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quinta-feira, 24 de novembro de 2022
FerrLéo Park, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
FerrLéo Park, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia
Mineiro de Itamogi, metalúrgico aposentado e ferreomodelista, José Leonel Damasceno Filho, conhecido como "Léo", construiu a primeira - e ainda única - mini ferrovia brasileira na Praça da Paz, na Lagoinha, em Ribeirão Preto. "O que pretendo é apresentar ao público o funcionamento de uma ferrovia", explica Léo Damasceno, que realiza um trabalho de resgate cultural da história do transporte ferroviário brasileiro.
A FerrLéo Park, se comparada a uma ferrovia real, tem o seu tamanho reduzido em dez vezes e, embora esteja em funcionamento há um bom tempo e conte com réplicas de um galpão de oficina de manutenção de locomotivas em pleno funcionamento, duas estações ferroviárias (Estação Mogiana e Estação Lagoinha), três pontes (Ponte David Brito, Ponte José Leonel Damasceno, Ponte Antônio Zanotti), cinco pontilhões e dois terminais, seu idealizador conta que somente nos últimos anos o trabalho vem sendo reconhecido. "Isso resulta do trabalho realizado durante todos os anos anteriores", comemora Damasceno.
O terreno onde está instalada a mini ferrovia foi cedido pela prefeitura em 2002 e, ao todo, possui uma dimensão de 800 m por 50 m. Os veículos percorrem toda a extensão da praça.
José Leonel Damasceno Filho conta que a paixão pelos trens surgiu aos nove anos, época em que andou de trem pela primeira vez. Aos dez anos, Léo começou a construir maquetes com trilhos e locomotivas em casa.
Mais tarde, sempre em busca de novidades sobre o assunto, Damasceno leu uma matéria sobre "Live Steam", termo também conhecido como "ferrovia de jardim", muito comum nos Estados Unidos. "Conheci esse tipo de trabalho através de uma revista norte-americana especializada no assunto. Depois disso passei a fazer os meus modelos de solo", lembra Leonel.
Léo recorda que a revista trazia fotos de pessoas montadas e passeando nas mini locomotivas. "O que, pra eles, era um hobby, tornou-se a minha profissão", ressalta.
Como sempre atuou no ramo da metalurgia, Leonel se dedicava à mini ferrovia durante as noites, depois do horário de trabalho. Em 2011, ao se aposentar, passou a se dedicar em tempo integral à sua paixão e, hoje, fala em profissionalizar suas atividades e manter uma equipe de apoio. "Encaro tudo isso como uma ferrovia operante. Preciso verificar se as pontes estão bem e se a locomotiva está operacional aqui na oficina. Se isso for um brinquedo, então trata-se de um brinquedo muito sério", afirma Léo.
A ideia de fazer uma mini ferrovia para contar a história e a cultura ferroviária brasileira, segundo Léo, fez-se necessária devido à falta de conhecimento do público, verificada durante as visitas ao FerrLéo Park. "Quando comecei a construir a ferrovia, muita gente se mostrava leiga no assunto, Por isso, passei a focar nos temas educativos, como a história da ferrovia, ensinando nomes técnicos e tudo mais. Poucos conhecem, por exemplo a origem do nome Trem: Transporte Rápido em Massa", explica.
Léo Damasceno também é responsável pelo Museu Ferroviário, localizado ao lado da mini ferrovia, na Praça da Paz. "No museu, as pessoas podem conhecer ainda mais sobre ferrovias".
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