada de pé, tanto pode ser uma tapeçaria como
um ornamento de couro. Embora as janelas à época fossem pequenas, Ticiano
apresenta um grande vão em sua pintura, o que nos leva a supor que se tratava
de uma residência de verão.
Existem muitos
detalhes no quadro que são bem fiéis à realidade, embora outros não o sejam.
Exemplo disso é a sombra, apenas esboçada, de um galho na superfície escura da
divisória. E esta superfície, além de destacar o corpo alvo da moça, traz
equilíbrio às duas partes do quadro. Sua borda direita, corta a pintura ao
meio, e acaba abaixo da mão esquerda da jovem, destacando seu monte de Vênus,
que ela esconde delicadamente.
Ticiano foi
assistente, no início de sua carreira, do mestre Giorgione. A sua Vênus de Urbino tem muita
semelhança com a Vênus
Adormecida de seu antigo mestre. Mas, excetuando a modelo nu, crê-se hoje em dia,
que Ticiano trabalhou e acabou grande parte daquele quadro. O quadro de Ticiano
apresenta muito mais do que apenas os atributos de Vênus.
A composição de
Ticiano, Vênus
de Urbino, a mais célebre de suas pinturas, é tida como um dos mais esplêndidos
exemplos do nu, encontrados na pintura universal, onde serenidade e
sensualidade convivem harmoniosamente. Atualmente, a pintura é vista pela
maioria dos críticos de arte como uma alegoria ao amor conjugal e à
fidelidade, tomando por base o cãozinho dormindo na cama e as duas criadas ao
fundo, sendo que as duas arcas podem ser uma alusão ao enxoval da noiva.
Tondo Doni (Tondo Doni) - Michelangelo Buonarroti
Tondo Doni (Tondo Doni) - Michelangelo Buonarroti
Galleria degli Uffizi Florença
Têmpera sobre madeira - 120 - 1506
A pintura representa Maria, Jesus, José e João Batista.
Palas e o Centauro (Pallade e il Centauro) - Sandro Botticelli
Palas e o Centauro (Pallade e il Centauro) - Sandro Botticelli
Galleria degli Uffizi Florença
Têmpera sobre tela - 207x148 - 1482
Primavera (La Primavera) - Sandro Botticelli
Primavera (La Primavera) - Sandro Botticelli
Galleria degli Uffizi, Florença, Itália
Têmpera sobre painel - 207x319 - Circa 1480
Conosciuto con il nome convenzionale di Primavera, la
pittura mostra nove figure della mitologia classica che incedono su un prato
fiorito, davanti a un bosco di aranci e alloro. In primo piano a destra, Zefiro
abbraccia e feconda la ninfa Clori, raffigurata poco oltre nelle sembianze di
Flora, dea della fioritura. Dominano il centro della composizione, leggermente
arretrati, la dea dell’amore e della bellezza Venere, castamente vestita, e
Cupido, raffigurato bendato mentre scocca il dardo d’amore. A sinistra
danzano in cerchio le tre Grazie, divinità minori benefiche prossime a Venere,
e chiude la composizione Mercurio, il messaggero degli dei con indosso elmo e
calzari alati, che sfiora col caduceo una nuvola. Pur rimanendo misterioso il
complesso significato della composizione, l’opera celebra l’amore, la pace, la
prosperità. La vegetazione, il cui colore scuro è in parte dovuto all’alterazione
del pigmento originale, è rischiarata dall’abbondanza di fiori e frutti. Sono
state riconosciute ben 138 specie di piante diverse, accuratamente descritte da
Botticelli servendosi forse di erbari. La cura per i dettagli conferma
l’impegno profuso dal maestro in quest’opera, confermato anche dalla perizia
tecnica con cui è stata realizzata la stesura pittorica.
Realizzata su un supporto di legno di pioppo, l’opera si
trovava alla fine del XV secolo nella casa in via Larga (oggi via Cavour) degli
eredi di Lorenzo di Pierfrancesco de’ Medici, cugino di Lorenzo il Magnifico;
stava appeso sopra un lettuccio, una sorta di cassapanca con schienale
caratteristica dell’arredamento delle residenze signorili rinascimentali. Passò
poi nella villa di Castello, dove Giorgio Vasari nel 1550 la descriveva insieme
alla Nascita di
Venere.
In 1550, Vasari wrote that a picture which according to him
announced the arrival of spring was in the Medici villa in Castello. In 1477,
the estate was acquired by Lorenzo di Pierfrancesco de' Medici, who was a
second cousin of Lorenzo the Magnificent. This is why it was long assumed that
the Primavera (Spring), as the painting continues to be called, was painted for
the fourteen year old Lorenzo di Pierfrancesco when the villa was bought. An
inventory dating from 1499, which was not discovered until 1975, lists the
property of Lorenzo di Pierfrancesco and his brother Giovanni and states that
in the 15th century the Primavera had been displayed in Florence's city palace.
The painting decorated an anteroom attached to Lorenzo di Pierfrancesco's
chambers.
Such large format paintings were nothing new in high-ranking
private residences. The Primavera is, however, special in that it is one of the
first surviving paintings from the post-classical period which depicts
classical gods almost naked and life-size. Some of the figures are based on
ancient sculptures. These are, however, not direct copies but are translated
into Botticelli's own unconventional formal language: slender figures whose
bodies at times seem slightly too long. Above all it is the women's domed stomachs
that demonstrate the contemporary ideal of beauty.
