Como Funcionam os Ventiladores Mecânicos / Respiradores - Artigo
Artigo
O equipamento ajuda a manter a oxigenação e eliminar o gás
carbônico do sangue.
Ventilador mecânico é o equipamento capaz de soprar ar comprimido ou enriquecido
com oxigênio para as vias aéreas do paciente.
O ventilador mecânico também é chamado de
respirador, embora este termo se refira a uma categoria mais ampla, que abrange
qualquer forma de ventilação artificial.
A alimentação é feita por
meio de sonda nasogástrica (que passa pelo nariz e vai até o estômago), nasoenteral (que
passa pelo nariz e vai até o intestino) ou, menos comumente, venosa.
O umidicador faz com que o ar que vai para o paciente seja aquecido e
umidificado.
Tubo endotraqueal é um tubo inserido pela
boca (mais comumente) ou pelo nariz até chegar à traqueia, depois atravessar as
cordas vocais; o procedimento é conhecido como intubação.
Um balonete faz a vedação com as paredes da traqueia. Pode haver
uma sonda que ajuda a impedir o acúmulo de secreções.
O pulmão órgão é responsável por fazer as
trocas gasosas no organismo, chamadas de hematose. O aspecto geral do órgão se
assemelha a um grande cacho de pequenas uvas. Cada uva é um alvéolo, estrutura
na qual o oxigênio atmosférico consegue entrar na corrente sanguínea e o gás
carbônico ser expelido dela.
Os ventiladores mais modernos funcionam
com uma grande quantidade de sensores e componentes eletrônicos, e possuem
diversas modalidades de funcionamento.
Eles podem sentir a
pressão ou o volume do ar que entra ou sai do pulmão do paciente, e auxiliar na
respiração.
Quando uma pessoa não tem controle sobre a
respiração, a máquina é programada para garantir que uma determinada pressão
positiva seja imposta (a fim de direcionar o ar para dentro do pulmão) ou um
determinado volume de ar seja respirado em cada ciclo respiratório (inspiração
e expiração).
Complicações:
Se por um lado, uma pressão ou volume
baixos podem ser insuficientes para garantir a vida do paciente, do outro,
pressão e volumes altos podem levar à lesão pulmonar induzida pela ventilação
(ou Vili, do inglês ventilator-induced lung injury).
É possível que a pessoa intubada adquira
pneumonia, uma infecção bacteriana que pode ser tratada com antibióticos
Doença:
Uma das complicações mais
comuns na Covid-19 é a síndrome do desconforto respiratório agudo, que requer o
emprego de ventilação mecânica com altas frações inspiradas de oxigênio. Ela é
provocada pela replicação viral em células pulmonares, o que reduz a capacidade
funcional do órgão.
Demanda:
Projeções indicam que o
número de respiradores pode ser um dos maiores gargalos no cuidado de pacientes
graves com Covid-19. Os esforços atuais de isolamento social e quarentena
destinam-se a diminuir a possibilidade de ultrapassar a capacidade de
atendimento do sistema de saúde. A aquisição de novos itens esbarra no preço,
que pode variar entre R$ 50 mil e R$ 150 mil, e na capacidade de produção dos
fabricantes, a maior parte no exterior.
Ventilação Mecânica (VM) é um método de
suporte de vida indicado quando o paciente é incapaz de manter uma via
respiratória permeável e/ou trocas gasosas adequadas.
Tipos de Ventilação Mecânica
Invasiva – por
meio de tubo endotraqueal (naso ou orotraqueal) ou cânula de traqueostomia.
Não invasiva – por
meio de máscara.
Nas duas situações, a ventilação artificial é
conseguida com a aplicação de pressão positiva nas vias aéreas, o que muda é a
interface entre o paciente e o aparelho.
Ventilação mecânica invasiva:
Indicações:
Reanimação cardiorrespiratória
Hipoventilação e apnéia, como nos casos de lesões no centro
respiratório, intoxicação ou abuso de drogas.
Insuficiência respiratória devido a doença pulmonar.
Falência mecânica do aparelho respiratório: doenças
neuromusculares, paralisia (fraqueza muscular); estímulo respiratório instável
(trauma craniano, acidente vascular cerebral, intoxicação exógena e abuso de
drogas).
Prevenção de complicações respiratórias: pós-operatório de
cirurgias de grande porte – abdominais, torácicas, obesidade mórbida.
Diminuição do trabalho muscular respiratório evitando fadiga
muscular.
Acesso às vias aéreas para ventilação mecânica invasiva:
Intubação orotraqueal (ITO) – indicada em pacientes com
hipoxemia e/ou hipercapnia persistentes, mesmo após a realização de medidas
terapêuticas. É precedida de sedação.
Intubação nasotraqueal (INT) – indicada em
pacientes sem abertura adequada da boca; quando o acesso à traqueia não é
possível por via oral, ex. tumores de cavidade oral, língua, etc.
