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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Selo "200 Anos da Primeira Constituição do Brasil", 2024, Correios, Brasil


Selo "200 Anos da Primeira Constituição do Brasil", 2024, Correios, Brasil
Selo

Em 25 de março de 2024, comemoramos os 200 anos da primeira Constituição brasileira. 
Por essa razão, os Correios lançam este bloco de selos, ressaltando três textos que foram fundamentais para a construção da nossa nação. 
Primeiramente, a Constituição de 1824, que orientou a consolidação da Independência, regrando o funcionamento das principais instituições do novo país. O texto começou a ser trabalhado por uma Constituinte convocada em 3 de junho de 1822, antes da proclamação da Independência. Os constituintes iniciaram seus trabalhos em 3 de maio de 1823, tentando construir um texto inspirado pelo liberalismo dominante. Para o cidadão, isso significava a afirmação de direitos individuais, tais como a liberdade de pensamento e religião, o direito à propriedade, o direito a exercer atividades econômicas, a inviolabilidade da residência e da correspondência, e a garantia de que todos estariam sujeitos às leis. Na política, apregoava-se a divisão dos poderes e o estabelecimento de uma democracia representativa baseada na propriedade e na renda. A Assembleia entrou em choque com o Imperador quando discutiu a limitação dos poderes do soberano, sendo dissolvida em 12 de novembro de 1823. Pedro I outorgou em seguida um novo texto e determinou sua aprovação pelas Câmaras de Vereadores dos municípios. O novo texto preservava a força do Imperador, estabelecendo uma divisão de poderes em quatro ramos: Executivo, Legislativo e Judiciário, seguindo a tradição liberal, e o Moderador, de exercício exclusivo do soberano. Reaproveitou, entretanto, várias das ideias liberais em relação aos direitos do cidadão, incluindo a limitação do voto e do exercício de cargos representativos, que exigiam comprovação de determinados níveis de renda (voto censitário). Só homens votavam. Elementos antiliberais do texto são notáveis, como o predomínio do Moderador sobre os outros poderes; o estabelecimento de um Senado vitalício, escolhido pelo Imperador; e a existência de um Conselho de Estado, também escolhido pelo soberano, que o assessorava nas principais decisões. Além disso, a Constituição não tocava no principal problema social da época: a existência do braço escravizado, tratado como um tipo de propriedade garantida pelo Estado.Apesar da origem autoritária, foi o texto constitucional de maior vigência, sofrendo alterações mínimas até a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889. 
O segundo destaque é a Constituição de 1934, na qual foram introduzidas medidas de grande significação social. Seu texto decorre diretamente do movimento político que encerrou a República Velha (1889–1930), a Revolução de 1930, cujos participantes exigiam a moralização do sistema político, no qual prevalecia a fraude eleitoral, facilitada pelo voto aberto e os conchavos políticos entre o Governo Federal e grupos aliados nos Estados, com o predomínio dos grandes latifundiários e à revelia da vontade dos eleitores. Getúlio Vargas foi alçado ao poder por meio de movimento armado que submeteu o antigo grupo governante.
A promessa de uma nova Constituição foi adiada por Getúlio até que um novo movimento, a Revolução Constitucionalista de 1932, liderada pelos paulistas, obrigasse o governante a ceder. A Assembleia Constituinte se reuniu a partir de 15 de novembro de 1933, promulgando o novo texto em 15 de julho de 1934. Nele, várias reivindicações das ascendentes camadas urbanas são encontradas, especialmente: a instituição do voto secreto e do voto feminino e a instituição de leis trabalhistas voltadas ao trabalhador urbano. Previu novos órgãos no Judiciário, estabelecendo a Justiça do Trabalho e a Justiça Eleitoral. No campo econômico, nacionalizou as riquezas do subsolo e as quedas d’água, exigiu a maioria de trabalhadores brasileiros em empresas estrangeiras e abriu a possibilidade de nacionalização de bancos e empresas de seguro. O Legislativo passou a contar com deputados classistas, indicados por associações profissionais, ao lado de deputados e senadores escolhidos em eleição popular.
A Constituição de 1934 teve vida curta, atropelada pelo próprio Getúlio, que, a pretexto de combater a subversão, outorgou um novo texto em 10 de novembro de 1937, no Golpe do Estado Novo, instituindo a ditadura. Entretanto, várias de suas conquistas perduraram e foram retomadas em constituições posteriores, depois de restabelecida a democracia no País. 
Por último, temos a atual Constituição Federal de 1988, fruto da Assembleia Nacional Constituinte, convocada durante a presidência de José Sarney, cumprindo promessa do presidente eleito Tancredo Neves, falecido antes de assumir o cargo. O texto atual foi construído em contraposição ao regime militar instituído em 1964, razão pela qual contém, logo nos primeiros artigos, uma extensa declaração de direitos sociais e políticos que haviam sido negados aos cidadãos durante os 21 anos do regime de força. No texto, além da ampla liberdade política, foram lançadas as bases de um Estado de bem-estar social, que exige do Estado papel ativo na economia e na ação social, para combater a desigualdade e garantir a cidadania plena ao brasileiro. Nele estão refletidos os avanços alcançados nas constituições anteriores, rumo a um País mais democrático e justo, além de inovações como os sistemas que organizam as grandes políticas públicas, como é o SUS. Não à toa, foi batizada de Constituição Cidadã. Constituições são organismos vivos, que devem acompanhar a evolução das sociedades. O Congresso Nacional se esforça, desde a promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988, para manter a atualidade do texto, propondo, discutindo e gerando as emendas necessárias. Esse processo pressupõe o predomínio da democracia, exercida desde o momento do voto até a elaboração das leis e a avaliação dos resultados das políticas públicas organizadas por elas. Dessa democracia, o cidadão brasileiro jamais poderá abrir mão. Texto dos Correios.
Nota do blog 1: Na teoria é lindo. Na prática...
Nota do blog 2: Data e autoria da imagem não obtidas.

domingo, 5 de janeiro de 2025

Selo "35 Anos da Constituição Federal 1988-2023", 2023, Correios, Brasil



 

Selo "35 Anos da Constituição Federal 1988-2023", 2023, Correios, Brasil
Selo

Texto 1:
O bloco apresenta as cores da Bandeira Nacional e da capa da Constituição. Os elementos apresentados remetem à Bandeira Nacional e imagens dos registros históricos da data de promulgação da Constituição de 1988, como: a imagem dos Três Poderes, que representa e enaltece a defesa da democracia brasileira, a imagem de Ulysses Guimarães, no momento emblemático em que ergue a constituição cidadã e a imagem do povo brasileiro, complementando o simbolismo do processo de redemocratização nacional. O número 35 é apresentado de uma forma estilizada e com os algarismos sobrepostos, dando mais dinamismo e profundidade à marca. A técnica usada foi computação gráfica.
A Constituição Federal é considerada um símbolo da democracia brasileira. Sua promulgação representou um passo na garantia e proteção de direitos fundamentais à sociedade, sendo, até hoje, a principal ferramenta da democracia e dos direitos do povo brasileiro. Promulgada em 5 de outubro de 1988, se tornou o principal símbolo do processo de redemocratização nacional. Após 21 anos de ditadura militar, a sociedade brasileira, por meio do Parlamento, concebia uma Constituição que assegurava liberdade e dignidade. Nela, foram criados mecanismos para evitar abusos de poder do Estado. A Assembleia Nacional Constituinte trabalhou durante 20 meses com a atuação de 559 parlamentares (72 senadores e 487 deputados federais) e intensa participação da sociedade. A Constituição de um país é um marco que regula matérias de interesse vital para a nação, estabelecendo normas jurídicas comuns ao Estado e aos cidadãos e cidadãs. No texto constitucional encontram-se consignados preceitos básicos, tais como organização e forma de Governo, as funções dos poderes públicos – Legislativo, Executivo e Judiciário – questões relativas à segurança nacional, à ordem econômica e social, à família, à educação e cultura, aos direitos políticos e aos direitos e garantias individuais, entre outros. Ao longo de nossa história política, o Brasil vem buscando o aperfeiçoamento de um modelo constitucional, com os anseios dos indivíduos no contexto de uma sociedade democrática, e o progresso das instituições.
A histórica sessão solene do Congresso Nacional em que foi promulgada a atual Constituição da República Federativa do Brasil, no dia 5 de outubro de 1988, foi marcada por fortes discursos e por momentos de emoção. Uma cerimônia que simbolizou um passo estruturante para a transição entre a ditadura e a democracia. A sessão de promulgação começou pouco depois das 15h30, no Plenário da Câmara dos Deputados - a essa altura, lotado. Estavam presentes os constituintes, parlamentares estrangeiros, embaixadores, integrantes do governo, militares, representantes de instituições religiosas e outros convidados. Logo depois da execução do Hino Nacional, Ulysses assinou os exemplares originais da Constituição, usando caneta que lhe havia sido presenteada por funcionários da Câmara em 1987. Em seguida, levantou-se de sua cadeira e ergueu um exemplar.- Declaro promulgada. O documento da liberdade, da dignidade, da democracia, da justiça social do Brasil. Que Deus nos ajude para que isso se cumpra! Todo o Plenário aplaudiu. Eram 15h50 - a partir desse momento, passava a valer a nova Constituição do Brasil. Texto dos Correios.
Texto 2:
Embora tenha trazido inovações, a Constituição Federal de 1988 também trouxe coisas ruins. Como foi elaborada em sua imensa maioria por opositores do antigo regime militar, praticamente tornaram impossível punir ou cassar deputados, senadores, juízes, funcionários públicos, etc.
Essas legislações, criada por eles para protegê-los de um futuro golpe militar, passaram a ser utilizadas para salvá-los de acusações de corrupção, tráfico de influência, formação de quadrilha, fraude, etc, gerando uma sensação de impunidade sem fim no país.
O processo para punir/cassar/demitir um deputado, senador, juiz, prefeito, governador ou funcionário público, é longo, quase interminável, cheio de brechas e realizado/presidido por seus próprios pares ou amigos, sendo quase impossível chegar a uma punição adequada.
Ninguém aguenta mais os altos salários (a maioria acima do teto constitucional) do Judiciário/Legislativo/Executivo, os beneficíos odiosos, as negociatas, os desvios de dinheiro, o tráfico de influência, o nepotismo, as nomeações políticas, etc, tudo feito com dinheiro público.
A coisa é tão absurda que, por exemplo, um juiz pego em corrupção é "punido" com aposentadoria compulsória com vencimentos proporcionais ao tempo de serviço.
Pessoalmente, posso dizer que toda vez que vejo essa fotografia do Ulysses Guimarães exibindo a Constituição Federal como um troféu, na hora penso na impunidade, na proteção eterna contra corrupção, etc, é quase que automático para mim. Ela parece ser uma espécie de "carta curinga" da corrupção e das coisas erradas. Texto do Blog.

