quarta-feira, 22 de abril de 2020

O Desastre Argentino na Copa de 1958, Tchecoslováquia 6x1 Argentina - Artigo








O Desastre Argentino na Copa de 1958, Tchecoslováquia 6x1 Argentina - Artigo
Artigo

Desastre da Suécia é como ficou conhecida a eliminação da Seleção Argentina de Futebol na Copa do Mundo FIFA de 1958 após ser derrotado pela Tchecoslovaquia por 6 x 1 em jogo válido pela primeira fase da competição. É considerado o maior vexame da história do futebol argentino em copas do mundo. Foi a maior derrota da Seleção Argentina de Futebol em partidas oficiais, mais tarde igualada pela partida Bolívia 6 x 1 Argentina (2009) nas Eliminatórias da Copa do Mundo FIFA de 2010.
A Argentina voltava a disputar uma Copa do Mundo após 24 anos. Sem disputar na década de 1940 devido à Segunda Guerra Mundial, o país desistiu de disputar a Copa do Mundo de 1950 e Copa do Mundo de 1954 por conta de uma greve no futebol local, só retornando ao Mundial da Suécia. No entanto, a Argentina era a maior vencedora de Copa América, o que fazia a opinião pública local a ainda considerar o país uma potência do futebol. A derrota foi vista como um choque e mergulhou o futebol argentino em crise de identidade.
A Seleção Argentina chegou a Copa do Mundo FIFA de 1958 como atual campeã da Copa América graças a um desempenho arrasador do ataque apelidado de "Los Carasucias", formado por Antonio Angelillo, Humberto Maschio e Omar Sívori. O nome se devia ao filme Angels with Dirty Faces, popular na Argentina na época, que narrava a história de jovens impulsivos e rebeldes. O jovem trio de ataque argentino marcou 20 dos 25 gols da seleção no sul americano. As atuações chamaram a atenção do futebol italiano. Antonio Angelillo foi transferido para a Internazionale, Humberto Maschio ao Bologna e Omar Sívori a Juventus. Porém os clubes europeus não eram obrigados a liberar seus atletas para a disputa da copa do mundo. Além dos clubes italianos, tampouco o Real Madrid liberou o goleiro Rogelio Domínguez.
O presidente da AFA, Raúl Colombo, minimizou a ausência dos astros internacionais e declarou: "não tem problema, a nós nos sobram jogadores". Assim, a lista se formou com futebolistas locais, muitos veteranas estrelas como Amadeo Carrizo e Ángel Labruna. Os jogadores campeões sul americanos se queixaram da federação por não terem sido chamados. Humberto Maschio declarou: "Não fomos à Suécia porque nunca nos ligaram. E nunca soubemos porquê. Acho que poderíamos ter contribuído com mais ritmo, mais atrito com equipas europeias, mais experiência. Mas nunca saberemos o que poderia ter acontecido".
Em 1958, ambas as equipes coincidiram no Grupo A da Copa do Mundo ao lado de Alemanha Ocidental e da Irlanda do Norte.
Após a disputa das duas primeiras rodadas, a Argentina chegou com 2 pontos devido a uma derrota por 3 a 1 contra a Alemanha Ocidental e uma vitória contra a Irlanda do Norte pelo mesmo placar. A Tchecoslovaquia, por outro lado, tinha conseguido um único ponto devido ao empate contra os Alemanha Ocidental e uma derrota pela diferença mínima contra a Irlanda do Norte, de modo que Tchecoslovaquia teria que vencer para se qualificar.
O jogo:
Os europeus rapidamente assumiram o controle da partida e no minuto 8 o zagueiro Milan Dvořák converteu o primeiro gol com um chute de fora da área. Aos 17 minutos, os tchecos aumentaram através de Zdeněk Zikán. No final do primeiro tempo, aos 40, Zikán marcou novamente.
No segundo tempo, apenas aos 65 minutos a Argentina diminuiu com Omar Corbatta, marcando de penalti. No entanto, quatro minutos depois, Jiří Feureisl converteu o quarto golo. Então Václav Hovorka aumentaria duas vezes, aos 82 e 89 minutos, estabelecendo números finais de 6 para 1 os tchecos.
