quinta-feira, 2 de abril de 2020

Como Funcionam os Ventiladores Mecânicos / Respiradores - Artigo




Como Funcionam os Ventiladores Mecânicos / Respiradores - Artigo
Artigo



O equipamento ajuda a manter a oxigenação e eliminar o gás carbônico do sangue.
Ventilador mecânico é o equipamento capaz de soprar ar comprimido ou enriquecido com oxigênio para as vias aéreas do paciente.
O ventilador mecânico também é chamado de respirador, embora este termo se refira a uma categoria mais ampla, que abrange qualquer forma de ventilação artificial.
A alimentação é feita por meio de sonda nasogástrica (que passa pelo nariz e vai até o estômago), nasoenteral (que passa pelo nariz e vai até o intestino) ou, menos comumente, venosa.
O umidicador faz com que o ar que vai para o paciente seja aquecido e umidificado.
Tubo endotraqueal é um tubo inserido pela boca (mais comumente) ou pelo nariz até chegar à traqueia, depois atravessar as cordas vocais; o procedimento é conhecido como intubação.
Ubalonete faz a vedação com as paredes da traqueia. Pode haver uma sonda que ajuda a impedir o acúmulo de secreções.
O pulmão órgão é responsável por fazer as trocas gasosas no organismo, chamadas de hematose. O aspecto geral do órgão se assemelha a um grande cacho de pequenas uvas. Cada uva é um alvéolo, estrutura na qual o oxigênio atmosférico consegue entrar na corrente sanguínea e o gás carbônico ser expelido dela.
Os ventiladores mais modernos funcionam com uma grande quantidade de sensores e componentes eletrônicos, e possuem diversas modalidades de funcionamento.
Eles podem sentir a pressão ou o volume do ar que entra ou sai do pulmão do paciente, e auxiliar na respiração.
Quando uma pessoa não tem controle sobre a respiração, a máquina é programada para garantir que uma determinada pressão positiva seja imposta (a fim de direcionar o ar para dentro do pulmão) ou um determinado volume de ar seja respirado em cada ciclo respiratório (inspiração e expiração).
Complicações:
Se por um lado, uma pressão ou volume baixos podem ser insuficientes para garantir a vida do paciente, do outro, pressão e volumes altos podem levar à lesão pulmonar induzida pela ventilação (ou Vili, do inglês ventilator-induced lung injury).
É possível que a pessoa intubada adquira pneumonia, uma infecção bacteriana que pode ser tratada com antibióticos
Doença:
Uma das complicações mais comuns na Covid-19 é a síndrome do desconforto respiratório agudo, que requer o emprego de ventilação mecânica com altas frações inspiradas de oxigênio. Ela é provocada pela replicação viral em células pulmonares, o que reduz a capacidade funcional do órgão.
Demanda:
Projeções indicam que o número de respiradores pode ser um dos maiores gargalos no cuidado de pacientes graves com Covid-19. Os esforços atuais de isolamento social e quarentena destinam-se a diminuir a possibilidade de ultrapassar a capacidade de atendimento do sistema de saúde. A aquisição de novos itens esbarra no preço, que pode variar entre R$ 50 mil e R$ 150 mil, e na capacidade de produção dos fabricantes, a maior parte no exterior.
Ventilação Mecânica (VM) é um método de suporte de vida indicado quando o paciente é incapaz de manter uma via respiratória permeável e/ou trocas gasosas adequadas.
Tipos de Ventilação Mecânica
Invasiva – por meio de tubo endotraqueal (naso ou orotraqueal) ou cânula de traqueostomia.
Não invasiva – por meio de máscara.
Nas duas situações, a ventilação artificial é conseguida com a aplicação de pressão positiva nas vias aéreas, o que muda é a interface entre o paciente e o aparelho.
Ventilação mecânica invasiva:
Indicações:
Reanimação cardiorrespiratória
Hipoventilação e apnéia, como nos casos de lesões no centro respiratório, intoxicação ou abuso de drogas.
Insuficiência respiratória devido a doença pulmonar.
Falência mecânica do aparelho respiratório: doenças neuromusculares, paralisia (fraqueza muscular); estímulo respiratório instável (trauma craniano, acidente vascular cerebral, intoxicação exógena e abuso de drogas).
Prevenção de complicações respiratórias: pós-operatório de cirurgias de grande porte – abdominais, torácicas, obesidade mórbida.
Diminuição do trabalho muscular respiratório evitando fadiga muscular.
Acesso às vias aéreas para ventilação mecânica invasiva:
Intubação orotraqueal (ITO) – indicada em pacientes com hipoxemia e/ou hipercapnia persistentes, mesmo após a realização de medidas terapêuticas. É precedida de sedação.
Intubação nasotraqueal (INT) – indicada em pacientes sem abertura adequada da boca; quando o acesso à traqueia não é possível por via oral, ex. tumores de cavidade oral, língua, etc.
Cricotireotomia (procedimento emergencial, que consiste no acesso das vias aéreas através da membrana cricotireoidea) indicada para situações de urgência em que não são possíveis as intubações naso e orotraqueal, por exemplo, fraturas extensas de face.
