Igreja de Nossa Senhora da Candelária, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
N. 207
Foto Perrotta
Fotografia - Cartão Postal
Quem vai ao Rio e não conhece a Candelária sai com a sensação
de não ter feito o passeio completo. Querida pelo povo carioca, é uma das mais
famosas e belas igrejas do Brasil. A Igreja de Nossa Senhora da Candelária recebe
centenas de turistas todos os dias, também por estar localizada em meio a uma
série de pontos de interesse cultural da cidade.
O nome da igreja tem uma origem não comprovada historicamente.
Conta a lenda que, no início do século 17, uma tempestade quase teria provocado
o naufrágio de um navio espanhol chamado Candelária, onde estavam os capitães
Antônio Martins Palma e Leonor Gonçalves. O casal teria feito uma promessa de
edificar uma ermida dedicada à Nossa Senhora da Candelária caso escapasse com
vida. Cumprindo a promessa, na chegada ao Rio de Janeiro, por volta de 1609,
cuidaram de construir uma pequena capela no local onde atualmente fica a
igreja.
Porém, os registros oficiais começam somente a partir de 1710,
quando aconteceu a primeira reforma da igrejinha paroquial. Na segunda metade
do século 18, a necessidade de ampliação fez com que o sargento-mor Francisco
João Roscio, engenheiro militar português, desenhasse os planos da nova
edificação em forma de cruz latina, iniciados em 1775, utilizando material
extraído da Pedreira da Candelária, no Catete.
A primeira inauguração foi feita em 1811 com as obras ainda
inacabadas – havia apenas uma nave e altares esculpidos por Mestre Valentim –
por ocasião da presença do príncipe-regente e futuro rei de Portugal, Dom João
VI. Mestre Valentim foi o grande artista de estilo rococó do Rio de Janeiro e
infelizmente suas obras foram substituídas em reformas posteriores. Há quem
diga que a Igreja da Candelária lembra muito algumas obras do barroco português
datadas do século 18.
A fachada, considerada uma das mais belas do mundo, está
voltada para a Baía da Guanabara, principal via de entrada da cidade na época
da sua construção. A planta tem o formato de cruz latina e toda sua história
está pintada em murais. Já no século 19, o projeto da igreja foi ampliado a
atual configuração com três naves, mantendo a fachada original criada por
Francisco Roscio.
A cúpula, parte final do projeto, representou um grande entrave
para a obra entre 1856 e 1877. Vários arquitetos precisaram intervir e as
diversas partes da cúpula, feitas de pedra de lioz portuguesa e trazidas de
Lisboa, foram finalmente instaladas, acompanhando as oito estátuas que enfeitam
a igreja, esculpidas pelo português José Cesário de Salles. A cúpula da Igreja
da Candelária foi por muito tempo a mais alta construção da cidade.
Em 1878, a decoração interna neorrenascentista italiana começou
a ganhar forma no revestimento de mármore policromado nas paredes e colunas,
diferente do que era usual na época. As pinturas murais são todas do brasileiro
João Zeferino da Costa, professor da Academia Imperial de Belas Artes, que
contou com a ajuda dos alunos Henrique Bernardelli, Oscar Pereira da Silva e
Giambattista Castagneto.
Outros detalhes importantes do interior são o altar-mor do
brasileiro Archimedes Memoria, os vitrais alemães e os enormes púlpitos em
estilo art nouveau do escultor português Rodolfo Pinto do Couto (1931). Em
1901, foram instaladas as belas portas de bronze na entrada da igreja, obra do
português Teixeira Lopes.
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