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sexta-feira, 15 de março de 2024

Represa do Rio Pirapitingui, 1909, Campinas / Atual Cosmópolis, São Paulo, Brasil

 


Represa do Rio Pirapitingui, 1909, Campinas / Atual Cosmópolis, São Paulo, Brasil
Cosmópolis - SP
Fotografia


Texto 1:
A represa do Rio Pirapitingui em 1909, na época parte de Campinas, atualmente Cosmópolis.
Na imagem vemos o Major Arthur Nogueira, um dos fundadores da Usina Ester, montado em um cavalo e contemplando a represa. O local em que ele está é conhecido como "Mirante do Major". Texto da Internet.
Texto 2:
Cosmópolis possui, em sua natureza, grande riqueza natural. A cidade é cortada por três rios, o Pirapitingui, o Jaguari e o Três Barras, e possui ao seu redor abundante recurso hídrico.
A história da cidade é totalmente ligada a essa profusão.
Quando a Fazenda Funil (fazenda que deu origem a Cosmópolis) foi criada, recebeu esse nome por conta da cascata que formava em uma grande bacia. Logo abaixo, essa bacia se estreitava de maneira repentina, formando um funil.
Depois, quando a família Nogueira comprou a propriedade, construiu de maneira pioneira o seu império, fundando a usina que recebeu o nome de Usina Ester, em homenagem à Sra. Esther Nogueira, esposa do Sr. Paulo de Almeida Nogueira, um dos fundadores.
A represa passou a ser, principalmente entre as décadas de 1960 e 1980, um local de lazer, tanto para os trabalhadores da usina quanto para os cosmopolenses e moradores das cidades da região.
No final dos anos 50, foi criada a prainha, era um projeto do prefeito José Garcia Rodrigues, em parceria com a Usina Ester. A concepção era do “Circuito das Águas Cosmopolenses”, um complexo de lazer onde os potenciais turísticos de Cosmópolis seriam aproveitados. Era composto pelo Paredão, Mirante do Major e Pedrarias, Ponte de Ferro, as cachoeiras do Poção e Saltinho, a Prainha e Gruta Carrapicho.
Nas rádios e nos impressos da época, era citado como um verdadeiro “clube ambiental popular”.
Surgiram, então, os trampolins, que foram construídos pelos próprios trabalhadores da usina, utilizando os antigos trilhos das linhas férreas que cruzavam a Fazenda Funil como base para os tablados de madeira maciça, de onde os nadadores tomavam impulso para pular nas águas da represa.
Após vários acidentes envolvendo mortes, afogamentos e traumatismos cranianos, causados pela inconstância dos níveis de água, os trampolins foram desativados por iniciativa da Usina.
Na época dos trampolins, também foram construídos pelos trabalhadores da Usina (mediante autorização da própria Usina) os ranchos dos pescadores. São casebres às margens da represa que são utilizados para pescar, já que as águas da cidade têm, até hoje, a fama de serem piscosas.
Atualmente, não é mais permitido construir ranchos, porém, os que lá estão podem permanecer.
Os pescadores de hoje aprenderam com os seus pais a frequentar os ranchos e veem o local como o seu principal lazer. Lá costumam pescar piranhas, traíras, lambaris e até curimbas.
A represa também atrai centenas de pessoas com o Paredão, especialmente durante o verão, quando banhistas de várias cidades buscam o local para se refrescar aos fins de semana.
O paredão é um represamento do Rio Pirapitingui, que possui aproximadamente 30 metros de comprimento e 10 metros de altura. É também um local pertencente à Usina Ester. Todos esses locais são possuidores de grande beleza natural. Ao visitarmos, podemos perceber que temos perto de nós um conjunto de riquezas sem preço. É preciso abrir os olhos para poder enxergar as belas vistas ao pôr do sol, as matas ciliares, os rios caudalosos, quedas d´água, lagoas, etc.
É importante salientar que esse conjunto de recursos pertence à Usina Ester, que procura manter a região preservada. Em alguns locais o acesso não é permitido por questões de segurança. Texto de Letícia Atmann Frungilo.

