Parque Farroupilha / Parque da Redenção / Redenção, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
Porto Alegre - RS
Edicard
Fotografia - Cartão Postal
O Parque Farroupilha, mais conhecido como Parque da
Redenção ou simplesmente por Redenção, é o parque mais
tradicional e popular da cidade brasileira de Porto
Alegre, capital do estado do Rio
Grande do Sul.
É um local visitado por muitos porto-alegrenses nas horas de
descanso, seja para praticar esportes, tomar
sol ou confraternizar tomando chimarrão com
a família e amigos. O perímetro do parque é definido pelas ruas Setembrina e
Luís Englert e as avenidas Oswaldo Aranha, João Pessoa e José Bonifácio.
O local onde hoje está o parque antigamente era a chamada Várzea
do Portão, uma grande planície alagadiça próxima do antigo portão da Vila de
Porto Alegre. Em 23 de fevereiro de 1807 a Câmara Municipal solicitou ao
então governador da Capitania de São Pedro do
Rio Grande do Sul, almirante Paulo José da Silva Gama, barão de Bagé, que fizesse a doação da Várzea para
ser usada como logradouro público, bem como uma área de concentração para os
rebanhos de gado trazidos para abastecimento local. Contudo, sua medição
efetiva só seria realizada entre 1820 e 1825.
Em 1826 uma tentativa de loteamento foi impedida pelo imperador
dom Pedro I, amparado pela cláusula de doação que
exigia autorização expressa do imperador para qualquer alienação. Não obstante,
mais tarde a Várzea sofreu várias outras tentativas de parcelamento e alteração
de seus objetivos primários, que sempre foram obstadas pelo poder público.
Durante a Revolução Farroupilha a área ficou do
lado de fora das fortificações da cidade, e após o conflito uma inspeção da
Câmara verificou diversas irregularidades, como cercas avançando seu território
e uma chácara construída em seu centro, obras que receberam ordem de demolição
imediata. Nos anos seguintes o próprio governo provincial e outros particulares
tentaram fracionar o terreno para dar-lhe outros usos, sempre encontrando
oposição da vereança. Em 1870 a Várzea recebeu sua primeira denominação
oficial, passando a se chamar Campo do Bonfim, em vista da construção
da Capela do Bonfim em
seu limite norte. Houve ainda posteriores ameaças à integridade da área,
geralmente frustradas, mas em 1872 o Presidente da Província autorizou a
construção de um quartel militar no seu limite sudeste, a origem do atual Colégio Militar de Porto Alegre.
Com o progresso da urbanização no entorno passaram a se tornar importantes
considerações de ordem sanitária. Ainda sujeito a alagamentos ocasionais, o
local também foi usado como área de secagem de couros, ponto de
reunião de carretas e
de depósito do lixo urbano até meados de 1890, a despeito de
pareceres contrários da Junta de Higiene da Província.
Em 1884 o logradouro teve seu nome alterado para Campos da
Redenção, comemorando a precoce abolição da escravatura na
cidade. Nesta época o parque já estava rodeado de edificações por todos os
lados, e em 1889 o intendente José
Montaury teve a ideia de abrir alamedas em seu interior para um melhor
ajardinamento, ao mesmo tempo em que tencionava vender áreas excedentes para
custear as reformas, o que só veio a se concretizar mais tarde. Entretanto, uma
grande parcela do parque foi ajardinada e embelezada por ocasião da
grande Exposição
Estadual de 1901, que ensejou a construção de um circo de touradas, uma
pista de corridas de cavalos e o velódromo da
União Velocipédica, estruturas que não sobreviveram por muito tempo. Outra
fração fora já cedida em 1900 para a construção da Escola de Engenharia, e em
1911 foram postos a leilão diversos terrenos no lado sul. Um pouco mais tarde
uma grande área foi perdida para a construção dos prédios de outras escolas
da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul e do antigo Colégio Júlio de Castilhos, concentrados
no lado noroeste.
Em 1914 João Moreira Maciel,
arquiteto da Intendência, elaborou um Plano de Melhoramentos e Embelezamento da
Capital, prevendo para o parque uma divisão em nove quarteirões. Em 1927
iniciou-se o efetivo ajardinamento dos Campos da Redenção, com a implantação
do Jardim Paulo Gama ao norte e a proibição da parada de carretas e
rebanhos em 1928. Nos preparativos para a Exposição do Centenário da
Farroupilha em 1935 toda a parte sul foi drenada, nivelada e
urbanizada, seguindo um projeto do urbanista francês Alfred Agache. Neste ano sua denominação
foi alterada para Parque Farroupilha, que se mantém até hoje. Ao mesmo
tempo, o parque perdeu nova fração com a construção do Instituto de Educação
General Flores da Cunha junto à avenida Oswaldo Aranha.
Em 1939 foram construídos o espelho d’água no eixo central e
foi dada continuidade ao ajardinamento do parque. Os recantos Jardim
Alpino, Jardim Europeu e Jardim Oriental foram implantados
em 1941 por Arnaldo Gladosch. Após a grande enchente de 1941 foi
criado um recanto que recebeu o antigo chafariz francês de ferro fundido, que
estava instalado na Praça Pereira Parobé, e que antes já havia
estado na Praça XV de Novembro. Em 1953
foi inaugurado o Monumento ao Expedicionário, obra do
escultor Antônio Caringi, e em 1964, o novo Auditório Araújo Viana, projeto de Moacir Moojen Marques e Carlos Maximiliano Fayet.
Desde então o conjunto não cessou de ser ajardinado e
urbanizado, mas os jardins perderam outros fragmentos para dar lugar a postos
de gasolina e a um parque de diversões, um minizoo e um complexo desportivo.
Dos 69 hectares originais do parque, hoje restam 35,7 ha, possuindo 45
monumentos em seu interior. Aos domingos realiza-se no parque o
tradicional Brique da Redenção, com inúmeras bancas que
vendem artesanato, alimentos e antiguidades. O Parque Farroupilha foi tombado
em 3 de janeiro de 1997 pelo município de Porto Alegre. O local é comumente um
palco para manifestações populares.
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