terça-feira, 8 de novembro de 2022

Fonte Luminosa, Praça XV de Novembro, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil






Fonte Luminosa, Praça XV de Novembro, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia

Praça XV de Novembro, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil


 

Praça XV de Novembro, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia


Nota do blog: Imagem de 2022.

Parque Sul - Roberto Francói, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil











 

Parque Sul - Roberto Francói, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia


Ribeirão Preto ganhou oficialmente no dia 14/06/2017 o Parque Sul “Roberto Francói”. 
Construído pelas empresas Bild Desenvolvimento Imobiliário, Perplan Urbanização e Empreendimentos e CP Construplan, o parque está localizado na Rua Cezário Gonçalves, no perímetro das avenidas Wladimir Meirelles e Carlos Consoni, na zona sul da cidade. 
Estará aberto à população das 6h às 20 horas todos os dias. Durante cinco anos, a manutenção do local ficará por conta das três empresas responsáveis pela construção.
Este é o primeiro parque design do Estado de São Paulo, inspirado nos maiores parques do mundo, com mais de 14 mil m² de área verde em todo o seu entorno e assinatura do arquiteto Marcus Cotrim. 
O parque oferece lazer para os moradores da região e visitantes em um espaço aconchegante, moderno e único na cidade, graças ao desenvolvimento inteligente das áreas verdes e do paisagismo inovador, baseado nas últimas tendências mundiais.
São vários espaços de bem-estar: mirante com vista para a região, wi-fi gratuito em todo o parque, miniteatro de arena, espaços para caminhada e corrida com 450 metros, área própria para passeio com animais (com bebedouro), aparelhos de ginástica, circuito de bike kids, espelhos d’água e parque infantil com brinquedos inclusivos, além de outros atrativos.
“Trata-se de um parque construído com recursos da iniciativa privada, aberto à população e com várias novidades para a diversão de toda a família, rodeado por muito verde e conforto”, explica Rodrigo Saccarelli, diretor da Bild.
Nota do blog 1: Um dos raros parques em bom estado de conservação na cidade.
Nota do blog 2: O problema é que neste ano (2022), a responsabilidade de conservação do parque será transferida das empresas construtoras para a Prefeitura de Ribeirão Preto. Tomando por base a situação de conservação lamentável dos demais parques da cidade, prevejo dias complicados para o Parque Sul - Roberto Francói...

Selo "Ulysses 100 Anos", 2022, Brasil


 