Selo "Constituição de 1988", Correios, Brasil



 

Selo "Constituição de 1988", Correios, Brasil
Fotografia

quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

Selo "Café do Brasil", 1938, Correios, Brasil


 

Selo "Café do Brasil", 1938, Correios, Brasil
Selo

Selo de 1938, no valor de 1200 réis, com propaganda do café brasileiro.


quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Selo "100 Anos da Cripta da Catedral da Sé", 2019, Correios, Brasil

 


Selo "100 Anos da Cripta da Catedral da Sé", 2019, Correios, Brasil
Selo

Sobre os selos:
A emissão é composta por um se-tenant de seis selos, traz em sua parte superior o característico teto da cripta da Catedral da Sé, formado por abóbodas de tijolinhos aparentes. Nos selos das extremidades, está retratada a escadaria que dá acesso à cripta, localizada sete metros abaixo do nível da Praça da Sé. O segundo e o quinto selos reproduzem esculturas que representam Jó e São Jerônimo, respectivamente, ambas as peças simbolizam a morte cristã e foram esculpidas em Roma por Frederico Leopoldo e Silva especialmente para o edifício. O altar da cripta, projetada por Maximilian Emil Hehl, é retratado no terceiro selo. Marcando a presença das importantes personalidades cujos restos mortais estão abrigados na cripta centenária, o quarto selo traz reprodução da medalha que orna o túmulo de Dom Duarte Leopoldo e Silva: arcebispo de São Paulo entre 1908 e 1938 e que foi responsável pelo desenvolvimento do projeto de construção e início das obras da Catedral da Sé, em 1913. A folha com 12 selos, possui uma vinheta com o título da emissão, o croqui da cripta e a marca da catedral da Sé. A direção de arte deste se-tenant de selos é do Estúdio Centro, com ilustrações em lápis e aquarela de Eduardo Bajzek, arquiteto especializado em desenhos de perspectivas (texto dos Correios).
100 anos da cripta da Catedral de São Paulo / Relíquia histórica e joia arquitetônica da cidade:
Inaugurada no dia 16 de janeiro de 1919, a cripta da Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Assunção e São Paulo foi a primeira parte concluída do novo templo na reformulada Praça da Sé – que substituía o antigo largo de mesmo nome, quatro vezes menor. A nova praça integrava um conjunto maior de ações da Prefeitura de São Paulo que tinham o objetivo de adequar a cidade ao seu crescimento desordenado, fruto do sucesso da economia do café. De fato, São Paulo viu sua população crescer de cerca de 30 mil pessoas em 1870 para pouco mais de 240 mil no início dos anos 1900. O alto crescimento populacional expandia também os territórios da cidade, que deixava de ter vida só no seu centro histórico e começava a ganhar as periferias. A simplicidade da antiga catedral, de estilo barroco e construída em taipa de pilão, não parecia mais adequada à grandeza da cidade. Espécie de capela subterrânea, a cripta acolhe os túmulos dos bispos e arcebispos que governaram São Paulo ao longo desses 274 anos de história (a partir de 1745 como diocese, com território desvinculado da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, e desde 1908 como arquidiocese). Estão na cripta da Catedral de São Paulo os restos mortais de bispos como Dom Duarte Leopoldo e Silva, que foi o primeiro arcebispo de São Paulo e conduziu a elaboração do projeto e os primeiros passos das obras da nova catedral, e de Dom José Camargo de Barros, morto num naufrágio que foi imortalizado em tela do pintor paulista, Benedito Calixto. Como acontece com as milenares catedrais europeias, a cripta de São Paulo também tem a presença de outros personagens muito importantes para a história da cidade e do País. Estão sepultados nela, por exemplo, os restos mortais do cacique Tibiriçá, considerado o primeiro cidadão paulistano, e de Diogo Antonio Feijó, que exerceu o cargo de regente do então império brasileiro quando Dom Pedro II era menor de idade. Sete metros abaixo do nível da Praça da Sé, com piso de mármore quadriculado e teto de tijolinhos a mostra que são marcas de sua arquitetura, a cripta tem, ainda, duas esculturas em mármore Carrara de grande valor artístico. Executadas pelo escultor paulista Francisco Leopoldo e Silva, que estudou com Brecheret em Paris, as esculturas abordam a temática da morte e da ressureição na ótica cristã a partir das histórias de São Jerônimo e Jó. Celebrar o centenário da cripta é fazer memória da vida de todos esses personagens da história de nosso País. Mais do que isso, é celebrar a história da própria cidade de São Paulo refletida nas marcas do seu principal e mais importante templo. Quando lançou a ideia de construir uma nova catedral para São Paulo, Dom Duarte proferiu um discurso em sua residência afirmando que os católicos paulistas gostariam de uma catedral grandiosa “que, testemunhando a fartura dos nossos recursos materiais, seja também hino de ação de graças a Deus Nosso Senhor”. Ao celebrar os 100 anos da cripta da catedral, chamada à época de sua inauguração de “joia arquitetônica” e “relíquia histórica” da cidade de São Paulo, retomo o discurso de Dom Duarte Leopoldo e Silva naquele 25 de janeiro de 1912 em que ele apresentou a ideia de uma catedral que fosse o “selo” da “imensa e poderosa grandeza” de São Paulo, e, com ele, faço votos de que nossa catedral siga sendo casa de Deus que habita nessa cidade imensa, uma catedral que seja “escola de arte e estímulo a pensamentos mais nobres e mais elevados”. Com essa emissão os Correios, por meio da Filatelia, emoldura com picote de selo a joia arquitetônica da cidade de São Paulo, a Cripta da Sé (texto do Cardeal Odilo Pedro Scherer / Arcebispo Metropolitano de São Paulo).
Detalhes técnicos:
Edital nº 20; Arte: Eduardo Bajzek (ilustração) e Estúdio Centro (direção de arte); Processo de Impressão: offset; Papel: cuchê gomado; Folha com 12 selos (2 se-tenants de 6 selos); Valor facial: 1º Porte Carta Não Comercial; Tiragem: 180.000 selos (30.000 se-tenants); Área de desenho: 23,5 x 39mm e 26 x 39mm; Dimensão do selo: 26 x 44mm; Picotagem: 11,5 x 11; Data de emissão: 05/09/2019; Local de lançamento: São Paulo/SP; Impressão: Casa da Moeda do Brasil (texto dos Correios).
Nota do blog: Crédito da imagem para os Correios.

domingo, 12 de maio de 2024

Selo "Centenário Club Athletico Paranaense", 2024, Correios, Brasil












Selo "Centenário Club Athletico Paranaense", 2024, Correios, Brasil
Selo


Os Correios lançaram o selo institucional e o carimbo comemorativo “Centenário Club Athletico Paranaense” em 26/03/2024, data em que o clube completa 100 anos. O lançamento faz parte da programação do Athletico para comemorar a data histórica. A peça filatélica foi carimbada pelo presidente do Conselho Deliberativo do Athletico Paranaense, Aguinaldo Coelho de Farias, em cerimônia conduzida pelo superintendente dos Correios no Paraná, Marcos Paulo Paim. 
Esse é o primeiro selo institucional lançado pelos Correios no Paraná. A nova modalidade de selo postal foi criada em 2023 com o objetivo de ressaltar temáticas do universo sociocultural, de repercussão nacional e internacional. Após o lançamento, as peças ficarão disponíveis para comercialização nos canais de venda físico e digital. Texto do CAP.
Nota do blog: Imagens 1 a 4, ano 2024, crédito para CAP / Imagens 5 a 9, crédito para João Alberto Correia da Silva.


