O Desastre Argentino na Copa de 1958, Tchecoslováquia 6x1 Argentina - Artigo
Artigo
Desastre da Suécia é como ficou
conhecida a eliminação da Seleção Argentina de Futebol na Copa
do Mundo FIFA de 1958 após ser derrotado pela Tchecoslovaquia por
6 x 1 em jogo válido pela primeira fase da competição. É considerado o maior
vexame da história do futebol argentino em copas do mundo. Foi a maior derrota
da Seleção Argentina de Futebol em partidas oficiais, mais tarde
igualada pela partida Bolívia 6 x 1 Argentina (2009) nas Eliminatórias
da Copa do Mundo FIFA de 2010.
A Argentina voltava a disputar uma
Copa do Mundo após 24 anos. Sem disputar na década de 1940 devido à Segunda
Guerra Mundial, o país desistiu de disputar a Copa do Mundo de 1950 e Copa
do Mundo de 1954 por conta de uma greve no futebol local, só retornando ao
Mundial da Suécia. No entanto, a Argentina era a maior vencedora de Copa
América, o que fazia a opinião pública local a ainda considerar o país uma
potência do futebol. A derrota foi vista como um choque e mergulhou o futebol
argentino em crise de identidade.
A Seleção Argentina chegou
a Copa do Mundo FIFA de 1958 como atual campeã da Copa América graças
a um desempenho arrasador do ataque apelidado de "Los Carasucias",
formado por Antonio Angelillo, Humberto Maschio e Omar
Sívori. O nome se devia ao filme Angels with Dirty Faces, popular na
Argentina na época, que narrava a história de jovens impulsivos e rebeldes. O
jovem trio de ataque argentino marcou 20 dos 25 gols da seleção no sul
americano. As atuações chamaram a atenção do futebol italiano. Antonio
Angelillo foi transferido para a Internazionale, Humberto
Maschio ao Bologna e Omar Sívori a Juventus.
Porém os clubes europeus não eram obrigados a liberar seus atletas para a
disputa da copa do mundo. Além dos clubes italianos, tampouco o Real
Madrid liberou o goleiro Rogelio Domínguez.
O presidente da AFA, Raúl
Colombo, minimizou a ausência dos astros internacionais e declarou: "não
tem problema, a nós nos sobram jogadores". Assim, a lista se formou com
futebolistas locais, muitos veteranas estrelas como Amadeo Carrizo e Ángel
Labruna. Os jogadores campeões sul americanos se queixaram da
federação por não terem sido chamados. Humberto Maschio declarou:
"Não fomos à Suécia porque nunca nos ligaram. E nunca soubemos porquê.
Acho que poderíamos ter contribuído com mais ritmo, mais atrito com equipas
europeias, mais experiência. Mas nunca saberemos o que poderia ter
acontecido".
Em 1958, ambas as equipes
coincidiram no Grupo A da Copa do Mundo ao lado de Alemanha Ocidental e
da Irlanda do Norte.
Após a disputa das duas primeiras
rodadas, a Argentina chegou com 2 pontos devido a uma derrota por 3 a 1 contra
a Alemanha Ocidental e uma vitória contra a Irlanda do Norte pelo
mesmo placar. A Tchecoslovaquia, por outro lado, tinha conseguido um único
ponto devido ao empate contra os Alemanha Ocidental e uma derrota
pela diferença mínima contra a Irlanda do Norte, de modo que Tchecoslovaquia teria
que vencer para se qualificar.
O jogo:
Os europeus rapidamente assumiram o
controle da partida e no minuto 8 o zagueiro Milan Dvořák converteu o
primeiro gol com um chute de fora da área. Aos 17 minutos, os tchecos
aumentaram através de Zdeněk Zikán. No final do primeiro tempo, aos 40,
Zikán marcou novamente.
No segundo tempo, apenas aos 65
minutos a Argentina diminuiu com Omar Corbatta, marcando de penalti. No
entanto, quatro minutos depois, Jiří Feureisl converteu o quarto golo. Então
Václav Hovorka aumentaria duas vezes, aos 82 e 89 minutos, estabelecendo
números finais de 6 para 1 os tchecos.
Após a partida, o goleiro Amadeo
Carrizo foi o maior responsabilizado pela derrota. O goleiro recorda ter
"sofrido muito, coisas horríveis foram ditas a mim, minha casa foi coberta
de tinta, meu carro quase destruído." Carrizo lembra a sensação após o
jogo: "Após a partida nós nos trancamos em nosso hotel e não queríamos
sair, ninguém esquece algo assim. Algumas vezes eles mostram imagens daquele
Mundial na TV, mas eu nem quero ver e mudo de canal". Para Carrizo, o
futebol argentino estava defasado: "Nós não sabíamos o que estava
acontecendo na Europa e o futebol estava em seu auge. Na Inglaterra, Alemanha,
França já havia um progresso espetacular, com grandes jogadores, e nós fomos e
eles nos atropelaram". "Se eles tivessem se esforçado mais,
teriam feito 8 ou 9", declarou em outra entrevista Amadeo Carrizo, que
concluiu: “Tivemos a infelicidade de Lombardo se machucar. Avio jogou como
marcador improvisado e, apesar de ter deixado a sua alma na cancha, os checos
transbordaram muito e nos mataram no meio. Você tem que dizer as coisas como
elas eram: nós não sabíamos quem eles eram ou como eles jogavam. Se tivéssemos
sabido, talvez tivéssemos perdido igual, mas seis não nos fariam."
Por outro lado, a crônica pós-jogo
da revista El Gráfico culpou a preparação física: "Os
futebolistas crioulos vivem do futebol, mas são poucos os que vivem para o
futebol. Que é outra coisa. Eles não se submetem, não se prestam a rigorosa
preparação física. Eles não vivem para o futebol. Eles não são como os alemães,
que às 9 da manhã do dia seguinte estavam treinando novamente, enquanto os
argentinos dormiam. Fomos claramente superado pela velocidade, status atlético,
organização, sobriedade e praticidade dos checoslovacos."