Selo "Ulysses 100 Anos", 2022, Brasil
Selo


Sobre o Selo:
A arte do selo teve como ponto de inspiração as localidades onde ocorrem os episódios da obra de James Joyce, empregando o mapa da cidade de Dublin, na Irlanda, como fundo. Em destaque, em jogo tipográfico, "Ulysses 100 Anos" cruza com os dizeres "Yes", (Sim) característico da obra, e "James Joyce", aproveitando o posicionamento das letras. No intuito de reforçar a identidade irlandesa para este selo, foi utilizado largamente o verde com alguns toques de laranja. A técnica utilizada foi ilustração vetorial.
100 anos de Ulysses, de James Joyce:
É graças ao escritor irlandês James Joyce (1882-1941) que celebramos, em 2022, cem anos de leituras e discussões a respeito de Ulysses, uma das mais impactantes obras do século XX. Publicado em dois de fevereiro de 1922, quadragésimo aniversário do autor, o romance marcou o modernismo literário e se consagrou como uma das mais relevantes composições em prosa de língua inglesa de todos os tempos.
Apesar de decidir, aos vinte e dois anos, deixar a Irlanda, James Joyce escreveu incessantemente sobre seu país natal e, em especial, sobre Dublin. Em Ulysses, testemunhamos um dia — dezesseis de junho de 1904 — em que as personagens passam por diferentes pontos da capital irlandesa, e Joyce os mapeou usando localizações reais da cidade. Esses deslocamentos são relembrados nas comemorações anuais do Bloomsday, evento batizado em homenagem ao protagonista Leopold Bloom. A celebração do romance de Joyce ocorre não apenas em Dublin, mas em diversas cidades no Brasil e no mundo. Podemos dizer, portanto, que Ulysses continua a mobilizar, literal e figurativamente, leitores e lectures em inúmeros países.
Ulysses tem sua estrutura inspirada em episódios da Odisseia de Homero, obra da qual derivam inúmeros paralelos mais variegados do que diretos. O título do romance é, afinal, a versão latina do nome do personagem homérico, Odisseu, o que já aponta o caminho tortuoso da tradição cultural que Joyce percorre. Ulysses subverte a fonte homérica ao ter como protagonista, no lugar de um herói épico, um cidadão simultaneamente comum e outsider, até mesmo vítima de preconceito e maldizer, mas também mais pacifista do que bélico, mais solidário do que combativo. A odisseia joyciana não é centrada em glória, mas abraça o humano com suas belezas, estranhezas e imperfeições. Mostra que a literatura e a vida podem ser repletas de humor improvável, bem como nostalgia e melancolia, sem fronteiras claras entre esses aspectos. Como diz Richard Ellmann, biógrafo de Joyce, Ulysses tem, em muitos sentidos, o amor como centro, e o que Bloom tem de divino é sua própria humanidade. Nada disso diminui a índole crítica e mesmo radical do romance — ao contrário, é o que a constitui.
Apesar de Ulysses ter sido lançado há cem anos, seus episódios começaram a circular em revistas literárias a partir de 1918. Com abundantes relações intertextuais e linguagem progressivamente mais inventiva, sua fama se consolidou antes mesmo da conclusão. Houve críticas e até censura no mundo anglófono (exceto na Irlanda), com resistência ao experimentalismo de Joyce e à sua proposta de escrever um romance demasiado humano a partir do épico.
No conjunto de sua prosa, Joyce compôs uma obra particularmente coesa. Ulysses sucede Um Retrato do Artista Quando Jovem, de 1916, cujo protagonista é Stephen Dedalus, um dos personagens principais no romance de 1922. A coletânea de contos Dublinenses, de 1914, também inclui personagens que reaparecem em Ulysses. Mais ainda, há um claro crescendo literário. Em conferência para promover o romance de Joyce em Paris, em 1921, o escritor francés Valéry Larbaud mencionou o quanto cada uma das obras anteriores contribuiu para a composição de Ulysses ou prenunciava algumas de suas qualidades. Os poemas de Joyce em Música de Câmara (Chamber Music, 1907) continham o lirismo; Dublinenses, a atmosfera específica da capital irlandesa; Um Retrato, por sua vez, as imagens, analogias e símbolos que integrariam o romance posterior. A combinação dessas características e das inovações de Ulysses resultou em um texto com “a complexidade de um mosaico” (caleidoscópico, certamente).
