quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Trólebus ACF-Brill CMTC N. 3093, São Paulo, Brasil






Trólebus ACF-Brill CMTC N. 3093, São Paulo, Brasil
Trólebus


Vale registrar o esforço desenvolvido na preservação do último trólebus ACF-Brill da frota da CMTC em condições operacionais. No início dos anos 80, restavam em operação 38 veículos dessa série, dos 75 adquiridos em 1957. Em 1984, todos os trolebus ACF-Brill que possuíam máscara com design original foram desativados, incluindo unidades que se encontravam em operação normal e em reforma. Continuaram em operação apenas os exemplares com máscara modernizada. Três anos depois (em 20/01/87 e em 25/11/87) foram marcados dois leilões para venda desses trólebus como sucata incluindo o primeiro trólebus fabricado no Brasil, o Grassi-Villares de prefixo 6007. Inconformados, membros de uma entidade dedicada à preservação dos sistemas de transporte urbano (Associação de Preservação de Material de Transporte Coletivo - APMTC) solicitaram à Prefeitura e à direção da CMTC o cancelamento desses leilões, alegando que esses trólebus desativados possuíam plenas condições de recuperação. Viam com a desativação de parte da frota de trólebus da empresa a primeira etapa do que poderia ser um processo maior de desativação futura do sistema, uma vez que não estava prevista a aquisição de novos veículos para substituí-los. Poderia ser a repetição do que fora feito com os bondes nos anos 60: desativavam os veículos, depois arrancavam os fios e os trilhos e, em seguida, extinguia-se o sistema. E com isso acabava-se com um importante sistema de transporte público não poluente. Cancelados os leilões, a CMTC cedeu parcialmente à argumentação da entidade preservacionista, concordando em reformar um dos veículos ACF-Brill desativados, para se ter uma ideia do valor necessário a investir na reforma do resto da frota. Foi escolhido o exemplar que se encontrava em piores condições, jazendo semi-destruído na garagem Tatuapé, justamente o trólebus ACF-Brill 6021. Totalmente recuperado pela CMTC, ele voltou à operação comercial em 1988, onde permaneceu até 1998. Estava provada a viabilidade técnica da recuperação do restante da frota Brill que, no entanto, não aconteceu. Visando a conservação permanente desse veículo histórico, e de outros dois de fabricação nacional Grassi-Villares, a ANTP solicitou à SPTrans em 1998 a sua retirada da operação comercial, para que, a exemplo do que já vem ocorrendo com o trolebus ACF-Brill 6021, pudessem ser utilizados para tráfego em datas especiais, promovendo institucionalmente a imagem do transporte público na cidade e permanecendo como testemunhas de uma época importante de desenvolvimento do transporte público em São Paulo.  O trólebus ACF-Brill de prefixo 6021, recebeu novamente a pintura adotada pela CMTC em 1957, bem como seu prefixo original (3093).
Nota do blog: Esses trólebus foram fabricados entre 1946-1948 nos Estados Unidos e utilizados pelo sistema de transportes de Denver, no estado do Colorado. Posteriormente foram reformados e comprados pela CMTC em 1957, na quantidade total de 75 unidades.

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