O capitão Pedro Dellacha analisou:
“Estávamos acostumados a jogar apenas aos domingos e treinar às terças e
quintas-feiras. Essa foi a grande causa do nosso fracasso. Pagamos o preço de
acreditar que, com o que tínhamos, era o suficiente. O futebol internacional
não era tão difundido na Argentina e isso determinou que não entendíamos a
importância de uma Copa do Mundo."
Carrizo recordou a recepção na volta
à Argentina: "Quando chegamos ao país, o avião teve que pousar em uma
fazenda em Monte Grande para que não nos matassem. Alguns jornalistas
argentinos que estavam na Suécia tinham pedido às pessoas para nos encontrarem
com paus e pedras, havia muita raiva, eles queriam nos matar, eles disseram que
éramos mercenários."
A derrota levou a uma profunda crise
no futebol argentino. O técnico Guillermo Stábile que dirigia a
seleção nacional desde 1939 foi atacado por ser um
"romântico": "Ele não sabe nada de tática, apenas escolhe os
melhores jogadores e manda jogar" criticou o jornalista Juan Presta. O
zagueiro José Ramos Delgado recordou: "Foi terrível. Em todos os
estádios, fomos achincalhados por todo mundo, até os jogadores que não jogaram.
A seleção precisava ser modificada. A busca passou a ser por um tipo diferente
de jogador, mais voltado para o sacrifício do que para o jogo. O futebol ficou
menos artístico depois daquilo". O escritor inglês Jonathan Wilson
relacionou a derrota ao surgimento de um futebol violento nos clubes
argentinos, que acabaria por dominar a Copa Libertadores da América nos
anos 60.
Em 2016, foi realizado um
documentário sobre o jogo, “Suecia 58. La identidad perdida”, de Leonardo
Saslavsky, que sustenta que a partida representou o fim de uma era romântica no
futebol argentino. Para o jornalista Ezequiel Fernández Moores, do jornal La
Nacion, com a derrota a Argentina passou a tentar a copiar os europeus, com um
jogo mais físico e menos técnico.
Texto publicado na época pela
revista El Gráfico:
No es cuestión de
hombres
Sobre la derrota
argentina frente a los checoslovacos.
Por Borocotó, desde Suecia por teléfono.
El conjunto argentino es flojo. Esta no es ninguna novedad. Cuando salió de Buenos Aires rumbo a Europa demostró esa flojedad contra Alemania y también en sus encuentros previos al torneo mundial. Pero se produjo de golpe ese milagro contra Irlanda, y como los milagros no se repiten, ahora estamos convencidos que más que una actuación sobresaliente del equipo argentino fue una falsa y mediocre del irlandés. Y esta afirmación está confirmada por los resultados.
La lección es dura, hasta cruel (porque una derrota por 6 a 1 es aplastante), pero aun dentro del desastre hay razones positivas, razones para extraer beneficios. Los futbolistas criollos viven del fútbol, pero son pocos, muy pocos quienes viven para el fútbol. Que es otra cosa. No se someten, no se prestan a la preparación física rigurosa. No viven para el futbol. No son como los alemanes, que a las 9 de la mañana del otro día se estaban entrenando nuevamente, mientras los argentinos dormían. No se puede hablar de fallas en el equipo argentino; fue superado netamente par velocidad, estado atlético, organización, sobriedad, sentido práctico que tienen los checoslovacos. Tiran de cualquier distancia y ángulo, y recordemos, además, que los checos estuvieron en Buenos Aires, donde perdieron 1 a 0 con un equipo inferior a éste, con menos preparación y con menos remate. Este juega el mismo buen futbol que el que vimos en nuestro país, pero con mucho más remate.
Por Borocotó, desde Suecia por teléfono.
El conjunto argentino es flojo. Esta no es ninguna novedad. Cuando salió de Buenos Aires rumbo a Europa demostró esa flojedad contra Alemania y también en sus encuentros previos al torneo mundial. Pero se produjo de golpe ese milagro contra Irlanda, y como los milagros no se repiten, ahora estamos convencidos que más que una actuación sobresaliente del equipo argentino fue una falsa y mediocre del irlandés. Y esta afirmación está confirmada por los resultados.
La lección es dura, hasta cruel (porque una derrota por 6 a 1 es aplastante), pero aun dentro del desastre hay razones positivas, razones para extraer beneficios. Los futbolistas criollos viven del fútbol, pero son pocos, muy pocos quienes viven para el fútbol. Que es otra cosa. No se someten, no se prestan a la preparación física rigurosa. No viven para el futbol. No son como los alemanes, que a las 9 de la mañana del otro día se estaban entrenando nuevamente, mientras los argentinos dormían. No se puede hablar de fallas en el equipo argentino; fue superado netamente par velocidad, estado atlético, organización, sobriedad, sentido práctico que tienen los checoslovacos. Tiran de cualquier distancia y ángulo, y recordemos, además, que los checos estuvieron en Buenos Aires, donde perdieron 1 a 0 con un equipo inferior a éste, con menos preparación y con menos remate. Este juega el mismo buen futbol que el que vimos en nuestro país, pero con mucho más remate.
La defensa
argentina fue superada en los primeros minutos y Rossi volvió a mostrarse muy
lento. No está como para jugar frente a hombres tan veloces. El ataque
argentino quedó aislado, pero tampoco bajaron con la rapidez y continuidad que
acostumbran los europeos. Estos hacen doble función, suben y bajan. Es una
ventaja apreciable, que no pude disimularse. Cuando los argentinos atacaron se
encontraron taponados porque los delanteros rivales cubrían defensivamente.
Nuestros jugadores llegaban adelante, pero no penetraban, no podían hacerlo
porque se encontraban en evidente superioridad numérica, y como tampoco poseen
remate de media distancia no emplearon sino por casualidad al arquero de los
rivales.