O mapa que acompanha os selos comemorativos indica lugares mais relevantes dentre os citados nos episódios de Ulysses (cujos nomes advêm da Odisseia). Uma lista exaustiva seria longa: na caminhada de Leopold Bloom, são mencionados muitos locais, por exemplo, em Os Lestrígones/Lestrigões (como é chamado o oitavo episódio nas traduções de Bernardina Pinheiro e Caetano Galindo, respectivamente), mas a loja de doces aparece já no início e o ponto principal é o pub Davy Byrne’s. Há, ainda, múltiplos percursos no episódio As Rochas Ondulantes/Rochedos Errantes, do qual se destaca a região onde encontramos o protagonista, Bloom, comprando livros no Merchant’s Arch.
O endereço do quarto episódio, por sua vez, é retomado nos últimos três — o casal Bloom reside em 7 Eccles Street. É nesse endereço que o romance termina. O grande arco narrativo que Ulysses de Joyce compartilha com a Odisseia de Homero é, portanto, o tema do retorno para casa. No romance, contudo, as últimas palavras são da mulher, Molly Bloom. Seu monólogo, permeado por lembranças, termina em reiteradas respostas afirmativas: «e sim eu disse sim eu quero Sim» («and yes I said yes I will Yes”). Essa famosa palavra final compõe a arte do selo.
Em 2022, não celebramos apenas a publicação de Ulysses, ocorrida há cem anos. Celebramos, acima de tudo, o fato de que continuamos a ler e reler a obra conjuntamente. É razão de festejo perceber quantos diálogos em torno dessas palavras — com seus diversos monólogos solitários — permanecem acesos. Nosso privilégio compartilhado é o de comemorar um século de leituras de Ulysses enquanto tecemos o começo de mais cem anos.
A palavra do embaixador Seán Hoy:
2022 marca o 100º aniversário da publicação do romance Ulysses, do escritor irlandês James Joyce. Publicado em 2 de fevereiro de 1922, o livro conta os eventos de um único dia na capital da Irlanda, Dublin, e o que acontece com os personagens Stephen Dedalus, Leopold Bloom e sua esposa Molly Bloom. O romance foi construído como um paralelo moderno à Odisseia de Homero, com os três personagens centrais destinados a serem contrapartes modernas de Telêmaco, Ulisses e Penélope.
Ulysses captura a atmosfera e as estruturas de Dublin em detalhes tão surpreendentes e meticulosos que Joyce disse uma vez que, se a cidade de Dublin fosse destruída, Ulysses poderia ser usado para reconstruí-la tijolo por tijolo. O romance sobreviveu à censura e à controvérsia, incluindo alegações de blasfêmia, para se tornar um clássico moderno indiscutível. T. S. Eliot descreveu Ulysses como a “expressão mais importante que a época atual encontrou; é um livro ao qual todos estamos em dívida e do qual nenhum de nós pode escapar”.
Embora Ulysses seja anunciado como um dos textos definidores da literatura modernista e seja famoso por seu uso da técnica de “fluxo-de-consciência” e mudanças de estilos literários, a sua complexidade também deu a Ulysses a reputação de ser difícil de ler. Há aqueles que sugerem que o livro deve ser lido em voz alta, que você deve pular certos capítulos, e muitos acham difícil ler o livro de 783 páginas de uma só vez. No entanto, aqueles que persistem e se permitem mergulhar no romance são recompensados por seu humor irreverente, seu estudo cuidadoso do cotidiano de seus personagens e os muitos enigmas e quebra-cabeças escondidos em suas páginas que ocuparam estudiosos ao longo do último século. Há algo em Ulysses para todos: o homem comum que aposta em cavalos, as mulheres solitárias em busca de amor, os perdidos que não sabem chorar. Esta história é tão relevante hoje, como era há cem anos.