Cricotireotomia (procedimento emergencial, que
consiste no acesso das vias aéreas através da membrana cricotireoidea) indicada
para situações de urgência em que não são possíveis as intubações naso e
orotraqueal, por exemplo, fraturas extensas de face.
Traqueostomia – indicada para substituir a
intubação quando ultrapassa 10 dias e não há previsão de suspensão da VM, ou
para pacientes sem nível de consciência adequada ou que necessitem de aspiração
de secreções.
Fases do ciclo respiratório:
Fase inspiratória – fase em que o ventilador realiza a
insuflação dos pulmões vencendo as propriedades elásticas e resistivas do
sistema respiratório. Nesta fase a válvula inspiratória encontra-se aberta.
Ciclagem – mudança de fase – é a transição da
fase inspiratória para a expiratória. O ventilador irá interromper a fase
inspiratória (após a pausa inspiratória, quando esta estiver sendo utilizada).
Ocorre, então, fechamento da válvula inspiratória e abertura da expiratória.
Fase expiratória – corresponde ao fechamento da
válvula inspiratória e a abertura da válvula expiratória, permitindo o
esvaziamento dos pulmões, com a expiração progressiva do volume corrente
previamente recebido.
Disparo – é a transição da fase expiratória
para a inspiratória. Esta fase compreende o final da expiração com fechamento
da válvula expiratória e abertura da válvula inspiratória (disparo). Essa
transição pode ser feita pelo ventilador ou pelo paciente.
Tipos de ciclos ventilatórios:
Ciclos controlados – todas as fases (disparo, controle
do fluxo e ciclagem) são determinadas pelo ventilador. O ciclo é iniciado,
controlado e finalizado pelo aparelho.
Ciclos assistidos – o paciente apenas dispara o
ventilador, mas o controle do fluxo e a ciclagem são dados pelo aparelho, ou
seja, o ciclo é iniciado pelo paciente, mas é controlado e finalizado pelo
aparelho.
Ciclos espontâneos – o paciente é responsável pelo
disparo do ventilador e influencia diretamente no fluxo recebido e na ciclagem.
O ciclo é iniciado, controlado e finalizado pelo paciente.
Modalidades da ventilação – (Knobel, Laselva e Junior):
Ventilação controlada (CMV) – todos os movimentos respiratórios
são gerados pelo aparelho. O paciente não é capaz de iniciar respirações
adicionais. A frequência respiratória é programada no próprio respirador e a sensibilidade
do aparelho não interfere nem sua ciclagem.
Ventilação assistida (AMV) – o aparelho é deflagrado pelo
esforço inspiratório do paciente, que ao reduzir a pressão intratorácica, faz
cair a pressão das vias aéreas determinando a frequência respiratória. O
controle do nível de esforço é fornecido através da sensibilidade ajustada de
acordo com a dificuldade respiratória do paciente. Nesta modalidade é
necessário que o paciente tenha drive respiratório, pois o ventilador não cicla
sozinho.
Ventilação assistida-controlada (A/C) –
mecanismo misto de disparo – o ciclo do aparelho dependerá do esforço
respiratório do paciente, porém com uma frequência respiratória pré-determinada
no aparelho, caso o paciente apresente apneia ou queda importante da frequência
respiratória.
Ventilação mandatória intermitente sincronizada (SIMV) –
esta modalidade permite ao paciente em respiração controlada, respirar
espontaneamente entre as ventilações geradas pelo aparelho. Para isto, há a
manutenção de um fluxo de ar no circuito entre uma injeção de ar e outra,
permitindo que o paciente respire sozinho nesses intervalos, combinando assim
ventilação controlada e ventilação espontânea.
Ventilação de pressão de suporte (PSV) –
é uma modalidade de ventilação assistida, que consiste na oferta de níveis de
pressão positiva constantes na via aérea durante a fase inspiratória. O
fornecimento de ar é interrompido quando o fluxo inspiratório do paciente cai a
um determinado valor e a válvula expiratória se abre. Quanto maior a pressão de
suporte, maior é o trabalho ventilatório que cabe ao aparelho e menor ao
paciente.
Ventilação com pressão controlada (PCV) –
nesta modalidade o aparelho é ciclado a tempo, permitindo a limitação do pico
de pressão expiratória. O valor de pressão pre-estabecido é rapidamente
alcançado no início da inspiração e se mantém durante toda a fase inspiratória
do ciclo.
Pressão continuas nas vias aéreas (CPAP) –
é uma modalidade de ventilação espontânea, na qual a expiração ocorre contra um
obstáculo, acumulando ar nos pulmões mesmo ao final da expiração e novas
ventilações começam a partir desse novo volume.
Complicações:
Barotrauma – ruptura dos alvéolos por hiperdistensão alveolar
(pneumotórax, pneumomediastino, pneumopericárido, pneumoperitônio).
Pneumonia.
Atelectasia.
Diminuição do débito cardíaco.
Alcalose respiratória – resultante de períodos hiperventilação
por dor ou agitação ou por regulagem inadequada do ventilador.
Infecção.
Fístula bronco pleural.
Lesões traqueais.
Lesões de pele e lábios.
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