Checoslovaquia hizo el gol desde afuera del área con un tremendo taponazo al ángulo mientas la defensa argentina se cerraba para tomar posición y esperarlos adentro. Los checoslovacos llegaron desde afuera, Argentina no tuvo esa arma.
Repetimos y hay que prestar interés a este concepto: No hubo fallas, lo que hubo fue superioridad neta del adversario, una superioridad en todos los aspectos.
Checoslovaquia hizo el gol desde afuera del área con un tremendo taponazo al ángulo mientas la defensa argentina se cerraba para tomar posición y esperarlos adentro. Los checoslovacos llegaron desde afuera, Argentina no tuvo esa arma.
Repetimos y hay que prestar interés a este concepto: No hubo fallas, lo que hubo fue superioridad neta del adversario, una superioridad en todos los aspectos.
Hombre a hombre y
cuadro a cuadro fue superior siempre. De nombrar algún argentino -cosa que
cuesta porque no hubo figuras- habría que nombrar a Dellacha, Varacka y
Lombardo, éste antes de la lesión que lo redujo completamente. Estos tres
jugadores estuvieron físicamente a tono con la exigencia de los atacantes
rivales. Los demás estuvieron lejos, a distancia.
El partido terminó en el primer tiempo. Y no por el score 3 a 0 sino por la diferencia de planteamiento, individual y colectivo y por la rotunda capacidad de los checoslovacos que no necesitaron más de 45 minutos para vencer a una representación nacional argentina. ¿Cuándo - en la historia del fútbol de nuestro país- ocurrió algo parecido?
Argentina trató de acortar distancias en el comienzo del segundo periodo. Fue un chispazo, una levantada a puro espíritu, y vino el gol que Corbatta convirtió de penal. Hasta ese momento los checos jugaban contenidos, pero ante ese gol, respondieron con otro por su parte, como si esa posibilidad dependiera de la voluntad de ellos. Ese cuarto gol fue el derrumbe de nuestra representación. A la flojedad física se agregó la impotencia mental: el saber que no se podía hacer nada, y ese abandono hizo que el score llegara a la cifra desproporcionada del 6 a 1. Desproporcionada para un campeonato mundial donde se enfrentan seleccionados.
El partido terminó en el primer tiempo. Y no por el score 3 a 0 sino por la diferencia de planteamiento, individual y colectivo y por la rotunda capacidad de los checoslovacos que no necesitaron más de 45 minutos para vencer a una representación nacional argentina. ¿Cuándo - en la historia del fútbol de nuestro país- ocurrió algo parecido?
Argentina trató de acortar distancias en el comienzo del segundo periodo. Fue un chispazo, una levantada a puro espíritu, y vino el gol que Corbatta convirtió de penal. Hasta ese momento los checos jugaban contenidos, pero ante ese gol, respondieron con otro por su parte, como si esa posibilidad dependiera de la voluntad de ellos. Ese cuarto gol fue el derrumbe de nuestra representación. A la flojedad física se agregó la impotencia mental: el saber que no se podía hacer nada, y ese abandono hizo que el score llegara a la cifra desproporcionada del 6 a 1. Desproporcionada para un campeonato mundial donde se enfrentan seleccionados.
La lección es muy
dura y tiene que ser aprovechada... debe ser aprovechada, porque de otra manera
caeremos aún más. Llegará el momento en que no se podrá concurrir a un Mundial.
Día que se pase sin rever nuestro sistema es día que avanzará marcha atrás. Si
nuestro profesionalismo no está en condiciones de sufrir golpes como este,
golpes que voltean.
Cuando un delantero paró la pelota, siempre tuvo tres hombres a su alrededor. Cuando Checoslovaquia salió de un apuro (después del tercer gol convertido por ellos), salió del apremio con un contraataque iniciado, llevado por el número cinco, que hizo las veces de centroforward, y que hasta ese instante estaba defendiendo. Es frecuente este cambio de puesto, esa disposición de los europeos para cumplir funciones distintas que las que marca su número. Adelante o atrás. Otra cosa: juegan con la pelota o sin ella.
Una aclaración: Argentina atacó desesperadamente, porque se sabía perdida, y esa desesperación hizo que el score llegara al 6 a 1. Los checos fueron muy superiores, repetimos, pero creemos que en la proporción real de 6 a 1.
Texto recente, publicado no El Gráfico em 14/05/2018, resumindo a situação:
Cuando un delantero paró la pelota, siempre tuvo tres hombres a su alrededor. Cuando Checoslovaquia salió de un apuro (después del tercer gol convertido por ellos), salió del apremio con un contraataque iniciado, llevado por el número cinco, que hizo las veces de centroforward, y que hasta ese instante estaba defendiendo. Es frecuente este cambio de puesto, esa disposición de los europeos para cumplir funciones distintas que las que marca su número. Adelante o atrás. Otra cosa: juegan con la pelota o sin ella.
Una aclaración: Argentina atacó desesperadamente, porque se sabía perdida, y esa desesperación hizo que el score llegara al 6 a 1. Los checos fueron muy superiores, repetimos, pero creemos que en la proporción real de 6 a 1.
Texto recente, publicado no El Gráfico em 14/05/2018, resumindo a situação:
Cuando el equipo
argentino partió rumbo a Suecia, dispuesto a reinsertarse en la Copa del Mundo
luego de un aislamiento voluntario de veinticuatro años, jugadores, dirigentes,
periodistas e hinchas coincidían en una nube de exitismo: ganar ese campeonato
de 1958 sería un trámite. Un juego de niños.
Pese a que en dos docenas de años Argentina sólo había jugado diez veces contra selecciones europeas –sí, apenas diez partidos completos, más 20 minutos de uno suspendido por lluvia ante Inglaterra–, por estas latitudes gobernaba la creencia de que nadie ofrecía mayor destreza futbolera que los sudamericanos. Y Argentina venía de dar cátedra en Lima 57, memorable torneo que consagró a un trío de geniales “carasucias”: Maschio, Angelillo y Sívori. Pocos imaginaban –nadie, para ser precisos– que esa excursión hacia las tierras nórdicas finalizaría con uno de los mayores papelones de la historia del fútbol argentino, eternizado con un mote periodístico que lo define todo: “El desastre de Suecia”.
