Cemitério da Saudade, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia
No período inicial de formação de Ribeirão Preto, durante a primeira metade do século XIX, os enterros possivelmente eram feitos nas próprias fazendas, não descartando a possibilidade de que alguns tenham sido conduzidos até a Vila de São Simão, então comarca e paróquia a qual estavam sujeitas as terras de Ribeirão Preto. Com o surgimento do povoado e o estabelecimento do Patrimônio de São Sebastião do Ribeirão Preto em 1856, e ainda com a construção da Capela entre 1863 e 1868 (no local ocupado hoje pela fonte luminosa na Praça XV de Novembro), criaram-se as condições para o estabelecimento do primeiro cemitério urbano.
O primeiro cemitério ocupava possivelmente o local onde hoje encontra-se o monumento ao Soldado Constitucionalista na Praça XV de Novembro, não sendo conhecida até o presente momento, a data inicial do seu funcionamento (o pesquisador José Pedro Miranda cita na sua obra relatos de que foram encontrados ossos humanos neste local por ocasião da reforma da praça em 1938).
Por volta de 1878 foi criado o segundo cemitério, localizado nas imediações das atuais ruas Lafaiete, Tibiriçá e Florêncio de Abreu. O terceiro cemitério foi criado próximo a atual Praça Sete de Setembro, nas imediações das ruas Sete de Setembro, Lafaiete, Florêncio de Abreu e avenida Independência, este último funcionou possivelmente entre 1887 e 1892.
O histórico sobre os primeiros cemitérios urbanos não está completo, suas localizações e períodos de funcionamento carecem de novos estudos e esclarecimentos, todavia, podemos afirmar que todos os citados cemitérios urbanos estavam localizados dentro do perímetro do Patrimônio de São Sebastião. Com a proclamação da República os cemitérios foram secularizados, e em Ribeirão Preto o Cemitério Público foi criado em 1893 e era localizado fora dos limites do Patrimônio de São Sebastião. Foi construído em uma área do lote rural nº 16 da 3ª Secção do Núcleo Colonial Antônio Prado, adquirido por escritura de compra e venda em 20 de março de 1893 (1º Tabelião, lavrada as fls. 41 do Livro 105 verso) totalizando uma superfície de 103.836 metros quadrados; o seu portão de entrada fazia frente para a avenida Saldanha Marinho (atual avenida da Saudade). O seu funcionamento foi regulamentado através da Lei nº 02, de 01 de setembro de 1893, deliberado pela Câmara Municipal em 31 de agosto do mesmo ano.
Até 1930 o Cemitério da Saudade possuía 16 quadras e 1597 carneiras. E durante essa mesma década de 1930 foram realizadas diversas reformas e ampliações:
O Necrotério é projeto de Cícero Martins Brandão com execução de obra por Antônio Giroto, conforme contrato assinado em 08 de novembro de 1933.
A Capela é projeto de Cícero Martins Brandão com execução de obra por Antônio Terreri, conforme concorrência pública datada de 18 de outubro de 1934.
Portão Monumental na entrada do cemitério é projeto de Cícero Martins Brandão com execução de obra por Alexandre Sette, conforme contrato assinado em 05 de setembro 1935.
Em setembro de 1935, Feliciano da Costa Cirne e Durval de Oliveira Ramos (então administrador do cemitério), integraram uma comissão que apresentou ao então prefeito Ricardo Guimarães Sobrinho, o resultado de uma sindicância para apuração sobre a escrituração do cemitério; segundo este relatório o cemitério possuía na época 23 quadras. E durante a administração do prefeito Alfredo Condeixa Filho foi construído o Cruzeiro.
Na década de 1970 o cemitério da Saudade já encontrava-se totalmente lotado.
No período de 1983-1988 durante o governo do prefeito João Gilberto Sampaio, inúmeras demolições de túmulos foram efetuadas sem nenhum critério.
Atualmente, o Cemitério da Saudade continua sem vagas e sem possibilidade de adquirir novos espaços para a criação de novos jazigos.
Famílias que não possuem jazigos no local tem que partir para o Cemitério Bom Pastor, cemitérios privados/particulares, Bonfim Paulista ou, ainda em outras cidades. Texto de Tânia Cristina Registro adaptado e ampliado pelo Blog.
Nota do blog: Data e autoria das imagens não obtidas.