domingo, 10 de novembro de 2019

Origens do Cemitério da Consolação, São Paulo, Brasil


Origens do Cemitério da Consolação, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Acervo IMS
Fotografia



Apesar de inaugurado no dia 15 de agosto de 1858, podemos dizer que a história do cemitério da Consolação é mais antiga, remontando mesmo ao ano de 1829, época em que o vereador Joaquim Antonio Alves Alvim defendeu, pela primeira vez, a construção de um cemitério público na cidade.
Até então, a prática vigente preconizava que os corpos deveriam ser sepultados em solo sagrado, no interior das igrejas, pois entendia-se que a proximidade com os santos poderia auxiliar a entrada da alma no Paraíso.
Desde finais do século XVIII tal costume já estava sendo condenado pelos higienistas, que diziam ser este um hábito perigoso à saúde. A presença constante de epidemias na cidade, que resultava numa contínua manipulação dos restos mortais no interior das igrejas, produzia os temidos miasmas (mau cheiro), estes tidos como a grande causa das doenças no período pré-microbiano.
Tendo em vista o fato de envolver crenças religiosas arraigadas, os debates a respeito dos sepultamentos foram intensos, tendo perdurado por cerca de 30 anos desde aquela proposta do vereador Alvim. Nesse período, a ideia de se construir um cemitério público sofreria algumas alterações: a princípio ele deveria ser edificado ao lado da igreja da Consolação, e isso conforme opinião do engenheiro Carlos Rath e dos médicos Líbero Badaró e Cândido Gonçalves Gomide; posteriormente, ele seria deslocado para o bairro da Luz (em 1832) e para o bairro depois conhecido como Campos Elíseos (em 1854).
Em 1855, o mesmo Carlos Rath elabora um novo estudo e indica que o melhor local para a construção do cemitério público paulistano seria os altos da Consolação. Um amplo estudo precedeu esta decisão do engenheiro, que levou em conta a elevada altitude da região, a direção dos ventos dominantes, a qualidade do solo e a sua “grande distância” da cidade.
Parte das terras era de domínio público, nas margens da antiga Estrada dos Pinheiros, e parte pertencia a Marciano Pires de Oliveira, proprietário de uma grande chácara no local. Iniciadas as obras em 1855, já no ano seguinte a Câmara Municipal adquire parte da chácara de Marciano pelo valor de 200$000 (Duzentos mil) Réis.

Nenhum comentário:

Postar um comentário