sábado, 27 de abril de 2024

Selo "Cinquentenário da Fábrica Presidente Vargas - Piquete", Correios, Brasil


 

Selo "Cinquentenário da Fábrica Presidente Vargas - Piquete", Correios, Brasil
Selo


A Fábrica Getúlio Vargas foi inaugurada em 15 de março de 1909, no recém criado município de Piquete. A idéia de sua construção foi iniciativa do Ministro da Guerra (1898-1902) Marechal João Nepomuceno Medeiros Mallet, filho do Marechal Emílio Luiz Mallet, patrono da Artilharia do Exército.
Anteriormente, em 1898, o Ministro criou o Estado-Maior do Exército junto com a então Fábrica de Pólvora e Explosivos de Piquete, a primeira de pólvora sem fumaça na América do Sul, constituindo-se pontos de inflexão para a Reforma Militar do Exército (1898-1945). Tal Reforma elevou os baixos índices operacionais do Exército, de 1874-1887, aos elevados índices comprovados pela Força Expedicionária Brasileira durante a 2ª Guerra Mundial nos campos da Itália, onde ela fez muito boa figura, ao lutar contra em aliança com frações dos melhores exércitos do mundo presentes na Europa.
O nome da Fábrica foi mudado, mais tarde, para Fábrica de Piquete e, em 8 de dezembro de 1942, para Fábrica Getúlio Vargas. Um dos valorosos chefes da construção da fábrica de pólvora de base dupla foi o Coronel Luiz Sá Affonseca, que como general chefiou a construção da AMAN.
O próprio Presidente Getúlio Vargas visitou a Fábrica em outubro de 1942, na ocasião em que ocorriam as manobras do Exército no vale do rio Paraíba.
A construção da fábrica teve início em julho de 1905, no governo do Presidente Rodrigues Alves, por determinação de seu Ministro da Guerra, Marechal Francisco Paulo Argolo (1896 e 1902-6) e foi conduzida pela equipe do Tenente-Coronel Augusto Maria Sisson.
O local definido para a fábrica atendia a critérios topográficos, estratégicos e geopolíticos, principalmente, por situar-se entre os dois maiores centros industriais brasileiros, Rio de Janeiro e São Paulo.
Por questões de ordem técnica, o local, inicialmente escolhido, foi substituído pela região das fazendas Estrela do Norte, Limeira e Sertão.
A construção da Fábrica Getúlio Vargas levou três anos e atendia ao objetivo de melhor assegurar a soberania e a integridade do Brasil, cujas forças armadas dependiam da importação de munições e explosivos.
Cabe ressaltar que, em 1908, ocorreu a Grande Reforma do Exército, levada a efeito pelo Marechal Hermes da Fonseca, e marcada pela criação de Brigadas Estratégicas. A Reforma importou fuzis Mauser, metralhadoras Madsen e canhões Krupp e a respectivas fábricas de munições que foram instaladas em Realengo.
O projeto da Fábrica foi elaborado nos Estados Unidos da América, em Nemours, pela Companhia Eleuthère Irénée du Pont que enviou para o Brasil, com a finalidade de acompanhar por quase um ano a instalação, o engenheiro L. W. Burwirth, o químico Theodore Baker e o mecânico T. R. Wright.
Em 25 de maio de 1905, teve início a fabricação de pólvora sem fumaça e, cerca de três meses mais tarde, o Exército recebeu o primeiro lote fabricado no Brasil.
Em 1911, a Fábrica de Piquete conquistou o Grande Prêmio da Exposição de Torino – Itália. Em 1922, na Exposição Internacional do Rio de Janeiro, comemorativa do Centenário da Independência do Brasil, recebeu mais uma vez “O Grande Prêmio”.
O seu primeiro diretor foi o Ten Cel Achilles Veloso Pederneiras, que regressava da missão de Adido Militar nos Estados Unidos, onde discutiu questões para a construção da Fábrica com Eleuthère du Pont, além da compra de materiais a ela destinados. Permaneceu por seis anos na nobre função. Há diversas citações que enaltecem o trabalho do Ten Cel Pederneiras, uma das mais significantes consta no livro de visitas e foi redigida pelo arquiteto Adolpho Morales de Los Rios Filho: “Ao ilustre Coronel Pederneiras, alma de artista, num corpo de aço, fundador e primeiro Diretor da Fábrica, o meu incondicional parabéns!”
O Coronel Pederneiras deixou a Direção da Fábrica em 14 de março de 1915 para dirigir o Arsenal de Guerra do Rio. Veio a falecer dois anos depois.
A partir de 1977, a Fábrica Getúlio Vargas foi incorporada à Indústria de Material Bélico (IMBEL), empresa vinculada ao Comando do Exército.
A Fábrica de Piquete foi um dos grandes feitos do Exército e marcou a presença pioneira do Exército no vale do rio Paraíba. Presença militar resgatada em 1996 no Simpósio de História do Vale do Paraíba, promovido pelo IEV em Resende na AMAN e AEDB e, em Itatiaia, no Centro de Recuperação do Exército, no qual atuamos na direção científica como 2º vice-presidente do IEV. Dela saíram produtos para quartéis, fortalezas, navios e aviões, uma contribuição estratégica expressiva para as Forças Armadas do Brasil.
Ela representou a vanguarda na fabricação de explosivos industriais e deu origem à indústria nacional de explosivos químicos. Seus produtos foram vitais na construção em todo o Brasil, de suas hidroelétricas, túneis, estradas, metrôs, prospecção de petróleo, mineração de carvão, de ferro, ouro, tornando-se conhecido em todo o Brasil, até entre os caçadores como eu fui, com sua célebre pólvora Piquete sem fumaça, muito superior à pólvora com fumaça que lembro era da marca Elefante.
Assim, apresentamos a síntese histórica deste empreendimento do Exército criado com a finalidade de abastecer o Exército e a Armada (Marinha) com seus produtos; entregar as sobras ao mercado, adaptadas no que convier, aos usos correntes, criando assim uma fonte de receita para o Estado e proceder a estudos técnicos relativos a pólvoras e explosivos, como também, mediante indenização, para fins particulares. Texto de Cláudio Moreira Bento.

quarta-feira, 6 de setembro de 2023

Cinderela "Mais um Tijolo Para o Estádio do Sport Club Internacional", S. C. Internacional, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil


 

Cinderela "Mais um Tijolo Para o Estádio do Sport Club Internacional", S. C. Internacional, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
Porto Alegre - RS
Selo - Cinderela

Nota do blog 1: Raríssima Cinderela da campanha "mais um tijolo", criada pelo Sport Club Internacional para angariar recursos para a ampliação do Estádio dos Eucaliptos nos anos 40.
Nota do blog 2: Ninguém pode ficar admirado se você, meu caro leitor, pensar que Cinderela é, tão somente, o nome do famoso conto de fadas do escritor francês Charles Perrault, datado de 1697. Entretanto, não podemos perder de vista que no meio filatélico, este vocabulário tem um significado peculiar e totalmente diverso. Entre os filatelistas a palavra "Cinderela" designa uma etiqueta, que embora guarde uma certa similitude com um selo (podem ser picotadas ou não), não foi emitido por uma autoridade postal, e desta feita, não serve para franquear uma correspondência. Recebem esta denominação, pois da mesma forma que a personagem do famoso conto infantil, estas são igualmente negligenciadas pelo colecionador postal.
O termo Cinderela abarca assim, dentre outros tipos:
Os selos privados de caridade emitidos por ocasião do Natal ou Páscoa, objetivando a arrecadação de recursos extras para determinada causa;
As etiquetas de propaganda, com finalidades promocionais, que informam ou divulgam alguma ideia ou acontecimento, seja na esfera pública ou privada, bem como, o merchandising de produtos comerciais;
Os cromos ou figurinhas dos álbuns colecionáveis;
Os selos postais falsos ou de fantasia emitidos por países inexistentes.
A inclusão destes artigo em coleções temáticas, independente de seu motivo ou imagem, é totalmente descabida, pois estão fora do campo da filatelia, vez que não promanam de autoridade postal, não tendo assim função de porteamento. No entanto, pode ser bastante interessante acumulá-las, se isto lhe apetecer, na condição de uma coleção exclusiva, não filatélica, composta unicamente por elas.




quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Selos "Moedas Brasileiras", 2023, Brasil

 