Ulysses agora é comemorado em todo o mundo como Bloomsday, em 16 de junho, e acredita-se ser o único dia de festa internacional dedicado a uma obra de arte. Na Irlanda, no Bloomsday, as pessoas se vestem à moda Eduardiana, há leituras dramáticas e encenações do texto, as pessoas comem pratos Joyceanos, como fígado e rins de porco, e caminham por Dublin seguindo os passos do romance.
As comemorações do Bloomsday também se espalharam pelo Brasil, com o primeiro evento ocorrendo em São Paulo, em 1967. Hoje, os eventos acontecem anualmente em mais de 14 cidades do Brasil, incluindo comemorações em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Florianópolis. O Brasil também é o lar de muitos eminentes estudiosos Joyceanos, e até agora três traduções portuguesas de Ulysses foram publicadas: a primeira, pelo ex-diplomata Antônio Houaiss em 1966, a segunda, por Bernardina da Silveira Pinheiro em 2005, e a mais recente, por Caetano Galindo em 2012. Este ano, uma nova tradução ‘multi- voz’ será publicada para comemorar o centenário de Ulysses, com traduções dos 18 capítulos por 18 acadêmicos brasileiros.
O centenário da publicação de Ulysses coincide também com o nascimento do Estado irlandês independente, que ocorreu após a transferência simbólica de poder do Governo Britânico para a Irlanda, em 16 de janeiro de 1922, duas semanas antes da publicação de Ulysses. Este ano, o Brasil também comemora o bicentenário de sua independência. Tanto para a Irlanda quanto para o Brasil, os legados de nossas histórias coloniais compartilhadas, moldaram nossas jornadas como Estados independentes, e continuamos a examinar as ideias de Estado e identidade nacional que Joyce explorou em Ulysses.
Há muitos vínculos históricos entre a Irlanda e o Brasil, que são relevantes nas comemorações deste ano de independência, como o casamento entre a irlandesa Narcisa Emília O’Leary e José Bonafácio de Andrada, um dos fundadores da independência brasileira; a visita de Dom Pedro II à Irlanda em 1877; o trabalho do irlandês Roger Casement, que fez campanha pelos direitos das comunidades indígenas na região Amazônica; e a dedicação de décadas de missionários irlandeses, que continuam servindo e apoiando comunidades em todo o Brasil. Hoje, a amizade que existe entre a Irlanda e o Brasil, embora fisicamente dividida pelo Oceano Atlântico, está cada vez mais próxima, devido aos fortes vínculos de pessoa- pra- -pessoa, e a Irlanda se orgulha agora de abrigar uma comunidade de mais de 70.000 brasileiros. A Irlanda também se orgulha de ter se tornado um Observador Associado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa em 2021 e de apoiar o desenvolvimento de intercâmbios linguísticos, acadêmicos e culturais mais fortes, com países de língua portuguesa como o Brasil.
Inspirados pelo legado das comemorações do Bloomsday no Brasil, estamos realizando uma série de projetos culturais no Brasil para marcar a ocasião do centenário da publicação de Ulysses. Isso inclui um projeto realizado em parceria com 18 universidades de todo o país, que resultará na elaboração de um mural interpretando um capítulo do romance em cada uma das 18 instituições. O objetivo é explorar como os jovens brasileiros interpretam o romance 100 anos depois sua publicação e apoiar interpretações visuais de Ulysses com uma identidade brasileira.
A publicação deste selo comemorativo do centenário da publicação de Ulysses, representa mais um marco na relação entre a Irlanda e o Brasil, e estamos extremamente satisfeitos pelo selo ter sido desenhado por um artista brasileiro e por representar uma interpretação visual brasileira do romance. Somos imensamente gratos aos Correios pela parceria com a Embaixada nesta emocionante iniciativa e pelo entusiasmo e apoio em dar vida ao projeto.
Esperamos que este selo inspire uma nova geração de brasileiros a pensar em mergulhar no emocionante e único mundo de Ulysses, e que eles digam, como Molly Bloom proclamou nas últimas palavras do romance: (...) sim eu disse sim eu quero sim. Texto dos Correios.