Traqueostomia – indicada para substituir a intubação quando ultrapassa 10 dias e não há previsão de suspensão da VM, ou para pacientes sem nível de consciência adequada ou que necessitem de aspiração de secreções.
Fases do ciclo respiratório:
Fase inspiratória – fase em que o ventilador realiza a insuflação dos pulmões vencendo as propriedades elásticas e resistivas do sistema respiratório. Nesta fase a válvula inspiratória encontra-se aberta.
Ciclagem – mudança de fase – é a transição da fase inspiratória para a expiratória.  O ventilador irá interromper a fase inspiratória (após a pausa inspiratória, quando esta estiver sendo utilizada). Ocorre, então, fechamento da válvula inspiratória e abertura da expiratória.
Fase expiratória – corresponde ao fechamento da válvula inspiratória e a abertura da válvula expiratória, permitindo o esvaziamento dos pulmões, com a expiração progressiva do volume corrente previamente recebido.
Disparo – é a transição da fase expiratória para a inspiratória. Esta fase compreende o final da expiração com fechamento da válvula expiratória e abertura da válvula inspiratória (disparo). Essa transição pode ser feita pelo ventilador ou pelo paciente.
Tipos de ciclos ventilatórios:
Ciclos controlados – todas as fases (disparo, controle do fluxo e ciclagem) são determinadas pelo ventilador. O ciclo é iniciado, controlado e finalizado pelo aparelho.
Ciclos assistidos – o paciente apenas dispara o ventilador, mas o controle do fluxo e a ciclagem são dados pelo aparelho, ou seja, o ciclo é iniciado pelo paciente, mas é controlado e finalizado pelo aparelho.
Ciclos espontâneos – o paciente é responsável pelo disparo do ventilador e influencia diretamente no fluxo recebido e na ciclagem. O ciclo é iniciado, controlado e finalizado pelo paciente.
Modalidades da ventilação – (Knobel, Laselva e Junior):
Ventilação controlada (CMV) – todos os movimentos respiratórios são gerados pelo aparelho. O paciente não é capaz de iniciar respirações adicionais. A frequência respiratória é programada no próprio respirador e a sensibilidade do aparelho não interfere nem sua ciclagem.
Ventilação assistida (AMV) – o aparelho é deflagrado pelo esforço inspiratório do paciente, que ao reduzir a pressão intratorácica, faz cair a pressão das vias aéreas determinando a frequência respiratória. O controle do nível de esforço é fornecido através da sensibilidade ajustada de acordo com a dificuldade respiratória do paciente. Nesta modalidade é necessário que o paciente tenha drive respiratório, pois o ventilador não cicla sozinho.
Ventilação assistida-controlada (A/C) – mecanismo misto de disparo – o ciclo do aparelho dependerá do esforço respiratório do paciente, porém com uma frequência respiratória pré-determinada no aparelho, caso o paciente apresente apneia ou queda importante da frequência respiratória.
Ventilação mandatória intermitente sincronizada (SIMV) – esta modalidade permite ao paciente em respiração controlada, respirar espontaneamente entre as ventilações geradas pelo aparelho. Para isto, há a manutenção de um fluxo de ar no circuito entre uma injeção de ar e outra, permitindo que o paciente respire sozinho nesses intervalos, combinando assim ventilação controlada e ventilação espontânea.
Ventilação de pressão de suporte (PSV) – é uma modalidade de ventilação assistida, que consiste na oferta de níveis de pressão positiva constantes na via aérea durante a fase inspiratória. O fornecimento de ar é interrompido quando o fluxo inspiratório do paciente cai a um determinado valor e a válvula expiratória se abre. Quanto maior a pressão de suporte, maior é o trabalho ventilatório que cabe ao aparelho e menor ao paciente.
Ventilação com pressão controlada (PCV) – nesta modalidade o aparelho é ciclado a tempo, permitindo a limitação do pico de pressão expiratória. O valor de pressão pre-estabecido é rapidamente alcançado no início da inspiração e se mantém durante toda a fase inspiratória do ciclo.
Pressão continuas nas vias aéreas (CPAP) – é uma modalidade de ventilação espontânea, na qual a expiração ocorre contra um obstáculo, acumulando ar nos pulmões mesmo ao final da expiração e novas ventilações começam a partir desse novo volume.
Complicações:
Barotrauma – ruptura dos alvéolos por hiperdistensão alveolar (pneumotórax, pneumomediastino, pneumopericárido, pneumoperitônio).
Pneumonia.
Atelectasia.
Diminuição do débito cardíaco.
Alcalose respiratória – resultante de períodos hiperventilação por dor ou agitação ou por regulagem inadequada do ventilador.
Infecção.
Fístula bronco pleural.
Lesões traqueais.
Lesões de pele e lábios.

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