Selos "Moedas Brasileiras", 2023, Brasil
Selo


Sobre os Selos:
A folha de selos reproduz nove moedas emblemáticas dos padrões monetários que fizeram/fazem parte da história do Brasil e da vida de milhões de brasileiros. Os selos retratam as duas faces das seguintes moedas: 100 Réis, de 1871; Cruzeiro, de 1942; Cruzeiro Novo, de 1967; Cruzeiro, de 1970; Cruzado, de 1986; Cruzado Novo, de 1989; Cruzeiro, de 1990; Cruzeiro Real, de 1993; e Real, de 1994. As moedas e o título são elaborados com relevo em película metálica prata e dourada, refletindo as características das peças em miniatura. O picote redondo procura reproduzir no selo formas similares às dos objetos retratados. Em segundo plano, no lado esquerdo do canto inferior, temos a representação de um porta-níquel, objeto tradicionalmente utilizado para o armazenamento de moedas no dia a dia. A folha de selos possui o fundo simulando um tecido jeans e os selos se localizam sobre a figura de um bolso, com suas costuras, texturas e detalhes, assim como rebites de reforço. A técnica utilizada foi computação gráfica.
Do Réis ao Real: Padrões Monetários Brasileiros
Circulando de mão em mão, as moedas representam o esforço do trabalho, as conquistas e os sonhos de um povo. Neste contexto, há dois significados para a palavra “moeda”. Ela pode significar peças geralmente redondas e metálicas, emitidas com autorização legal, que possuem inscrições, desenhos e um valor facial cunhado. De outro lado, empregamos a palavra moeda para significar o padrão monetário, ou seja, o nome do dinheiro usado em um país ou determinada época.
Desde a antiguidade, governos confrontam-se com a inflação. O aumento do custo de vida, a perda do poder aquisitivo dos salários e a desvalorização do dinheiro foram sempre questões a serem resolvidas. Diversas medidas podem ser adotadas para combater a inflação. Entre elas estão as reformas monetárias, que alteram os padrões utilizados, o “dinheiro”, com a finalidade de converter valores e criar uma transição entre o velho e o novo. As mudanças de padrão monetário possuem sobretudo uma função simbólica. O “novo” dinheiro procura sempre credibilidade, sem a qual nenhuma política econômica é capaz de legitimar-se e obter o apoio necessário junto à população para os resultados pretendidos.
Ao longo de sua história, o Brasil já teve 9 padrões monetários diferentes. Por 300 anos, durante a Colônia e o Império, houve diversas reformas, mas a moeda continuou com o mesmo nome: real, unidade monetária portuguesa criada em 1430, mais conhecido por sua forma plural réis. Após a criação do cruzeiro, em 1942, houve um recrudescimento do ciclo inflacionário e, num intervalo de 30 anos, houve sete mudanças no padrão monetário brasileiro: cruzeiro novo (1967), cruzeiro (1970), cruzado (1986), cruzado novo (1989), cruzeiro (1990), cruzeiro real (1993) e, finalmente, o real (1994).
Este conjunto de selos apresenta-se como uma amostra desses diferentes padrões monetários brasileiros, por meio da seleção de uma moeda metálica representativa de cada padrão.
No Brasil, desde 1500, já circularam mais de 700 tipos de moedas metálicas. Por isso, esta série é uma síntese dos padrões monetários brasileiros. As peças aqui retratadas mostram que, além do seu uso prático como meio de pagamento, moedas destacam-se pela variedade e beleza. Assim como os selos postais, elas expressam o patrimônio cultural do país e fazem parte dele, a evocar lembranças do passado e a desempenhar uma função educacional e integradora, sendo, ao mesmo tempo, produto da história e testemunha dela.




terça-feira, 1 de agosto de 2023

Selos "Faróis Brasileiros", 2023, Brasil

 


Selos "Faróis Brasileiros", 2023, Brasil
Selo


Sobre os Selos:
Esta emissão é composta por 8 selos de faróis brasileiros. Bailique: localizado às margens do Amazonas, orienta embarcações vindas de fora da região e canoas de populações ribeirinhas. Cabo Orange: na mesma região, também orienta embarcações ribeirinhas, porém fica localizado em região inóspita, nas proximidades do Rio Oiapoque. Ilha Rasa: foi o primeiro farol construído após a Independência. Na inauguração o imperador Pedro II embarcou na corveta “Nictheroy”. A intenção era desembarcar, mas condições desfavoráveis não permitiram, então a tripulação presenciou o primeiro acendimento no próprio navio. Moela: é o farol mais antigo de São Paulo, e fica na ilha de Itamirindiba. Abrolhos: além do farol, nesta composição foram destacadas as baleias Jubarte, que fogem do frio da Antártica para se acasalar e ter seus filhotes nas águas baianas. Calcanhar: na representação, dois banhistas observando o farol localizado na praia do Calcanhar. Chuí: foram destacados dois flamingos chilenos, que fazem parte da reserva ecológica do Taim, localizada na mesma região. Santa Marta: próximo a esta região há uma estrutura geológica chamada “Pedra do Campo Bom” ou “Lage do Jaguaruna”. Esta formação impedia que alguns navios se aproximassem da costa da Ilha, onde muitas vezes permaneciam encalhados. A composição traz 3 crianças observando um desses incidentes. A técnica utilizada foi pintura digital.
Faróis brasileiros:
Os Correios, por meio da Filatelia brasileira, emite 8 (oito) selos postais especial de faróis brasileiros, composto por: 2 (dois) faróis da região Norte, 2 (dois) do Nordeste, 2 (dois) do Sul e 2 (dois) do Sudeste.
A mentalidade marítima de um povo pode ser expressa nos faróis de seu país, e a bravura de seus marinheiros inspirada na saga de seus faroleiros. (Ney Dantas)
Em dia distante, envolto na névoa do tempo, o homem se lançou ao mar, por curiosidade, necessidade, ou mero deleite, com espírito de aventura, começando a conhecer seu mundo. Ia e voltava sempre à vista de seu lar, à luz do dia. Sinais em terra, uma árvore, uma pedra, uma elevação conspícua orientavam seu retorno seguro. Continuamente buscando horizontes mais distantes, ele mesmo iniciou a construir sinais de referência, pilhas de pedras ou torres de madeira que permitissem ir mais longe, mas voltar com segurança. Surpreso por um mau tempo, um dia não voltou. Perdido na escuridão imaginou que durante a noite poderia ser orientado por fogueiras acesas sobre seus toscos sinais diurnos. Seus descendentes assim fizeram.
Embarcações maiores e mais seguras o levaram cada vez mais distante, sempre com o auxílio de sinais em terra que ainda seriam chamados faróis.
O grande mar entre terras, o Mediterrâneo, em cujas margens surgiram, floresceram, desenvolveram-se e desapareceram importantes civilizações e povos, foi privilegiado por pujante intercâmbio cultural, comercial, e disputas políticas, que o tornaram palco de muitas rotas marítimas.
À medida que os nautas desses povos se encorajaram, as viagens se alongaram no tempo e no espaço, demandando mais sinais de referência ao longo das margens para segura orientação. Registros documentais, imagens, descrições, inscrições e moedas que hoje se conhecem comprovam a existência desses sinais que guiavam aqueles homens no mar.
Apesar de já existirem há muito tempo, a palavra “farol”, como significado de auxílio à navegação somente surgiu após a construção de um grande sinal náutico em Alexandria, na Ilha de “Pharos”, Egito, em 280 BC. Segundo o geógrafo Edrisi, que o visitou em 1150, sua torre de pedra de 149 m de altura era encimada por uma fogueira que podia ser avistada à 29 Milhas Náuticas (MN). Foi considerado uma das sete maravilhas do mundo antigo. Desde então, sinais náuticos construídos em forma de torre e próximos ao mar, passaram a ser designados “Farol” (phare, em francês, faro em espanhol e em italiano, e far em romeno).
Dentre muitos faróis construídos desde então, destaca-se a Torre de Hércules na Espanha, construída pelos romanos no século II e o mais antigo em operação; o Cordouan na França, o primeiro a utilizar uma lente Fresnel e o mais antigo farol da França em operação; o Eddystone na Inglaterra, o primeiro construído em mar aberto; e o Bell Rock na Escócia, o primeiro construído sobre uma formação rochosa que cobre e descobre com a maré.
São poucos os registros históricos conhecidos que comprovem a existência de faróis na costa brasileira no período colonial, à exceção do Farol de Santo Antônio da Barra em Salvador, Bahia, comprovadamente construído em 1698, após o naufrágio do galeão português Sacramento, com a perda de mais de 500 vidas. A abertura dos portos em 1808 com a transferência da Família Real Portuguesa para o Brasil, certamente motivou o incremento dessa fundamental demanda da Segurança da Navegação, sendo o primeiro deles o Farol Barra no Rio Grande do Sul, inaugurado em 1820, e o Farol da Ilha Rasa, o primeiro inaugurado após Proclamação da Independência.
De uma perspectiva mais abrangente, mais do que um auxílio à navegação, os faróis também podem representar parte da memória de uma nação, da cultura de um país, das tradições de um povo, e da evolução arquitetônica de uma época, razões que justificam a sua preservação como patrimônio histórico e cultural a ser legado às gerações futuras.
A representação desses monumentos pela arte filatélica é uma expressiva contribuição para perenizar o registro desse patrimônio, e contribuir para o desenvolvimento da consciência marítima nacional.
O Rasa (1829), em frente à Baia da Guanabara, foi o primeiro inaugurado após a Proclamação da Independência, orientando os navegantes à Capital do Brasil por mais de um século, durante o Império e a República. Sua luz emerge de uma lente Fresnel Meso-Radiante, uma das duas segundas maiores já construídas, que lhe confere alcance luminoso de até 51 MN, ou mais de 94 Km. Nele também funciona um Radiofarol, que transmite informações de DGNSS (Differential Global Navigation Satellite System).
Abrolhos (1861), na Ilha de Santa Bárbara no litoral baiano, guarda o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, que abriga uma extensa cadeia de corais e a maior biodiversidade marinha do Brasil, mas também é o maior cemitério de navios da costa brasileira. Sua lente Fresnel também é Meso-radiante com alcance luminoso de até 51 MN. Dispõe de equipamento respondedor radar (RACON).
Chuí (1910) é o mais austral do território brasileiro, pouco ao norte da foz do Arroio do Chuí, fronteira com o Uruguai. Sua lente Fresnel é de 4ª Ordem e lhe proporciona alcance luminoso de até 46 MN, pouco mais de 85 Km. É também Radiofarol e tem RACON.
Calcanhar (1912) fica na divisa entre as costas norte e nordeste e é o ponto da América do Sul que está mais próximo da África. Sua lente Fresnel de 2ª Ordem permite alcance luminoso de até 38 MN, pouco mais de 70 Km. É também Radiofarol.
O farol mais antigo de São Paulo é Moela (1830) na Ilha de Itamirindiba, assim chamada pelos índios da região, depois Ilha da Moela, batizada pelos portugueses devido à sua forma. Possui uma lente Fresnel de 1ª Ordem que dá aos seus raios luminosos alcance de até 40 MN, pouco mais de 74 Km. Também é um Radiofarol.
Poderoso feixe de luz emerge da lente Fresnel Hiper radiante, uma das 29 maiores lentes desse tipo já construídas, do Farol de Santa Marta (1890) em Santa Catarina, varrendo a superfície do mar e alertando os navegantes da perigosa “Pedra do Campo Bom”, alcançando até 46 MN, pouco mais de 85 Km. Também possui um Radiofarol.
Orange (1997) o mais setentrional do País próximo à foz do Rio Orange, e Bailique (1890) o mais antigo na foz do Braço Norte do Rio Amazonas, ficam no Estado do Amapá. Pela dificuldade de acesso e tipo do terreno onde estão construídos, são constituídos por torres de treliça de aço, revestida no caso do Orange. Possuem lentes Fresnel de XX Ordem, que lhes conferem alcances luminosos de 18 MN, pouco mais de 33 Km, e 14 MN, quase 26km, respectivamente.