A Criminosa Demolição da Estação Ribeirão Preto da Cia. Mogiana, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil - Artigo

 



A Criminosa Demolição da Estação Ribeirão Preto da Cia. Mogiana, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil - Artigo
Ribeirão Preto - SP
Artigo


Texto 1:
Seria a “maior revolução urbanística da América Latina”,exaltou o jornal "Diário da Manhã" no dia 11 de novembro de 1966, referindo-se à medida anunciada pelo então governador Laudo Natel. Ele veio a Ribeirão Preto, acompanhado de vários secretários, com o objetivo principal de anunciar a doação ao município da área onde ficava o pátio ferroviário, com autorização inclusive para demolir a estação da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro.
Há 56 anos atrás, era o que queriam autoridades municipais, tendo à frente o prefeito Welson Gasparini, com apoio de empresários.
O argumento era que a área da ferrovia, localizada no início da Vila Tibério, perto do Centro, atravancava o desenvolvimento urbano.
Na época, ligando a Vila Tibério ao Centro só existia a passagem de nível sobre os trilhos entre as ruas Luiz da Cunha e Duque de Caxias. Quando o trem passava, o trânsito de veículos era interrompido. E também os pedestres reclamavam. O problema persistiu mesmo com a estação da Mogiana se transferindo do Centro para o Tanquinho, porque a antiga área era mantida sob seu domínio e ainda havia manobras.
Além disso, existia outro problema: a área era chamada de “antro de imundície”, formando o “triângulo da malária”, conforme expressão do Diário da Manhã, ao focar a estação, o pátio e a rotunda, que ali permaneciam. Outros jornais, embora com menos veemência, apoiavam a campanha de retirada total do pátio da ferrovia perto do Centro. E os comerciantes das imediações contavam com essa providência para melhorar os negócios.
Todo esse clima foi transmitido pela imprensa seguidos dias antes da visita do governador Laudo Natel. Curiosamente, ao lado de vários secretários, ele veio no dia 10 de novembro de 1966 em trem da Mogiana, a partir de Campinas. Em Ribeirão, desceu na nova estação (inaugurada um ano antes no Tanquinho) e dali seguiu de automóvel direto para a Praça Schmidt, ao lado da velha estação. Mesmo sendo um dia útil, uma terça-feira, por volta de 9 horas da manhã, havia grande concentração popular. Ao descer do carro, o governador disse que “é obrigação do Estado facilitar ao município condições para o seu desenvolvimento”. Daí concluiu que “a doação desta área atende a interesses superiores da comunidade”.
A pretensão, conforme o prefeito Welson Gasparini explicou com uma maquete, era o aproveitamento da área com um ousado projeto urbanístico, que compreendia (e não foi feito) inclusive um viaduto ligando a Rua General Osório à Rua Martinico Prado.
No dia seguinte, o Diário da Manhã destacou que “a cidade está em festa” com a medida do governador Laudo Natel. Graças a ele, “vai desaparecer o triângulo da malária”.
Foi bom para a cidade? O jornalista José Fernando Chiavenato, que mora na Vila Tibério, acha que não foi. Ele entende que deveria ser dada uma solução no sentido de recuperar e fortalecer o transporte ferroviário. Mas, principalmente, acha que foi um atentado contra a história, a considerar a importância que a Mogiana representou para Ribeirão.
Outro jornalista, também da Vila Tibério, Fernando Braga, não é tão radical quanto Chiavenato, mas também faz crítica. Segundo ele, poderia ter havido a desativação na área da antiga Mogiana, mas “nunca” com a demolição da velha estação, por seu significado histórico. Em várias cidades, como Sales Oliveira, Orlândia, São Joaquim da Barra, mesmo desativadas, as antigas estações tiveram o prédio preservado e hoje destinado a atividades culturais, cita Braga. Além disso, ele acrescenta, se o objetivo foi desatravancar a ligação da Vila com o Centro, ali não poderia ter sido construída a Rodoviária, que impede a sequência de ruas entre as duas partes da cidade. “Deveria ter existido um projeto de melhor nível com a preservação de prédios históricos ao lado do destaque que se deu à arborização que fez surgir o Parque Maurílio Biagi”, opina Fernando Braga.
Junta-se a esta corrente a manifestação do jornalista Nicola Tornatore, que não se conforma com “o pouco que restou do passado glorioso da Mogiana”. Ele cita que as principais lembranças hoje são a locomotiva da Praça Schmidt e a Estação do Barracão, no início da Avenida D. Pedro I, “memória viva da imigração, embora lamentavelmente fechada e sem uso”.
