quarta-feira, 22 de maio de 2019

Rua Formosa, 1911, São Paulo, Brasil - Aurélio Becherini





Rua Formosa, 1911, São Paulo, Brasil - Aurélio Becherini
São Paulo - SP
Fotografia


A Rua Formosa foi aberta em 1853, facilitando o acesso da região do Acu (o início da então Ladeira do Acu) com a do Piques (atual Praça da Bandeira). Estas áreas eram separadas por um terreno elevado. A urbanização da Rua Formosa ocorreu de maneira lenta em comparação com outras vizinhas. Muitos criticavam a contradição existente entre sua precária condição e o adjetivo que a nomeava. Exatamente no nº 53, foi o inicial endereço do escritor Monteiro Lobato na cidade. Sentenciou: “Este pedaço de rua é o meu primeiro desapontamento na São Paulo de hoje!” (Fonte: Marques, 1966, pag.220). Portanto, residindo neste local, sua família foi inquilina do Conde de Prates.
Eduardo Prates da Fonseca, nascido em São Paulo (1860-1928), obteve do Papa Leão XIII, o título de Conde de Prates, em reconhecimento pelos serviços prestados à coletividade e à própria igreja. Em todos seus documentos assinava simplesmente Conde de Prates. Era casado com Antonia dos Santos da Silva Prates, filha do Barão de Itapetininga e tinha também parentesco, através de sua mulher, com o Barão deTatui. Era sua cunhada a Baronesa de Rio Claro. Estas influentes ligações familiares explicam as origens de sua imensa fortuna — constituída de fazendas de café e gado e imóveis no centro de São Paulo.
Veja na primeira foto, o casario com a frente para a citada rua. Ao fundo, vê-se a chaminé da fábrica de chapéus do alemão João Adolfo Schritzmeyer (falecido em 1902 e sepultado na Consolação), instalada na Ladeira do Piques, atual Rua Quirino de Andrade. Na segunda imagem, os quintais das referidas casas, voltados para o vale. É possível avistar o ribeirão Anhangabaú onde a fábrica despejava resíduos químicos utilizados na produção dos chapéus. Tempos atrás, abordei e publiquei este assunto.
Como curiosidade, veja a extensa relação dos imóveis pertencentes ao Conde de Prates — apenas na ‘feia’ Rua Formosa. Não se justificaria ser nomeada como Rua do Conde Prates?

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