Selo "100 Anos da Previdência Social", 2023, Brasil

 


Selo "100 Anos da Previdência Social", 2023, Brasil
Selo




Sobre o Selo:
A arte do selo baseou-se na representatividade e importância que a Previdência Social tem para o Brasil. O objetivo principal foi potencializar a proteção e auxílio ao cidadão brasileiro. O grafismo engloba conceitos e elementos que representam historicamente a Previdência Social como a ferrovia, o trabalhador, as riquezas, a diversidade, o trabalho, o tempo, o brasileiro, dentre outros, desenhados com padrões e formas geométricas, para compor o trem que fortalece a ideia de encaminhar a nação para o futuro, carregando consigo um século de história. Por fim, as cores azul, amarelo e verde seguem os mesmos tons do logotipo da Previdência Social. A técnica utilizada foi computação gráfica.
Centenário da Previdência Social:
Os Correios, por meio da Filatelia brasileira, emite selo postal comemorativo para celebrar o centenário da Previdência Social, instituição de grande importância histórica para a população brasileira.
Em 24 de janeiro de 2023, o Brasil comemorou o centenário da sanção da Lei Eloy Chaves, considerada o marco da Previdência Social no País. O Decreto Legislativo nº 4.682, de 24 de janeiro de 1923, sancionado pelo então Presidente da República, Arthur da Silva Bernardes, criou, em cada empresa de estrada de ferro do País, uma Caixa de Aposentadoria e Pensões (CAPs) para seus empregados.
Nos anos seguintes, as Caixas de Aposentadorias e Pensões se multiplicaram. A partir da década de 1930 as CAPs foram gradativamente substituídas por Institutos de Pensões e Aposentadorias de abrangência Nacional, mais conhecidos no Brasil como os IAPs. Esse formato de gestão perdurou até a criação do Instituto Nacional de Previdência Social - INPS, em 1966, e a sua respectiva instalação, em 1967, quando da unificação dos IAPs, nacionalmente.
Em 1990, o INPS foi transformado no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Atualmente, o INSS paga 37,1 milhões de benefícios previdenciários e assistenciais, todos os meses e rigorosamente em dia. É reconhecido como um dos maiores mecanismos de distribuição de renda do planeta. A agenda comemorativa do Centenário da Previdência Social do Brasil conta com um ano de celebração, ou seja, será extensiva a todo o exercício 2023.

Selo "Xadrez", 2020, Brasil

 






Selo "Xadrez", 2020, Brasil
Selo

Sobre os Selos:
Esta emissão é composta por 12 selos que ilustram as 6 peças brancas e as 6 peças pretas do xadrez. Ao fundo da folha, dois tabuleiros se encontram em perspectiva, cada um com as cores predominantes do seu conjunto de selos. Estes possuem o desenho de suas peças, e no canto superior direito, está o ícone de cada uma, bem como a letra que as representa. As cores vibrantes ladeando cada peça branca e preta foram responsáveis por trazer modernidade a um jogo tão tradicional. A técnica usada foi computação gráfica.
Xadrez:
Como atividade milenar, o jogo de xadrez é estruturado em torno de uma federação internacional, congregando mais de 150 países e que conta com milhões de participantes em todo o mundo.
Além de sua importância no âmbito esportivo, registra-se um número crescente de países que adotaram o ensino do xadrez como instrumento sócio pedagógico, e cada vez mais pesquisadores, pais e professores em todo mundo descobrem os benefícios, especialmente aqueles em idade escolar, advindos da prática recorrente.
A origem do jogo de xadrez tem diversas versões, sem provação unânime. Há teorias que teria sido criado pelos chineses, ou pelos persas ou pelos gregos. O que é certo é que o jogo, após chegar na Pérsia, foi bastante difundido na região e os árabes, ao invadir a península ibérica, introduziram o jogo de xadrez na Europa.
O xadrez, através dos séculos, foi acompanhando a história política, social e econômica mundial e adaptou-se a cada momento. Porém, mais marcante desta relação do xadrez foi sua interação e relação com a revolução tecnológica. Com o advento da computadorização, o xadrez logo se adaptou e passou a ter uma relação de simbiose com a era digital. Por ser um terreno fértil para desafio intelectual, sempre que se desenvolvia um Hardware procurava-se um Software que jogasse xadrez (os algoritmos já existiam há tempos). A internet e as novas mídias expandiram a difusão do xadrez e é um dos poucos esportes que se pode jogar e assistir pela web.
Acredita-se que o xadrez foi trazido para o Brasil por Pero Vaz de Caminha, conforme descrito em vários livros. Com a chegada de D. João VI e sua corte no Brasil em 1808 a prática do xadrez se espalhou. Este Monarca chegou a trazer para o Brasil (na expansão do império Napoleônico), livros de xadrez, inclusive exemplares raríssimos (alguns datam de 1497) e que até hoje estão disponíveis no Arquivo da Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro. Diversos personagens históricos brasileiros, de várias áreas, praticavam regularmente xadrez. O mais famoso exemplo é do nosso escritor Machado de Assis, que chegou a ser Secretário do Clube de Xadrez Carioca, compôs problemas de xadrez, além de incluir o xadrez em várias passagens de suas obras. Machado de Assis também esteve presente no primeiro torneio de xadrez a ser realizado no Brasil em 1880.
A Confederação Brasileira de Xadrez (CBX), entidade máxima do xadrez no Brasil, foi fundada em 11 de novembro de 1924 e se filia em 1935 a Federação Internacional de xadrez (FIDE). A CBX administra, organiza, difunde todas as ações em prol do desenvolvimento no jogo de Xadrez em território brasileiro, contando de dezenas de milhares de jogadores oficias e centenas de milhares simpatizantes. A CBX oficializa seu primeiro Campeonato Brasileiro em 1927 no Clube de Regatas Vasco da Gama que teve como campeão o carioca Dr. João de Souza Mendes Júnior. Em 2012, o Brasil e o xadrez ganham o prêmio Spirit of Sports da Sportaccord como o melhor projeto esportivo social do mundo. O projeto vencedor “Xadrez que liberta” criado pelo Prof. Charles Moura Netto e o Grande-Mestre Darcy Lima utiliza o xadrez como ferramenta de ressocialização de presos.
A emissão de selos postais relativos ao Xadrez pelos Correios tem o intuito de colaborar para a divulgação deste importante esporte por meio da filatelia. É importante lembrar, também, que antes do advento da digitalização, era costume as pessoas jogarem xadrez por carta, em uma modalidade chamada xadrez epistolar ou postal.