Argentina pulverizó a Bolivia y Chile en las eliminatorias con el equipo base del Sudamericano. Ganó tres de los cuatro partidos, incluyendo dos goleadas por 4-0 en Buenos Aires, y sólo cayó en la altura de La Paz. Pero el primer desliz se cometió cuando Guillermo Stábile, que dirigía a la Selección desde 1939, intentó conformar la lista definitiva para el Mundial. Obviamente, quería incluir a los tres “carasucias” que ya habían sido transferidos al fastuoso fútbol italiano. Maschio era un exquisito armador de juego, Angelillo encarnaba la figura de un goleador serial y Sívori era, sin saberlo, un exponente adelantado de los genes maradoneanos. Pero hubo un problema insalvable: jamás se incluyó una cláusula para que sus clubes debieran cederlos a la Selección sin chistar. La salida era recurrir a la buena voluntad de las instituciones, que no era mucha. La negociación pintó dificultosa, muy complicada. Hasta que Raúl Colombo, por entonces mandamás de la AFA, tomó la discutible decisión de no pelear más para tenerlos en el equipo: “No hay que hacerse más problema, a nosotros nos sobran jugadores.” En consecuencia, la lista se armó con futbolistas del torneo local, básicamente del River tricampeón. Una ventaja demasiado grande…
Pese a que en dos docenas de años Argentina sólo había jugado diez veces contra selecciones europeas –sí, apenas diez partidos completos, más 20 minutos de uno suspendido por lluvia ante Inglaterra–, por estas latitudes gobernaba la creencia de que nadie ofrecía mayor destreza futbolera que los sudamericanos. Y Argentina venía de dar cátedra en Lima 57, memorable torneo que consagró a un trío de geniales “carasucias”: Maschio, Angelillo y Sívori. Pocos imaginaban –nadie, para ser precisos– que esa excursión hacia las tierras nórdicas finalizaría con uno de los mayores papelones de la historia del fútbol argentino, eternizado con un mote periodístico que lo define todo: “El desastre de Suecia”.
Argentina pulverizó a Bolivia y Chile en las eliminatorias con el equipo base del Sudamericano. Ganó tres de los cuatro partidos, incluyendo dos goleadas por 4-0 en Buenos Aires, y sólo cayó en la altura de La Paz. Pero el primer desliz se cometió cuando Guillermo Stábile, que dirigía a la Selección desde 1939, intentó conformar la lista definitiva para el Mundial. Obviamente, quería incluir a los tres “carasucias” que ya habían sido transferidos al fastuoso fútbol italiano. Maschio era un exquisito armador de juego, Angelillo encarnaba la figura de un goleador serial y Sívori era, sin saberlo, un exponente adelantado de los genes maradoneanos. Pero hubo un problema insalvable: jamás se incluyó una cláusula para que sus clubes debieran cederlos a la Selección sin chistar. La salida era recurrir a la buena voluntad de las instituciones, que no era mucha. La negociación pintó dificultosa, muy complicada. Hasta que Raúl Colombo, por entonces mandamás de la AFA, tomó la discutible decisión de no pelear más para tenerlos en el equipo: “No hay que hacerse más problema, a nosotros nos sobran jugadores.” En consecuencia, la lista se armó con futbolistas del torneo local, básicamente del River tricampeón. Una ventaja demasiado grande…
Paradójicamente, en
la etapa preparatoria la Selección se enfrentó a un combinado de equipos del norte
italiano donde jugaban Maschio, Angelillo y Sívori, que finalizó con victoria
por 2-0. Luego venció 1-0 al Bologna y goleó 7-2 a los suecos del Raa. Todo era
alimento para el triunfalismo argentino, que también se nutrió con algunas
sorpresas de las eliminatorias. Uruguay, Italia y España, que eran candidatos
potenciales al título, no lograron clasificarse. Y otro gigante, Inglaterra,
llegaría notablemente disminuido luego del accidente aéreo que sufrió el
Manchester United en Munich, donde murieron ocho jugadores, varios de ellos
integrantes de la Selección. Un accidente en el que salvó su vida un
juvenil que haría historia en 1966: Bobby Charlton.
Pero el problema de Argentina era la propia Argentina, que aterrizó en Suecia luego de un tortuoso viaje de 40 horas, ignorando que estaba fuera de sintonía en todos los planos: táctico, estratégico y físico. Además, llovían problemas: como Roberto Zárate se fracturó una pierna semanas antes del Mundial, se convocó de urgencia a Angel Labruna, que estaba de licencia, fuera de ritmo, y ya andaba por los 39 años.
El plantel se instaló en el pequeño poblado de Ramlos, un paraje pintoresco, salpicado de arboledas y casas bajas. La soledad era apabullante, apenas la rompían las bromas grupales y las escapadas a una localidad cercana para comunicarse con los familiares por telegrama, la vía más sencilla en esa época. Digamos que sobraba tranquilidad para encarar los escollos de un grupo con tres europeos: Alemania Federal, que defendía el título conquistado cuatro años antes, Irlanda del Norte y Checoslovaquia. Pero en el ámbito local se insistía con que se trataba de “un grupo accesible.”
El regreso argentino a los mundiales no sería albiceleste. De cara al debut con los alemanes, la televisión remarcó que las camisetas se veían parecidas, por lo que alguien debía cambiar. Se hizo un sorteo, Argentina perdió y tuvo que jugar con la casaca amarilla de un club local, el Malmö FC.
Corbatta marcó el 1-0 a los 2 minutos y creció el exitismo: “Este torneo es pan comido”. Pero los alemanes incrementaron la presión y quedó al desnudo la deficiente preparación física de los argentinos. Llegaron dos goles de Rahn –que luchaba por desembarazarse del alcoholismo– y uno de Seeler para sellar el 1-3 que encendió la alarma en el campamento argentino.
