Usina Elevatória de Traição, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia
Os rios Tietê e Pinheiros são muito bem conhecidos em toda São
Paulo, até mesmo quem não mora na cidade, já os viu ou ouviu falar deles, que
além de serem rios, dão nomes aos principais acessos da cidade, a Marginal Pinheiros
e a Marginal Tietê.
A Usina Elevatória de Traição, foi inaugurada em 1940, e tinha
como principal objetivo alterar o curso dos rios Tietê e Pinheiros, levando-os
até a elevatória de Pedreira, que por fim, os deixa no Reservatório Billings.
A São Paulo das décadas de 1920 e 1930, era muito
diferente do que é hoje, a bela construção, que representa um marco
deixado pela canadense Light, ficava numa área até então afastada do centro
urbano, e que hoje, é uma das mais valorizadas de todo o município.
Naquele momento, em meados do século XX, São Paulo crescia
exponencialmente, e ganhava também muitas indústrias, por isso, precisava de
mais energia elétrica. A The São Paulo Tramway Light & Power, ou
simplesmente, Light, que tinha capital canadense e já operava os bondes da
cidade, era também a responsável por gerar energia para a capital, propôs
implantar um sistema que aproveitasse o potencial hídrico do planalto paulista,
aliado ao desnível de mais de 700 metros para a baixada santista, construindo
uma hidrelétrica.
Este projeto foi conhecido nos anos de 1920, como Projeto
Serra, e trouxe uma dramática alteração hidrográfica, incluindo a implantação
das Represas Billings e Rio das Pedras, a reversão do fluxo das águas, e
retificação do Rio Pinheiros.
A Usina Elevatória de Traição foi a primeira entrega do
projeto, além de reverter o curso das águas dos rios Tietê e Pinheiros, ela tem
capacidade para bombear até 280 metros cúbicos de água por segundo. São quatro
unidades reversíveis, que funcionam tanto como bombas, quanto podem gerar
energia.
Na usina elevatória de Traição, a elevação das águas é de 5
metros. Na geração de energia, reverter o fluxo do rio, tinha como proposição
manter o nível de água nos reservatórios Rio das Pedras e Billings, e assim,
garantir o funcionamento da Usina Henry Borden.
Originalmente, a Usina Elevatória de Traição foi chamada de
Casa de Bombas de Traição e também de Estação de Recalque de Traição. É uma
barragem, com um edifício operacional em cima, ou seja, é dali mesmo que ela é
acionada.
Na época da construção da Usina e também do edifício de operação, o projeto era uma obra de infraestrutura, afastada da cidade, porém, é notável que houve tratamento arquitetônico, vemos frisos horizontais que simulam realmente um edifício de pavimentos, a equilíbrio em sua composição e uma grande torre de circulação, com um posto de observação com mastros para bandeiras. Tudo isso leva a crer que seu projeto, além de atender aos quesitos práticos, também foi um marco da Light na cidade de São Paulo.
Na época da construção da Usina e também do edifício de operação, o projeto era uma obra de infraestrutura, afastada da cidade, porém, é notável que houve tratamento arquitetônico, vemos frisos horizontais que simulam realmente um edifício de pavimentos, a equilíbrio em sua composição e uma grande torre de circulação, com um posto de observação com mastros para bandeiras. Tudo isso leva a crer que seu projeto, além de atender aos quesitos práticos, também foi um marco da Light na cidade de São Paulo.
Atualmente a Usina Elevatória de Traição, e o sistema de
reversão do Rio Pinheiros, só é acionado para controlar enchentes.
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