terça-feira, 26 de novembro de 2019

Encouraçado Aquidabã, Marinha do Brasil, Rio de Janeiro, Brasil







Encouraçado Aquidabã, Marinha do Brasil, Rio de Janeiro, Brasil 
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia




Construído na Inglaterra em 1885, o "AQUIDABÃ "era classificado como encouraçado de Esquadra, por ser o navio mais importante da Marinha na época em que foi comprado. Tecnicamente era considerado um dos mais avançados da época. Possuía as seguintes características: Comprimento: 85,40 metros | Boca: 15,84 metros | Deslocamento: 5029 toneladas | Calado: 5,48 metros | Velocidade máxima: 15 nós | Máquinas: 6200 HP (à vapor).
Armamento: quatro canhões de retrocarga de 9 polegadas, em duas torres duplas dispostas diagonalmente, uma a boreste e outra a bombordo; quatro canhões de 5 polegadas no convés superior; 15 metralhadoras e cinco tubos para lançamento de torpedos.
Como a sua couraça não protegia igualmente todo o navio, chegou a ser apelidado de Encouraçado de Papelão pelo seu primeiro comandante, o então, Capitão-de-Mar-e-Guerra Custódio de Mello.
Em novembro de 1891, o "AQUIDABÃ" cumpriu um papel decisivo na reação à tentativa de golpe de estado contra o Marechal Deodoro. Foi de um de seus canhões que saiu o tiro de advertência à Esquadra de São Bento, chegando a danificar a cúpula da igreja da Candelária no Rio de Janeiro. O encouraçado atingiu o ápice de sua carreira em 1893, no início da Revolta da Armada, quando abrigou a bordo o Almirante Custódio de Mello, chefe de uma rebelião contra o governo do Marechal Floriano Peixoto. O navio cruzou três vezes a Baía de Guanabara, resistindo à artilharia da costa e, ainda por cima, levando a bordo o oficial que o chamara de Encouraçado de Papelão. A partir daí, seu apelido passaria a ser Casaca de Ferro.
Durante a Revolta da Armada, numa batalha com os navios do Governo, foi torpedeado, a 16 de abril de 1894, em Anhatomirim, pelo contratorpedeiro Gustavo Sampaio, quando afundou parcialmente; depois foi posto a flutuar e levado ao Rio de Janeiro para reparos superficiais. Em seguida rumou para a Europa, onde foi levado para a Alemanha para sofrer as recuperações necessárias no casco e máquinas e na artilharia na Inglaterra. Somente em 1897 o navio voltaria a navegar, com um armamento ainda mais poderoso.
Algum tempo depois o "AQUIDABÃ" retornaria ao estaleiro para ser transformado em embarcação para experiências de transmissão de telégrafo sem fio. As mudanças foram, basicamente, a retirada dos dois mastros militares (instalados durante a reforma) e dos tubos de torpedo acima da linha d'água e a instalação de um mastro para a transmissão de dados telegráficos.
Em 21 de janeiro de 1906, fundeado na Baía de Jacuacanga, em Angra dos Reis (figura abaixo), junto com os Cruzadores Barroso e Tamandaré, o "AQUIDABÃ", após violenta explosão, afundou quando faltavam poucos minutos para as 11 horas da noite. Por algum motivo que até hoje se desconhece, o "AQUIDABÃ" transformou-se numa enorme bola de fogo e partiu-se ao meio, levando para o fundo do mar 212 homens de sua tripulação, inclusive parte da comitiva ministerial que procedia a estudos sobre o novo porto militar, seu comandante, e grande parte da sua oficialidade. Salvaram-se 98 pessoas. A bordo do Cruzador Barroso, o então Ministro da Marinha, Júlio Cesar de Noronha, viu explodir o encouraçado, a pouca distância, estando entre as vítimas, o seu filho, Guarda-Marinha Mário de Noronha e um sobrinho, o Capitão-Tenente Henrique de Noronha. A história da catástrofe logo se espalhou, virando manchete nos principais jornais de todo o mundo.
Hoje, os destroços do "Tigre de Aço", como foi finalmente apelidado, repousam a uma profundidade entre 10 e 18 metros, ao largo do monumento inaugurado na Ponta do Pasto (1913) em homenagem às vítimas da tragédia. A visibilidade no local não ultrapassa os 2 metros, ficando muito turva abaixo dos 10 metros.

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