Pero el problema de Argentina era la propia Argentina, que aterrizó en Suecia luego de un tortuoso viaje de 40 horas, ignorando que estaba fuera de sintonía en todos los planos: táctico, estratégico y físico. Además, llovían problemas: como Roberto Zárate se fracturó una pierna semanas antes del Mundial, se convocó de urgencia a Angel Labruna, que estaba de licencia, fuera de ritmo, y ya andaba por los 39 años.
El plantel se instaló en el pequeño poblado de Ramlos, un paraje pintoresco, salpicado de arboledas y casas bajas. La soledad era apabullante, apenas la rompían las bromas grupales y las escapadas a una localidad cercana para comunicarse con los familiares por telegrama, la vía más sencilla en esa época. Digamos que sobraba tranquilidad para encarar los escollos de un grupo con tres europeos: Alemania Federal, que defendía el título conquistado cuatro años antes, Irlanda del Norte y Checoslovaquia. Pero en el ámbito local se insistía con que se trataba de “un grupo accesible.”
El regreso argentino a los mundiales no sería albiceleste. De cara al debut con los alemanes, la televisión remarcó que las camisetas se veían parecidas, por lo que alguien debía cambiar. Se hizo un sorteo, Argentina perdió y tuvo que jugar con la casaca amarilla de un club local, el Malmö FC.
Corbatta marcó el 1-0 a los 2 minutos y creció el exitismo: “Este torneo es pan comido”. Pero los alemanes incrementaron la presión y quedó al desnudo la deficiente preparación física de los argentinos. Llegaron dos goles de Rahn –que luchaba por desembarazarse del alcoholismo– y uno de Seeler para sellar el 1-3 que encendió la alarma en el campamento argentino.
El triunfo por la
misma cifra ante Irlanda del Norte, la Cenicienta del Mundial, fue una
inyección de oxígeno para un equipo que había quedado groggy tras el choque con
el campeón vigente. Un envión funda mental de cara a lo que sería el cruce
decisivo con Checoslovaquia para determinar el segundo clasificado del grupo.
Por primera vez en la historia, el sorteo fue un verdadero show televisivo, que
sumó la innovación de separar a los 16 participantes (53 disputaron las
eliminatorias) por “familias” o zonas de origen: la americana, la británica, la
europea del este y la europea occidental.
Sólo 16 mil espectadores fueron testigos directos de la paliza que los checos le propinaron a Argentina el 15 de junio, en el Olimpia Stadium, de Helsingborg. El 6-1 grafica claramente la debacle, pero pudo ser muchísimo peor. “Si ellos hubieran puesto más ganas, nos hacían 8 o 9”, definió Amadeo Carrizo, arquero titular en los tres partidos. “Tuvimos la desgracia de que se lesionara Lombardo. Avio jugó como marcador de punta improvisado y, aunque dejó el alma en la cancha, los checos nos desbordaron mucho por ahí y nos mataban por el medio. Hay que decir las cosas como fueron: no sabíamos quiénes eran ni cómo jugaban. Si lo hubiéramos sabido, tal vez perdíamos igual, pero seis no nos hacían”, amplió Amadeo.
Mientras resonaba la palabra “desastre”, Ricardo Lorenzo, Borocotó, trazó un primer balance en las páginas de El Gráfico: “El mal viene de muy lejos, arrastrándose. Y como en el orden sudamericano las cosas habían salido bien y los jugadores argentinos que están jugando en cuadros extranjeros han agregado prestigio, muchos aceptaron que éramos los mejo res del mundo sin que eso se haya demostrado jamás. Por otra parte, han sido tan pocas las confrontaciones de la Selección Argentina con el fútbol mundial fuera de nuestro medio, que eso ha contribuido a estacionarnos cuando los demás siguen andando.”
Sólo 16 mil espectadores fueron testigos directos de la paliza que los checos le propinaron a Argentina el 15 de junio, en el Olimpia Stadium, de Helsingborg. El 6-1 grafica claramente la debacle, pero pudo ser muchísimo peor. “Si ellos hubieran puesto más ganas, nos hacían 8 o 9”, definió Amadeo Carrizo, arquero titular en los tres partidos. “Tuvimos la desgracia de que se lesionara Lombardo. Avio jugó como marcador de punta improvisado y, aunque dejó el alma en la cancha, los checos nos desbordaron mucho por ahí y nos mataban por el medio. Hay que decir las cosas como fueron: no sabíamos quiénes eran ni cómo jugaban. Si lo hubiéramos sabido, tal vez perdíamos igual, pero seis no nos hacían”, amplió Amadeo.
Mientras resonaba la palabra “desastre”, Ricardo Lorenzo, Borocotó, trazó un primer balance en las páginas de El Gráfico: “El mal viene de muy lejos, arrastrándose. Y como en el orden sudamericano las cosas habían salido bien y los jugadores argentinos que están jugando en cuadros extranjeros han agregado prestigio, muchos aceptaron que éramos los mejo res del mundo sin que eso se haya demostrado jamás. Por otra parte, han sido tan pocas las confrontaciones de la Selección Argentina con el fútbol mundial fuera de nuestro medio, que eso ha contribuido a estacionarnos cuando los demás siguen andando.”