Usina Ester Engenho de Açúcar / Atual Usina Açúcareira Ester S/A, Campinas / Atual Cosmópolis, São Paulo, Brasil


 

Usina Ester Engenho de Açúcar / Atual Usina Açúcareira Ester S/A, Campinas / Atual Cosmópolis, São Paulo, Brasil
Cosmópolis - SP
Casa Garaux N. 42
Fotografia - Cartão Postal


Imagem dos primórdios de uma das mais antigas usinas do Estado de São Paulo, fundada em 02/03/1898. 
O nome "Ester" é homenagem a esposa de um dos fundadores, Paulo de Almeida Nogueira.
Na época de edição do cartão postal ainda não existia a cidade de Cosmópolis, a localidade fazia parte da cidade de Campinas. 
Data não obtida, mas antes 1944 (ano de fundação de Cosmópolis).
Atual Usina Açúcareira Ester S/A.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

sexta-feira, 22 de setembro de 2023

domingo, 20 de agosto de 2023

Teatro Municipal, Campinas, São Paulo, Brasil


Teatro Municipal, Campinas, São Paulo, Brasil
Campinas - SP
Foto Postal Colombo N. 31
Fotografia - Cartão Postal


O Teatro Municipal Carlos Gomes foi o maior da cidade de Campinas.
Localizado entre as ruas Treze de Maio e Costa Aguiar, foi inaugurado em 1930, possuindo capacidade para 1.300 lugares.
A construção teve início em 1924 e se prolongou por seis anos – incluindo várias interrupções nas obras.
Era formado por cinco pavimentos, onde o primeiro era o porão, o segundo, a plateia e as frisas, o terceiro era dedicado aos camarotes e foyers, no quarto os balcões e no último, a galeria. 
As escadarias, os corredores, lustres de cristais feito na Boêmia – 13 arandelas e seis lustres – sendo que um deles tinha mais de cinco metros de altura (hoje pertencem à Escola de Cadetes), as paredes adornadas recobertas com pó de ouro se destacavam.
Sua inauguração aconteceu em 10 de setembro de 1930, com apresentação da cantora Bidu Sayão na ópera "O Guarani" do compositor Carlos Gomes.
Em 1935, os jornais da época denunciavam o surgimento de problemas estruturais na fundação do prédio, como rachaduras e infiltrações.
O teatro recebeu o nome de Carlos Gomes em 1951.
Foi demolido, sob circunstâncias obscuras em 1965, no governo do prefeito Ruy Novaes, deixando uma grande lacuna no patrimônio histórico e cultural da cidade. O prédio havia passado por reformas cinco anos antes.
Posteriormente, a cidade foi contemplada com o Teatro Castro Mendes, o qual possui metade da capacidade do Municipal e foi adaptado a partir de uma antiga sala de cinema.
O terreno onde ficava o Teatro, tornou-se estacionamento. Na década de 1980 foi construído o prédio que abriga a loja C&A.
Nota do blog: Demolido em 1965.

Panorama, Campinas, São Paulo, Brasil


 

Panorama, Campinas, São Paulo, Brasil
Campinas - SP
Foto Postal Colombo N. 43
Fotografia - Cartão Postal

domingo, 30 de julho de 2023

Jardim Carlos Gomes / Atual Praça Carlos Gomes, Campinas, São Paulo, Brasil


 

Jardim Carlos Gomes / Atual Praça Carlos Gomes, Campinas, São Paulo, Brasil
Campinas - SP
Foto Postal Colombo N. 36
Fotografia - Cartão Postal


