Origens do Bairro do Brás, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia
Uma das mais
tradicionais regiões da cidade de São Paulo, o bairro do Brás, possui
referências que remontam ao século XVIII. Nos registros oficiais, o nome Brás aparece
quando foi pedida a edificação de uma capela em homenagem ao Senhor Bom Jesus
do Matosinho, em uma chácara de José Braz, escrito dessa forma, com “z”.
Esse
personagem, aliás, possui referências em atas da Câmara dos Vereadores do
ano de 1769, quando várias petições foram despachadas em seu nome. A chácara,
que ficava a margem de uma estrada, era conhecida como “Caminhos do José
Braz”. No dia 8 de junho de 1818, o Brás foi alçado à categoria de freguesia e
a igreja construída por José Braz tornou-se a sua matriz: nascia o bairro do
Brás.
Anos mais
tarde, essa região seria conhecida como a Rua do Braz e, hoje, carrega o nome
de Avenida Rangel Pestana. Nessa época, a cidade de São Paulo não possuía
mais do que 30 ruas e, por ser uma cidade muito pacata e tranquila, foi
escolhida em 11 de agosto de 1827, junto com a cidade de Olinda (Pernambuco),
para sediar uma grande Academia de Direito. Além disso, nas imediações do
Brás existiam várias chácaras de famílias ricas da época, como a do engenheiro Carlos Bresser e a chácara do
Ferrão, que pertencera à Marquesa de Santos.
Foi no Brás
que surgiu a famosa Hospedaria dos Imigrantes, que
servia de abrigo aos estrangeiros que desembarcavam em Santos e eram
encaminhados, de trem, para o abrigo de onde partiam para as lavouras de café
no interior do Estado. Entretanto, muitos imigrantes preferiram ficar na
capital, o que transformou o bairro em um local onde a influência italiana se
fez sentir de maneira mais aguda.
Vale o
destaque que, em 1903, uma nova e maior igreja do Senhor Bom Jesus de
Matosinhos foi inaugurada. A antiga, construída por José Braz e reformada em
1803 por José Corrêa de Morais, acabou demolida no ano seguinte.
A partir de
então, as fábricas se juntaram ao café e o bairro começou a crescer. Os
italianos montaram suas pequenas manufaturas e o progresso chegou depressa.
Em 1886, o
bairro tinha 6 mil habitantes e, em sete anos, esse número quintuplicou. Vale o
destaque que o Brás era uma “pequena Itália” perdida em São Paulo. O
desenvolvimento, devido ao tamanho que o bairro estava tomando, era inevitável
e a construção do Metrô na década de 1970 modificou a paisagem do lugar. Mais
de 900 imóveis tiveram que ser demolidos e, posteriormente, prédios foram
erguidos perto do Metrô.
O segmento de
confecção despontou na região nos anos 70 e, nos dias de hoje, o Brás já nem se
parece com o que existia no século XVIII. Uma das poucas tradições da região
que ainda permanece viva é a festa de São Vito, comemorada nas ruas
do bairro desde sua criação em 1919.


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