Entre los que
andaban figuraba Brasil, que avanzaba implacablemente en el torneo gracias a
las genialidades y las “tave linhas” (paredes) de figuras como Vavá, Didí,
Garrincha, Zagallo y un morenito de 17 años que debutó en el tercer partido y
no salió nunca más: Pelé. Un Brasil que alcanzó su primer título mundial con un
final a toda orquesta: 5-2 a Francia, en la ronda semifinal, y 5-2 ante los
suecos, en el partido decisivo disputado en Estocolmo. La rúbrica de ese
campeonato fue un gol de Pelé, el quinto. La pelota no volvió a jugarse luego
de su cabezazo. El árbitro Guigue fingió ponerla en el punto central, pero
salió disparado hacia los vestuarios llevándosela de trofeo. Los brasileños,
que también querían quedarse con ese recuerdo, lo corrieron desaforadamente,
hasta que el masajista Mario Américo, que hizo el milagro de curar la rodilla
lesionada de Pelé, le hizo un tackle digno de un All Black y se quedó con la
bola. Mientras los brasileños deslumbraban a puro toque y disfrutaban de su
primera vuelta olímpica, los nuestros se sumergían en una autocrítica que
duraría años. Como hizo Pedro Dellacha, el capitán: “Nosotros estábamos
acostumbrados a jugar solamente los domingos y a entrenar martes y jueves. Esa
fue la gran causa de nuestro fracaso. Pagamos el precio de creer que, con lo
que teníamos, nos alcanzaba para bailar a los europeos. El fútbol internacional
no era tan difundido en la Argentina y eso determinó que no comprendiéramos la
importancia de un Mundial.”
“Fuimos con los ojos vendados, a ciegas. No estábamos preparados ni física ni técnicamente para afrontar tres partidos en una semana”, contó tiempo después Angelito Labruna, que fue convocado de urgencia y tenía siete kilos por encima de su peso habitual. No fue el único averiado: Pipo Rossi, aquejado por el reuma, enfrentó a los checos con un alambre de cobre alrededor de la cintura y un dedo del pie derecho muy maltrecho.
Evidentemente, el cóctel había sido fatal: desconocimiento de los rivales, desactualización táctica, precariedad estratégica, preparación física inadecuada, exceso de confianza, escasa organización, errónea valoración de los futbolistas a la hora de conformar la lista definitiva… Demasiadas tuercas sueltas para un fútbol que se creía el mejor del mundo.
“Fuimos con los ojos vendados, a ciegas. No estábamos preparados ni física ni técnicamente para afrontar tres partidos en una semana”, contó tiempo después Angelito Labruna, que fue convocado de urgencia y tenía siete kilos por encima de su peso habitual. No fue el único averiado: Pipo Rossi, aquejado por el reuma, enfrentó a los checos con un alambre de cobre alrededor de la cintura y un dedo del pie derecho muy maltrecho.
Evidentemente, el cóctel había sido fatal: desconocimiento de los rivales, desactualización táctica, precariedad estratégica, preparación física inadecuada, exceso de confianza, escasa organización, errónea valoración de los futbolistas a la hora de conformar la lista definitiva… Demasiadas tuercas sueltas para un fútbol que se creía el mejor del mundo.
Si algo les faltaba
a los jugadores argentinos para sentirse en el quinto subsuelo de la depresión,
eso fue el regreso por vía aérea a la Argentina. Además de las feroces críticas
periodísticas, fueron recibidos por una impiadosa lluvia de monedazos de parte
de los hinchas que se congregaron en Ezeiza.
Amadeo Carrizo, uno de los más apuntados por la indignación popular, supo contar que “el avión no aterrizó donde lo hacía siempre, estacionó en una zona más alejada. Bajamos y tuvimos que ir caminando hasta la terminal. Parecía que todo estaba armado para que nos insultaran y nos agredieran. En vez de protegernos, nos expusieron, como si alguien lo hubiera organizado para que sufriéramos. Nos trataron mal hasta quienes tenían que revisarnos las valijas. Las abrían así nomás y nos tiraban las cosas por el suelo, sin ningún tipo de cuidado.”
El pobre Amadeo padeció los agravios de los hinchas durante los años siguientes, exceptuando el respaldo incondicional de los simpatizantes de River. “Muchos me hicieron responsable a mí solo, pero fue una cosa del conjunto. Las culpas estaban muy repartidas. Me gritaban de todo, hasta ‘vendepatria’”, recordó con amargura. Tan profundo fue su dolor, que declinó la nominación para integrar el plantel que fue al Mundial siguiente, Chile 62, donde ya no estaría el técnico Guillermo Stábile, rápidamente destituido tras casi veinte años de ges tión indiscutida.
¿Argentina habría aprendido la lección de cara al futuro? Eso estaba por verse…
Amadeo Carrizo, uno de los más apuntados por la indignación popular, supo contar que “el avión no aterrizó donde lo hacía siempre, estacionó en una zona más alejada. Bajamos y tuvimos que ir caminando hasta la terminal. Parecía que todo estaba armado para que nos insultaran y nos agredieran. En vez de protegernos, nos expusieron, como si alguien lo hubiera organizado para que sufriéramos. Nos trataron mal hasta quienes tenían que revisarnos las valijas. Las abrían así nomás y nos tiraban las cosas por el suelo, sin ningún tipo de cuidado.”
El pobre Amadeo padeció los agravios de los hinchas durante los años siguientes, exceptuando el respaldo incondicional de los simpatizantes de River. “Muchos me hicieron responsable a mí solo, pero fue una cosa del conjunto. Las culpas estaban muy repartidas. Me gritaban de todo, hasta ‘vendepatria’”, recordó con amargura. Tan profundo fue su dolor, que declinó la nominación para integrar el plantel que fue al Mundial siguiente, Chile 62, donde ya no estaría el técnico Guillermo Stábile, rápidamente destituido tras casi veinte años de ges tión indiscutida.
¿Argentina habría aprendido la lección de cara al futuro? Eso estaba por verse…
Outra versão:
El 15 de junio de 1958 Argentina
perdió 6 a 1 con Checoslovaquia, quedó afuera del Mundial de Suecia, dio por
finalizada una era en el fútbol argentino y desnudó los hilos de una concepción
autoconstruida a comienzos de siglo. Había perdido más que un partido. Era la
revelación de una cruel realidad sobre el profesionalismo y la preparación
física, opuesta a la conciencia de pureza y talento del fútbol criollo.