Localizada em uma região brejosa, essa praça já foi um lugar indesejado pela cidade, onde se acumulavam detritos e de onde brotavam inúmeros focos de doenças. Em 1848, depois de algumas intervenções de saneamento, passou a ser denominada Praça do Passeio e, em 1880, passou a se chamar Praça Carlos Gomes.
Em 1882 começou a funcionar um chafariz e um bebedouro para animais e, por resolução da Câmara de Vereadores, a Intendência Municipal foi autorizada a comprar lote das majestosas palmeiras imperiais. Simultaneamente aos trabalhos de embelezamento, foram realizadas obras de canalização de águas e de esgotamento sanitário.
Passou por várias transformações, e a sua configuração atual data de 1913, com projeto dos mestres jardineiros Juvenal Kirstein e Calixto Marin, sob a orientação do arquiteto Ramos de Azevedo.
Localiza-se entre as Ruas General Osório, Irmã Serafina, Conceição e Boaventura do Amaral.
É tombada pelo CONDEPACC.

sábado, 1 de julho de 2023

segunda-feira, 22 de maio de 2023

Maria Fumaça de Ribeirão Preto em Restauração nas Instalações da ABPF, Praça Carlos Gomes, Campinas, São Paulo, Brasil

 




Maria Fumaça de Ribeirão Preto em Restauração nas Instalações da ABPF, Praça Carlos Gomes, Campinas, São Paulo, Brasil
Campinas - SP
Fotografia


Imagens da restauração da locomitiva número 12, que ficava exposta na Praça Francisco Prestes Maia, Ribeirão Preto. A restauração está sendo feita nas oficinas da ABPF, localizada na estação Carlos Gomes, Campinas.
Quando de seu retorno, será instalada no Parque Maurílio Biagi.





terça-feira, 2 de março de 2021

Rua Barão de Jaguara, Campinas, São Paulo, Brasil





Rua Barão de Jaguara, Campinas, São Paulo, Brasil
Campinas - SP
Foto Postal Colombo N. 6
Fotografia - Cartão Postal

Nascida por ordem do governador de São Paulo, que determinou que se formasse uma povoação e implantasse “ruas que tivessem 70 palmos de largura”, a antiga Rua de Cima possuía características, desde o início, que garantiram a sua importância no povoado da Freguesia.
Entre as denominações, a via recebeu no início o apelido de Rua de Cima em razão da topografia da região, já que estava em um local elevado quando comparado com a Rua Lusitana, que na época recebeu a denominação de Rua de Baixo. Em 1848, a Câmara Municipal alterou a sua nomenclatura para Rua da Direita. Segundo historiadores, a decisão foi tomada por existir vias no Rio de Janeiro, até então sede da Corte, e em São Paulo, capital da província, com a mesma denominação. Este nome permaneceu até 1889.
Após a epidemia de febre amarela que assolou a cidade, o poder público decidiu homenagear um dos importantes nomes da época: o Barão de Jaguara. Por ser chefe do Executivo, o homenageado se dedicou à conclusão das obras dos serviços de água e esgotos da cidade para minimizar os problemas causados pela doença.
Iniciando na Praça José Rodrigues e seguindo até a Rua Barreto Leme, a Rua Barão de Jaguara tem hoje 1550 metros de comprimento.
Localizada no Centro de Campinas, a Rua Barão de Jaguara já foi considerada a principal via da cidade. Além de ser o principal caminho que conduzia os viajantes que chegavam de São Paulo ao centro da cidade, a via estava localizada bem em frente à Matriz, atual Basílica Nossa Senhora do Carmo. Muito mais do que pelo comércio, a Barão de Jaguara passou a ser conhecida como a rua do poder, já que, além da igreja, nela estavam, também, a Câmara Municipal e a Cadeia Pública. Por esse motivo, qualquer tipo de manifestações políticas eram realizadas no Largo do Rosário (que também estava na Barão de Jaguara).
A Barão de Jaguara foi ainda palco da chegada da modernidade na cidade, sendo a primeira via a receber iluminação pública, telefone, energia elétrica e fotografia.
Em 1935, o primeiro arranha-céu da cidade surgiu nesta via, localizado na esquina com a Rua César Bierrembach
Já na esquina com a Rua General Osório, instalou-se o primeiro sobrado da cidade. Carlos Gomes aprendeu a ler e escrever nesse sobrado, onde funcionou a escola particular de João Batista Alves de Souza.

