Rua Formosa, 1911, São Paulo, Brasil - Aurélio Becherini
São Paulo - SP
Fotografia
A Rua Formosa
foi aberta em 1853, facilitando o acesso da região do Acu (o início da então
Ladeira do Acu) com a do Piques (atual Praça da Bandeira). Estas áreas eram
separadas por um terreno elevado. A urbanização da Rua Formosa ocorreu de
maneira lenta em comparação com outras vizinhas. Muitos criticavam a
contradição existente entre sua precária condição e o adjetivo que a nomeava.
Exatamente no nº 53, foi o inicial endereço do escritor Monteiro Lobato na cidade. Sentenciou: “Este pedaço de rua é o meu primeiro
desapontamento na São Paulo de hoje!” (Fonte: Marques, 1966, pag.220).
Portanto, residindo neste local, sua família foi inquilina do Conde de Prates.
Eduardo Prates
da Fonseca, nascido em São Paulo (1860-1928), obteve do Papa Leão XIII, o
título de Conde de Prates, em reconhecimento pelos serviços prestados à
coletividade e à própria igreja. Em todos seus documentos assinava simplesmente
Conde de Prates. Era casado com Antonia dos Santos da Silva Prates, filha do
Barão de Itapetininga e tinha também parentesco, através de sua mulher, com o
Barão deTatui. Era sua cunhada a Baronesa de Rio Claro. Estas influentes
ligações familiares explicam as origens de sua imensa fortuna — constituída de
fazendas de café e gado e imóveis no centro de São Paulo.
Veja na
primeira foto, o casario com a frente para a citada rua. Ao fundo, vê-se a
chaminé da fábrica de chapéus do alemão João Adolfo Schritzmeyer (falecido em
1902 e sepultado na Consolação), instalada na Ladeira do Piques, atual Rua
Quirino de Andrade. Na segunda imagem, os quintais das referidas casas,
voltados para o vale. É possível avistar o ribeirão Anhangabaú onde a fábrica
despejava resíduos químicos utilizados na produção dos chapéus. Tempos atrás,
abordei e publiquei este assunto.
Como
curiosidade, veja a extensa relação dos imóveis pertencentes ao Conde de Prates
— apenas na ‘feia’ Rua Formosa. Não se justificaria ser nomeada como Rua do
Conde Prates?




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