Argentina regresaba a una Copa del
Mundo tras 24 años de ausencias. Un año antes había deslumbrado en la Copa
América de Lima con un equipo que conserva un espacio en la memoria y en la
historia: la delantera de "los Carasucias", Corbatta, Maschio, Angelillo,
Sívori y Cruz, mereció un seudónimo que distinguiera la desfachatez de sus
jugadas. Solo conoció goleadas: 8-2 a Colombia, 3-0 a Ecuador, 4-0 a Uruguay,
6-2 a Chile y 3-0 a Brasil en la final sirven para reconocer la opulencia de
esa selección y la magnitud de la desilusión del Mundial inminente.
Dirigía Guillermo Stábile,
goleador del Mundial de 1930. Su ciclo a cargo del equipo nacional sucumbió en
1958, junto al entramado, el juicio, la valoración, las convicciones y la
doctrina de una selección que recibió un baño de realidad en el Mundial de
Suecia, bautizado tras la derrota como el "desastre de Suecia".
Stábile fue designado de forma permanente como seleccionador de la Argentina en
1953: hasta entonces repartía su puesto como entrenador de clubes. Después de
la debacle, fueron convocados tres técnicos para reconstruir la identidad del
fútbol argentino.
A Suecia no fueron Maschio,
Angelillo y Sívori, integrantes del campeón sudamericano que después del
certamen continental fueron transferidos a equipos italianos. Años después,
Maschio confesó que estaban disponibles para asistir a la cita mundialista:
"No fuimos a Suecia porque nunca nos llamaron. Y tampoco supimos jamás el
por qué. Creo que podríamos haberle aportado más ritmo, más roce con equipos europeos,
más experiencia. Pero nunca sabremos lo que pudo haber pasado".
Empezó el torneo con un gol de
Orestes Omar Corbatta a los dos minutos. Se validaba la teoría del fútbol
argentino como faro mundial. La derrota posterior por 1-3 contra la Alemania Federal
no ponía en discusión este preconcepto. Mucho menos con la victoria por 3 a 1
ante Irlanda del Norte en la fecha siguiente. Se acercaba Checoslovaquia, que
había empatado 2 a 2 con los alemanes y perdido 1 a 0 con los irlandeses.
Argentina – Checoslovaquia habían
jugado un amistoso en Buenos Aires, en el marco de una gira sudamericana
realizada en agosto de 1956. Fue victoria 1 a 0 del seleccionado nacional con
gol de Antonio Angelillo. Los checoslovacos jugaron también contra Brasil,
Uruguay, Chile y hasta un amistoso ante River que terminó 1 a 1 (gol de Enrique
Sívori). Francisco Blasej, presidente de la delegación checoslovaca, destacó la
habilidad y el manejo de la pelota de los jugadores argentinos.
Pero el 15 de junio de 1958, la
historia fue otra. En el estadio Olimpia de Helsingborg, Argentina formó con
Amadeo Carrizo; Federico Vairo, Francisco Lombardo, Pedro Dellacha; Néstor
Rossi, José Varacka; Omar Oreste Corbatta, Norberto Menendez, Ángel Labruna;
Ludovico Avio y Osvaldo Cruz. Era un equipo de primera línea. A los ocho
minutos, gol de Milan Dvorak. Al entretiempo, 3 a 0 abajo. Al descuento de
Corbatta de penal a los 20 minutos del segundo tiempo le siguieron otros
tres tantos del rival para firmar la peor derrota en la historia argentina de
los Mundiales.
"No es cuestión de
hombres", escribió Ricardo Lorenzo, alias Borocotó, para la revista El
Gráfico. Elogió la disciplina, la preparación física y el orden táctico del
juego checoslovaca, valoró la velocidad, "corriente moderna", como
factor decisivo y cuestionó el profesionalismo de los jugadores argentinos:
"El equipo fue superado netamente por rapidez, estado atlético,
organización, sobriedad y sentido práctico". Dante Panzeri redactó una
columna contundente: "El mito de que somos los mejores del mundo
afortunadamente ha caducado. Hay que aprovecharlo como un saludable tropezón
capaz de recordarnos que, quien mal camina, se puede caer. Ésta es una caída
más en nuestro fútbol. No es la primera, ni tampoco será la última".
Stábile renunció, Labruna se retiró
de la Selección y reconoció: "Fuimos con los ojos vendados, a ciegas. No
estábamos preparados ni física ni tácticamente para afrontar tres partidos en
una semana". La selección regresó al país la tarde del 22 de junio. La
esperaban cerca de diez mil personas, según las crónicas de época, en el
Aeropuerto de Ezeiza. "La recepción no fue fría, ni silenciosa, ni
tranquila. Mientras los familiares aguardaban abajo, trémulos, intranquilos,
arriba desde la plataforma un gentío los insultaba, les tiraba monedas y les
hacía señas aludiendo al 6-1", narró la cobertura de El Gráfico.
Fueron recibidos como "criminales
de guerra", tal como ilustró Labruna. Carrizo dijo que "cuando
llegamos al país el avión tuvo que aterrizar en una chacra de Monte Grande para
que no nos mataran. Algunos periodistas argentinos que estaban en Suecia le
habían pedido a la gente que nos fueran a buscar con palos y piedras, había
mucha bronca, nos querían matar, decían que éramos vendepatria". De
la vergüenza de aquel partido bisagra, se conformó una nueva filosofía de juego.
El 6 a 1 de Checoslovaquia obró como una toma de conciencia: la gambeta y el
talento individual no lo era todo.
Outra versão:
Os argentinos foram para a Copa do
Mundo no Brasil em busca de corrigir um grande erro, que levou a anos de
lamentos nacionais, após a saída deles da Copa de 1950. País sul-americano com
maior número de conquistas nos anos 1940, a era de ouro do futebol argentino,
eles decidiram não enviar sua seleção para defender o título da Copa América de
1949 no Brasil, e os brasileiros ficaram ofendidos.
