segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Theatro da Paz, Belém, Pará, Brasil - George Huebner (Atribuída)


Theatro da Paz, Belém, Pará, Brasil - George Huebner (Atribuída) 
Belém - PA
Fotografia - Cartão Postal


O Theatro da Paz é um teatro brasileiro localizado na cidade de Belém, no estado do Pará, inaugurado em 15 de fevereiro de 1878. Sua construção possui linhas neoclássicas e foi construído no período áureo da exploração da borracha na Amazônia. É considerado um teatros-monumento segundo o IPHAN.
O nome inicial do teatro seria "Teatro de Nossa Senhora", sugerido pelo então bispo Dom Antônio de Macedo Costa, que lançara a pedra fundamental do edifício em 3 de março de 1869. Posteriormente, antes da inauguração, o próprio bispo decidiu trocar o nome para "Teatro da Paz", pois dar o nome de Nossa Senhora lhe seria indigno, visto que o local abrigaria "apresentações mundanas". O nome definitivo é uma alusão ao fim da Guerra do Paraguai.
Para o lançamento oficial do teatro, foi encenada a produção do dramaturgo francês Adolphe d'Ennery, As duas órfãs, pela companhia do pernambucano Vicente Pontes de Oliveira.
O autor do projeto foi o engenheiro pernambucano José Tibúrcio Pereira Magalhães. Foi construído por Calandrine de Chermont com pequenas alterações introduzidas pela repartição de Obras Públicas. Ficou pronto em 1874 mas, devido a denúncias contra os construtores, um inquérito foi aberto e o teatro só foi inaugurado após a sua conclusão.
Com o drama de Adolphe d'EnneryAs duas órfãs, no dia 15 de fevereiro de 1878, o Teatro da Paz foi aberto ao público, ao som da orquestra sinfônica do maestro Francisco Libânio Collas. O espetáculo foi organizado pela companhia de Vicente Pontes de Oliveira. O contrato durou cinco anos e fez de Vicente Oliveira o encarregado pela iluminaçãodecoraçãocoreografia e acessórios de cena no teatro, além de organizador das apresentações que se seguiram.
O teatro sofreu alterações na sua fachada, após a grande reforma de 1904. Foi retirada uma coluna do pátio frontal superior do Teatro, que era em número de 7, o que feria os preceitos arquitetônicos do período neoclássico, que pede número par de colunas em frontarias. Cobrado pela Sociedade Artística Internacional, que mantinha o Teatro, o Governador da época Augusto Montenegro mandou demolir a fachada, que era um pátio coberto, e reconstruí-la recuando a fachada e retirando uma coluna, e no vácuo que ficou a mostra, antes preenchido por pequenas janelas, mandou botar bustos simbolizando as artes: Dança, Poesia, Música e Tragédia, e ao centro o brasão de armas do estado do Pará, para fortalecer a simbologia republicana que estava enfim instaurada. Entretanto, suas linhas arquitetônicas gerais foram mantidas.
O Teatro da Paz, no dizer de Leandro Tocantins, "é um monumento neoclássico por excelência". Nas laterais, pátios cercados de colunas, escadas que dão acesso à Praça da República. Poltronas de palhinhas, (não de almofada), seguindo o formato de ferradura. No saguão, há dois bustos talhados em mármore de CarraraJosé de Alencar e Gonçalves Dias, introdutores do indianismo no Brasil. No salão nobre, ao lado de espelhos de cristal, estão os bustos dos maestros Carlos Gomes e Henrique Gurjão.
Ali Carlos Gomes encenou sua mais famosa ópera, O Guarani, e a bailarina russaAna Pavlova, passou com suas sapatilhas. O decorador desse cenário privilegiado foi o italiano Domenico de Angelis que, posteriormente, decorou o Teatro Amazonas, de Manaus. Ele foi também o autor do belo painel representando os deuses gregosApolo e Diana, no cenário amazônico que fica no teto da sala de espetáculos.
Durante a Ciclo da Borracha, as mais famosas companhias líricas se apresentaram ali. Com o declínio da borracha, o Teatro da Paz passou por grandes dificuldades. Sem apresentações, estava quase sempre fechado, e as restaurações não eram suficientes para lhe garantir um bom funcionamento.

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