Volkswagen Virtus Highline 200 TSI 2018, Brasil
Fotografia
O histórico da
Volkswagen no segmento de sedãs intermediários – entre os compactos e os médios
– é dúbio. A geração anterior do Polo
brasileiro (lançada em 2002 e extinta em 2014) ganhou fama
de ótimo carro, mas nunca vendeu tanto quanto o esperado.
No caso do
sedã, uma das razões foi o fato de que ele tinha os mesmos 246 cm entre os
eixos do hatch. Ou seja: custava quase tanto quanto um sedã médio, mas oferecia
menos espaço, apesar do refinamento e da fartura de equipamentos.
Ainda que a
duras penas, a Volkswagen parece ter aprendido a lição.
Para começar,
adotou uma estratégia diferente da Fiat ao esticar o seu hatch. Em vez de
manter o entre-eixos e adaptar portas traseiras, teto e porta-malas,
engenheiros e designers alemães e brasileiros se valeram da modularidade da
plataforma MQB e alteraram também o entre-eixos (de 256 cm para 265 cm).
Com 448 cm de
comprimento, 175 cm de largura e 147 cm de altura, o Virtus impressiona pelo
porte quando comparado a rivais veteranos, como Hyundai HB20S (423 x 168 x 147
cm) e Prisma (428 x 170 x 147 cm), e novos como o recém-lançado Fiat Cronos
(436 x 172 x 151 cm).
O teste foi
feito com a versão topo de linha, Highline, de R$ 79.990. Com o preço oficial,
vem à tona o primeiro ponto fraco: ele revela um valor R$ 10.800 mais alto do
que o Polo Highline – e ambos têm basicamente o mesmo conteúdo.
Na versão
Comfortline, a diferença cai para ainda salgados R$ 8.300 e para aceitáveis R$
5.000 na configuração de entrada, 1.6 com câmbio manual. O Cronos, por seu
lado, terá diferenças de preços menores – cerca de R$ 4 mil a mais que o hatch.
Se você se
encantou pelo Virtus das fotos, vale o aviso: completo, com pintura metálica,
painel digital, rodas aro 17, couro, tela de 8 polegadas e outros itens
menores, o preço chega a R$ 87.040.
As versões
Highline e Comfortline (R$ 73.490) são equipados com o motor 1.0 TSI de três
cilindros, numa configuração um pouco diferente da que equipa Up! e Golf por
aqui – são 128 cavalos com etanol, contra 125 cv do Golf e 105 cv do Up!. O
câmbio é sempre automático de seis marchas.
Com medidas
generosas, o Virtus é um carro de presença. E, especialmente na versão Highline
completa, o interior também é de encher os olhos. Assim como no Polo, o
acabamento tem materiais simples, mas construção elogiável.
O motorista
tem a seu dispor volante, banco e retrovisores com grande amplitude e
facilidade de ajuste, o que permite o uso compartilhado por pessoas de
estaturas bem diferentes. Mas conforto de verdade tem quem viaja no banco
traseiro.
Ainda que os
dianteiros estejam totalmente recuados, as pernas não são espremidas. O espaço
para cabeça e na altura dos ombros e cotovelos também é bom. Melhor que isso,
só se o assoalho fosse plano na região central, como no Honda City – que também
briga entre os sedãs compactos e que acaba de receber um facelift.
O porta-malas,
com 521 litros, está entre os maiores do segmento. Bastante ampla, a boca do
compartimento facilita a acomodação de objetos volumosos. Se estiver equipado
com a prancha (opcional), que permite a elevação do fundo, melhor ainda.
Ao volante, a
sensação de solidez estrutural típica dos VW se repete. A novidade é a maciez
da suspensão, já notada no Polo, muito embora a melhor distribuição de massa do
sedã tenha atenuado a forte tendência de saídas de frente.
O motor 1.0
TSI, com até 128 cv e 20,4 mkgf a 2.000 rpm, é bem adequado para o porte do
carro. Os números de pista corroboram: sempre com gasolina, o Virtus acelerou
de 0 a 100 km/h em 10,1 s, mais rápido que o Polo com o mesmo conjunto mecânico
(10,6 s).
As retomadas
também foram levemente mais rápidas, enquanto o consumo diminuiu – o rodoviário
foi de 17,6 km/l, bem melhor que os 14,3 km/l do hatch.
Nas frenagens,
os discos sólidos no eixo traseiro (Cronos, Etios, Prisma e HB20 possuem
tambores) garantiram marcas ótimas na frenagem de 120 km/h a 0 (60,6 m), mas
apenas medianas em velocidades mais baixas (18,7 m a partir de 60 km/h e 28,7 m
a partir dos 80 km/h).










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