A razão por trás da decisão chocante
foi uma debandada em massa de seus maiores talentos, incluindo Alfredo Di
Stefano, para um campeonato colombiano não reconhecido pela Fifa, durante uma
greve de jogadores na Argentina, em 1948. "Foram Di Stefano, Pipo Rossi,
(Adolfo) Pedernera", disse o ex-goleiro do River Plate e da seleção
argentina Amadeo Carrizo, que completa 88 anos em 12 de junho, dia em que
começa a Copa do Mundo.
"Rossi mandava no meio-campo e
Di Stefano estava em seu momento de glória", disse Carrizo em entrevista à
Reuters, ao falar sobre os companheiros de equipe com os quais jogou no time do
River Plate conhecido à época como La Máquina. "O destino tinha aberto (as
portas) para ele em outro país. Acabou o levando para o Real Madrid, onde
desfrutou de grandes triunfos", acrescentou Carrizo ao falar de Di
Stefano, que também continua vivo.
O Brasil ficou ofendido pelo que
percebeu como uma falta de consideração argentina e não apoiou os vizinhos na
tentativa de trazer a Copa de volta para a América do Sul após a Suíça, em
1954, também foi boicotada pela Argentina.
O jogador que mais sofreu as
consequências dessa guinada política do futebol argentino para o lado errado
foi Carrizo, fortemente criticado pelos torcedores em Buenos Aires quando a
seleção voltou da Copa de 1958 na Suécia, a primeira disputada por eles em 20
anos, em que foram eliminados após tomarem 10 gols nas três partidas da fase de
grupos.
"Sofremos muito com (o que
aconteceu na) Suécia e era eu que estava na mira dos gols", disse Carrizo,
votado o melhor goleiro da América do Sul no século 20 pelo braço estatístico
da Fifa, a Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol.
Carrizo recebeu a honraria apesar da
chamado "desastre sueco", no qual a Argentina perdeu de 3 x 1 para a
Alemanha Oriental, venceu a Irlanda do Norte por 3 x 1, mas foi depois
massacrada pela Tchecoslováquia por 6 x 1, a pior derrota dos argentinos na
história das Copas. "Após a partida (com a Tchecoslováquia) nós nos
trancamos em nosso hotel e não queríamos sair, ninguém esquece algo assim. Algumas
vezes eles mostram imagens daquele Mundial na TV, mas eu nem quero ver e mudo
de canal", disse Carrizo.
"Naquela Copa nós ganhamos
somente uma partida, contra a Irlanda (do Norte) por 3 x 1. O futebol jogado
pela Alemanha e Tchecoslováquia estavam no auge e tivemos que enfrentá-los. A
Irlanda também jogou bem, então eles se incluíam entre os times fortes."
Goleiro pioneiro que ia além da
grande área para atuar como zagueiro extra ou auxiliar nos contra-ataques,
Carrizo foi uma inspiração para compatriotas como Hugo Gatti e o colombiano
Rene Higuita. Mas um goleiro como esse ficava mais exposto aos times cada vez
mais ofensivos. A Argentina veio também a descobrir que tinha ficado lerda
diante dos times mais atléticos e organizados da Europa. "Houve a (II) Guerra
na época, não havia partidas com outros países (europeus), a Argentina sequer
jogou, e nós sofremos as consequências", disse ele em um bar do bonito
bairro de Villa Devoto, onde mora na capital argentina.
"Nós não sabíamos o que estava
acontecendo na Europa e o futebol estava em seu auge. Na Inglaterra, Alemanha,
França já havia um progresso espetacular, com grandes jogadores, e nós fomos e
eles nos atropelaram", continuou. A vitória da Argentina na Copa América
de 1957 no Peru, na qual derrotaram por 3 a 0 o time brasileiro que no ano
seguinte seria campeão do mundo, contribuiu ainda mais para cegá-los diante do
progresso alcançado na Europa.
Os argentinos Humberto Maschio,
Antonio Angelillo e Omar Sivori foram todos transferido para clubes italianos e
deixaram de atuar pela seleção da Argentina. Diferentemente dos jogadores
argentinos de hoje, eles não foram convocados novamente para a Copa de 1958 e
acabaram jogando para a Itália, do mesmo jeito que Di Stefano fez pela Espanha.
A Argentina perdeu tanto o prumo que
levaria 20 anos para se recuperar do "desastre sueco", conquistando a
Copa somente 20 anos depois, em 1978.
Carrizo dispensou a chance de ir à
Copa de 1962 no Chile por ter "sofrido muito, coisas horríveis foram ditas
a mim, minha casa foi coberta de tinta, meu carro quase destruído."
Carrizo recuperou a simpatia dos
torcedores argentinos na Copa das Nações de 1964, um torneio com quatro equipes
no qual a Argentina saiu vitoriosa em todas as partidas, contra a Inglaterra,
Portugal e Brasil, de quem venceu por 3 x 0.
Um homem cortês e otimista que se
mostra modesto, apesar de admitir ser um exibicionista em campo, Carrizo
recentemente se tornou presidente de honra do River Plate.
Nota do blog: A Argentina, como o
Brasil, valorizava o jogo bonito, para frente. Hoje, Argentina e Brasil jogam
de maneira horrível, retrancados, sem nenhuma preocupação com o espetáculo. Os
idiotas da objetividade, há tempos flagrados por Nelson Rodrigues, dirão: “Eles
conseguiram 7 Copas do Mundo depois disso”, o que é verdade. Da mesma forma que
é verdade que não ganham a Copa do Mundo desde 2002 (quase 20 anos) e, no que
tange a Argentina, não ganha um título oficial desde 1993 (27 anos). Os
europeus igualaram na técnica e sempre sobram no conjunto e preparo físico, além
de conhecerem como jogam todos os jogadores argentinos e brasileiros (99% do
selecionado argentino e brasileiro joga na Europa). Talvez, uma volta ao
passado (jogar bola, para frente), seja o começo de uma volta as vitórias...
Nenhum comentário:
Postar um comentário