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sexta-feira, 25 de agosto de 2017
Cinematógrafo - Irmãos Lumière
Cinematógrafo - Irmãos Lumière
Invenção - 1895
O Cinematógrafo é considerado geralmente como um aperfeiçoamento feito pelos irmãos Lumière do Cinetoscópio de Thomas Edison. Terá no entanto sido inventado pelo francês Léon Bouly em 1895. Bouly teria perdido a patente, de novo registada pelos Lumière, a 13 de Fevereiro de 1895.
A invenção do cinematógrafo constitui o marco inicial da história do cinema. Na descrição dos próprios inventores, tal aparelho permite registar uma série de instantâneos fixos, em (fotogramas), criando a ilusão do movimento que durante um certo tempo ocorre diante de uma lente fotográfica e depois reproduzir esse movimento, projetando as imagens animadas sobre um anteparo em tela (ou ecrã como no português lusitano) ou mesmo numa parede. Convencionalmente, a ilusão é produzida pelo fenômeno da retenção retiniana ou, num entendimento mais atual, pelo movimento beta.
O cinematógrafo caracteriza-se por ser um aparelho híbrido, associando as funções de máquina de filmar, de revelação de película e de projecção, ao contrário de outros aparelhos que dele derivaram, como a câmara com funções exclusivas de captação de imagem e o projector de cinema, capaz de reproduzir essas imagens sobre uma superfície branca e lisa. Nele se utiliza o mesmo tipo de película usada por Thomas Edison nalgumas das suas criações.
Os irmãos Lumière aplicaram no seu aparelho um dispositivo de obturação em forma de cruz de malta, usando película perfurada de 35mm com um processo de arrasto que permite que cada fotograma se imobilize por um instante para, como numa máquina fotográfica, ser impressionado; ou iluminado, na função de projector, reflectindo na tela a imagem impressa no fotograma. A primeira demonstração pública do aparelho foi feita numa sala chamada Eden em La Ciotat, no sudeste da França, a 28 de Setembro de 1895. Mais tarde, a 28 de Dezembro do mesmo ano os irmãos organizaram em Paris, no Grand Café, avenida dos Capucines, a primeira exibição comercial do cinematógrafo. A máquina não foi comercializada pelos seus criadores e cedo surgiram, tanto na França como na Inglaterra, nos E.U.A. e noutros países, réplicas do invento.
Os irmãos Lumière produziram entretanto inúmeros filmes documentários, formando para isso equipes de operadores que correram meio mundo. Georges Méliès, também francês, cobiçou-lhes o invento, que pretendia usar nas suas sessões públicas do Théatre Robert Houdin, em Paris, mas eles recusaram vender-lho, argumentando que o aparelho não se destinava a fins comerciais. Méliès deslocou-se então a Londres onde conseguiu adquirir a Robert William Paul, industrial e inventor, um aparelho cinematográfico que adaptou às suas necessidades, começando a filmar ao jeito dos Lumière. Mas, coisa inevitável, começou a servir-se dele para criar fantasias, inventando assim, com grande sucesso, o cinema de ficção.
Desenvolvido pelos irmãos franceses Auguste e Louis Lumière e apresentado ao público em 1895, o cinematógrafo era uma máquina a manivela que permitia captar as imagens, revelar o filme e, depois, também projetá-lo em uma tela. Era portátil (pesava menos de 5 kg) e não usava eletricidade. Essa versatilidade foi uma das características que ajudaram a defini-lo como o marco zero do cinema, mesmo em meio a tantos outros aparelhos parecidos que surgiram na época. O cinetoscópio, inventado pelo norte-americano Thomas Edison, por exemplo, permitia que apenas uma pessoa assistisse às imagens em movimento, por um pequeno visor no aparelho.
Equipamento era simples, mas muito eficiente:
1. O cinematógrafo era apoiado em um tripé para garantir a estabilidade durante a filmagem. Ele não possuía um visor. O enquadramento era feito pouco antes do instante da gravação, com o aparelho aberto e o cinegrafista olhando diretamente através da janelinha (a objetiva)
2. Na caixinha menor superior era alocado o rolo de filme virgem, com 35 mm de largura e 17 m de comprimento (medidas que, depois, se tornariam o padrão da indústria). Os furos nas laterais demarcavam os frames e engatavam o filme em pinos acionados pela manivela
3. Além de “puxar” o filme para dentro do sistema, expondo-o à sensibilização diante da entrada de luz, a manivela também acionava um “leque” giratório que cobria temporariamente essa abertura, servindo como uma espécie de obturador
4. O ritmo era essencial: a cada segundo, o cinegrafista devia completar duas voltas na manivela. Isso garantia que, por exatos 16 frames, o filme tinha o tempo de exposição necessário para registrar a imagem. Aí, o mecanismo recolhia a película em outro compartimento, escuro e protegido. (Também dava para copiar um filme, correndo o negativo em paralelo com um filme virgem)
5. A película usada pelos Lumière era bastante sensível à luz, o que tornava tanto o processo de captura quanto o de revelação bastante rápidos. Assim, era possível gravar e exibir um filme no mesmo dia! Para a projeção, o cinematógrafo era aberto e passava por uma readaptação bastante simples
6. O filme revelado era devolvido à caixinha superior. A lente de pouca abertura usada para a gravação era trocada por uma maior, que ampliava as imagens. Uma fonte de luz, posicionada atrás da máquina aberta, enviava as imagens para a tela branca. Aí, bastava rodar a mesma manivela no mesmo ritmo do registro.