Após a partida, o goleiro Amadeo Carrizo foi o maior responsabilizado pela derrota. O goleiro recorda ter "sofrido muito, coisas horríveis foram ditas a mim, minha casa foi coberta de tinta, meu carro quase destruído." Carrizo lembra a sensação após o jogo: "Após a partida nós nos trancamos em nosso hotel e não queríamos sair, ninguém esquece algo assim. Algumas vezes eles mostram imagens daquele Mundial na TV, mas eu nem quero ver e mudo de canal". Para Carrizo, o futebol argentino estava defasado: "Nós não sabíamos o que estava acontecendo na Europa e o futebol estava em seu auge. Na Inglaterra, Alemanha, França já havia um progresso espetacular, com grandes jogadores, e nós fomos e eles nos atropelaram". "Se eles tivessem se esforçado mais, teriam feito 8 ou 9", declarou em outra entrevista Amadeo Carrizo, que concluiu: “Tivemos a infelicidade de Lombardo se machucar. Avio jogou como marcador improvisado e, apesar de ter deixado a sua alma na cancha, os checos transbordaram muito e nos mataram no meio. Você tem que dizer as coisas como elas eram: nós não sabíamos quem eles eram ou como eles jogavam. Se tivéssemos sabido, talvez tivéssemos perdido igual, mas seis não nos fariam."
Por outro lado, a crônica pós-jogo da revista El Gráfico culpou a preparação física: "Os futebolistas crioulos vivem do futebol, mas são poucos os que vivem para o futebol. Que é outra coisa. Eles não se submetem, não se prestam a rigorosa preparação física. Eles não vivem para o futebol. Eles não são como os alemães, que às 9 da manhã do dia seguinte estavam treinando novamente, enquanto os argentinos dormiam. Fomos claramente superado pela velocidade, status atlético, organização, sobriedade e praticidade dos checoslovacos."
O capitão Pedro Dellacha analisou: “Estávamos acostumados a jogar apenas aos domingos e treinar às terças e quintas-feiras. Essa foi a grande causa do nosso fracasso. Pagamos o preço de acreditar que, com o que tínhamos, era o suficiente. O futebol internacional não era tão difundido na Argentina e isso determinou que não entendíamos a importância de uma Copa do Mundo."
Carrizo recordou a recepção na volta à Argentina: "Quando chegamos ao país, o avião teve que pousar em uma fazenda em Monte Grande para que não nos matassem. Alguns jornalistas argentinos que estavam na Suécia tinham pedido às pessoas para nos encontrarem com paus e pedras, havia muita raiva, eles queriam nos matar, eles disseram que éramos mercenários."
A derrota levou a uma profunda crise no futebol argentino. O técnico Guillermo Stábile que dirigia a seleção nacional desde 1939 foi atacado por ser um "romântico": "Ele não sabe nada de tática, apenas escolhe os melhores jogadores e manda jogar" criticou o jornalista Juan Presta. O zagueiro José Ramos Delgado recordou: "Foi terrível. Em todos os estádios, fomos achincalhados por todo mundo, até os jogadores que não jogaram. A seleção precisava ser modificada. A busca passou a ser por um tipo diferente de jogador, mais voltado para o sacrifício do que para o jogo. O futebol ficou menos artístico depois daquilo". O escritor inglês Jonathan Wilson relacionou a derrota ao surgimento de um futebol violento nos clubes argentinos, que acabaria por dominar a Copa Libertadores da América nos anos 60. 
Em 2016, foi realizado um documentário sobre o jogo, “Suecia 58. La identidad perdida”, de Leonardo Saslavsky, que sustenta que a partida representou o fim de uma era romântica no futebol argentino. Para o jornalista Ezequiel Fernández Moores, do jornal La Nacion, com a derrota a Argentina passou a tentar a copiar os europeus, com um jogo mais físico e menos técnico.
Texto publicado na época pela revista El Gráfico:
No es cuestión de hombres
Sobre la derrota argentina frente a los checoslovacos.
Por Borocotó, desde Suecia por teléfono.
El conjunto argentino es flojo. Esta no es ninguna novedad. Cuando salió de Buenos Aires rumbo a Europa demostró esa flojedad contra Alemania y también en sus encuentros previos al torneo mundial. Pero se produjo de golpe ese milagro contra Irlanda, y como los milagros no se repiten, ahora estamos convencidos que más que una actuación sobresaliente del equipo argentino fue una falsa y mediocre del irlandés. Y esta afirmación está confirmada por los resultados. 