Venus is standing in the centre of the picture, set slightly
back from the other figures. Above her, Cupid is aiming one of his arrows of
love at the Three Graces, who are elegantly dancing a roundel. The garden of
the goddess of love is guarded by Mercury on the left. Mercury, who is lightly
clad in a red cloak covered with flames, is wearing a helmet and carrying a
sword, clearly characterizing him as the guardian of the garden. The messenger
of the gods is also identified by means of his winged shoes and the caduceus
staff which he used to drive two snakes apart and make peace; Botticelli has
depicted the snakes as winged dragons. From the right, Zephyr, the god of the
winds, is forcefully pushing his way in, in pursuit of the nymph Chloris. Next
to her walks Flora, the goddess of spring, who is scattering flowers.
Various interpretations of the scene exist. Leaving aside the
suppositions there remains the profoundly humanistic nature of the painting, a
reflection of contemporary cultural influences and an expression of many
contemporary texts.
One source for this scene is Ovid's Fasti, a poetic calendar
describing Roman festivals. For the month of May, Flora tells how she was once
the nymph Chloris, and breathes out flowers as she does so. Aroused to a fiery
passion by her beauty, Zephyr, the god of the wind, follows her and forcefully
takes her as his wife. Regretting his violence, he transforms her into Flora,
his gift gives her a beautiful garden in which eternal spring reigns.
Botticelli is depicting two separate moments in Ovid's narrative, the erotic
pursuit of Chloris by Zephyr and her subsequent transformation into Flora. This
is why the clothes of the two women, who also do not appear to notice each
other, are being blown in different directions. Flora is standing next to Venus
and scattering roses, the flowers of the goddess of love. In his philosophical
didactic poem, De Rerum Nature the classical writer Lucretius celebrated both
goddesses in a single spring scene. As the passage also contains other figures
in Botticelli's group, it is probably one of the main sources for the painting:
"Spring-time and Venus come,/ And Venus' boy, the winged harbinger, steps
on before,/ And hard on Zephyr's foot-prints Mother Flora,/ Sprinkling the ways
before them, filleth all/ With colours and with odours excellent."
sábado, 15 de setembro de 2018
Backstabbing for Beginners 2018 - Backstabbing for Beginners
Backstabbing for Beginners 2018 - Backstabbing for Beginners
Canadá / Dinamarca / Estados Unidos - 108 minutos
Poster do filme
Canadá / Dinamarca / Estados Unidos - 108 minutos
Poster do filme
Avenida Central, Década de 1900, Rio de Janeiro, Brasil - Marc Ferrez
Avenida Central, Década de 1900, Rio de Janeiro, Brasil - Marc Ferrez
Rio de Janeiro - RJ
Acervo Fundação Biblioteca Nacional
Fotografia
Rio de Janeiro - RJ
Acervo Fundação Biblioteca Nacional
Fotografia
Campo de Santana, 1880, Rio de Janeiro, Brasil - Marc Ferrez
Campo de Santana, 1880, Rio de Janeiro, Brasil - Marc Ferrez
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia
Para o Campo da
Aclamação Glaziou pensou um paisagismo que usava o Morro do Senado à direita,
como fundo.
Campo de Santana, 1880, Rio de Janeiro, Brasil - Marc Ferrez
Campo de Santana, 1880, Rio de Janeiro, Brasil - Marc Ferrez
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia
Alamedas sinuosas,
ilhas instaladas nos lagos artificiais e o uso da flora e da fauna brasileiras
marcavam o cenário paisagístico idealizado por Glaziou para o Campo de Santana.
Campo de Santana, 1880, Rio de Janeiro, Brasil - Marc Ferrez
Campo de Santana, 1880, Rio de Janeiro, Brasil - Marc Ferrez
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia
Glaziou trouxe da
França artesão exímios na imitação de pedras e cascatas artificiais, chamados "cascateiros".
Campo de Santana, 1880, Rio de Janeiro, Brasil - Marc Ferrez
Campo de Santana, 1880, Rio de Janeiro, Brasil - Marc Ferrez
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia
Na foto vê-se a sede do Parque da Aclamação (Campo de Santana), prédio
hoje ocupado pela Fundação Parques e Jardins (PCRJ).
Inicialmente uma área pantanosa, que no século XVIII recebe o nome de
Campo de Santana devido à igreja a erguida em homenagem a Santana. O espaço
teve vários usos, sendo ocupado para manobras militares.
Em 1874, após sucessivas propostas de urbanização da
área, Glaziou e Francisco Jose Fialho apresentaram à Câmara Municipal um
projeto para uma reformulação do local – então chamado Parque da Aclamação.
Glaziou, além de elaborar o projeto,
supervisionou a obra, que durou de 1873 ate 1880, quando o parque foi
inaugurado pelo Imperador D.Pedro II. O modelo utilizado foi aquele já
empregado nos grandes parques românticos parisienses: Monceau, Buttes Chaumont
e Bois de Boulogne.
O traçado sinuoso, com canteiros irregulares
e árvores plantadas na periferia e a inserção de elementos que imitavam a
natureza: pedras, troncos, grutas, lagos e cascatas artificiais traziam novas
características ao local. Foram também inseridas outras edificações e
esculturas: Também nesse projeto Glaziou harmonizou as espécies nativas com
espécies européias.
No projeto, o contraste entre áreas claras e
sombreadas e os percursos formados nas linhas curvas permitem o encontro com o
inesperado. A água esta presente nos lagos e nas cascatas. Nos anos 40 do
século XX, com a abertura da Av. Presidente Vargas mutilou o projeto original
de Glaziou. Contudo, mesmo assim, o Campo de Santana mantém o caráter romântico
de sua concepção.
Campo de Santana, 1880, Rio de Janeiro, Brasil - Marc Ferrez
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia
Campo de Santana vendo-se ao fundo o prédio da Casa da Moeda, hoje sede do Arquivo Nacional.
Rua General Osório, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Photo Sport
Fotografia - Cartão Postal
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