Os que defendem que deveria ter sido preservada, no todo ou em parte, a antiga área da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro ressaltam que a ferrovia mudou o rumo da história de Ribeirão Preto, desde que aqui chegou o primeiro trem, em 23 de novembro de 1883. Sem a estrada de ferro naquela época, as poucas estradas de terra então existentes tinham de ser percorridas a cavalo, carroças, troles ou em carros de boi, com muita dificuldade, principalmente em tempos de chuva. A estrada de ferro “modernizou” o transporte de café até o porto de Santos. Com ela, foi possível Ribeirão Preto “integrar-se definitivamente ao mercado internacional do café”, destaca o jornalista Nicola Tornatore. Ele lembra que uma lei provincial, assinada em 25 de abril de 1880 concedeu à Cia. Mogiana o direito de trazer a estrada de ferro até Ribeirão, partindo de Casa Branca, após disputa com a Companhia Paulista que tinha um ramal parado em Pirassununga e também cobiçava conquistar esta região.
Texto 2:
Ali foi tudo meio nebuloso. Havia a pressão populista para demolir a estação porque ela seria a suposta causa do "atraso" da Vila Tibério. Na verdade isso era balela, pois a Vila Tibério não era atrasada, só não tinha o mesmo movimento do Centro. Aliás, perto de outros bairros da época, era até que bem movimentada, um bom lugar. Faziam comparação com o Centro, que não era decadente como hoje, e diziam que se não fosse a Mogyana, a Vila seria tão ou mais importante que o Centro. Algumas pessoas da Vila acreditavam nessa baboseira e engrossavam o coro contra a Mogyana (mesmo o bairro sendo reduto de ferroviários). Nisso tinha o Antônio Machado Sant'Anna metendo a boca na Estação não por ver algo errado da parte dela, mas por interesses pouco confessáveis. O cara era daquela turminha de imprensa alinhada ao Assis Chateaubriand, ou seja, rasga seda para quem paga e destrói quem não paga. Na política um dos que mais lutaram pela demolição foi o Gasparini, que viu nisso uma oportunidade para se promover. O cara martelava o assunto no rádio, se colocava como defensor dos "interesses da população tiberense" e captava um monte de votos de gente que acreditava nos argumentos pró-demolição. A prefeitura tinha interesse em fazer o que toda prefeitura fazia com a ferrovia, ficar com os imóveis. Assim, conseguiram, por meios políticos, que o Estado determinasse a erradicação do antigo pátio, mas mesmo assim havia resistência dentro da Mogyana. Conseguiram segurar a demolição da estação até 1967, quando a Mogyana foi obrigada a firmar um acordo com a prefeitura para demolir todo o complexo e construir no local o terminal rodoviário. Veja aí o absurdo, além de obrigarem a Mogyana a desocupar suas propriedades, ainda a obrigaram a construir o terminal rodoviário e entregar de mão beijada para a prefeitura, junto com quase todo o terreno. Isso tudo por meio de pressão política junto ao Governo do Estado, acionista majoritário da Mogyana. A demolição da estação foi feita em fins de 1967, assim como quase todas as instalações ao redor, sobrando apenas a plataforma de embarque, as oficinas, a rotunda, algumas linhas que permitiam o acesso à rotunda, oficinas e ao Ramal de Guatapará, algumas casas, a caixa d'água, e construções menores. Em 1968 foi a vez da rotunda (a maior rotunda ferroviária já construída no Brasil) e alguns edifícios anexos, das oficinas e da plataforma de embarque da antiga estação, e de quase todas as linhas. Só restou a linha do ramal de Guatapará e os desvios usados na manobra, e uma pequena construção perto da antiga Rotunda que servia de estação para o ramal. Isso durou até 1976, quando finalmente extinguiram o ramal e retiram os trilhos e a estaçãozinha improvisada para inaugurar a rodoviária. No fim, as mesmas pessoas da Vila Tibério que apoiaram a retirada da Mogyana, depois passaram a lamentar o fato. Hoje percebem que foi um erro permitir a perda de uma das identidades da Vila Tibério. Além disso, ficou claro que os argumentos de que a Vila rivalizaria com o Centro, se não fosse a Mogyana atrapalhando o caminho, eram conversa para boi dormir. A Mogyana se foi e a Vila continuou do mesmo jeito. Nenhum comerciante passou a ganhar mais em seu negócio por conta disso, a Vila nunca rivalizou com o Centro, e até hoje, mesmo com o centro em franca decadência, ninguém deixa de ir ao Centro para ir na Vila. O aumento do comércio e valorização da Vila Tibério é reflexo do próprio crescimento da região da Vila. É um comércio local que atende a população local, tal como era na época da Mogyana. A desvantagem é que a abertura da Martinico Prado e da Santos Dumont em direção ao Centro canalizou o trânsito de outros bairro em direção ao Centro para dentro da Vila por ruas que não foram projetadas para essa demanda, acarretando tráfego intenso, desgaste excessivo da pavimentação (buraqueira sem fim), congestionamentos, barulho, dificuldade de estacionamento, e sem vantagens para a Vila, pois o grosso desse tráfego é com destino ao Centro, o seja, é só de passagem, não para para consumir na Vila, não dá retorno algum à Vila.
Texto 3:
