domingo, 24 de novembro de 2019

Virado à Paulista, São Paulo, Brasil


Virado à Paulista, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Culinária



Calcula-se que 500 000 virados à paulista sejam servidos, toda semana, principalmente às segundas-feiras, nos restaurantes da capital de São Paulo. O prato, cuja receita foi documentada pela primeira vez em 1602, surgiu com os primeiros bandeirantes paulistas, possuindo mais de 400 anos de história. Nas viagens dos bandeirantes, era preciso um alimento que fosse facilmente transportável e que pudesse ser consumido no dia seguinte, frio.
Não nasceu planejado, mas da necessidade de durabilidade para aquelas viagens tão longínquas. A receita original continha apenas uma pasta de feijão (tutu), farinha de milho e pedaços de toucinho, no princípio eles eram "misturados" ou seja "revirados".
O prato é pai da culinária caipira e um dos mais antigos da culinária paulista e caipira.
No ano de 2018, a receita do Virado a Paulista foi declarado patrimônio imaterial de todo o estado de São Paulo.
Os bandeirantes levaram o virado para Minas Gerais, onde o prato se converteu no "tutu à mineira". O Estado vizinho ainda era região a desbravar pelos paulistas quando isso aconteceu. Portanto, a receita mineira tem origem direta no prato paulista. Mas com algumas pequenas diferenças, o virado mineiro leva o tutu, também tipicamente paulista, que é um tipo feijão moído, não em grãos, como o virado paulista.
Ingredientes:
A receita é preparada com feijão já cozido refogado em cebola, alho e gordura; acrescenta-se sal e um pouco do próprio caldo do feijão ou de água; no feijão acrescenta-se farinha de milho ou de mandioca; serve-se acompanhado de bisteca ou costeleta suína frita; linguiça frita; banana empanada e frita; ovo estrelado; couve cortada em tiras e refogada na gordura; torresmo feito na hora, ruidosamente crocante; e arroz. Na prática, o virado é uma refeição completa.
A mais antiga referência documental ao virado data de 1602, quando o bandeirante Nicolau Barreto realizou a famosa expedição aos atuais territórios do Paraguai, Bolívia e Peru. Também conta-se que dom Pedro I, na viagem do Rio de Janeiro a São Paulo, na qual deu o Grito do Ipiranga, comeu virado a 17 de agosto de 1822 na Fazenda Pau d’Alho, de São José do Barreiro, Vale do Paraíba.
Atualmente existem variantes do virado à paulista que tornaram-se diferentes pratos: feijão tropeiro também típico de São Paulo, e o tutu à mineira.
No interior de Santa Catarina e Paraná também há vertentes do virado à paulista, combinando o prato com feijão preto, farinha de milho, e até com repolho cozido.

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