Praça Antônio Pompeu / Clube Campineiro, Campinas, São Paulo, Brasil





Praça Antônio Pompeu / Clube Campineiro, Campinas, São Paulo, Brasil
Campinas - SP
Foto Postal Colombo N. 25
Fotografia - Cartão Postal

Notar o monumento-túmulo de granito ostentando em corpo inteiro a estátua em bronze do maestro, que se apresenta em atitude de regente de orquestra. Na base há uma figura de mulher, também em bronze, representando a cidade de Campinas. Obra do escultor Rodolfo Bernardelli.
Antônio Carlos Gomes nasceu em Campinas em 11 de julho de 1836. Filho e irmão de maestros, desde cedo revelou seus pendores musicais. Estimulado e amparado pelo Imperador D. Pedro II, frequentou o Conservatório Musical do Rio de Janeiro. Em 1861 regeu sua primeira ópera "A Noite do Castelo". Ainda no Rio de Janeiro compôs a sua segunda ópera, "Joana de Flandres" (1863), obtendo então uma bolsa para estudar na Itália. Diplomou-se como maestro-compositor no Conservatório de Milão em 1866. Alcançou o ápice da carreira artística com sua ópera "o Guarani", levada à cena no teatro Scala de Milão, em 1870. Escreveu ainda notáveis peças musicais, como as óperas "Fosca" (1873), "Salvador Rosa" (1874), "Maria Tudor" (1878), "O Escravo" (1.889), "Condor" (1891) e o poema "Colombo" (1892). É considerado o maior gênio musical das Américas. Morreu em Belém do Pará em 16 de setembro de 1896, sendo seu corpo trazido para Campinas, onde foi enterrado em seu monumento-túmulo em 2 de julho de 1905.
Sobre o Clube Campineiro: desde 1870, no local onde hoje está localizada a Delegacia de Polícia na Avenida Andrade Neves, existia uma raia onde realizavam-se corridas de cavalos.
Anos mais tarde, devido ao sucesso dessas corridas, foi fundada a Sociedade Campineira Clube de Corridas, um hipódromo com duas sedes: a urbana no antigo solar do Visconde de Indaiatuba, na Rua Barão de Jaguara, e a esportiva, no Bairro Bonfim.
No início dos anos 1890, devido a dificuldades financeiras, os dirigentes da sociedade resolveram separar a sede urbana da sede esportiva. Surgiram assim dois novos clubes: o Clube de Campinas (ou Clube de Corridas) e o Clube Campineiro, que permaneceu no solar do Visconde de Indaiatuba.
A sede própria do Clube Campineiro começou a ser erguida em 1914 na Praça Antônio Pompeu. Pouco tempo depois a construção foi paralisada, sendo retomada em 1923, sob responsabilidade do engenheiro Augusto Lefévre. As obras foram concluídas em 1925.
O prédio, com fachadas e decoração interior inspirado nos palacetes franceses do final do século 18, da zona urbana parisiense, segue linha muito utilizada na capital paulista nos anos 1920 para pequenos edifícios. No andar térreo o destaque fica por conta do elevador todo em ferro e dourado, funcionando desde a época em que o edifício foi inaugurado.
Em 1958, envolvida novamente em grandes problemas econômicos, a sociedade do Clube Campineiro une-se outra vez, agora ao Jóquei Clube de Campinas, formando nova sociedade com a denominação de Jóquei Clube Campineiro.
Atualmente, além da sede do clube, o edifício abriga um restaurante e um bar, possuindo ainda o antigo mobiliário, espelhos, lustres de cristal, pinacoteca, biblioteca e um piano de cauda.

sexta-feira, 6 de março de 2020

Fazenda de Café em Arraial dos Souzas, Campinas, São Paulo, Brasil




Fazenda de Café em Arraial dos Souzas, Campinas, São Paulo, Brasil
Campinas - SP
Casa Garaux N. 37
Fotografia - Cartão Postal

Nota do blog: Data não obtida.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

quinta-feira, 28 de março de 2019

Fazenda Santa Genebra, 1880, Campinas, São Paulo, Brasil



Fazenda Santa Genebra, 1880, Campinas, São Paulo, Brasil
Campinas - SP
Fotografia