Ribeirão Preto perdeu um importante marco histórico em setembro de 1967 (a então estação ferroviária da Mogia­na, onde hoje há a interligação das ruas General Osório com Martinico Prado, na Vila Tibério). Por aquela estação passaram dezenas de mi­lhares de imigrantes que deixa­ram a Europa para tentar a sorte no “Eldorado Paulista”, como a nascente cidade era chamada no período de apogeu do café. Inaugurada em setembro de 1885, ainda na época do Império (a República foi proclamada em 1889), a estação foi, durante dé­cadas, uma das mais importan­tes da Cia. Mogiana de Estradas de Ferro. A localização era estra­tégica – a entrada da estação fica­va exatamente onde começava a rua General Osório, então a rua mais importante da cidade. A estação funcionou para em­barque e desembarque de pas­sageiros (e cargas) até maio de 1965. Em 1º de junho daquele ano os trens de passageiros pas­saram a seguir para a nova es­tação, construída pela Mogiana nos limites entre a área urbana e a rural – na hoje avenida Mogia­na, na Zona Norte. Com a desativação o pré­dio da velha estação passou a abrigar o Grupo Escolar da Vila Tibério (atual Escola Estadual Hermínia Gu­gliano), e, ao mesmo tempo que tramitava um processo de tombamento da estação pelo seu inquestionável valor histórico, começou também uma intensa campa­nha pedindo a demolição do marco histórico. Idealizada por políticos e comerciantes da região da "Bai­xada", onde fica o Mercado Mu­nicipal, a campanha foi abraça­da pelo proprietário do Diário da Manhã, Antônio Machado Sant’Anna. Ao longo de meses, o jornal publicou dezenas de maté­rias referindo-se a estação como “monstrengo”, “pardieiro” e “an­tro de imundície e mau cheiro”. O pátio onde ficava a rotunda (oficina das locomotivas, atual Parque Ecológico Maurílio Biagi) era chamado de “tri­ângulo da malária”. Naquele momento a Cia. Mogiana já não existia mais – prestes a falir, foi en­campada pelo governo estadu­al (por meio da Ferrovia Pau­lista S/A, a Fepasa) em 1952. Apesar de a campanha uti­lizar a questão do saneamento para justificar a demolição da estação, na verdade o interesse era comercial – os moradores da populosa Vila Ti­bério tinham grande dificulda­de para chegar ao Centro, pois existia apenas uma ineficiente passagem de nível que permitia atravessar os trilhos da Mogiana (ficava no início da rua Duque de Caxias, no ponto em que o nome da via muda para rua Luiz da Cunha). Era comum os automóveis terem de aguardar a abertura da “porteira” da Mogiana, que era fechada quando da passagem dos trens. A real intenção dos comerciantes que fomentaram a campanha, era facili­tar o acesso dos moradores da Vila Tibério a seus estabelecimentos comerciais. Numa época em que a pre­servação de nosso patrimônio histórico não era uma preocu­pação da comunidade (hoje ainda não é, apenas "fingem" que é), a campanha foi vitoriosa. Em 12 de agosto de 1967, um sá­bado, o então governador Abreu Sodré veio a Ribeirão Preto assi­nar um acordo com a Prefeitura. O então prefeito Welson Gaspa­rini agradeceu ao governa­dor, após Abreu Sodré ser foto­grafado com uma picareta, sim­bolizando o início da demolição. O acordo previa a realização, pela Prefeitura, de um plano urbanístico que mudaria profun­damente aquele trecho da região central e, pela Fepasa, a construção de uma estação rodoviária (a atu­al, inaugurada apenas em 1976). Assinado o acordo entre o prefeito Welson Gasparini e o governador Abreu Sodré, em setembro, começou a demolição, exata­mente pelo prédio da estação, do qual restou apenas a plataforma. Em seguida, foram derrubados os antigos armazéns que serviam para depósito de cargas. Em janeiro de 1968 aconte­ceu a transferência das instala­ções que ainda funcionavam na rotunda – a oficina das locomo­tivas a vapor foi para as estações de Uberaba e Franca; a oficina de vagões foi para Campinas e a das locomotivas diesel-elétrica para a nova estação de Ribeirão Preto, na avenida Mogiana. No mesmo mês de janeiro foi "erradicada" a plataforma, permitindo o objetivo maior da campanha – a união entre as ruas General Osório e Martinico Prado. Mar­co do passado áureo de Ribeirão Preto, então “Capital Mundial do Café”, a primeira e mais fa­mosa estação ferroviária da ci­dade desapareceu por motivos comerciais e logísticos. Foi mais um, talvez o maior, na lista de crimes praticados contra o patrimônio histórico da cidade.
Nota do blog 1: Welson Gasparini e seus aliados destruíram um dos maiores patrimônios da cidade em troca de votos e dinheiro.
Nota do blog 2: Se alguém, por mais improvável que possa parecer, achar que demolir tal patrimônio foi bom para a cidade, convido a visitar o local atualmente, mais de 50 anos após essa jeguice. Está completamente degradado, vandalizado, sujo, servindo de moradia para desabrigados, consumo de drogas, álcool e prostituição.
Nota do blog 3: Data e autoria não obtidas.

