terça-feira, 28 de maio de 2019

Volkswagen Gol GTI 16V, Brasil






Volkswagen Gol GTI 16V, Brasil
Fotografia

Quando a segunda geração do Gol surgiu, em meados de 1994, o contraste com a anterior, de linhas retas, fez com que ganhasse o apelido de Bolinha. A ansiedade agora era saber como ficariam as versões nervosas, que desde 1988 disputavam o título de melhor esportivo nacional. 

O GTS não veio, mas o GTI deu as caras em novembro: com 0,95 g de aceleração lateral, virou o campeão de estabilidade entre os nacionais, mas seu brilho foi ofuscado pelo novato Corsa GSi. Com um 1.6 16V importado da Hungria, o Chevrolet andava mais, gastava menos e freava melhor, graças ao ABS. 

Mas a VW preparava a resposta. 

O GTI 16V chegou no fim de 1995, com motor importado da Alemanha. 

A arquitetura era a do AP 2.0 de 109 cv, mas o bloco era mais alto para acomodar as bielas 15 mm maiores, que reduziam a aspereza em alto giro. 

Com 141 cv, o motor entregou muito mais potência e refinamento: era apoiado em coxins hidráulicos e o torque de 17,8 mkgf era contido por longarinas reforçadas e uma transmissão superdimensionada, vinda do Audi A4. 

A embreagem hidráulica colocava um fim no velho endurecimento progressivo do pedal. 

Bom de giro, o motor alemão brilhava acima de 3.500 rpm e chegava ao limite de rotação sem muito esforço, bem diferente do GTI 8V, que apesar do generoso torque em baixas rotações apagava acima dos 5.000 rpm – não era fácil arrancar com o 16V sem deixar rastro de borracha no asfalto. 

O ganho no 0 a 100 km/h, no entanto, foi menor do que se esperava: 10,21 segundos, 1 segundo a menos que o 8V. 

Mas os 32 cv a mais fizeram a diferença na máxima, que saltou de 185 km/h para expressivos 203,2 km/h. 

Os freios eram a disco, mas o ABS ainda era opcional. 

A suspensão recalibrada, as rodas aro 15 e o pneu de perfil 50 sacrificavam o conforto, mas a barra estabilizadora atrás diminuía a aderência (0,93 g), em prol de um comportamento arisco. 

Era fácil provocar a saída de traseira para aplicar o contra-esterço, acelerando fundo nas saídas de curva. 

Diversão pura. 

Por fora, o destaque eram os novos apêndices aerodinâmicos e a bolha no capô, indispensável para acomodar o motor mais alto. 

No interior, a novidade era a presença de um subwoofer, com opção de CD player e revestimento dos bancos de couro bicolor, como o GTI 16V das fotos, do empresário Fabrício Soares, que sonhou com o esportivo desde o lançamento: ”Levei dez anos para encontrar um igual ao publicado na QUATRO RODAS de setembro de 1995”.

Ele dava um banho de desempenho até no Golf, mas a importação da quarta geração do hatch médio alemão acabou com o reinado do brasileiro em 1998. 

O golpe de misericórdia veio na terceira geração: o GTI 16V perdeu a bolha no capô e o acabamento esportivo era oferecido até com motor 1.0. Caro e sem personalidade, saiu de linha em 2000.


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