Rio de Janeiro - RJ
Fotografia - Cartão Postal
Até o século XIX, na área onde hoje situa-se
o bairro da Cidade Nova, havia
um imenso manguezal denominado Mangue de São Diogo. No ano de 1835,
o Governo Imperial decidiu sanear a área do mangue; na época, havia um plano de
se construir um estreito canal na região a fim de receber as águas
de chuva e de riachos que desaguavam nas imediações.
As obras do Canal do Mangue tiveram início em
1857, ano em que Irineu Evangelista de Sousa,
o Barão de Mauá, conseguiu uma concessão para construção. As obras iniciaram-se
em 21 de janeiro de 1857 do mesmo ano e duraram 3 anos. O canal inaugurado no
dia 7 de setembro de 1860.
Durante o mandato do prefeito Pereira Passos, foi feito o aterramento do Saco de São
Cristóvão em virtude da construção do Porto do Rio de Janeiro.
Junto com o aterro, foi feita a expansão do Canal do Mangue, ao longo da Avenida Francisco Bicalho,
a fim de que continuasse a desaguar na Baía de Guanabara.
As obras de expansão foram comandadas
por Lauro Müller, o então Ministro da
Indústria, Viação e Obras Públicas. Apesar do aterro desaparecer com duas
praias, por outro lado a extensão do canal pôs fim às constantes enchentes e
inundações provocadas pelas vazões dos rios que hoje desaguam no canal.
O Canal do Mangue atualmente é margeado pela Avenida Francisco Bicalho,
no bairro do Santo Cristo,
e pela Avenida Presidente Vargas,
no bairro da Cidade Nova.
Há muitos anos, o esgoto sanitário dos bairros circunvizinhantes são lançados diretamente no
canal. A fim de captar esse esgoto, encontra-se em construção o Coletor Tronco
Cidade Nova, que terá um total de 4,2 km de dutos.
Será captado o esgoto de parte dos seguintes bairros: Catumbi, Centro, Cidade Nova, Estácio, Rio Comprido e Santa Teresa.
Hoje vamos falar sobre a construção de um canal que ficou
conhecido como Canal do Mangue, no bairro hoje conhecido como Cidade Nova.
Voltando à primeira metade do Século 19, foi
no ano de 1835, quando então o Governo Imperial decidiu que aquela ampla
superfície alagada deveria ser saneada, reduzindo à um estreito canal que
pudesse receber as águas de chuva e também dos riachos que lá desaguavam.
Entretanto, o plano somente se concretizou me
1857, quando o empresário Irineu Evangelista de Souza, que viria a ser titular
do Império como Barão e Visconde de Mauá conseguiu uma concessão para construir
sob regime de administração o tão sonhado canal. O canal deveria chegar até a
Praça 11, permitindo inclusive navegação de pequenas balsas para transporte de
mercadorias.
O início das obras e lançamento da pedra
fundamental se deu em 21 de Janeiro do mesmo ano, e após 3 anos o Canal do
Mangue foi inaugurado, no dia 7 de Setembro de 1860. As obras estiveram a cargo
do engenheiro inglês William Gilbert Ginty.
O Canal se estendia da Ponte do Aterrado (ou dos
Marinheiros) até a Praça 11 ou antigo Rossio Pequeno. A ponte dos Marinheiros
situa-se no local onde está o chamado "Viaduto dos Marinheiros", à
frente do encontro da Av. Presidente Vargas com Francisco Bicalho.
O Canal do Mangue somente teve as obras
completadas no ano de 1876, quando então foi feito o assentamento de gradil de
ferro e arborização das vias marginais com plantação de 700 palmeiras.
Uma comporta junto à Ponte dos Marinheiros
também foi inaugurada neste mesmo ano, provavelmente para evitar problema com
maré alta.
Durante o mandato de 4 anos do Presidente Rodrigues Alves,
o Rio, então capital federal, passou por grandes transformações, tempo também
do Prefeito
Pereira Passos que se incumbia também de várias obras a nível
municipal.
O grande plano de obras para construção dos
Cais do então Novo Porto
do Rio, fez com que o Canal do Mangue fosse prolongado agora sobre
aterros até a mar, passando ao centro da Av. Francisco Bicalho.
Estes novos aterros situam-se onde existiu o
"Saco de São Cristóvão" que chegava até onde é aproximadamente a
junção da Av. Francisco Bicalho com Presidente Vargas, tendo por um lado os
alagadiços das praias de São Cristóvão (Praias dos Lázaros e Paia Formosa) e o
Morro de São Diogo do outro lado.
Esta foi uma das grandes obras de engenharia
do início do Século 20, tendo à sua frente Lauro Miller, então Ministro da
Viação.
Esta grande obra por um lado acabou um
pitoresco cenário natural de rara beleza, mudando a topografia da cidade e de
parte da Baía de Guanabara.
Por outro lado saneou e acrescentou uma
enorme área urbanizável à cidade, pondo fim à constantes enchentes e inundações
provocadas pelas vazões do Rio Comprido, Trapicheiro, Maracanã e Joana, que hoje
desaguam naquele canal.


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