Monumento "Trabalhador do Café", Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil





 

Monumento "Trabalhador do Café", Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia

O monumento fica na avenida do Café com rua Aurora.
Como a maioria dos monumentos de Ribeirão Preto, foi vandalizado. Furtaram a placa de identificação e danificaram a peneira do trabalhador de café.
Nota do blog: Data 2016 / Crédito da postagem para Fernando Braga.

Monumento "Trabalhador do Café", Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil

 









Monumento "Trabalhador do Café", Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia

Trata-se de uma escultura em concreto retratando um homem peneirando café, de autoria do artista plástico Thirso Cruz, exposta na entrada da avenida do Café. É um presente da Associação de Moradores da Vila Tibério e Adjacências (Amovita) e dos empresários do bairro. A obra tem 2,10 metros e fica sobre uma base de 80 centímetros. O escultor Thirso Cruz tem obras em diversas cidades da região e até mesmo em São Paulo e Rio de Janeiro. A obra do homem peneirando é uma homenagem aos trabalhadores anônimos (desde os escravos até os imigrantes) que contribuíram para engrandecer Ribeirão Preto. A avenida do Café era a entrada da Fazenda Monte Alegre (hoje campus da USP), maior produtora de café do mundo. Pela antiga estrada, que depois virou avenida, passava a produção da fazenda com destino à estação da Mogiana, que era embarcada para o porto de Santos.
O monumento fica na avenida do Café com rua Aurora.
Como a maioria dos monumentos de Ribeirão Preto, foi vandalizado. 
Furtaram a placa de identificação e danificaram a peneira do trabalhador de café.
No blog tem uma imagem do monumento integro, de 2016, para apreciação.
Nota do blog: Imagens de 2022 / Crédito para Jaf.

Portaria de Entrada da USP e Mosaico com Azulejos, Avenida Bandeirantes, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil

 












Portaria de Entrada da USP e Mosaico com Azulejos, Avenida Bandeirantes, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia

Nota do blog 1: Os motivos agrícolas dos mosaicos de azulejos da portaria não deixam dúvidas sobre o campus da USP ter se originado das instalações da antiga EPA / Escola Prática de Agricultura Getúlio Vargas.
Nota do blog 2: A construção da portaria e dos mosaicos é estimada entre os anos 1942-1948. 
Nota do blog 3: Milagrosamente, as instalações encontram-se em bom estado.


Marco de Entrada da USP / Faculdade de Medicina, Avenida Bandeirantes, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil

 



Marco de Entrada da USP / Faculdade de Medicina, Avenida Bandeirantes, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia

Nota do blog 1: Antigo marco de entrada da EPA / Escola Prática de Agricultura Getúlio Vargas, que posteriormente tornou-se USP em Ribeirão Preto/SP. O marco, possivelmente, possuia outro trabalho de azulejos ou similar na época da EPA, sendo retrabalhado na conversão do local para Faculdade de Medicina / USP.
Nota do blog 2: Como quase tudo nessa cidade, precisa de limpeza e manutenção.


Teatro Municipal de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil





Teatro Municipal de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia


O Teatro Municipal de Ribeirão Preto foi inaugurado em 1969.
Com um palco em estilo italiano e plateia com capacidade para 515 pessoas, é cenário para espetáculos de arte, dança e música.
Por estar em um local arborizado e amplo, também é utilizado para eventos culturais.
Passou por reformas gerais nos anos de 1987, 2000 e 2017.
O teatro conta com um anfiteatro para ensaio e estacionamento com capacidade de aproximadamente 40 carros. Trecho de texto da PMRP.
Nota do blog: Imagem de 2022.