domingo, 18 de dezembro de 2022

Selo "Bicentenário da Vinda de D. Leopoldina 1817-2017", 2017, Brasil


 

Selo "Bicentenário da Vinda de D. Leopoldina 1817-2017", 2017, Brasil
Selo


Sobre o selo:
Esta emissão é a primeira de uma série de seis, denominada “Brasil, 200 anos de Independência”, uma parceria entre a Câmara dos Deputados e os Correios, iniciando-se em 2017, com o bicentenário da vinda de Dona Leopoldina, que se estenderá até 2022, com a comemoração dos 200 anos da Proclamação da Independência. Na parte superior do selo a inscrição “Brasil, 200 anos de Independência” e o uso das cores de um nascer do sol identificam o alvorecer de uma nação. A seguir, a imagem da nau D. João VI, navio de construção sofisticada, que em 1817 trouxe a Princesa ao Rio de Janeiro, em aquarela de Franz Joseph Frühbeck. Abaixo, o retrato da Princesa Leopoldina, gravura feita por Jean F. Baddoureau a partir da obra do artista Jules A. Vauthier, mostra toda sua jovialidade na época da viagem de vinda ao Brasil. Por último, sua assinatura, já com a adoção do nome Maria Leopoldina, em homenagem à nova Pátria. A folha dos selos traz uma vinheta identificando a emissão Série Relações Diplomáticas Brasil – Áustria, o Bicentenário da Vinda da Princesa e a efígie de Dª. Maria Leopoldina. Foram utilizados recursos de tinta calcográfica e computação gráfica.
D.ª Maria Leopoldina e a independência do Brasil:
Nascida em 22 de janeiro de 1797, em Viena, Áustria, a arquiduquesa Carolina Josefa Leopoldina Francisca Fernanda Beatriz de Habsburgo-Lorena, que no Brasil iria adotar os nomes de Leopoldina e Maria Leopoldina, era filha de Francisco I, imperador da Áustria (1768-1835) e sua segunda esposa, a imperatriz Maria Teresa de Bourbon-Sicília (1772-1807). Desde pequena, Leopoldina recebeu uma educação esmerada na corte vienense, adquirindo conhecimentos científicos, políticos, históricos e artísticos, além de aprender idiomas estrangeiros, especialmente o francês. Desde cedo mostrou interesse para a botânica e para a mineralogia. Nas excursões realizadas com sua família, aproveitava para coletar mostras de minerais e plantas. Em 1816, depois de demoradas negociações, a Arquiduquesa foi escolhida para ser esposa de Dom Pedro de Alcântara, filho de Dom João VI e de Carlota Joaquina de Bourbon, herdeiro do trono do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve. O casamento foi celebrado por procuração, em Viena, no dia 13 de maio de 1817. Dona Leopoldina partiu de Viena no dia 2 de junho, em uma viagem que durou cinco meses. Em sua comitiva de 28 pessoas havia cientistas e artistas austríacos que estudariam e retratariam a natureza brasileira. Dentre os estudiosos estavam o botânico Carl von Martius, o naturalista Johann von Spix e o zoólogo Johann Natterer. Ainda na viagem para o Brasil, passou a firmar “Maria Leopoldina”, em homenagem à nova Pátria, pois fora informada que esse era um dos prenomes de todas as infantas portuguesas. Chegou no Rio de Janeiro, no dia 5 de novembro de 1817. No dia seguinte os príncipes receberam a benção nupcial na Igreja de Nossa Senhora do Carmo. Com o retorno de D. João VI a Portugal, em abril de 1821, o casal herdeiro ficou no Brasil. O avanço de ideias liberais e as independências de vários países na América Hispânica levaram um número considerável de políticos brasileiros a apontarem impossibilidade da manutenção do Reino Unido Brasil, Portugal e Algarves. Quando o marido, príncipe regente, viajou a São Paulo, em agosto de 1822, para apaziguar a capitania, D. Leopoldina exerceu a regência. Pedro entregou o poder a sua esposa em 13 de agosto de 1822, nomeando-a chefe do Conselho de Estado e Princesa Regente Interina do Brasil, com poderes legais para governar o país durante a sua ausência. Grande foi sua influência no processo de independência. A princesa recebeu notícias que Portugal estava preparando diversas ações contra o Brasil e, sem tempo para aguardar o retorno de Pedro, Leopoldina, aconselhada por José Bonifácio de Andrada e Silva, e usando de seus atributos de chefe interina do governo, reuniu-se na manhã de 2 de setembro de 1822, com o Conselho de Estado, concluindo pela necessidade de independência do Brasil. D. Leopoldina envia a D. Pedro uma carta, juntamente com outra de autoria de José Bonifácio, além de comentários de Portugal criticando a atuação do marido. Os documentos são entregues a D. Pedro em São Paulo, em 7 de setembro, que proclama a Independência do Brasil, rompendo definitivamente com Portugal. Em 1º de dezembro de 1822, D. Pedro I e D.ª Maria Leopoldina foram aclamados como os primeiros Imperadores do Brasil, na Igreja da Nossa Senhora do Monte do Carmo, a Catedral Velha do Rio de Janeiro. Em 25 de março de 1824, o casal imperial jurou a nossa primeira Constituição como país independente. A primeira bandeira do Brasil independente foi idealizada por Jean Baptiste Debret: o verde representa as cores da família Bragança e o amarelo da dinastia Habsburgo-Lorena. Dois filhos de Dom Pedro I e Dona Leopoldina foram soberanos: Dona Maria II, rainha de Portugal, e Dom Pedro II, imperador do Brasil. Em 11 de dezembro de 1826, a Imperatriz teve um aborto espontâneo e, como consequência, acabou falecendo. A morte de D.ª Maria Leopoldina provocou o que se considera o primeiro luto nacional brasileiro, conforme atestam diversos historiadores. Atualmente seus restos mortais jazem no Mausoléu Imperial da Cripta do Ipiranga, em São Paulo.

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