Chevrolet Opala 3800, Brasil
Brasil
“Quem esperava
o carro certo, te saúda e te ama e te louva, Chevrolet Opala.” Com essas
palavras a GM anunciava nas revistas a chegada do seu primeiro automóvel
brasileiro, lançado no Salão do Automóvel no final de 1968. Exagero? Vejamos:
foram produzidos 1 milhão de Opala até 1992. Não é pouco. E a prova do seu
carisma é o fato de ele ter se mantido basicamente o mesmo ao longo do tempo.
Tudo bem, foram incorporados aperfeiçoamentos
mecânicos, como freios a disco na frente, direção hidráulica e aumento de potência
do motor de seis cilindros, que passou de 3,8 litros para 4,1 litros, mais
conhecidos por “três e oitocentos” e “quatro e cem” – que deu origem anos
depois ao potente 250-S. Claro que a estética não foi esquecida: foram muitas
mudanças, mas sempre cosméticas, a começar pelo teto de vinil – revestimento
plástico de textura enrugada que cobria a capota, já disponível como opcional
em 1970.
Andamos no Opala 3800 De Luxo, modelo 1969, um legítimo
azul-calcinha, com o interior – incluindo o banco dianteiro único – da mesma
cor. Com seu motor de seis cilindros em linha e 125 cv, era o irmão mais
esperto do comportado 2500, de quatro cilindros. Em marcha lenta, ouve-se o som
das válvulas trabalhando. Quando se acelera mais fundo, o motorzão reage e inclina-se
para a direita, levando junto o carro. Essa sensação é um dos prazeres que o
carro proporciona, dizem os opaleiros.
As trocas de marcha – três para a frente – pedem doses
iguais de força e gentileza: o acionamento é duro e é preciso jeito para diminuir
o “cloc!” na alavanca do câmbio durante a passagem das marchas. Em compensação,
troca-se pouco de marcha e a força do motor permite que se saia em segunda sem
esforço. A direção, apesar de não ter assistência hidráulica, é razoavelmente
leve. E a suspensão, macia e silenciosa, garante um rodar suave.
Diz a lenda
que, por ter muito motor e uma traseira muito leve, era recomendável andar com
lastro no porta-malas para que o carro não saísse de traseira. O teste
realizado por QUATRO RODAS no lançamento não confirma o folclore: “O Opala sai
de frente nas curvas, apresentando ligeira hostilidade ao entrar nelas”,
afirmava o texto de Expedito Marazzi, que chegou a cravar 170 km/h de
velocidade real. Mito ou realidade, pouco importa. A verdade é que Opalão fez
parte da vida de muita gente. E poucos resistem a comentar alguma lembrança
simpática diante dele.
Eta anúncio profético!



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