Selo "180 Anos do Olho de Boi", 2023, Brasil


 

Selo "180 Anos do Olho de Boi", 2023, Brasil
Selo


Hoje (01/08/2023) é o Dia Nacional do Selo, e os Correios estão comemorando a data de uma forma muito especial: lançando uma releitura do primeiro selo postal brasileiro, o Olho de boi, que completa 180 anos neste 1º de agosto. Os eventos de lançamento acontecerão em Brasília/DF, Recife/PE e Ribeirão Preto/SP.
A releitura do Olho de boi chega pelas mãos do artista Fábio Lopez, que usou a computação gráfica para adicionar (pós-)modernidade aos três selos originais, de 30, 60 e 90 réis. Os selos ganharam cores marcantes, porém, mantendo os arabescos característicos da obra homenageada. O resultado remete à arte pop, que tem o estadunidense Andy Warhol como um de seus maiores representantes.
Essa é a mais recente releitura do primeiro selo postal brasileiro, cuja arte já figurou em inúmeros selos e blocos comemorativos. Em 1943, por exemplo, os Correios lançaram uma edição comemorativa pelos 100 anos do selo postal nacional, mantendo as cores do Olho de boi original e acrescentando a impressão das frases “centenário do selo postal” na parte de cima, “Brasil Correio” na parte de baixo, e “centavos” logo abaixo do número. O bloco comemorativo do centenário trazia as imagens do Imperador D. Pedro II e do Presidente Getúlio Vargas. Em 1993, a edição comemorativa pelos 150 anos do selo teve na arte personagens da Turma da Mônica. Entre 2011 e 2013, os selos de 30, 60 e 90 réis foram relançados em suas versões em bronze, prata e ouro, em comemoração aos 170 anos do Olho de boi.
O Olho de boi entrou em circulação em 1º de agosto de 1843, fazendo do Brasil o segundo país do mundo a emitir selos postais, atrás apenas da Inglaterra, que havia lançado o Penny Black três anos antes, em 1840. Vale registrar que a cidade de Zurique, na Suíça, tem um selo datado de março de 1843, ou seja, cinco meses antes do Olho de boi, mas que não entra na conta porque não foi de circulação nacional, ficou restrito apenas à cidade onde foi criado. Também há registros de selos locais em províncias da França.
Enquanto a Inglaterra estampou o perfil da Rainha Vitória no Penny Black, no Brasil, a ideia de colocar a imagem de D. Pedro II em um objeto que seria “manchado” por um carimbo na postagem e que poderia ser rasgado e jogado no lixo não foi julgada adequada. Assim, o Olho de boi saiu apenas com os valores impressos, de 30, 60 e 90 réis. Cada valor foi decorado com arabescos florais, e o formato arredondado da imagem final lembrava um olho de boi, daí o apelido, que virou nome oficial do selo.
A emissão do Olho de boi revolucionou o tráfego postal brasileiro ao introduzir o pagamento pela carta no ato da postagem. É isso mesmo, antes dele, quem pagava pelas correspondências era o destinatário, no ato do recebimento. A mudança foi parte de uma reforma postal, aprovada pelo Congresso em 1842, que, entre outras inovações, modificou a forma de taxação das cartas. O valor passou a ser fixado pelo peso da correspondência e pelo meio de transporte escolhido, independentemente da distância percorrida. Para se ter uma noção, um objeto de 15 gramas, por exemplo, custava 60 réis por terra e 120 réis por mar, e esse valor ia subindo progressivamente (a cada 7 gramas excedentes, o remetente pagava mais 30 réis se o objeto fosse por terra, e 60 réis se fosse por mar).
O Olho de boi circulou até julho de 1944, quando foi substituído pelo Inclinado, com arte similar, mas cujos números eram grafados como que em itálico. Acredita-se que foram emitidos cerca de 3 milhões de selos Olho de boi, a maior parte deles destinada à província da Bahia.

quarta-feira, 26 de julho de 2023

Selo "Centenario del Registro de Nacionalidad Uruguaya de Carlos Gardel", 2020, Uruguai


 

Selo "Centenario del Registro de Nacionalidad Uruguaya de Carlos Gardel", 2020, Uruguai
Uruguai