Na década de 1880, vários experimentos com imagens fotográficas indicavam a possibilidade de criação de uma nova arte: o cinema. Em várias regiões do mundo, inventores já conseguiam desenvolver máquinas que tiravam fotos em sequência que, ao serem expostas rapidamente, davam a impressão de movimento. Entre os pioneiros dessa ideia estavam os obstinados irmãos franceses Louis e Auguste Lumière.
No dia 22 de março de 1895, organizaram um evento nas dependências da Sociedade Francesa em que projetaram para uma pequena plateia o filme “A Saída dos Operários da Fábrica Lumière”. Apesar de ser uma curta apresentação de sessenta segundos, a primeira “produção cinematográfica” dos irmãos foi seguidamente exibida em diversas reuniões públicas, até chegar ao grande público em dezembro daquele mesmo ano.
Nesse primeiro instante, a tecnologia cinematográfica se limitava a registrar breves cenas do cotidiano. Contudo, logo em seguida, apareceram os primeiros enredos que tratariam de temáticas históricas e sentimentais. Sem poder reproduzir som junto à imagem, as primeiras exibições eram reconhecidas pelos gestos exagerados dos atores e o uso de acompanhamento instrumental ao vivo.
Como bem sabemos, esses seriam apenas as primeiras conquistas de uma indústria que se tornaria extremamente atrativa e rentável. No ano de 1911, foi construído na Califórnia, Estados Unidos, um espaço dedicado exclusivamente à produção de filmes. Em poucas décadas, esse espaço conhecido como Hollywood tornou-se conhecido como o mais promissor representante dos estúdios dedicados à arte cinematográfica.
Contudo, qual seria o destino da máquina que, pela primeira vez, exibiu uma sequência de imagens que daria origem ao cinema? Inspirados pelo kinetoscópio, invenção de Thomas Edison e William Dickinson, os irmãos Lumière fabricaram um primeiro modelo experimental do cinematógrafo, em 1894. Nessa primeira versão, o tempo de projeção de imagens era de apenas dezesseis quadros por segundo.
Após alguns ajustes, conseguiram aumentar o tempo das gravações e ampliaram a capacidade de projetar luz de seu cinematógrafo. Dessa maneira, o equipamento passou a ter maior funcionalidade e pôde ganhar uma patente exclusiva. Para tanto, realizaram a fabricação de outros modelos semelhantes que comprovariam a autoria do invento dos irmãos.
Ainda hoje, alguns dos exemplares dos primeiros cinematógrafos se encontram muito bem alojados no Instituto Lumière, localizado na cidade de Lyon, França. Segundo o curador desse inestimável material histórico, o cinematógrafo dos irmãos se encontra em perfeito estado de conservação e uso. Entretanto, os responsáveis pelo material preferem deixá-los intactos por causa de seu valor incalculável.
No final do século 19, o cinema ainda ensaiava seus primeiros passos. Em todo o mundo, vários inventores projetavam aparelhos capazes de fotografar sequências de imagens que, quando projetadas, causavam a impressão de movimento. Dois desses pioneiros foram os irmãos franceses Auguste (1862-1954) e Louis (1864–1948) Lumière. Foi deles a idéia de uma exibição realizada no dia 22 de março de 1895, na sede da Sociedade Francesa para o Incentivo à Indústria, em Paris.
Diante de uma pequena plateia, eles projetaram o filme A Saída dos Operários da Fábrica Lumière, com apenas 1 minuto de duração. Exibida em várias ocasiões nos meses seguintes, a película chegou ao grande público em 28 de dezembro do mesmo ano.
A sequência de imagens foi capturada e exibida pelo cinematógrafo dos irmãos Lumière, que levaram a fama pelo pioneirismo na indústria cinematográfica – embora tenham buscado inspiração no kinetoscópio, aparelho similar produzido por Thomas Edison e William Dickson e patenteado em 1891 nos Estados Unidos.
O primeiro protótipo da máquina de Auguste e Louis foi criado em 1894. O invento consiste de uma câmera que fotografa e projeta as imagens em uma velocidade de 16 quadros por segundo – contra 40 a 48 quadros por segundo do kinetoscópio de Edison e Dickson (o que torna a ação mais natural). Algumas melhorias em relação à criação dos americanos, como a possibilidade de filmagens mais longas e projeção com mais luminosidade, fizeram com que o cinematógrafo ganhasse mais notoriedade.
“O mecanismo de funcionamento desses primeiros aparelhos dos Lumière foi usado na obtenção da patente do cinematógrafo, em 13 de fevereiro de 1895”, diz Jean-Marc Lamotte, responsável pelo patrimônio do Instituto Lumière, que fica em Lyon, na França.
O protótipo do cinematógrafo, segundo Jean-Marc, foi mantido com Louis Lumière até sua morte, em 1948. A família então guardou a invenção até 1994, quando foi doada à coleção do museu do Instituto Lumière. Além do protótipo, o museu também guarda o primeiro cinematógrafo fabricado em série, usado nas exibições públicas pioneiras.
Bem conservados, os aparelhos poderiam ser colocados a qualquer momento para funcionar. Mas isso não está nos planos do Instituto. “Devido ao inestimável valor histórico dessas peças, preferimos deixá-las atrás de uma vitrine, fora de operação”, diz Lamotte.
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