La lección es dura, hasta cruel (porque una derrota por 6 a 1 es aplastante), pero aun dentro del desastre hay razones positivas, razones para extraer beneficios. Los futbolistas criollos viven del fútbol, pero son pocos, muy pocos quienes viven para el fútbol. Que es otra cosa. No se someten, no se prestan a la preparación física rigurosa. No viven para el futbol. No son como los alemanes, que a las 9 de la mañana del otro día se estaban entrenando nuevamente, mientras los argentinos dormían. No se puede hablar de fallas en el equipo argentino; fue superado netamente par velocidad, estado atlético, organización, sobriedad, sentido práctico que tienen los checoslovacos. Tiran de cualquier distancia y ángulo, y recordemos, además, que los checos estuvieron en Buenos Aires, donde perdieron 1 a 0 con un equipo inferior a éste, con menos preparación y con menos remate. Este juega el mismo buen futbol que el que vimos en nuestro país, pero con mucho más remate. 
La defensa argentina fue superada en los primeros minutos y Rossi volvió a mostrarse muy lento. No está como para jugar frente a hombres tan veloces. El ataque argentino quedó aislado, pero tampoco bajaron con la rapidez y continuidad que acostumbran los europeos. Estos hacen doble función, suben y bajan. Es una ventaja apreciable, que no pude disimularse. Cuando los argentinos atacaron se encontraron taponados porque los delanteros rivales cubrían defensivamente. Nuestros jugadores llegaban adelante, pero no penetraban, no podían hacerlo porque se encontraban en evidente superioridad numérica, y como tampoco poseen remate de media distancia no emplearon sino por casualidad al arquero de los rivales. 
Checoslovaquia hizo el gol desde afuera del área con un tremendo taponazo al ángulo mientas la defensa argentina se cerraba para tomar posición y esperarlos adentro. Los checoslovacos llegaron desde afuera, Argentina no tuvo esa arma. 
Repetimos y hay que prestar interés a este concepto: No hubo fallas, lo que hubo fue superioridad neta del adversario, una superioridad en todos los aspectos.
Hombre a hombre y cuadro a cuadro fue superior siempre. De nombrar algún argentino -cosa que cuesta porque no hubo figuras- habría que nombrar a Dellacha, Varacka y Lombardo, éste antes de la lesión que lo redujo completamente. Estos tres jugadores estuvieron físicamente a tono con la exigencia de los atacantes rivales. Los demás estuvieron lejos, a distancia. 
El partido terminó en el primer tiempo. Y no por el score 3 a 0 sino por la diferencia de planteamiento, individual y colectivo y por la rotunda capacidad de los checoslovacos que no necesitaron más de 45 minutos para vencer a una representación nacional argentina. ¿Cuándo - en la historia del fútbol de nuestro país- ocurrió algo parecido? 
Argentina trató de acortar distancias en el comienzo del segundo periodo. Fue un chispazo, una levantada a puro espíritu, y vino el gol que Corbatta convirtió de penal. Hasta ese momento los checos jugaban contenidos, pero ante ese gol, respondieron con otro por su parte, como si esa posibilidad dependiera de la voluntad de ellos. Ese cuarto gol fue el derrumbe de nuestra representación. A la flojedad física se agregó la impotencia mental: el saber que no se podía hacer nada, y ese abandono hizo que el score llegara a la cifra desproporcionada del 6 a 1. Desproporcionada para un campeonato mundial donde se enfrentan seleccionados.
La lección es muy dura y tiene que ser aprovechada... debe ser aprovechada, porque de otra manera caeremos aún más. Llegará el momento en que no se podrá concurrir a un Mundial. Día que se pase sin rever nuestro sistema es día que avanzará marcha atrás. Si nuestro profesionalismo no está en condiciones de sufrir golpes como este, golpes que voltean. 
Cuando un delantero paró la pelota, siempre tuvo tres hombres a su alrededor. Cuando Checoslovaquia salió de un apuro (después del tercer gol convertido por ellos), salió del apremio con un contraataque iniciado, llevado por el número cinco, que hizo las veces de centroforward, y que hasta ese instante estaba defendiendo. Es frecuente este cambio de puesto, esa disposición de los europeos para cumplir funciones distintas que las que marca su número. Adelante o atrás. Otra cosa: juegan con la pelota o sin ella. 
Una aclaración: Argentina atacó desesperadamente, porque se sabía perdida, y esa desesperación hizo que el score llegara al 6 a 1. Los checos fueron muy superiores, repetimos, pero creemos que en la proporción real de 6 a 1.
Texto recente, publicado no El Gráfico em 14/05/2018, resumindo a situação:
Cuando el equipo argentino partió rumbo a Suecia, dispuesto a reinsertarse en la Copa del Mundo luego de un aislamiento voluntario de veinticuatro años, jugadores, dirigentes, periodistas e hinchas coincidían en una nube de exitismo: ganar ese campeonato de 1958 sería un trámite. Un juego de niños.