Hoy ya no hay dudas. Gardel es uruguayo, nacido en Tacuarembó, como lo expresan sus documentos"
Desde su nacimiento Gardel estuvo signado por el problema de no tener documentos que acreditaran su identidad. El derecho a la identidad hoy está consagrado como uno de los derechos esenciales del ser humano, sin embargo no era tan así en los tiempos en que Gardel nació y vivió.
Cuando nació, en el año 1884, no fue inscripto en los registros porque se trataba de un hijo “adulterino”, o sea su padre era casado con otra mujer. A su vez la madre del niño era menor de edad y tampoco podía presentarlo por sí sola, como madre soltera.
Eso sin contar que la familia quiso ocultar dicho nacimiento a toda costa y por lo tanto no iba a tratar de “registrar” el mismo de ninguna forma. La costumbre de no “inscribir” a los niños nacidos no era inusual en la época, de hecho muchas personas vivían indocumentadas durante toda su vida, sobre todo en el interior del país y más aún en la campaña profunda.
Pero sí no era tan “normal” en familias de cierto estatus social y con responsabilidades de gobierno o representación diplomática; recordemos que el coronel Escayola era, en ese momento, jefe político y de policía del departamento de Tacuarembó y el padre de María Lelia Oliva (madre de Gardel) era cónsul italiano en la zona.
Sin embargo, el nacimiento de Gardel nunca fue registrado, y vivió sus primeros años (hasta 1890) en la estancia “Santa Blanca” como “el guachito de Escayola”. Éste es el origen de las dudas planteadas sobre su identidad, en cuanto a quiénes fueron sus padres, la fecha de nacimiento y el lugar en que se produjo.
Se debe tener en cuenta que todos los documentos que dan fe sobre la identidad de Gardel fueron tramitados por él mismo, cuando ya era grande. Y los datos filiatorios los aportó el propio interesado, con testigos que conseguía en el momento para que avalaran su declaración. Algunos de esos datos Gardel los “maquilló”, otros los inventó, pero hubo uno con el que siempre fue consecuente : el lugar de nacimiento. En todos los documentos conocidos declara ser nacido en Tacuarembó, Uruguay.
¿En qué datos Gardel no decía la verdad?
El año de nacimiento _ Lo cambió en el primer documento de 1920 y ya después lo siguió manteniendo, (en lugar de 1884 declaró 1887, el mismo que su compañero Razzano). Una versión dice que lo hizo por coquetería de artista.
Otra versión afirma que “Gardel se dice nacido el año 1887, casi un año después de la viudez de su padre de Blanca Oliva, supuestamente con la esperanza de ser reconocido alguna vez como hijo natural no adulterino.(La ley no permitía que los hijos adulterinos fueran reconocidos)”.
Hay entrevistas de la época (a personas que lo conocieron y trataron mucho) que coinciden en que se sacaba por lo menos tres años de edad. En el año 1933 festejó en París, con amigos íntimos, su cumpleaños y declaró cumplir 49.
El día de nacimiento _ Resulta muy curioso que el día que Gardel declara haber nacido (11 de diciembre) es el mismo que figura en la partida de nacimiento de “el falso Gardel”, o sea Charles Romuald Gardes, nacido en Toulouse, el 11 de diciembre, pero de 1890. Este niño, que sí era hijo de Berta Gardes, no tenía ningún vínculo de sangre con el cantor. Hay dos teorías posibles a este respecto : O realmente el día de nacimiento coincidió. O Gardel tomó esa fecha a su antojo, pero sabiendo que era la del hijo de Berta, a esa altura ya desaparecido de Buenos Aires.
¿En qué datos no decía toda la verdad?
El nombre de sus padres _ En el primer documento tramitado (1920) declara que “sus padres eran Carlos (fallecido) y María Gardel (fallecida)”. Era cierto que los reales se llamaban Carlos y María. Pero no dio el apellido paterno. Y el materno lo acomodó al que él ya usaba: Gardel.
Era cierto también que ya eran fallecidos, porque Escayola murió en 1915 y María Lelia en 1905.
En cambio Berta Gardes en ese momento vivía (murió en 1942) y se dice que el cantor no hubiera declarado que su madre era fallecida si fuera Berta. Esta es una de las mayores pruebas de la falsedad del origen francés de Gardel y de que fuera hijo realmente de Berta Gardes.
¿En qué dato dijo siempre la verdad?
El lugar de nacimiento, siempre mantuvo el mismo lugar : “nacido en Tacuarembó, República Oriental del Uruguay”.
Documentación encontrada por los investigadores:
A fines de 1902, Gardel intenta documentarse en Montevideo, con el nombre de Carlos Escayola.
Pedro Baldasarre relató a Julio de Caro, que su padre, en 1902 autorizó a Gardel -que cumplía por entonces 18 años y era empleado de la familia Baldasarre en Buenos Aires, (se ocupaba de conducir carruajes)- a ir a Montevideo para obtener un documento de identificación.
Erasmo Silva Cabrera detectó dos inscripciones en el Registro Civil de Montevideo a nombre de Carlos Escayola, una del 4 de noviembre de 1895, que corresponde a un hijo del segundo matrimonio del coronel Carlos Escayola , llamado también Carlos, y que tendría 19 años en 1895.
Y otra del 10 de diciembre de 1902, sería la que motivó la referencia de Baldasarre, puesto que coincide con el año que él recordaba. Este último era un trámite para certificar partidas parroquiales de bautismo, hecho que permitiría documentar identidad. Es decir que alguien tramitó por segunda vez (hecho completamente fuera de lo común) un documento a nombre de Carlos Escayola, el día 10 de diciembre de 1902. Fue un intento de comenzar a documentarse de alguna manera, del joven cantor, que al parecer no prosiguió.
Documentos que utilizó en su vida:
Recién a los 34 años de edad Gardel obtuvo su primer documento de identidad oficial. El famoso “Registro 10052”, del 8 de octubre de 1920.
1) Registro de nacionalidad, 8 de octubre de 1920. (expediente 10052 radicado y a la vista en el Consulado Uruguayo de Buenos Aires).
En este documento dice haber nacido en Tacuarembó, el día 11 de diciembre de 1887, ser soltero, artista, domiciliado en la calle Rodríguez Peña 451 de la capital argentina. En los datos filiatorios, menciona como padre a "Carlos", de nacionalidad uruguaya, fallecido, y como madre a "María Gardel", de la misma nacionalidad y también fallecida.
2) Cédula de Identidad Nº 383.017 expedida en Buenos Aires, el 4 de noviembre de 1920.
3) Carta de ciudadanía argentina Nº 218.125 de fecha 7 de marzo de 1923.
El 7 de marzo de 1923 Gardel comparece ante el Juez y expresa su deseo de obtener la carta de ciudadanía. Se presenta con dos testigos (Urruchúa y Brennan, ambos empleados de la Policía) y con el acuerdo del Procurador Fiscal el Juez le otorgará la carta de ciudadanía legal argentina. En este documento también queda claro que era uruguayo de nacimiento.
4) Libreta de enrolamiento Mat. Nº 236.001, de fecha 21 de junio de 1927.
El 21 de junio de 1927, Gardel cumplió con el nuevo empadronamiento ordenado por ley de ese mismo año. Se le extendió entonces la Libreta de Enrolamiento, Matrícula Individual 236.001, DM 2, Oficina Enroladora Sección 10.
Se mantiene el lugar de nacimiento, Tacuarembó, Uruguay.
5) Carta Valable (autorización para trabajar) expedida en París el 16 de marzo de 1931.
Se trata del permiso para trabajar allí. Sus constancias son las siguientes: Artista, nacido en Tacuarembó, el 11 de diciembre de 1887. Hijo de "Carlos", oriundo de Salto (Uruguay) y altera nuevamente el nombre de la madre, que esta vez es "María Martínez", nacida en Mendoza, Argentina. Consta su nacionalidad argentina, por naturalización.
6) Pasaportes:
El 11 de octubre de 1927 solicita por escrito nuevo pasaporte y certificado de buena conducta. Y abajo dice que recibió el pasaporte nº 383.017.
Más abajo dice que el 25 de noviembre de 1930, solicita nuevo pasaporte y certificado de buena conducta y firma, por Gardel, José Razzano. Se mantiene el lugar de nacimiento, República Oriental del Uruguay.
Son constancias de que recibió pasaporte y solicita otra vez en el año 30.
Pasaporte Reg. Nº 02421, expedido por el Consulado Argentino en Niza el 13 de diciembre de 1932. Renovado en Buenos Aires el 2 de Noviembre de 1933. Es el último documento que usó Gardel.
Se encontró chamuscado entre sus ropas cuando sucedió el accidente de Medellín, el 24 de junio de 1935.
7) Cédula de Identidad de Venezuela expedida el 20 de abril de 1935 (dos meses antes de su muerte).
Nacionalidad originaria uruguaya, argentina adquirida. Nacido en Tacuarembó, Uruguay, el 11 de diciembre de 1887. En este documento, Gardel reitera los datos de su nacimiento.
En todos los documentos que anteceden consta su nacimiento en Tacuarembó. En ninguno dijo ser nacido en otro lado.
Es claro que Gardel no era un mal hijo al negar a su madre en la documentación y darla por fallecida, sino que simplemente no era hijo de Berthe Gardès.
No viajó jamás con ella a Europa, no se fotografió jamás junto a ella.
Se cuenta que cuando un periodista intentó tomar una fotografía del cantor junto a la señora Gardel, aquel lo impidió diciendo: “¡No, eso no!”. El efecto de estas palabras en el periodista amigo fue desconcertante y Gardel, observándolo así, se apresuró a aclarar las cosas rápidamente: “Pobrecita, está ya tan achacosa…”
“Entrevistado por el periodista porteño Enrique Pepe, el músico Augusto P.Berto le comentó:
Un día vi cruzar por detrás de mi amiguito a quien yo tenía por su madre, como le buscaba le dije: ‘mirá Carlitos, te llama tu mamá’. Fue entonces que él me contestó ‘Ella no es mi madre, me recogió de chico’.”
“También el famoso cantor de tangos y actor de cine Hugo del Carril, le comentó a Gente (Buenos Aires, 27 de octubre de 1966): “Es un raro paralelo con Gardel ¿se dio cuenta? A él lo crió esa francesa que tampoco era su madre. Esa mujer era lavandera, la que me crió a mi era modista…”
Y el maestro Julio de Caro, amigo íntimo de Gardel, sostiene por escrito y con su firma, luego de afirmar personalmente que “Carlos Gardel es URUGUAYO” (las mayúsculas son de De Caro), comenta lo que dijera su amigo, el Doctor Pedro Baldasarre, con quien Gardel trabajara en su juventud, manejando una volanta “…sabemos por nuestros padres que Gardel es URUGUAYO […]. Para la señora Berta, Carlos es su hijo legítimo, para nosotros, no”.
Sin embargo, gracias a la trama urdida por el apoderado Armando Defino - una vez muerto Gardel - Berta Gardes logró aparecer como madre verdadera del cantor y se convirtió en su heredera. Por supuesto que hubo muchos cómplices para que esto pudiera ocurrir, cómplices por acción o por omisión. Muchos amigos de Gardel que conocían la verdad, callaron para no dejar a “doña Berta” como autora de una estafa al fisco argentino que era el que iba a recibir la herencia si no aparecían herederos reales. Cuando murió ella Defino siguió administrando lo que quedaba. Y José Razzano, que había callado a cambio de “algo”, apareció como dueño de todos los derechos de autor de Gardel.
El Uruguay entero también calló durante casi cuarenta años, hasta que Erasmo Silva Cabrera y los demás investigadores que lo siguieron, comenzaron la lenta reivindicación sobre el origen de Carlos Gardel. Hoy ya no hay dudas. Gardel es “uruguayo, nacido en Tacuarembó”, como lo expresan sus documentos.
Nota do blog: Versão uruguaia da nacionalidade de Carlos Gardel. A versão e o registro são mais falsos que o "Mundial do Palmeiras"...rs. Carlos Gardel sempre manteve a mesma história por uma simples razão: mudar seria confessar a mentira que sempre contou...

terça-feira, 8 de novembro de 2022

Selo "Ulysses 100 Anos", 2022, Brasil


 

