Theatro da Paz, Belém, Pará, Brasil - George Huebner (Atribuída)
Belém - PA
Fotografia - Cartão Postal
O Theatro
da Paz é um teatro brasileiro localizado na cidade de Belém, no estado do Pará, inaugurado em 15 de fevereiro de 1878. Sua construção
possui linhas neoclássicas e foi
construído no período áureo da exploração da borracha na Amazônia. É considerado um teatros-monumento segundo
o IPHAN.
O nome inicial
do teatro seria "Teatro de Nossa Senhora", sugerido pelo então bispo
Dom Antônio de Macedo Costa,
que lançara a pedra fundamental do edifício em 3 de março de 1869.
Posteriormente, antes da inauguração, o próprio bispo decidiu trocar o nome
para "Teatro da Paz", pois dar o nome de Nossa Senhora lhe seria
indigno, visto que o local abrigaria "apresentações mundanas". O nome
definitivo é uma alusão ao fim da Guerra do Paraguai.
Para o
lançamento oficial do teatro, foi encenada a produção do dramaturgo
francês Adolphe d'Ennery, As
duas órfãs, pela companhia do pernambucano Vicente Pontes de Oliveira.
O autor do
projeto foi o engenheiro pernambucano José Tibúrcio Pereira Magalhães. Foi construído por
Calandrine de Chermont com pequenas alterações introduzidas pela repartição de
Obras Públicas. Ficou pronto em 1874 mas, devido a denúncias contra os
construtores, um inquérito foi aberto e o teatro só foi inaugurado após a sua
conclusão.
Com o drama
de Adolphe d'Ennery, As duas órfãs, no dia 15 de fevereiro de 1878,
o Teatro da Paz foi aberto ao público, ao som da orquestra sinfônica do maestro Francisco Libânio Collas. O espetáculo foi
organizado pela companhia de Vicente Pontes de Oliveira. O contrato durou cinco
anos e fez de Vicente Oliveira o encarregado pela iluminação, decoração, coreografia e acessórios de cena no teatro, além de
organizador das apresentações que se seguiram.
O teatro
sofreu alterações na sua fachada, após a grande reforma de 1904. Foi retirada
uma coluna do pátio frontal superior do Teatro, que era em número de 7, o que
feria os preceitos arquitetônicos do período neoclássico, que pede número par
de colunas em frontarias. Cobrado pela Sociedade Artística Internacional, que
mantinha o Teatro, o Governador da época Augusto Montenegro mandou
demolir a fachada, que era um pátio coberto, e reconstruí-la recuando a fachada
e retirando uma coluna, e no vácuo que ficou a mostra, antes preenchido por
pequenas janelas, mandou botar bustos simbolizando as artes: Dança, Poesia,
Música e Tragédia, e ao centro o brasão de armas do estado do Pará, para
fortalecer a simbologia republicana que estava enfim instaurada. Entretanto,
suas linhas arquitetônicas gerais foram mantidas.
O Teatro da
Paz, no dizer de Leandro Tocantins, "é um monumento neoclássico por
excelência". Nas laterais, pátios cercados de colunas, escadas que dão
acesso à Praça da República.
Poltronas de palhinhas, (não de almofada), seguindo o formato de ferradura. No
saguão, há dois bustos talhados em mármore de Carrara: José de Alencar e Gonçalves Dias, introdutores do indianismo no Brasil. No salão nobre, ao lado de espelhos de cristal, estão os bustos dos maestros Carlos Gomes e Henrique Gurjão.
Ali Carlos
Gomes encenou sua mais famosa ópera, O Guarani, e a bailarina russa, Ana Pavlova, passou com suas sapatilhas. O
decorador desse cenário privilegiado foi o italiano Domenico de Angelis que,
posteriormente, decorou o Teatro Amazonas, de Manaus. Ele foi também o autor do belo painel representando
os deuses gregos, Apolo e Diana, no cenário amazônico que fica no teto da sala de
espetáculos.
Durante
a Ciclo da Borracha, as mais
famosas companhias líricas se apresentaram ali. Com o declínio da borracha, o
Teatro da Paz passou por grandes dificuldades. Sem apresentações, estava quase
sempre fechado, e as restaurações não eram suficientes para lhe garantir um bom
funcionamento.

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