Pese a que en dos docenas de años Argentina sólo había jugado diez veces contra selecciones europeas –sí, apenas diez partidos completos, más 20 minutos de uno suspendido por lluvia ante Inglaterra–, por estas latitudes gobernaba la creencia de que nadie ofrecía mayor destreza futbolera que los sudamericanos. Y Argentina venía de dar cátedra en Lima 57, memorable torneo que consagró a un trío de geniales “carasucias”: Maschio, Angelillo y Sívori. Pocos imaginaban –nadie, para ser precisos– que esa excursión hacia las tierras nórdicas finalizaría con uno de los mayores papelones de la historia del fútbol argentino, eternizado con un mote periodístico que lo define todo: “El desastre de Suecia”.
Argentina pulverizó a Bolivia y Chile en las eliminatorias con el equipo base del Sudamericano. Ganó tres de los cuatro partidos, incluyendo dos goleadas por 4-0 en Buenos Aires, y sólo cayó en la altura de La Paz. Pero el primer desliz se cometió cuando Guillermo Stábile, que dirigía a la Selección desde 1939, intentó conformar la lista definitiva para el Mundial. Obviamente, quería incluir a los tres “carasucias” que ya habían sido transferidos al fastuoso fútbol italiano. Maschio era un exquisito armador de juego, Angelillo encarnaba la figura de un goleador serial y Sívori era, sin saberlo, un exponente adelantado de los genes maradoneanos. Pero hubo un problema insalvable: jamás se incluyó una cláusula para que sus clubes debieran cederlos a la Selección sin chistar. La salida era recurrir a la buena voluntad de las instituciones, que no era mucha. La negociación pintó dificultosa, muy complicada. Hasta que Raúl Colombo, por entonces mandamás de la AFA, tomó la discutible decisión de no pelear más para tenerlos en el equipo: “No hay que hacerse más problema, a nosotros nos sobran jugadores.” En consecuencia, la lista se armó con futbolistas del torneo local, básicamente del River tricampeón. Una ventaja demasiado grande…
Paradójicamente, en la etapa preparatoria la Selección se enfrentó a un combinado de equipos del norte italiano donde jugaban Maschio, Angelillo y Sívori, que finalizó con victoria por 2-0. Luego venció 1-0 al Bologna y goleó 7-2 a los suecos del Raa. Todo era alimento para el triunfalismo argentino, que también se nutrió con algunas sorpresas de las eliminatorias. Uruguay, Italia y España, que eran candidatos potenciales al título, no lograron clasificarse. Y otro gigante, Inglaterra, llegaría notablemente disminuido luego del accidente aéreo que sufrió el Manchester United en Munich, donde murieron ocho jugadores, varios de ellos integrantes de la Selección. Un accidente en el que salvó su vida un  juvenil que haría historia en 1966: Bobby Charlton.
Pero el problema de Argentina era la propia Argentina, que aterrizó en Suecia luego de un tortuoso viaje de 40 horas, ignorando que estaba fuera de sintonía en todos los planos: táctico, estratégico y físico. Además, llovían problemas: como Roberto Zárate se fracturó una pierna semanas antes del Mundial, se convocó de urgencia a Angel Labruna, que estaba de licencia, fuera de ritmo, y ya andaba por los 39 años.
El plantel se instaló en el pequeño poblado de Ramlos, un paraje pintoresco, salpicado de arboledas y casas bajas. La soledad era apabullante, apenas la rompían las bromas grupales y las escapadas a una localidad cercana para comunicarse con los familiares por telegrama, la vía más sencilla en esa época. Digamos que sobraba tranquilidad para encarar los escollos de un grupo con tres europeos: Alemania Federal, que defendía el título conquistado cuatro años antes, Irlanda del Norte y Checoslovaquia. Pero en el ámbito local se insistía con que se trataba de “un grupo accesible.”
El regreso argentino a los mundiales no sería albiceleste. De cara al debut con los alemanes, la televisión remarcó que las camisetas se veían parecidas, por lo que alguien debía cambiar. Se hizo un sorteo, Argentina perdió y tuvo que jugar con la casaca amarilla de un club local, el Malmö FC.
Corbatta marcó el 1-0 a los 2 minutos y creció el exitismo: “Este torneo es pan comido”. Pero los alemanes incrementaron la presión y quedó al desnudo la deficiente preparación física de los argentinos. Llegaron dos goles de Rahn –que luchaba por desembarazarse del alcoholismo– y uno de Seeler para sellar el 1-3 que encendió la alarma en el campamento argentino.