Selo "Ulysses 100 Anos", 2022, Brasil
Selo


Sobre o Selo:
A arte do selo teve como ponto de inspiração as localidades onde ocorrem os episódios da obra de James Joyce, empregando o mapa da cidade de Dublin, na Irlanda, como fundo. Em destaque, em jogo tipográfico, "Ulysses 100 Anos" cruza com os dizeres "Yes", (Sim) característico da obra, e "James Joyce", aproveitando o posicionamento das letras. No intuito de reforçar a identidade irlandesa para este selo, foi utilizado largamente o verde com alguns toques de laranja. A técnica utilizada foi ilustração vetorial.
100 anos de Ulysses, de James Joyce:
É graças ao escritor irlandês James Joyce (1882-1941) que celebramos, em 2022, cem anos de leituras e discussões a respeito de Ulysses, uma das mais impactantes obras do século XX. Publicado em dois de fevereiro de 1922, quadragésimo aniversário do autor, o romance marcou o modernismo literário e se consagrou como uma das mais relevantes composições em prosa de língua inglesa de todos os tempos.
Apesar de decidir, aos vinte e dois anos, deixar a Irlanda, James Joyce escreveu incessantemente sobre seu país natal e, em especial, sobre Dublin. Em Ulysses, testemunhamos um dia — dezesseis de junho de 1904 — em que as personagens passam por diferentes pontos da capital irlandesa, e Joyce os mapeou usando localizações reais da cidade. Esses deslocamentos são relembrados nas comemorações anuais do Bloomsday, evento batizado em homenagem ao protagonista Leopold Bloom. A celebração do romance de Joyce ocorre não apenas em Dublin, mas em diversas cidades no Brasil e no mundo. Podemos dizer, portanto, que Ulysses continua a mobilizar, literal e figurativamente, leitores e lectures em inúmeros países.
Ulysses tem sua estrutura inspirada em episódios da Odisseia de Homero, obra da qual derivam inúmeros paralelos mais variegados do que diretos. O título do romance é, afinal, a versão latina do nome do personagem homérico, Odisseu, o que já aponta o caminho tortuoso da tradição cultural que Joyce percorre. Ulysses subverte a fonte homérica ao ter como protagonista, no lugar de um herói épico, um cidadão simultaneamente comum e outsider, até mesmo vítima de preconceito e maldizer, mas também mais pacifista do que bélico, mais solidário do que combativo. A odisseia joyciana não é centrada em glória, mas abraça o humano com suas belezas, estranhezas e imperfeições. Mostra que a literatura e a vida podem ser repletas de humor improvável, bem como nostalgia e melancolia, sem fronteiras claras entre esses aspectos. Como diz Richard Ellmann, biógrafo de Joyce, Ulysses tem, em muitos sentidos, o amor como centro, e o que Bloom tem de divino é sua própria humanidade. Nada disso diminui a índole crítica e mesmo radical do romance — ao contrário, é o que a constitui.
Apesar de Ulysses ter sido lançado há cem anos, seus episódios começaram a circular em revistas literárias a partir de 1918. Com abundantes relações intertextuais e linguagem progressivamente mais inventiva, sua fama se consolidou antes mesmo da conclusão. Houve críticas e até censura no mundo anglófono (exceto na Irlanda), com resistência ao experimentalismo de Joyce e à sua proposta de escrever um romance demasiado humano a partir do épico.
No conjunto de sua prosa, Joyce compôs uma obra particularmente coesa. Ulysses sucede Um Retrato do Artista Quando Jovem, de 1916, cujo protagonista é Stephen Dedalus, um dos personagens principais no romance de 1922. A coletânea de contos Dublinenses, de 1914, também inclui personagens que reaparecem em Ulysses. Mais ainda, há um claro crescendo literário. Em conferência para promover o romance de Joyce em Paris, em 1921, o escritor francés Valéry Larbaud mencionou o quanto cada uma das obras anteriores contribuiu para a composição de Ulysses ou prenunciava algumas de suas qualidades. Os poemas de Joyce em Música de Câmara (Chamber Music, 1907) continham o lirismo; Dublinenses, a atmosfera específica da capital irlandesa; Um Retrato, por sua vez, as imagens, analogias e símbolos que integrariam o romance posterior. A combinação dessas características e das inovações de Ulysses resultou em um texto com “a complexidade de um mosaico” (caleidoscópico, certamente).
O mapa que acompanha os selos comemorativos indica lugares mais relevantes dentre os citados nos episódios de Ulysses (cujos nomes advêm da Odisseia). Uma lista exaustiva seria longa: na caminhada de Leopold Bloom, são mencionados muitos locais, por exemplo, em Os Lestrígones/Lestrigões (como é chamado o oitavo episódio nas traduções de Bernardina Pinheiro e Caetano Galindo, respectivamente), mas a loja de doces aparece já no início e o ponto principal é o pub Davy Byrne’s. Há, ainda, múltiplos percursos no episódio As Rochas Ondulantes/Rochedos Errantes, do qual se destaca a região onde encontramos o protagonista, Bloom, comprando livros no Merchant’s Arch.
O endereço do quarto episódio, por sua vez, é retomado nos últimos três — o casal Bloom reside em 7 Eccles Street. É nesse endereço que o romance termina. O grande arco narrativo que Ulysses de Joyce compartilha com a Odisseia de Homero é, portanto, o tema do retorno para casa. No romance, contudo, as últimas palavras são da mulher, Molly Bloom. Seu monólogo, permeado por lembranças, termina em reiteradas respostas afirmativas: «e sim eu disse sim eu quero Sim» («and yes I said yes I will Yes”). Essa famosa palavra final compõe a arte do selo.
Em 2022, não celebramos apenas a publicação de Ulysses, ocorrida há cem anos. Celebramos, acima de tudo, o fato de que continuamos a ler e reler a obra conjuntamente. É razão de festejo perceber quantos diálogos em torno dessas palavras — com seus diversos monólogos solitários — permanecem acesos. Nosso privilégio compartilhado é o de comemorar um século de leituras de Ulysses enquanto tecemos o começo de mais cem anos.
A palavra do embaixador Seán Hoy:
2022 marca o 100º aniversário da publicação do romance Ulysses, do escritor irlandês James Joyce. Publicado em 2 de fevereiro de 1922, o livro conta os eventos de um único dia na capital da Irlanda, Dublin, e o que acontece com os personagens Stephen Dedalus, Leopold Bloom e sua esposa Molly Bloom. O romance foi construído como um paralelo moderno à Odisseia de Homero, com os três personagens centrais destinados a serem contrapartes modernas de Telêmaco, Ulisses e Penélope.
Ulysses captura a atmosfera e as estruturas de Dublin em detalhes tão surpreendentes e meticulosos que Joyce disse uma vez que, se a cidade de Dublin fosse destruída, Ulysses poderia ser usado para reconstruí-la tijolo por tijolo. O romance sobreviveu à censura e à controvérsia, incluindo alegações de blasfêmia, para se tornar um clássico moderno indiscutível. T. S. Eliot descreveu Ulysses como a “expressão mais importante que a época atual encontrou; é um livro ao qual todos estamos em dívida e do qual nenhum de nós pode escapar”.
Embora Ulysses seja anunciado como um dos textos definidores da literatura modernista e seja famoso por seu uso da técnica de “fluxo-de-consciência” e mudanças de estilos literários, a sua complexidade também deu a Ulysses a reputação de ser difícil de ler. Há aqueles que sugerem que o livro deve ser lido em voz alta, que você deve pular certos capítulos, e muitos acham difícil ler o livro de 783 páginas de uma só vez. No entanto, aqueles que persistem e se permitem mergulhar no romance são recompensados por seu humor irreverente, seu estudo cuidadoso do cotidiano de seus personagens e os muitos enigmas e quebra-cabeças escondidos em suas páginas que ocuparam estudiosos ao longo do último século. Há algo em Ulysses para todos: o homem comum que aposta em cavalos, as mulheres solitárias em busca de amor, os perdidos que não sabem chorar. Esta história é tão relevante hoje, como era há cem anos.
Ulysses agora é comemorado em todo o mundo como Bloomsday, em 16 de junho, e acredita-se ser o único dia de festa internacional dedicado a uma obra de arte. Na Irlanda, no Bloomsday, as pessoas se vestem à moda Eduardiana, há leituras dramáticas e encenações do texto, as pessoas comem pratos Joyceanos, como fígado e rins de porco, e caminham por Dublin seguindo os passos do romance.
As comemorações do Bloomsday também se espalharam pelo Brasil, com o primeiro evento ocorrendo em São Paulo, em 1967. Hoje, os eventos acontecem anualmente em mais de 14 cidades do Brasil, incluindo comemorações em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Florianópolis. O Brasil também é o lar de muitos eminentes estudiosos Joyceanos, e até agora três traduções portuguesas de Ulysses foram publicadas: a primeira, pelo ex-diplomata Antônio Houaiss em 1966, a segunda, por Bernardina da Silveira Pinheiro em 2005, e a mais recente, por Caetano Galindo em 2012. Este ano, uma nova tradução ‘multi- voz’ será publicada para comemorar o centenário de Ulysses, com traduções dos 18 capítulos por 18 acadêmicos brasileiros.
O centenário da publicação de Ulysses coincide também com o nascimento do Estado irlandês independente, que ocorreu após a transferência simbólica de poder do Governo Britânico para a Irlanda, em 16 de janeiro de 1922, duas semanas antes da publicação de Ulysses. Este ano, o Brasil também comemora o bicentenário de sua independência. Tanto para a Irlanda quanto para o Brasil, os legados de nossas histórias coloniais compartilhadas, moldaram nossas jornadas como Estados independentes, e continuamos a examinar as ideias de Estado e identidade nacional que Joyce explorou em Ulysses.
Há muitos vínculos históricos entre a Irlanda e o Brasil, que são relevantes nas comemorações deste ano de independência, como o casamento entre a irlandesa Narcisa Emília O’Leary e José Bonafácio de Andrada, um dos fundadores da independência brasileira; a visita de Dom Pedro II à Irlanda em 1877; o trabalho do irlandês Roger Casement, que fez campanha pelos direitos das comunidades indígenas na região Amazônica; e a dedicação de décadas de missionários irlandeses, que continuam servindo e apoiando comunidades em todo o Brasil. Hoje, a amizade que existe entre a Irlanda e o Brasil, embora fisicamente dividida pelo Oceano Atlântico, está cada vez mais próxima, devido aos fortes vínculos de pessoa- pra- -pessoa, e a Irlanda se orgulha agora de abrigar uma comunidade de mais de 70.000 brasileiros. A Irlanda também se orgulha de ter se tornado um Observador Associado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa em 2021 e de apoiar o desenvolvimento de intercâmbios linguísticos, acadêmicos e culturais mais fortes, com países de língua portuguesa como o Brasil.
Inspirados pelo legado das comemorações do Bloomsday no Brasil, estamos realizando uma série de projetos culturais no Brasil para marcar a ocasião do centenário da publicação de Ulysses. Isso inclui um projeto realizado em parceria com 18 universidades de todo o país, que resultará na elaboração de um mural interpretando um capítulo do romance em cada uma das 18 instituições. O objetivo é explorar como os jovens brasileiros interpretam o romance 100 anos depois sua publicação e apoiar interpretações visuais de Ulysses com uma identidade brasileira.
A publicação deste selo comemorativo do centenário da publicação de Ulysses, representa mais um marco na relação entre a Irlanda e o Brasil, e estamos extremamente satisfeitos pelo selo ter sido desenhado por um artista brasileiro e por representar uma interpretação visual brasileira do romance. Somos imensamente gratos aos Correios pela parceria com a Embaixada nesta emocionante iniciativa e pelo entusiasmo e apoio em dar vida ao projeto.
Esperamos que este selo inspire uma nova geração de brasileiros a pensar em mergulhar no emocionante e único mundo de Ulysses, e que eles digam, como Molly Bloom proclamou nas últimas palavras do romance: (...) sim eu disse sim eu quero sim. Texto dos Correios.