A Fazenda Santa Genebra foi uma antiga fazenda de café localizada na cidade de Campinas, em São Paulo, no Brasil, durante o fim do século XIX e o início do século XX. Deu origem ao atual distrito de Barão Geraldo, juntamente com a Fazenda Rio das Pedras.
A sesmaria é originalmente denominada Nossa Senhora do Carmo do Morro Alto e após ser doada em 1799 pelo Conselho Ultramarino para a família do Brigadeiro Luís Antônio de Souza Queiroz, tornou-se propriedade de Geraldo Maria Ribeiro de Sousa Rezende, o Barão Geraldo de Rezende, o qual a administrou de 1876 a 1907.
A Fazenda Santa Genebra foi reconhecida como modelo na plantação de café pela utilização de tecnologias avançadas e no início do século XX já era a maior produtora do grão no estado de São Paulo. SItuava-se no contato entre duas importantes formações geomorfológicas do estado: a Depressão Periférica paulista e o Planalto Atlântico paulista.
A Mata da Fazenda Santa Genebra foi tombada pelo CONDEPHAAT como Reserva Florestal da Fundação José Pedro de Oliveira.
A região da fazenda, no norte de Campinas, sempre possuiu terras férteis, conhecidas como "terra roxa". Com isso, a atividade agrícola no distrito se desenvolveu num momento inicial com a cana de açúcar, depois com o café. Após a crise na década de 1930, outra atividade que se destacou foi o plantio de algodão. A agricultura tinha como referências as duas principais fazendas monocultoras da região, a Rio das Pedras, pertencente ao Sr. Albino José Barbosa de Oliveira e a Santa Genebra, do Barão Geraldo de Rezende.
Porém, antes do Barão Geraldo de Rezende, é necessário introduzir outro importante nome: o do militar luso-brasileiro Luís Antônio de Souza Queiroz. Grande negociador, o Brigadeiro era dono do primeiro navio que saiu do Porto de Santos com mercadorias destinadas a Lisboa e foi o pioneiro no fomento à economia paulista. Introduziu as primeiras noções de um sistema de crédito bancário, rendendo-lhe, em pouco tempo uma grande fortuna.
O Brigadeiro Luiz Antonio de Souza Queiroz ainda foi sócio do Senador Vergueiro, numa empresa agrária bem-sucedida, denominada Vergueiro & Souza. Bastante influente, com a fundação de Campinas em 1799, o Brigadeiro recebeu diversos engenhos de terras, incluindo a sesmaria Nossa Senhora do Carmo do Morro Alto, que passou a se chamar Fazenda Santa Genebra. O local foi doado pelo Conselho Ultramarino e após a morte do Brigadeiro, em 1819, foi herdado pelo seu filho Francisco Antonio de Souza Queiroz, que se tornou o Barão de Souza Queiroz e morreu em 1891.
Após a morte do Barão de Souza Queiroz, a Fazenda Santa Genebra foi herdada pelas suas duas filhas: Genebra e Isabel Augusta. Genebra, casada com Luiz Ribeiro de Souza Rezende, tornou-se a principal herdeira, mas com a morte de Genebra, o imóvel foi adquirido em 1850 pelo seu sogro, o Marquês de Valença. 26 anos depois, em 1876, o local foi herdado pelo filho mais novo, Geraldo Ribeiro de Souza Rezende. Formado em agronomia na França, retornou ao Brasil e passou a administrar suas fazendas. Logo quando chegou a Campinas, procurou a elite de fazendeiros locais para criarem o Club da Lavoura de Campinas. Monarquista, foi vereador de Campinas entre 1883 e 1886, mas depois focou somente na Fazenda Santa Genebra, que era considerada modelo de inovação, com maquinaria avançada e modernas técnicas agrícolas.
Assim que recebeu as terras, Geraldo Ribeiro de Souza Rezende alforriou seus escravos e empregou trabalhadores assalariados, em sua maioria imigrantes, testando todas as inovações tecnológicas então existentes para agilizar o processo do plantio do café à moagem. A Fazenda Santa Genebra era modelo para o mundo, tanto que recebeu ilustres visitas como a do Conde D'Eu; o contra-almirante G. Fournier, comandante da Divisão Naval francesa no Atlântico; o conde Lalaing, ministro da Bélgica; W. Pocom, cônsul dos Estados Unidos da América; conde Antonelli, ministro da Itália; conde Michel de Giers, ministro da Rússia e Manuel Ferraz de Campos Sales, então presidente da província de São Paulo.