El triunfo por la misma cifra ante Irlanda del Norte, la Cenicienta del Mundial, fue una inyección de oxígeno para un equipo que había quedado groggy tras el choque con el campeón vigente. Un envión funda mental de cara a lo que sería el cruce decisivo con Checoslovaquia para determinar el segundo clasificado del grupo. Por primera vez en la historia, el sorteo fue un verdadero show televisivo, que sumó la innovación de separar a los 16 participantes (53 disputaron las eliminatorias) por “familias” o zonas de origen: la americana, la británica, la europea del este y la europea occidental.
Sólo 16 mil espectadores fueron testigos directos de la paliza que los checos le propinaron a Argentina el 15 de junio, en el Olimpia Stadium, de Helsingborg. El 6-1 grafica claramente la debacle, pero pudo ser muchísimo peor. “Si ellos hubieran puesto más ganas, nos hacían 8 o 9”, definió Amadeo Carrizo, arquero titular en los tres partidos. “Tuvimos la desgracia de que se lesionara Lombardo. Avio jugó como marcador de punta improvisado y, aunque dejó el alma en la cancha, los checos nos desbordaron mucho por ahí y nos mataban por el medio. Hay que decir las cosas como fueron: no sabíamos quiénes eran ni cómo jugaban. Si lo hubiéramos sabido, tal vez perdíamos igual, pero seis no nos hacían”, amplió Amadeo.
Mientras resonaba la palabra “desastre”, Ricardo Lorenzo, Borocotó, trazó un primer balance en las páginas de El Gráfico: “El mal viene de muy lejos, arrastrándose. Y como en el orden sudamericano las cosas habían salido bien y los jugadores argentinos que están jugando en cuadros extranjeros han agregado prestigio, muchos aceptaron que éramos los mejo res del mundo sin que eso se haya demostrado jamás. Por otra parte, han sido tan pocas las confrontaciones de la Selección Argentina con el fútbol mundial fuera de nuestro medio, que eso ha contribuido a estacionarnos cuando los demás siguen andando.”
Entre los que andaban figuraba Brasil, que avanzaba implacablemente en el torneo gracias a las genialidades y las “tave linhas” (paredes) de figuras como Vavá, Didí, Garrincha, Zagallo y un morenito de 17 años que debutó en el tercer partido y no salió nunca más: Pelé. Un Brasil que alcanzó su primer título mundial con un final a toda orquesta: 5-2 a Francia, en la ronda semifinal, y 5-2 ante los suecos, en el partido decisivo disputado en Estocolmo. La rúbrica de ese campeonato fue un gol de Pelé, el quinto. La pelota no volvió a jugarse luego de su cabezazo. El árbitro Guigue fingió ponerla en el punto central, pero salió disparado hacia los vestuarios llevándosela de trofeo. Los brasileños, que también querían quedarse con ese recuerdo, lo corrieron desaforadamente, hasta que el masajista Mario Américo, que hizo el milagro de curar la rodilla lesionada de Pelé, le hizo un tackle digno de un All Black y se quedó con la bola. Mientras los brasileños deslumbraban a puro toque y disfrutaban de su primera vuelta olímpica, los nuestros se sumergían en una autocrítica que duraría años. Como hizo Pedro Dellacha, el capitán: “Nosotros estábamos acostumbrados a jugar solamente los domingos y a entrenar martes y jueves. Esa fue la gran causa de nuestro fracaso. Pagamos el precio de creer que, con lo que teníamos, nos alcanzaba para bailar a los europeos. El fútbol internacional no era tan difundido en la Argentina y eso determinó que no comprendiéramos la importancia de un Mundial.”
“Fuimos con los ojos vendados, a ciegas. No estábamos preparados ni física ni técnicamente para afrontar tres partidos en una semana”, contó tiempo después Angelito Labruna, que fue convocado de urgencia y tenía siete kilos por encima de su peso habitual. No fue el único averiado: Pipo Rossi, aquejado por el reuma, enfrentó a los checos con un alambre de cobre alrededor de la cintura y un dedo del pie derecho muy maltrecho.
Evidentemente, el cóctel había sido fatal: desconocimiento de los rivales, desactualización táctica, precariedad estratégica, preparación física inadecuada, exceso de confianza, escasa organización, errónea valoración de los futbolistas a la hora de conformar la lista definitiva… Demasiadas tuercas sueltas para un fútbol que se creía el mejor del mundo.
Si algo les faltaba a los jugadores argentinos para sentirse en el quinto subsuelo de la depresión, eso fue el regreso por vía aérea a la Argentina. Además de las feroces críticas periodísticas, fueron recibidos por una impiadosa lluvia de monedazos de parte de los hinchas que se congregaron en Ezeiza.
Amadeo Carrizo, uno de los más apuntados por la indignación popular, supo contar que “el avión no aterrizó donde lo hacía siempre, estacionó en una zona más alejada. Bajamos y tuvimos que ir caminando hasta la terminal. Parecía que todo estaba armado para que nos insultaran y nos agredieran. En vez de protegernos, nos expusieron, como si alguien lo hubiera organizado para que sufriéramos. Nos trataron mal hasta quienes tenían que revisarnos las valijas. Las abrían así nomás y nos tiraban las cosas por el suelo, sin ningún tipo de cuidado.”
El pobre Amadeo padeció los agravios de los hinchas durante los años siguientes, exceptuando el respaldo incondicional de los simpatizantes de River. “Muchos me hicieron responsable a mí solo, pero fue una cosa del conjunto. Las culpas estaban muy repartidas. Me gritaban de todo, hasta ‘vendepatria’”, recordó con amargura. Tan profundo fue su dolor, que declinó la nominación para integrar el plantel que fue al Mundial siguiente, Chile 62, donde ya no estaría el técnico Guillermo Stábile, rápidamente destituido tras casi veinte años de ges tión indiscutida.
¿Argentina habría aprendido la lección de cara al futuro? Eso estaba por verse…
Outra versão:
El 15 de junio de 1958 Argentina perdió 6 a 1 con Checoslovaquia, quedó afuera del Mundial de Suecia, dio por finalizada una era en el fútbol argentino y desnudó los hilos de una concepción autoconstruida a comienzos de siglo. Había perdido más que un partido. Era la revelación de una cruel realidad sobre el profesionalismo y la preparación física, opuesta a la conciencia de pureza y talento del fútbol criollo.
Argentina regresaba a una Copa del Mundo tras 24 años de ausencias. Un año antes había deslumbrado en la Copa América de Lima con un equipo que conserva un espacio en la memoria y en la historia: la delantera de "los Carasucias", Corbatta, Maschio, Angelillo, Sívori y Cruz, mereció un seudónimo que distinguiera la desfachatez de sus jugadas. Solo conoció goleadas: 8-2 a Colombia, 3-0 a Ecuador, 4-0 a Uruguay, 6-2 a Chile y 3-0 a Brasil en la final sirven para reconocer la opulencia de esa selección y la magnitud de la desilusión del Mundial inminente.
Dirigía Guillermo Stábile, goleador del Mundial de 1930. Su ciclo a cargo del equipo nacional sucumbió en 1958, junto al entramado, el juicio, la valoración, las convicciones y la doctrina de una selección que recibió un baño de realidad en el Mundial de Suecia, bautizado tras la derrota como el "desastre de Suecia". Stábile fue designado de forma permanente como seleccionador de la Argentina en 1953: hasta entonces repartía su puesto como entrenador de clubes. Después de la debacle, fueron convocados tres técnicos para reconstruir la identidad del fútbol argentino.
A Suecia no fueron Maschio, Angelillo y Sívori, integrantes del campeón sudamericano que después del certamen continental fueron transferidos a equipos italianos. Años después, Maschio confesó que estaban disponibles para asistir a la cita mundialista: "No fuimos a Suecia porque nunca nos llamaron. Y tampoco supimos jamás el por qué. Creo que podríamos haberle aportado más ritmo, más roce con equipos europeos, más experiencia. Pero nunca sabremos lo que pudo haber pasado".
Empezó el torneo con un gol de Orestes Omar Corbatta a los dos minutos. Se validaba la teoría del fútbol argentino como faro mundial. La derrota posterior por 1-3 contra la Alemania Federal no ponía en discusión este preconcepto. Mucho menos con la victoria por 3 a 1 ante Irlanda del Norte en la fecha siguiente. Se acercaba Checoslovaquia, que había empatado 2 a 2 con los alemanes y perdido 1 a 0 con los irlandeses.
Argentina – Checoslovaquia habían jugado un amistoso en Buenos Aires, en el marco de una gira sudamericana realizada en agosto de 1956. Fue victoria 1 a 0 del seleccionado nacional con gol de Antonio Angelillo. Los checoslovacos jugaron también contra Brasil, Uruguay, Chile y hasta un amistoso ante River que terminó 1 a 1 (gol de Enrique Sívori). Francisco Blasej, presidente de la delegación checoslovaca, destacó la habilidad y el manejo de la pelota de los jugadores argentinos.