Em 19 de junho de 1889, às vésperas da proclamação da República, Geraldo tornou-se Barão Geraldo de Rezende. Originalmente, havia sido feito "Barão de Iporanga", mas a pedido, o próprio Imperador mudou o nome. Além do sucesso da Fazenda Santa Genebra, o Barão recebeu como herança dos avós maternos a Fazenda Rio das Pedras, assim como também possuía como propriedade as Fazendas Monjolinho, Santa Elisa e Funil. Por esse extenso conjunto de bens, foi o construtor da Companhia Carril Funilense, estrada de ferro que escoava a produção cafeeira da região e a interligava com Campinas.
Porém, mesmo com a fortuna, o Barão levava uma vida muito dispendiosa, e como sua extensa família não trabalhava, foi à falência, sendo obrigado a se desfazer da fazenda. Na verdade, o governo penhorou o local e leiloou posteriormente. Pouco tempo depois, o Barão também vendeu suas outras propriedades, assim como a falida Companhia Funilense, em 1907. Logo em seguida, no dia 1º de outubro do mesmo ano, suicidou-se.
A família Oliveira comprou a Fazenda Santa Genebra, manteve preservada a área florestal, que foi denominada Mata de Santa Genebra. O proprietário, Sr. José Pedro de Oliveira, tinha uma forte tuberculose e considerava que dentro da mata conseguia melhorar sua respiração.
Após a sua morte, em 1981, sua esposa Jandyra Pamplona de Oliveira doou o remanescente florestal ao município, mantendo o nome Mata Santa Genebra. Em acordo judicial, ficou definido que se a cobertura vegetal fosse destruída, a propriedade retornaria aos herdeiros da família Oliveira. No mesmo dia 14 de julho de 1981, foi criada a Fundação José Pedro de Oliveira, para administrar e conservar a Mata de Santa Genebra.
A Fazenda Santa Genebra, quando comandada pelo Barão Geraldo de Rezende tinha uma área de 1.250 alqueires. Para se ter uma ideia da magnitude do local, englobava, na região sul, o que hoje são os bairros Santa Genebra, Costa e Silva e parte da Vila Nova; a oeste, o que atualmente é a região dos Amarais e CEASA (Centrais de Abastecimento Sociedade Anônima); e na parte leste até a Rodovia Governador Doutor Adhemar Pereira de Barros.
Espalhado pelo considerável terreno, ficava o maquinário elogiado mundialmente. A diferenciação das demais fazendas ficava na aparelhagem e nas técnicas chamadas “mais civilizadas” no processo do plantio do café à moagem. Eram várias as técnicas de beneficiamento do café: lavagem, secagem, despolpamento, ventilação, escolha, cotação e classificação. Em Campinas, pode-se notar um padrão na distribuição e na disposição das fazendas. Um primeiro espaço é dominado pelos terreiros de café, que distribuem e organizam as edificações, reservando à residência do Barão uma posição de destaque.
A arquitetura e a estética da casa onde morava a família do Barão Geraldo de Rezende chamava atenção pela suntuosidade, requinte e opulência, típicos de uma propriedade rica na exploração do café no fim do século XIX. Há também a presença dos muros de taipa de pilão cercando os limites da sede cafeeira, visando estabelecer o controle e a vigilância sobre os escravos e a produção de café.
A mão de obra da Fazenda Santa Genebra era formada a princípio pelos escravos e depois da abolição da escravatura em 1888, pelos ex-escravos e imigrantes italianos, espanhóis e portugueses.
As fazendas de Campinas também padronizaram o local onde ficavam os escravos. As senzalas eram cobertas por um telhado corrido e organizadas em quadra. A concentração dos escravos no curro, uma área quadrada diminuta e fechada, permitia maior vigilância e controle. Uma das filhas do Barão Geraldo de Rezende descreveu a senzala da Fazenda Santa Genebra:
"Lá por cima ficava o 'quadrado', com as senzalas, a dormida dos escravos, pequenos quartos em volta de um grande pateo, fechado por um portão, que se trancava, à noite, com enorme e impressionante chave, a fim de evitar facilidades aos fujões [...] aos 'caiamboras'".
A Mata da Fazenda Santa Genebra localizava-se numa região predominantemente agrícola, quando ainda pertencia ao Barão Geraldo de Rezende. Só que numa escala reduzida de tempo teve uma área significante de seu entorno totalmente ocupada por bairros residenciais e áreas de plantio de monoculturas de cana-de-açúcar e milho.
Mesmo com as consideráveis mudanças no entorno e na área das construções da Fazenda, a mata foi preservada e é o local onde se localiza o maior patrimônio natural tombado de Campinas, a Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) Mata de Santa Genebra, pertencente a reserva florestal da Fundação José Pedro de Oliveira, que possui 251 hectares, quase 2,5 milhões de m².
No local, existe um borboletário, instalado em uma área de 3 mil m². O local permite a criação e o monitoramento das mais de 600 espécies de borboletas existentes, o que prova a biodiversidade existente na Mata. Além do borboletário, um viveiro conta com mais de 3 mil mudas de espécies nativas. São mais de 170 espécies de árvores e arbustos. Na fauna, existem aproximadamente 300 espécies de vertebrados e 500 de insetos. A segunda maior floresta urbana do Brasil é alvo de estudos de pesquisadores de universidades e institutos que buscam um maior equilíbrio ecológico na Mata Atlântica.
A Mata foi doada pela família Oliveira somente para fins científicos e culturais com o propósito de se estudar seu ecossistema. Seu tombamento ocorreu em 1983 pelo CONDEPHATT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico) e em 1985 foi tornada ARIE (Área de Relevante Interesse Ecológico) pelo Governo Federal. Sete anos depois, em 1992, foi tombada como patrimônio natural do município de Campinas pelo CONDEPACC (Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico e Cultural de Campinas).
Ainda dentro da grande porção de terra que era a Fazenda Santa Genebra, pode ser encontrada a Escola Salesiana São José, ou como era conhecida antigamente Escola Agrícola de Artes e Ofícios.
O projeto de fundação foi iniciado em 1905, quando o Barão Geraldo de Rezende doou 4 mil m² de terras ao Liceu Salesiano. A Fazenda Santa Genebra não trazia mais lucros com a produção de café e por intermédio do Senador General Francisco Glicério, o local foi transformada em uma Escola Agrícola, inaugurada em 1953.
A Fazenda Santa Genebra era tão importante que teve uma estação na Estrada de Ferro Funilense, planejada pelo Barão Geraldo de Rezende, com estação inicial em Campinas e que interligava a região a outras fazendas de destaque.
A "Estação Santa Genebra" foi a primeira localizada em terras “do sertão adentro”, aberta primeiramente para atender a Fazenda Santa Genebra, considerada referência nacional em modelo de administração. Alguns anos depois, a estação interna esta foi transformada e ampliada, tendo seu nome alterado para “Estação Barão Geraldo de Rezende” como forma de homenagear o Barão. A estrutura era tão grande que hoje, na mesma localização da antiga estação, encontra-se o Terminal Urbano do Distrito de Barão Geraldo.
Mais uma prova de que a Fazenda era importante veio do historiador Warney Smith, analisando a formação do bairro rural de Barão Geraldo e sua evolução a distrito através da estação de trem pensada para o escoamento da produção de café:
"Nos primeiros 20 anos do Século XX, diversos imigrantes italianos, portugueses e libaneses compraram pequenos sítios perto de Campinas (SP) ao redor da "Estação Barão Geraldo" da extinta Estrada de Ferro Funilense, e ali construíram um bairro rural fundado na policultura e na auto-subsistência, cuja produção começou a ser vendida em Campinas ou São Paulo alguns anos depois. Localizado entre duas antigas fazendas de café e cana (Rio das Pedras e Santa Genebra) o bairro rural que ficou conhecido como Barão Geraldo centralizou-se em torno de uma capela, de um campo de futebol e de diversas vendas - todos vizinhos à Estação - onde seus moradores em convivência, iniciaram a construção de uma identidade local. Com a instalação da fazenda de cana e destilaria da Rhodia em seus arredores, a partir da década de 40, os "baronenses" começaram a lutar pelo "progresso" e pela polêmica elevação do bairro rural a Distrito".
De acordo com a autora Rita Ribeiro, a Fazenda Santa Genebra tornou-se capaz de fundar um futuro distrito por ser modelo no Brasil e no exterior pelas inovações tecnológicas e maquinário avançado, além de possuir uma excelente administração diferenciando-a das outras fazendas. A propriedade não foi importante apenas por causa de sua estação, como pela sua principal característica:
“Destacou-se não apenas por ser, então, uma das maiores da região, mas também por seu pioneirismo marcado por constantes inovações no campo da agricultura”.
A atual Mata de Santa Genebra é elogiada pela preservação dos 251 hectares restantes de Mata Atlântica e pelas pesquisas que visam um maior equilíbrio ecológico, além do fato de que a floresta se tornou refúgio de plantas e animais. “Porém em um modelo norte-americano de preservação da natureza, sem incluir o ser humano no exercício da conservação e manejo. A cerca e o vigia materializam esta condição”.
A proposta de Laís Mourão Sá, doutora em Antropologia pela UnB (Universidade Nacional de Brasília), seria reincluir as populações tradicionais, vizinhas dos parques e regiões florestais, ao invés de expulsá-las de suas terras ou impedi-las de manter contato com as espécies preservadas. Isso poderia contribuir para um cultivo da floresta em harmonia com o ser humano. Seria imprescindível que as pessoas se sentissem pertencentes à história e ao lugar em questão. A Fazenda Santa Genebra também é importante atualmente para a preservação do meio ambiente, assim como para a simbiose entre os humanos e a natureza.
Uma das histórias mais conhecidas do distrito de Barão Geraldo e uma das mais faladas de Campinas é a Lenda do Boi Falô, que teria acontecido justamente na Fazenda Santa Genebra. Na Sexta-Feira Santa de 1888, um escravo teve que atrelar um boi para este fazer o transporte de cereais, porém, o rapaz era religioso, e em dia santo, segundo as tradições católicas, não se trabalha. Por sua vez, o capataz passou a usar violentamente sua chibata, punindo as costas do escravo para fazê-lo trabalhar. Ao ver a cena, o boi teria mugido de maneira ensurdecedora e dito: "Hoje não é dia de trabalhar, é dia do Senhor!". Logo em seguida, o capataz teria saído gritando: “O boi falô! O boi falô!”.
Pelo milagre do boi, a lenda virou festa, inicialmente ocorrida na Escola Estadual Barão Geraldo de Rezende, entre as décadas de 70 e o início da década de 80, sempre no dia 22 de agosto, em comemoração ao dia do Folclore. Os alunos da região encenavam a lenda e confraternizavam na escola. A partir de 1988, a festa passou a acontecer na Sexta-Feira Santa, em via pública e aberta a toda a população. Assim começou a tradição de servir uma macarronada com molho de sardinha aos participantes, costume trazido pelos imigrantes italianos e relembrado na festa por não ser permitido comer carne na Sexta-Feira Santa, feriado religioso.
Em 2017, a Festa do Boi Falô foi realizada na Escola Barão Geraldo de Rezende e reuniu mais de 1,5 mil pessoas. Para a tradicional macarronada, foram preparados 500 quilos de espaguete com 400 quilos de molho de tomate. Texto da Wikipédia.