Pero el 15 de junio de 1958, la historia fue otra. En el estadio Olimpia de Helsingborg, Argentina formó con Amadeo Carrizo; Federico Vairo, Francisco Lombardo, Pedro Dellacha; Néstor Rossi, José Varacka; Omar Oreste Corbatta, Norberto Menendez, Ángel Labruna; Ludovico Avio y Osvaldo Cruz. Era un equipo de primera línea. A los ocho minutos, gol de Milan Dvorak. Al entretiempo, 3 a 0 abajo. Al descuento de Corbatta de penal a los 20 minutos del segundo tiempo le siguieron otros tres tantos del rival para firmar la peor derrota en la historia argentina de los Mundiales.
"No es cuestión de hombres", escribió Ricardo Lorenzo, alias Borocotó, para la revista El Gráfico. Elogió la disciplina, la preparación física y el orden táctico del juego checoslovaca, valoró la velocidad, "corriente moderna", como factor decisivo y cuestionó el profesionalismo de los jugadores argentinos: "El equipo fue superado netamente por rapidez, estado atlético, organización, sobriedad y sentido práctico". Dante Panzeri redactó una columna contundente: "El mito de que somos los mejores del mundo afortunadamente ha caducado. Hay que aprovecharlo como un saludable tropezón capaz de recordarnos que, quien mal camina, se puede caer. Ésta es una caída más en nuestro fútbol. No es la primera, ni tampoco será la última".
Stábile renunció, Labruna se retiró de la Selección y reconoció: "Fuimos con los ojos vendados, a ciegas. No estábamos preparados ni física ni tácticamente para afrontar tres partidos en una semana". La selección regresó al país la tarde del 22 de junio. La esperaban cerca de diez mil personas, según las crónicas de época, en el Aeropuerto de Ezeiza. "La recepción no fue fría, ni silenciosa, ni tranquila. Mientras los familiares aguardaban abajo, trémulos, intranquilos, arriba desde la plataforma un gentío los insultaba, les tiraba monedas y les hacía señas aludiendo al 6-1", narró la cobertura de El Gráfico.
Fueron recibidos como "criminales de guerra", tal como ilustró Labruna. Carrizo dijo que "cuando llegamos al país el avión tuvo que aterrizar en una chacra de Monte Grande para que no nos mataran. Algunos periodistas argentinos que estaban en Suecia le habían pedido a la gente que nos fueran a buscar con palos y piedras, había mucha bronca, nos querían matar, decían que éramos vendepatria". De la vergüenza de aquel partido bisagra, se conformó una nueva filosofía de juego. El 6 a 1 de Checoslovaquia obró como una toma de conciencia: la gambeta y el talento individual no lo era todo.
Outra versão:
Os argentinos foram para a Copa do Mundo no Brasil em busca de corrigir um grande erro, que levou a anos de lamentos nacionais, após a saída deles da Copa de 1950. País sul-americano com maior número de conquistas nos anos 1940, a era de ouro do futebol argentino, eles decidiram não enviar sua seleção para defender o título da Copa América de 1949 no Brasil, e os brasileiros ficaram ofendidos.
A razão por trás da decisão chocante foi uma debandada em massa de seus maiores talentos, incluindo Alfredo Di Stefano, para um campeonato colombiano não reconhecido pela Fifa, durante uma greve de jogadores na Argentina, em 1948. "Foram Di Stefano, Pipo Rossi, (Adolfo) Pedernera", disse o ex-goleiro do River Plate e da seleção argentina Amadeo Carrizo, que completa 88 anos em 12 de junho, dia em que começa a Copa do Mundo.
"Rossi mandava no meio-campo e Di Stefano estava em seu momento de glória", disse Carrizo em entrevista à Reuters, ao falar sobre os companheiros de equipe com os quais jogou no time do River Plate conhecido à época como La Máquina. "O destino tinha aberto (as portas) para ele em outro país. Acabou o levando para o Real Madrid, onde desfrutou de grandes triunfos", acrescentou Carrizo ao falar de Di Stefano, que também continua vivo.
O Brasil ficou ofendido pelo que percebeu como uma falta de consideração argentina e não apoiou os vizinhos na tentativa de trazer a Copa de volta para a América do Sul após a Suíça, em 1954, também foi boicotada pela Argentina.
O jogador que mais sofreu as consequências dessa guinada política do futebol argentino para o lado errado foi Carrizo, fortemente criticado pelos torcedores em Buenos Aires quando a seleção voltou da Copa de 1958 na Suécia, a primeira disputada por eles em 20 anos, em que foram eliminados após tomarem 10 gols nas três partidas da fase de grupos.
"Sofremos muito com (o que aconteceu na) Suécia e era eu que estava na mira dos gols", disse Carrizo, votado o melhor goleiro da América do Sul no século 20 pelo braço estatístico da Fifa, a Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol.
Carrizo recebeu a honraria apesar da chamado "desastre sueco", no qual a Argentina perdeu de 3 x 1 para a Alemanha Oriental, venceu a Irlanda do Norte por 3 x 1, mas foi depois massacrada pela Tchecoslováquia por 6 x 1, a pior derrota dos argentinos na história das Copas. "Após a partida (com a Tchecoslováquia) nós nos trancamos em nosso hotel e não queríamos sair, ninguém esquece algo assim. Algumas vezes eles mostram imagens daquele Mundial na TV, mas eu nem quero ver e mudo de canal", disse Carrizo.
"Naquela Copa nós ganhamos somente uma partida, contra a Irlanda (do Norte) por 3 x 1. O futebol jogado pela Alemanha e Tchecoslováquia estavam no auge e tivemos que enfrentá-los. A Irlanda também jogou bem, então eles se incluíam entre os times fortes."
Goleiro pioneiro que ia além da grande área para atuar como zagueiro extra ou auxiliar nos contra-ataques, Carrizo foi uma inspiração para compatriotas como Hugo Gatti e o colombiano Rene Higuita. Mas um goleiro como esse ficava mais exposto aos times cada vez mais ofensivos. A Argentina veio também a descobrir que tinha ficado lerda diante dos times mais atléticos e organizados da Europa. "Houve a (II) Guerra na época, não havia partidas com outros países (europeus), a Argentina sequer jogou, e nós sofremos as consequências", disse ele em um bar do bonito bairro de Villa Devoto, onde mora na capital argentina.
"Nós não sabíamos o que estava acontecendo na Europa e o futebol estava em seu auge. Na Inglaterra, Alemanha, França já havia um progresso espetacular, com grandes jogadores, e nós fomos e eles nos atropelaram", continuou. A vitória da Argentina na Copa América de 1957 no Peru, na qual derrotaram por 3 a 0 o time brasileiro que no ano seguinte seria campeão do mundo, contribuiu ainda mais para cegá-los diante do progresso alcançado na Europa.
Os argentinos Humberto Maschio, Antonio Angelillo e Omar Sivori foram todos transferido para clubes italianos e deixaram de atuar pela seleção da Argentina. Diferentemente dos jogadores argentinos de hoje, eles não foram convocados novamente para a Copa de 1958 e acabaram jogando para a Itália, do mesmo jeito que Di Stefano fez pela Espanha.
A Argentina perdeu tanto o prumo que levaria 20 anos para se recuperar do "desastre sueco", conquistando a Copa somente 20 anos depois, em 1978.
Carrizo dispensou a chance de ir à Copa de 1962 no Chile por ter "sofrido muito, coisas horríveis foram ditas a mim, minha casa foi coberta de tinta, meu carro quase destruído."
Carrizo recuperou a simpatia dos torcedores argentinos na Copa das Nações de 1964, um torneio com quatro equipes no qual a Argentina saiu vitoriosa em todas as partidas, contra a Inglaterra, Portugal e Brasil, de quem venceu por 3 x 0.
Um homem cortês e otimista que se mostra modesto, apesar de admitir ser um exibicionista em campo, Carrizo recentemente se tornou presidente de honra do River Plate.
Nota do blog: A Argentina, como o Brasil, valorizava o jogo bonito, para frente. Hoje, Argentina e Brasil jogam de maneira horrível, retrancados, sem nenhuma preocupação com o espetáculo. Os idiotas da objetividade, há tempos flagrados por Nelson Rodrigues, dirão: “Eles conseguiram 7 Copas do Mundo depois disso”, o que é verdade. Da mesma forma que é verdade que não ganham a Copa do Mundo desde 2002 (quase 20 anos) e, no que tange a Argentina, não ganha um título oficial desde 1993 (27 anos). Os europeus igualaram na técnica e sempre sobram no conjunto e preparo físico, além de conhecerem como jogam todos os jogadores argentinos e brasileiros (99% do selecionado argentino e brasileiro joga na Europa). Talvez, uma volta ao passado (jogar bola, para frente), seja o começo de uma volta as vitórias...




Nenhum comentário:

Postar um comentário